Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV DISSECÇÃO DE AORTA → INTRODUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA • Consiste na separação das camadas da parede da aorta, resultado da ruptura da camada íntima. • Apesar de ser uma condição incomum, é muito grave, podendo evoluir com descompensação hemodinâmica rapidamente, o que torna essencial para a sobrevivência o diagnóstico e tratamento precoces. • A dissecção aórtica aguda é o evento catastrófico mais comum que afeta a aorta, com uma estimativa de incidência anual de aproximadamente 5 a 30 por milhão. • Em uma série de necropsias, a prevalência da dissecção aórtica variou de 0,2 a 0,8%. • A taxa de mortalidade inicial na dissecção aórtica aguda é muito alta, atingindo 1 a 2% por hora, referidos nas primeiras horas após ocorrer a dissecção. • Ocorre dissecção aórtica com frequência pelo menos duas vezes maior em homens do que em mulheres. • A dissecção aórtica proximal ocorre com mais frequência entre os 50 e 60 anos de idade, enquanto a dissecção aórtica distai é mais comum em indivíduos com mais idade, atingindo um pico entre 60 e 70 anos. • Dissecções que acometem indivíduos mais jovens (<40 anos) têm mais associação com fatores hereditários e síndromes, como a síndrome de Marfan. • Como a dissecção é bem menos comum do que outras condições associadas à dor no peito ou nas costas, um alto índice de suspeita de dissecção aórtica aguda deve ser mantido ao se avaliar o paciente com inexplicável dor no peito ou nas costas ou com uma síndrome complexa compatível com esse diagnóstico. • A dissecção aórtica clássica ocorre em aproximadamente 80 a 90% das síndromes aórticas agudas. → FATORES DE RISCO (Fonte da imagem: Tratado de doenças cardiovasculares Braunwald – 9 ed). • SÃO FATORES DE RISCO: - Hipertensão arterial sistêmica; →IMPORTANTE!! 72% dos pacientes com dissecção apresentam hipertensão prévia!!! -Exercício físico extenuante ou levantamento de peso de alta intensidade; -Distúrbios genéticos do colágeno (síndrome de Marfan, síndrome de Ehlers- Danlos); -Aneurisma aórtico pré-existente, válvula aórtica bicúspide; -Cirurgia cardíaca ou cateterismo (por iatrogenia); -Síndrome de Turner; doenças inflamatórias que causam vasculites (artrite reumatoide); -Gestação e parto; -Uso de Fluoroquinolonas. o As fluoroquinolonas são um grupo de antibióticos altamente utilizados na prática clínica, principalmente para o tratamento das infecções pulmonares e do aparelho geniturinário. (Fonte da imagem: Tratado de doenças cardiovasculares Braunwald – 9 ed). → CLASSIFICAÇÃO • Na classificação anatômica, dois sistemas são muito utilizados. • O sistema de Stanford considera o envolvimento da aorta ascendente (podendo envolver também o arco aórtico e aorta descendente) como tipo A e as demais como tipo B (não envolvem a aorta ascendente). • Por outro lado, o sistema DeBakey baseia- se no local de origem: tipo 1 na aorta Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV ascendente até pelo menos o arco aórtico, com acometimento da aorta descendente; tipo 2 restrito à aorta ascendente; e tipo 3 na aorta descendente, podendo se estender distalmente. • As dissecções envolvendo a aorta ascendente ocorrem duas vezes mais do que as envolvendo a aorta descendente. (Fonte das imagens: Tratado de doenças cardiovasculares Braunwald – 9 ed). • A dissecção aórtica também é classificada de acordo com a sua duração, sendo aguda quando presente há menos de duas semanas e crônica quando presente há mais de duas semanas. • As taxas de morbidade e mortalidade da dissecção aguda são mais altas nas duas primeiras semanas, especialmente nas primeiras 24 horas. → SÍNDROMES AÓRTICAS AGUDAS • Existem algumas variantes das condições da dissecção aórtica, como por exemplo: ✓ Hematoma intramural da aorta: presença de sangue na parede da aorta, sem ruptura da camada íntima; representa de 5 – 13% dos pacientes com quadro clínico de dissecção aórtica. Provavelmente seja produzido pela ruptura do vaso vasorum no meio da parede aórtica e pode ser um precursor da dissecção. ✓ Laceração da íntima sem hematoma: variante incomum, em que há ruptura da cama íntima, porém sem progressão ou separação das camadas mediais. ✓ Úlcera aterosclerótica penetrante: a úlcera pode complicar com um hematoma intramural e levar à dissecção ou perfuração aórtica. • A evolução do hematoma intramural da aorta é muito semelhante ao da dissecção clássica, por esta razão as duas entidades são agrupadas para fins de diagnóstico e tratamento. Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV • Em relação à etiologia, pode ser: - Esporádica (degenerativa), não estando associada a nenhuma síndrome genética; -Geneticamente mediada (Síndrome de Marfan, síndrome de Turner, etc); -Traumática, por lesão contusa ou iatrogênica (instrumentação, como o cateterismo). → FISIOPATOLOGIA • Um importante fator de risco para a dissecção de aorta é a hipertensão. • Isso acontece porque a aorta de pacientes hipertensos possui hipertrofia da camada média dos vasa vasorum junto com a degeneração da camada média da aorta e perda variável de células musculares lisas dessa mesma camada. • No entanto, a lesão prévia da camada média não tem sido vista como pré- requisito para a dissecção, sendo que a desse tipo de lesão não é significativa de eminência do evento. • O primeiro evento que ocorre na dissecção aguda de aorta é a ruptura da camada íntima, fazendo com que o sangue passe através dessa ruptura alcançando a camada média e criando um lúmen falso. • Este lúmen falso aumenta de volume ao longo do tempo, para que a parede se estenda e alcance a pressão necessária para comportar a pressão sanguínea aórtica. • Ao mesmo tempo, a luz verdadeira do vaso colaba devido à diferença nas pressões. • De acordo com a extensão da lesão, ocorre má perfusão dos ramos da aorta toracoabdominal. • Cerca de 50 a 65% das lesões acometem a aorta ascendente, sendo as que apresentam risco de ruptura aórtica. • Progressão da dissecção: o ANTERÓGRADA (p/ frente) → possível compressão/oclusão de ramos importantes da aorta (subclávia, carótida etc.). o RETRÓGRADA → geram perda de sustentação das comissuras da valva aórtica → gera insuficiência valvar aórtica grave. • A dissecção pode se estender distalmente ou proximalmente, envolvendo a valva aórtica e podendo entrar no espaço pericárdio ou em ramos arteriais. • Nesses casos, podem ocorrer manifestações como regurgitação aórtica, tamponamento cardíaco ou isquemia (a depender do ramo acometido, pode ser coronária, cerebral, visceral ou espinhal). • Ao longo do trajeto da dissecção, podem ocorrer rupturas da falsa luz para o exterior, determinando exsanguinação, compressão de ramos aórticos viscerais, ou, ainda, rupturas para dentro da luz da aorta (luz verdadeira) constituindo as reentradas distais. • Em alguns casos, o hematoma parietal se estabiliza, permitindo a sobrevida do paciente por períodos variáveis de tempo. • É fundamental para estabelecimento da conduta identificar o local do orifício de entrada, pois o planejamento terapêutico básico é interromper a infiltração de sangue para estabilizar a evolução. Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV • Com o tempo, como a parede da luz falsa é frágil, vai havendo expansão da mesma e progressão proximal e distal da dissecção, constituindo situação adquirida de difícil solução cirúrgica. • A dissecção crônica da aorta com essas características é mais comumente observada na dissecção do tipo B, ao passo que, na dissecção da aorta ascendente (tipo A), a evolução imediata é muito grave, ocorrendo o óbito precoce por rotura intrapericárdica da aorta com tamponamento cardíaco, insuficiência aórtica aguda, ou, ainda, infarto do miocárdio por laceração de óstio das coronárias. Fonte:Serrano - Tratado de Cardiologia SOCESP - 2ª Edição → MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • A manifestação soberana da dissecção da aorta é a dor torácica de forte intensidade, de aparecimento súbito e acompanhada de sintomas neurovegetativos. • Essa dor tem localização variada, com tendência a migrar para as costas e o abdome, não melhorando com decúbito, vasodilatadores coronários ou analgésicos habituais. • Frequentemente, na instalação da dor, há confusão com infarto do miocárdio • Os sintomas dependem da extensão da dissecção, assim como das estruturas afetadas. • A dor é a queixa mais comum (>90% dos casos), podendo ser torácica ou dorsal; geralmente é intensa e abrupta, relatada como diferente de qualquer dor já experimentada. • A dor torácica ocorre de forma mais comum quando a dissecção é na aorta ascendente, enquanto a dor nas costas está mais associada ao envolvimento da aorta descendente. • Em pacientes que relatam dor no abdome, deve-se suspeitar de comprometimento vascular mesentérico. • A dissecção indolor é menos comum, e está mais associada a indivíduos mais velhos, diabéticos e com aneurisma aórtico; esses pacientes podem se apresentar apenas com síncope, insuficiência cardíaca ou AVC. • Pode ocorrer o surgimento de um novo sopro diastólico associado a dor torácica aguda, o que sugere uma regurgitação aórtica. • Pode haver sintomas neurológicos frustros ou permanentes, decorrentes da compressão dos vasos do arco aórtico, ou da exclusão de ramos intercostais, levando a paraparesia de membros inferiores ou a quadros isquêmicos cerebrais frustos ou permanentes. • A isquemia dos vasos pode levar a abdome agudo vascular, a isquemia renal pode determinar insuficiência renal aguda, e a obstrução ilíaca pode determinar isquemia de membros inferiores. • Déficits neurológicos focais secundários à AVC (fluxo diminuído ou obstrução das carótidas). → EXAME FÍSICO • Pacientes com dissecção de aorta podem apresentar quadro de hipotensão, que é sinônimo de pior prognóstico, ou pseudohipotensão, que decorre da falsa mensuração da pressão em membros superiores, decorrente do acometimento da artéria subclávia do membro. • Acometimentos desse tipo podem cursar com assimetria e déficits quanto aos pulsos, sendo que tal achado pode sugerir vasos que estão possivelmente acometidos, sendo mais frequentes nos casos de envolvimento das artérias carótida, subclávia ou femoral. • A ausculta pode revelar sopro de regurgitação aórtica em decorrência do acometimento valvar, assim como sopro Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV carotídeo quando do envolvimento do vaso homônimo ou do tronco braquiocefálico. • A hipotensão complicada está presente nos quadros de dissecção com tamponamento cardíaco e regurgitação aórtica. • Já a hipertensão é mais comum ocorrer quando há o acometimento de artérias renais, uma vez que o déficit de suprimento sanguíneo ativa os mecanismos poupadores de fluido dos rins, podendo cursar com vasoconstrição. • Sinais neurológicos decorrentes de acometimentos nas artérias medulares envolvem paresia, hemiparesia e parestesia relacionadas ao segmento medular afetado, sendo que o paciente pode apresentar déficits neurológicos relacionados à ocorrência de acidente vascular encefálico (AVE), decorrente de acometimento carotídeo ou do tronco braquiocefálico, podendo inclusive complicar com coma. • No caso de isquemia mesentérica, os ruídos hidroaéreos podem estar aumentados nos quadros agudos, cursando com severa dor abdominal e queixa de melena. • Quando existe o acometimento da bifurcação da aorta, pode haver o comprometimento das artérias ilíacas, gerando os déficits quanto aos pulsos dos membros inferiores, principalmente o femoral, podendo cursar com isquemia de extremidades, que se apresentarão com sintomas como frialdade, parestesia, palidez e diminuição de pulsos periféricos. → DIAGNÓSTICO E EXAMES COMPLEMENTARES • O diagnóstico de dissecção de aorta é feito mediante uma história clínica e exame físico sugestivos do quadro. • Diante disso, é importante afastar diagnósticos diferenciais importantes, sendo que o principal é a Síndrome Coronariana Aguda, uma vez que o tratamento para essa e a dissecção é diametralmente oposto. • Sendo assim, deve ser realizada a dosagem de troponinas e um eletrocardiograma para que sejam investigados sinais de isquemia ou de oclusão arterial, como inversão de onda T, infra ou supra de ST. • São basicamente quatro os exames subsidiários utilizados para o diagnóstico da dissecção de aorta e suas variantes: ecocardiografia, tomografia, ressonância magnética e aortografia. • Esses exames, além de estabelecerem o diagnóstico, visam a dar informações anatômicas precisas para o estabelecimento da conduta. → Ecocardiograma • Pode ser tanto transtorácico como transesofágico. • O ecocardiograma transtorácico (ETT) assume grande importância na dissecção da aorta, por ser método disponível na maioria dos hospitais. • A ETT pode mostrar um flap da intima, parede aórtica espessada e derrame pericárdico ou tamponamento. • Se houver suspeita de dissecção, a ETT não deverá ser escolhida como primeiro teste para avaliação, pois pode ocorrer demora no diagnóstico. • Em situação de emergência, contudo, a ETT poderá ser realizada rapidamente e ajudar a determinar as características que complicam a dissecção, como as anormalidades de movimento de parede associadas. • VANTAGENS: o É barato, não-invasivo e pode ser feito à beira do leito, fornecendo importantes informações na identificação da ruptura intimal, que é o rótulo do diagnóstico. o É muito sensível e específico na dissecção do tipo A, sendo pouco informativo na dissecção da aorta descendente, em que o ecocardiograma transesofágico se mostra superior. • Ele permite, também, verificar a presença de hemopericárdio, insuficiência aórtica e, ainda, alteração de movimentação da parede ventricular, o que poderia sugerir infarto atual ou doença arterial coronária (DAC) associada. • Eco transesofágico (ETE) o Para as úlceras penetrantes de aorta e hematomas parietais, o eco transesofágico é muito superior. o A ETE tem alta sensibilidade para a avaliação e o diagnóstico da dissecção aórtica aguda (sensibilidade de -94 a 97%). Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV o A adequada sedação é importante para evitar uma resposta hipertensiva ao procedimento, muitas vezes relacionada ao desconforto do paciente. o A ETE é menos sensível para a detecção de laceração da Intima. → Tomografia • A tomografia com contraste com ou sem reconstituição helicoidal fornece importantes informações, permitindo reconstruir a aorta em toda a sua extensão, sendo fundamental para a dissecção tipo B no estabelecimento da anatomia da dissecção, com a presença ou não de heterotaxia visceral. • É exame soberano na dissecção crônica quando se necessita saber do envolvimento ou não de vasos viscerais, assim como da evolução da falsa luz em pacientes pós- tratamento clínico. → Ressonância • A ressonância magnética é imprópria para a fase aguda, sendo mais utilizada nas fases crônicas para acompanhamento dos pacientes, considerada, assim, padrão de referência nessas situações. → Aortografia • O estudo hemodinâmico com aortografia está em desuso por oferecer risco ao paciente e pelo fato da tomografia e da ecocardiografia menos invasivas fornecerem as informações necessárias. • O cateterismo cardíaco seria necessário apenas se houvesse necessidade de se avaliar as coronárias, no que ele é insubstituível. → Exames laboratoriais • Os biomarcadores podem diagnosticar ou excluir de maneira confiável a dissecção aórtica aguda. • A liberação de proteínas da musculatura lisa, os fragmentos solúveis de elastina e de miosina de cadeia pesada e os isoformas BB de creatina quinase sãorelatados após dissecção aórtica. • Os níveis do dímero D são elevados na embolia pulmonar e podem se elevar na dissecção aórtica. • Um nível de dímero D acima de 1.600 ng/ml nas primeiras horas de apresentação mostrou uma relação de probabilidade positiva, sugerindo que este teste pode ser útil para identificar pacientes com grande probabilidade de dissecção aórtica aguda. → TRATAMENTO • Os objetivos do tratamento médico são: estabilizar o paciente, controlar a dor, diminuir a pressão arterial e reduzir a taxa de elevação ou força (dP/dt) da ejeção ventricular esquerda. • Essas medidas são realizadas imediatamente, enquanto o paciente é submetido à avaliação diagnóstica. • Reduzir a pressão arterial pode ajudar a prevenir maior propagação da dissecção, diminuindo o risco de ruptura aórtica. • A dissecção aórtica é uma condição altamente letal. • De imediato, sendo diagnosticada a dissecção de aorta, bem como a classificação dessa, deve-se realizar a internação do paciente na UTI, realizando monitorização contínua. • A partir daí, deve-se administrar analgesia para a dor, podendo-se utilizar a morfina, avaliando o risco de hipotensão do paciente. → Controlar a frequência cardíaca e a pressão arterial do paciente. • Para isso, utilizam-se betabloqueadores, a fim de trazer a frequência cardíaca do doente para cerca de 60 bpm, bem como a sua pressão arterial sistólica para níveis entre 100 e 120 mmHg, alcançando valores pressóricos médios de 60 a 75 mmHg. Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV • Pode-se utilizar o labetalol intravenoso, administrando-se 20mg em 2 minutos. • No caso de pacientes refratários, pode-se administrar o nitroprussiato de sódio para diminuir a pressão arterial minuto a minuto, sendo utilizado 0,5 a 0,8 µg/kg/min. • No caso de contraindicação a betabloqueadores, pode-se lançar mão de bloqueadores de canal de cálcio, como verapamil ou diltiazem. → Cirurgias • Feito esse manejo inicial, nesse momento, a classificação da lesão entra como critério decisivo para a conduta terapêutica a ser seguida. DISSECÇÕES TIPO A (TIPO I E II DE DEBAKLEY) • Lesões que envolvam a aorta ascendente, ou seja, dissecções do tipo A de Stanford (ou tipo I e II de DeBakey), está indicado o tratamento cirúrgico a fim de minimizar o risco à vida do paciente, dadas as possíveis complicações de lesões desse tipo, que incluem ruptura, tamponamento cardíaco, insuficiência aórtica grave ou AVE. • No procedimento, o segmento doente é substituído por uma prótese aórtica, com reimplantação dos ramos coronarianos, bem como dos troncos arteriais relacionados ao território da lesão, como tronco braquiocefálico e artérias carótida comum e subclávia esquerdas. Fonte da imagem: Sabiston, Textbook of Surgery, 20th Ed., Elsevier DISSECÇÕES TIPO B • No caso de dissecções agudas do tipo B, essas estão sob um risco mais baixo de complicações, tendendo a evoluir bem com a terapia clínica, bem como com o reparo endovascular ou cirúrgico. • Geralmente, na ausência de complicação grave, após o manejo inicial e boa evolução, podem ser acompanhados e tratados com a terapia medicamentosa para controlar a frequência cardíaca e a pressão arterial, sendo que podem receber atendimento rotineiro ambulatorial, monitorando a lesão aórtica. • De ser feita uma avaliação (TC/ RNM) de 6- 12 meses. • Porém, nos casos de complicações associadas, como isquemia de órgão-alvo, indica-se o tratamento intervencionista, como cirurgia ou reparo endovascular. • Caso haja necessidade de reparo cirúrgico aberto, esse consiste na troca do vaso ou fenestração da aorta abdominal, de modo a aliviar a má perfusão visceral ou de membros. • Pode-se obter um efeito semelhante ao tratar os pacientes por via endovascular, tratamento esse no qual o retalho de dissecção é perfurado ao nível da fenestração desejada, alargando a sua reentrada por meio de um balão insuflado, podendo ser realizada uma angioplastia isolada ou com a colocação subsequente de um stent dentro da fenestração. → Complicações dos procedimentos endovasculares • As complicações dos procedimentos endovasculares do endopróteses podem incluir dissecção retrógrada (convertendo uma dissecção do tipo B para do tipo A), criação ou piora da má perfusão e enchimento contínuo do falso lúmen, com incapacidade para a indução da trombose. Fonte da imagem: Sanarflix – Resumo Dissecção de aorta → REFERÊNCIAS • Tratado de Doenças Cardiovasculares - Braunwald - 9ed. • Serrano - Tratado de Cardiologia SOCESP - 2ª Edição. • Sabiston Tratado de Cirurgia, 19 ed- Courtney Townsend – OCR. • Resumo Sanarflix – Dissecção Aguda de aorta.
Compartilhar