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Direito Administrativo (58)

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PREPARATÓRIO PARA OAB
Professora: Dra. Claudia Tristão
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL
Capítulo 10 Aula 3 
DIREITO DAS SUCESSÕES
Coordenação: Dr. Flávio Tartuce
01
Sucessão Testamentária
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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1. Sucessão testamentária
À medida em que se individualiza a propriedade, sente o homem a necessidade de se afirmar depois da 
morte, escolhendo aquele que lhe receba os haveres. E a primeira noção de transferência de bens por 
declaração de vontade aparece como ato de adoção (adoptio in hereditatem), que seria a origem genética 
do testamento.
O novo Código Civil, assim como o anterior, permite a coexistência das duas modalidades de sucessão, ao 
mesmo tempo, quais sejam: legítima e a testamentária, previstas, respectivamente, nos artigos 1.829 e 
1.857.
Definição: Caio Mário da Silva Pereira "sucessão testamentária é aquela que se dá em obediência à vontade 
do defunto, prevalecendo, contudo, as disposições legais naquilo que constitua 'ius cogens' bem como no 
que for silente ou omisso o instrumento". 
Testamento: é o ato pelo qual uma pessoa dispõe de seus bens para depois de sua morte, ou faz outras 
declarações de última vontade. Trata-se de negócio jurídico unilateral, de caráter personalíssimo, solene, 
gratuito e revogável.
Capacidade para testar: o testamento, como todo negócio jurídico, deve obedecer à regra geral a qual 
condiciona sua validade a agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou defesa em lei (artigo 104 do C.C.)
O artigo 1.860 dispõe que "além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiveram 
pleno discernimento". No que diz respeito à incapacidade, seja ela relativa ou absoluta, é conveniente 
verificar os artigos 3º e 4º do C.C.. Todas as pessoas têm capacidade para testar, inclusive os maiores de 
dezesseis anos.
Tudo leva a crer que a intenção do legislador era não só apontar os que são incapazes de fazer o testamento, 
mas também esclarecer que no momento de testar essas pessoas não tinham discernimento pleno, fato que 
poderá ocorrer de uma causa permanente ou transitória.
Importante: Os atos da vida civil não podem ser praticados pelos relativamente incapazes, salvo se 
assistidos pelos seus representantes legais, (artigo 4º, Inciso I, C.C.), mas esclarece o artigo 1.860 que é 
considerada plenamente capaz para testar a pessoa a partir de dezesseis anos de idade e outorgará o 
testamento sem assistência do representante legal, até porque, sendo o testamento um ato personalíssimo 
(artigo 1.858), não pode o testador ficar sujeito à assistência, autorização ou anuência de quem quer que 
seja.
Aula 3
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Também não será invalidado o testamento em razão de incapacidade posterior ao testamento. O ato será 
válido e eficaz. Já o testamento realizado por incapaz não terá validade com a superveniência da 
capacidade (artigo 1.861).
Validade do testamento: A invalidade tem patamares diferenciados operados na nulidade (artigo 166) e 
anulabilidade (artigo 171).
Aprendemos que todo ato nulo é insuscetível de ratificação, e nem se aperfeiçoa com o tempo. 
Importante: Entretanto, o artigo 1.859 estabelece o prazo de cinco anos, a contar do registro do testamento, 
o direito de argüir a sua validade. Trata-se de expressa exceção do artigo 169, justamente porque o 
testamento é ato de disposição de última vontade, e se, passados os cinco anos, contados da data em que foi 
registrado, não mais poderá ser argüida a sua invalidade.
Registro do testamento será realizado por ordem judicial, observados os requisitos dos artigos 1.125 a 1.127 
do Código de Processo Civil.
Captação da vontade: Captação, como ensina Clóvis Beviláqua: "é o emprego de artifícios para conquistar 
a benevolência de alguém, no intuito interessado de obter liberalidades de sua parte, em favor do captante 
ou de terceiros". 
Como todo negócio jurídico, o testamento é anulável por vício do consentimento, ou seja, por erro, dolo ou 
coação. Mas, se alguém fazer-se estimar pelo testador, despertar nele um sentimento de simpatia, de modo 
que venha a contemplar essa pessoa em seu testamento, esse ato, chamado de captação inocente, não é 
considerado vício do consentimento porque não foram utilizados recursos considerados ilícitos. Muito 
embora seja a conduta considerada moralmente ilícita, no campo do direito é necessário que esta afeição 
simulada venha acompanhada de medidas fraudulentas para que o ato seja considerado anulável.
A prescrição da ação de anulabilidade fundada em vício do consentimento prescreve em quatro anos 
(artigo 1.909).
Formas de testamento: O testamento é negócio jurídico solene e sua eficácia está subordinada à obediência 
de forma prescrita em lei. Portanto, mesmo que realizado espontaneamente, o ato não terá eficácia para 
transferir a propriedade do patrimônio do testador para os herdeiros e legatários se a vontade for externada 
de modo diverso do prescrito em lei. O ato será nulo.
Deve-se também esclarecer que a lei não permite o testamento conjuntivo ou de mão comum, ou seja, 
aquele em que duas pessoas, mediante um só instrumento, por um mesmo ato, dispõem de seus bens. Pode 
ser simultâneo, quando os testadores dispõem em benefício de terceiros; recíproco, quando os testadores se 
instituem um ao outro; correspectivo, quando o benefício outorgado por um dos testadores, ao outro, 
retribui vantagem correspondente. 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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Quanto às formas, propriamente ditas, temos três espécies de testamento ordinário: 1) público, 2) cerrado 
ou místico, e 3) particular. Ao lado das formas ordinárias, temos também os testamentos especiais: 1) 
marítimo, 2) aeronáutico e o 3) militar (artigo 1.886).
O testamento público é escrito pelo tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de notas, de acordo com 
as declarações do testador, em língua nacional. Depois de lido em voz alta, na presença de duas 
testemunhas, será assinado pelo testador, pelas testemunhas e pelo tabelião.
A cegueira, a surdez e o analfabetismo não impedem esta espécie de testamento. Ao cego somente é 
permitido testar por esta via (pública), devendo o instrumento ser lido em voz alta duas vezes, uma pelo 
tabelião, outra por uma das testemunhas designadas pelo testador (artigo 1.867). Ao surdo, poderá ele ler, 
se souber; se não, designará quem o faça em seu lugar, na presença de testemunhas (artigo 1.866). E por 
fim, ao analfabeto, depois de lido o testamento, pedirá que uma das testemunhas assine a seu rogo (artigo 
1.865).
O testamento cerrado está regulado nos artigos 1.868 a 1.875. É escrito pelo testador, ou por outra pessoa 
a sua ordem, e por ele assinado. Feito o testamento, o testador deve entregá-lo ao tabelião, na presença de 
duas testemunhas, declarando ser aquele seu testamento, que deseja vê-lo aprovado. O tabelião, por sua 
vez, lançará o auto de aprovação, declarando que o testador, na presença das testemunhas, entregou-lhe 
aquele instrumento para ser aprovado. Uma vez lido pelo tabelião, será assinado por ele, pelas testemunhas 
e pelo testador.
Feito isso, o tabelião cerra e cose o instrumento aprovado, entregando-o ao testador, ao mesmo tempo em 
que lança em seu livro, nota do lugar, dia mês e
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