PREPARATÓRIO PARA OAB Professor: Dr. Marcel Leonardi DISCIPLINA: DIREITO CIVIL Capítulo 2 Aula 2 DAS PESSOAS JURÍDICAS Coordenação: Dr. Flávio Tartuce 01 Das Pessoas Jurídicas "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Pessoa jurídica é a união de pessoas naturais ou de patrimônios, com o objetivo de alcançar certas finalidades. Essa união é reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e de obrigações, ou seja, atribui-se a essa união de pessoas ou de patrimônios uma personalidade jurídica distinta da personalidade de seus membros. Quanto às funções e à capacidade, as pessoas jurídicas são de direito público e de direito privado. As pessoas jurídicas de direito público podem ser de direito público externo ou de direito público interno. A própria lei define isto. Por exemplo, o artigo 41 do Código Civil dispõe que são pessoas jurídicas de direito público interno: a União; os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; os municípios, as autarquias, e as demais entidades de caráter público criadas por lei, e o Parágrafo Único observa que Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. Já o artigo 42 trata das pessoas jurídicas de direito público externo, e diz o seguinte: São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. O artigo 43 do Código Civil diz o seguinte: As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvando direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. Este artigo estabelece uma regra muito importante de responsabilidade civil, que é a responsabilidade objetiva do Estado, baseada na teoria do risco. Por essa teoria, cabe indenização estatal de todos os danos causados, por comportamento dos funcionários, a direitos de particulares. Trata-se, assim, da responsabilidade objetiva do Estado, bastando a comprovação da existência do prejuízo. O artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, dispõe que "as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de culpa ou dolo". A Constituição consagra, portanto, o princípio de que as pessoas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos respondem pelos danos que seus funcionários causem a terceiros, sem distinção da categoria do ato. Isso é também chamado de teoria do risco administrativo, pelo qual, para gerar a responsabilidade do Poder Público, basta que exista dano e nexo de causalidade com o ato do funcionário e que este se ache em serviço no momento do evento prejudicial a direito de particular. Ou seja, não requer dolo nem culpa do agente público, sendo suficiente que tenha ele causado dano a terceiro para gerar a responsabilidade do Estado. O Poder Público, por sua vez, tem direito de regresso contra o agente, ou seja, contra o efetivo causador do dano, desde que tenha havido culpa ou dolo por parte dele, de forma a não ser o patrimônio público desfalcado pela sua conduta ilícita. O artigo 44 diz que são pessoas jurídicas de direito privado: as associações; as sociedades; as fundações. Parágrafo Único. As disposições concernentes às associações aplicam-se, subsidiariamente, às sociedades que são objeto do Livro II da Parte especial deste Código. Aula 2 02 As pessoas jurídicas de direito privado são instituídas por iniciativa de particulares, e se dividem em associações, sociedades simples e empresarias e as fundações particulares. Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo Único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. De acordo com o artigo 46 do Código Civil, o registro declarará: 1) a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; 2) o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; 3) o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; 4) se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; 5) se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pela obrigações sociais; 6) as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. Como eu destaquei, somente com o registro ocorre a aquisição da personalidade jurídica. Esse registro de atos constitutivos de sociedade simples é feito no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, enquanto que as sociedades empresárias são registradas no Registro Público de Empresas Mercantis. Quando se trata de sociedade simples de prestação de serviços, o registro é feito pelo oficial de Registro Público; quando se trata de sociedade empresária comercial, o registro é feito na Junta Comercial. E como a pessoa jurídica exerce sua personalidade jurídica? Através de seus administradores. O artigo 47 do Código Civil especifica que obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. Esse artigo trata da capacidade da pessoa jurídica, que decorre da personalidade que a ordem jurídica lhe reconhece quando de seu registro. Assim, a pessoa jurídica pode exercer direitos subjetivos, não se limitando apenas à esfera patrimonial. Em razão disso, a pessoa jurídica tem direito à personalidade (como o direito à identificação, à liberdade, à própria existência, à boa reputação); direitos reais (ser proprietária, usufrutuária etc); direitos industriais; direitos obrigacionais (de contratar, comprar, vender, alugar etc.); e direitos à sucessão, pois pode adquirir bens causa mortis. A pessoa jurídica necessita de uma pessoa natural para representá-la ativa e passivamente, exteriorizando sua vontade, nos atos judiciais ou extrajudiciais. Essa pessoa, em regra, é indicada nos estatutos da própria pessoa jurídica e, na sua omissão, ela será representada pelos seus diretores. O Código de Processo Civil inclusive trata da representação das pessoas jurídicas de direito público interno, mencionando que a União, os Estados, o Distrito Federal e do Territórios serão representados em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, e os Municípios, por seu prefeito ou procurador. Este artigo do Código estabelece uma importante regra, que é a da vinculação da pessoa jurídica aos atos praticados pelos administradores. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa