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A Glória Eterna

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A Glória Eterna 
 
 
 
 
Por Wilhelmus à Brakel (1635-1711) 
 
Traduzido, Adaptado e 
Editado por Silvio Dutra 
 
 
 
 
Out/2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
A474 
 à Brakel, Wilhelmus (1635-1711) 
 A glória eterna / Wilhelmus à Brakel, 
 Tradução e adaptação Silvio Dutra Alves – 
 Rio de Janeiro, 2019. 
 50p.; 14,8 x21cm 
 
 1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé. 4. Graça. 
I. Título. 
 CDD 252 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Após a conclusão do julgamento e a expulsão 
dos ímpios para o inferno, o Senhor Jesus 
conduzirá os eleitos à glória eterna (Sl 73:24), a 
casa do Pai na qual existem muitas mansões 
(João 14: 2), a casa não feita com mãos, eterna 
nos céus (2 Cor 5: 1), o terceiro céu, ou paraíso (2 
Cor 12: 2,4), a cidade que tem fundações e cujo 
construtor e criador é Deus (Hebreus 11:10), a 
alegria do Senhor (Mateus 25:21) e o reino 
celestial (2 Tim 4:18). Ele lhes dará a vida eterna 
(João 10:28), colocará a coroa da justiça sobre a 
cabeça deles, (2 Tim 4: 8), concedendo-lhes a 
coroa da vida (Tiago 1:12) e fazendo-os 
participantes de “uma herança incorruptível, e 
imaculada, e que não se desvanece, reservada 
no céu” (1 Pedro 1: 4). Além disso, eles 
desfrutarão daquilo que o Senhor Jesus 
mereceu e pediu por eles: “Pai, a minha vontade 
é que onde eu estou, estejam também comigo os 
que me deste, para que vejam a minha glória que 
me conferiste, porque me amaste antes da 
fundação do mundo.” (João 17:24). 
O próprio Deus, que sozinho é onipotente, sábio 
e misericordioso, construiu o terceiro céu, 
Hebreus 11:10, e preparou este reino desde a 
fundação do mundo para Seus abençoados (Mt 
25:34). Ele os escolheu desde o princípio para a 
salvação (2 Ts 2:13), Ele enviou Seu Filho ao 
4 
 
mundo para salvar Seu povo (Mateus 1:21), e é 
Seu prazer dar-lhes o reino (Lucas 
12:32). “Porque dele, e por ele e para ele são todas 
as coisas: a quem seja a glória para sempre” 
(Romanos 11:36). O Filho, nosso Senhor Jesus 
Cristo, ganhou e mereceu a salvação para os 
eleitos. "O dom de Deus é a vida eterna através 
de Jesus Cristo, nosso Senhor” (Romanos 6:23); 
quem é “... o capitão de sua salvação”, Hb 2:10, 
que “também pode salvá-los perfeitamente”, 
Hb 7:25, e tem dito: "Dou a minha vida pelas 
ovelhas ... e dou-lhes a vida eterna", João 10: 
15,28. Portanto, ele carrega o título Salvador, 
pois o homem nada contribui para a 
salvação; ele é levado a ele e posteriormente 
conduzido a ele. "Sabei que o SENHOR é Deus; foi 
ele quem nos fez, e dele somos; somos o seu 
povo e rebanho do seu pastoreio.” (Sl 100: 
3). “Que nos salvou e nos chamou com santa 
vocação; não segundo as nossas obras, mas 
conforme a sua própria determinação e graça 
que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos 
tempos eternos.” (2 Tim 1: 9). Portanto, “Não a 
nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá 
glória, por amor da tua misericórdia e da tua 
fidelidade.”(Sl 115: 1). 
Os eleitos, que são preordenados, são aqueles 
que se tornarão participantes da salvação: “E aos 
que predestinou, a esses também chamou; e aos 
5 
 
que chamou, a esses também justificou; e aos 
que justificou, a esses também glorificou.” (Rm 
8:30); eles são os abençoados do Pai: “então, dirá 
o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, 
benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino 
que vos está preparado desde a fundação do 
mundo.” (Mt 25:34); são aqueles que foram 
dados a Cristo pelo Pai: “Pai, a minha vontade é 
que onde eu estou, estejam também comigo os 
que me deste, para que vejam a minha glória que 
me conferiste, porque me amaste antes da 
fundação do mundo.” (João 17:24); e eles são 
crentes: “Aquele que crer no Filho tem a vida 
eterna” (João 3:36). Eles sozinhos e todos eles são 
as pessoas que irão desfrutar da felicidade. 
Os piedosos diferem em glória no céu 
Pergunta: No céu, uma pessoa terá uma maior 
medida de glória do que outra? 
Resposta: Alguns acham que não será esse o 
caso, enquanto outros acreditam que existem 
vários graus. Mantemos que todos os que são 
glorificados serão cheios de felicidade a 
transbordar; isto é, tanto quanto eles podem 
suportar. Portanto, não haverá falta de mais, 
nem isso será possível. Será impossível ser 
privado de qualquer coisa lá. 
6 
 
"Quanto a mim, contemplarei a tua face em 
retidão; ficarei satisfeito, quando acordar, com a 
tua semelhança" (Sl 17:15). 
Como um navio pode, no entanto, conter mais 
do que outro navio, embora todos estejam 
cheios, acreditamos que também um irá se 
destacar do outro na glória. Isto não é, no 
entanto, devido ao mérito. Os papistas mantêm 
isso quando dizem que virgens, monges, 
ministros e mártires que se destacam no mérito 
aqui, também o serão lá. Antes, com base em 
Sua graça soberana, Deus elevará em glória 
aqueles que fizeram ou sofreram muito como 
testemunhas de Seu Nome. Isso é evidente nas 
seguintes passagens: 
Primeiro: “Os que forem sábios, pois, 
resplandecerão como o fulgor do firmamento; e 
os que a muitos conduzirem à justiça, como as 
estrelas, sempre e eternamente.” (Dn 12: 3). No 
versículo 2, o profeta relata em que todos os 
crentes serão participantes iguais: vida eterna. 
Posteriormente, no versículo 3, é feita uma 
distinção entre ministros e aqueles que foram 
instrumentos na conversão de muitos. Eles 
brilharão especialmente como o brilho do 
firmamento e como as estrelas. 
7 
 
Em segundo lugar, “Uma é a glória do sol, outra, 
a glória da lua, e outra, a das estrelas; porque até 
entre estrela e estrela há diferenças de 
esplendor. Pois assim também é a ressurreição 
dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, 
ressuscita na incorrupção. Semeia-se em 
desonra, ressuscita em glória.” (1 Cor 15: 
41,42). O apóstolo não indica apenas que os 
mesmos corpos terão características diferentes, 
mas também que essas características diferirão 
em pessoas individuais - uma será mais gloriosa 
que a outra. Há uma diferença entre o brilho do 
sol, da lua e das estrelas, e também as estrelas 
entre si diferem em brilho. 
Terceiro: “E isto afirmo: aquele que semeia 
pouco, pouco também ceifará; e o que semeia 
com fartura com abundância também ceifará.” 
(2 Cor 9: 6). Essa promessa não pertence a esta 
vida, pois isso nem sempre ocorre. Pelo 
contrário, pertence à vida eterna, que é 
confirmada em Gl 6: 8, onde o apóstolo declara: 
“Porque o que semeia para a sua própria carne 
da carne colherá corrupção; mas o que semeia 
para o Espírito do Espírito colherá vida eterna.” 
A palavra “moderadamente” é contrastada com 
“abundantemente”. Não é indicativa de falta, 
mas de uma diferença de grau. 
8 
 
Quarto, considere (Lucas 19: 12-19). “E chamou 
seus dez servos, e lhes entregou dez libras, e 
disse a eles, se ocupem até que eu venha” vs. 
13; “Tens autoridade sobre dez cidades” vs. 17; “e 
tu sobre cinco cidades” vs. 19. 
Não é apenas relatada a recompensa dos servos 
fiéis, e o fato de haver uma recompensa em 
sentido geral (como é o caso de Mateus 25: 
21,23), mas também a medida da recompensa 
dada de acordo com o lucro de cada pessoa. Isto 
é figurado expressamente por ter autoridade 
sobre dez ou cinco cidades. 
Quinto, “Todo homem receberá sua própria 
recompensa, de acordo com seu próprio 
trabalho” (1 Cor 3: 8). Nós também não temos 
um contraste aqui entre os fiéis e os infiéis, e 
entre o bem e o mal, nem é dito deles que o o 
bem deve ser recompensado e o mal 
punido. Antes, o apóstolo fala apenas de servos 
fiéis - de Paulo e Apolo - e relaciona a tarefa de 
cada pessoa. Um é aquele que planta e o outro o 
que rega - mesmo que o plantar uma igreja em 
uma dada localidade requer mais trabalho do 
que administrar aquilo que é subserviente a ela 
em crescimento. Ele declara queambos são 
realmente incapazes de facilitar seu 
crescimento, mas, no entanto, cada um seria 
9 
 
recompensado de acordo com seu trabalho, se 
fosse de maior ou menor importância. 
Sexto: “Muitos ... devem se sentar com Abraão, 
Isaque e Jacó no reino dos céus” (Mt 8:11); 
"Aconteceu morrer o mendigo e ser levado 
pelos anjos para o seio de Abraão; morreu 
também o rico e foi sepultado.” (Lucas 
16:22); “Jesus lhes respondeu: Em verdade vos 
digo que vós, os que me seguistes, quando, na 
regeneração, o Filho do Homem se assentar no 
trono da sua glória, também vos assentareis em 
doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.” 
(Mt 19:28). A referência aqui é ao céu, pois 
Abraão, Isaque e Jacó não pertencem à igreja 
aqui na terra. 
Lázaro gostava de sentar-se com Abraão depois 
que ele morrera e os apóstolos sentaram-se nos 
doze tronos quando Cristo se sentou no trono de 
Sua glória. Após esse estado de tempo, haveria 
uma diferença entre Abraão, Isaque e Jacó e os 
muitos que se sentariam com eles; entre Abraão 
e Lázaro; e entre os apóstolos e outros crentes - 
ou seja, que os apóstolos se sentariam nos doze 
tronos, o que não é dito sobre outros neste 
texto. A partir disso, é evidente que haverá uma 
diferença de grau na medida da glória. 
10 
 
Objeção 1: “Ao cair da tarde, disse o Senhor da 
vinha ao seu administrador: Chama os 
trabalhadores e paga-lhes o salário, começando 
pelos últimos, indo até aos primeiros. Vindo os 
da hora undécima, recebeu cada um deles um 
denário. Ao chegarem os primeiros, pensaram 
que receberiam mais; porém também estes 
receberam um denário cada um.” (Mt 20: 8-
10). Salários iguais foram dados àqueles que 
trabalharam muito ou pouco e, portanto, não há 
graus no céu. 
Resposta: (1) O objetivo aqui é mostrar que a 
recompensa não é meritória, mas é dada por 
graça gratuita. 
(2) O centavo não deve ser entendido como uma 
referência à vida eterna, pois não haverá 
ninguém que tenha um mau-olhado e e quem 
murmure. 
Objeção 2: Todos os crentes são participantes 
iguais da mesma eleição, satisfação de Cristo, 
justificação, adoção de filhos e a designação de 
herdeiros. Assim, eles também são 
participantes iguais da glorificação. Isso prova 
que não há graus em glorificação. 
Resposta: Esse argumento é inútil, pois, pelo 
mesmo argumento, podemos concluir que os 
11 
 
crentes são todos igualmente participantes na 
santificação. A experiência e as Escrituras 
ensinam que não é assim, mas que nesta vida há 
pais em Cristo, rapazes e crianças. Assim como 
existem graus nesta vida em relação à graça e ao 
seu resultado, também da mesma forma na 
recompensa. O menor deles, no entanto, será 
preenchido para transbordar e eternamente 
gozará de tanta glória e felicidade quanto ele 
seja capaz de conter. No entanto, isso deve nos 
motivar a fazer e sofrer muito por Cristo. 
Os santos se reconhecerão no céu 
Pergunta: Haverá reconhecimento mútuo no 
céu? 
Resposta : Mesmo que esse conhecimento não 
seja o que é aqui (associado a um 
relacionamento físico e afetos), acreditamos, no 
entanto, que os ministros conhecerão seus 
membros, membros ao seu ministro, marido à 
esposa, esposa ao marido, pais aos filhos e filhos 
a seus pais. Parentes e conhecidos se 
conhecerão. Além disso, todos os homens de 
renome na Bíblia, e todos os que se destacam na 
glória serão conhecidos por todos. Todos os que 
estão no céu se conhecerão mutuamente por 
revelação divina e pela comunhão eterna eles 
estarão um com o outro. Ninguém será um 
12 
 
estranho para o outro ou será considerado como 
tal por qualquer pessoa, pois não haverá perda 
de memória. A ignorância é uma fraqueza, e não 
haverá imperfeição. A comunhão mútua será 
perfeita lá; não se envolverá ignorantemente, 
mas com conhecimento de causa. Eu creio que 
eles devem contar um ao outro os caminhos 
pelos quais o Senhor os havia guiado. Eles 
devem louvar e magnificar as perfeições de 
Deus que se manifestavam a cada passo do 
caminho. Portanto, eles não serão ocupados 
somente com a contemplação imediata de Deus, 
sem pensar um no outro. Antes, como homens 
glorificados, eles devem ter comunhão juntos, 
glorificando a Deus em conjunto. Os discípulos 
reconheceram Moisés e Elias quando estavam 
no monte santo (Mt 17: 3). Os pobres conhecerão 
seus benfeitores quando "eles puderem recebê-
lo em habitações eternas" (Lucas 16: 9). A 
ausência de parentes não trará tristeza, pois 
todos os relacionamentos e afetos físicos 
cessam lá. A justiça de Deus dará tanta razão 
para alegria e render glória a Deus quanto Sua 
bondade. 
Que eles tenham a capacidade de falar é 
evidente pelo fato de que a incapacidade de falar 
é uma imperfeição. Como mais eles poderiam 
cantar louvores? Moisés e Elias conversaram 
13 
 
com Cristo, com o objetivo de render glória a 
Deus. 
Acreditamos, no entanto, que a diferença entre 
as línguas cessará, sendo esta uma 
conseqüência do pecado. Contudo, qual idioma 
será falado não é conhecido. Pode ser a língua 
que Adão falou, que até o momento em que as 
línguas foram confusas (um período de quase 
dois mil anos) era a única língua –
provavelmente a língua hebraica. Talvez seja 
uma linguagem que permita aos santos 
expressar melhor a essência dos assuntos 
celestes do que qualquer linguagem terrena, 
geralmente derivada de assuntos 
temporais. Qualquer que seja o idioma, no 
entanto, será para a glorificação de Deus. 
Os elementos essenciais da glória dos filhos de 
Deus 
Vamos agora considerar o assunto em si; isto é, 
aquilo que constitui a glória dos filhos de 
Deus. Essa glória é muito grande, como é 
confirmado em primeiro lugar por sua natureza 
inexprimível. Qualquer um que receba apenas 
um vislumbre e desfrute, senão um pouco disso 
ficará estupefato e sua caneta irá parar, pois ele 
não será capaz de encontrar palavras para 
expressá-lo. Ele terá vergonha das expressões 
14 
 
que usa a respeito, pois elas não correspondem 
ao próprio assunto. Quando Davi deseja 
expressar isso, tudo o que ele pode dizer é: 
“Como é grande a tua bondade, que reservaste 
aos que te temem, da qual usas, perante os filhos 
dos homens, para com os que em ti se 
refugiam!” (Sl 31:19). Se alguém puder nos dizer 
algo sobre isso, deve ser Paulo, porque ele foi 
arrebatado ao terceiro céu. Tudo o que ele pôde 
dizer sobre isso, porém, foi que ele “ouviu 
palavras indizíveis, que não é lícito ao homem 
pronunciar”, 2 Cor 12: 4 - portanto, assuntos 
indizíveis. E mesmo se alguém fosse capaz de 
expressar de certa forma, mais 
particularmente, ninguém seria capaz de 
entendê-lo, a menos que fosse de uma natureza 
mais celestial. 
A natureza inexprimível e incompreensível 
dessa glória não deve nos fazer pensar menos 
em salvação, mas deve nos instigar a pensar em 
maior glória. Contudo, o Senhor revelou grande 
parte do céu em Sua Palavra, e tornou 
conhecido às almas de Seus filhos, para que eles 
possam conhecer o suficiente do céu para 
capacitá-los a suportar todas as tribulações e ter 
o desejo de ser um participante dessa salvação. 
Em segundo lugar, aquilo que o único Deus 
sábio e onipotente concebeu e pensou dentro de 
15 
 
si (deixe-me falar como homem), a saber, para 
exaltar o homem ao mais alto nível de felicidade, 
enchê-lo de glória incompreensível e deleitar-
se e glorificar-se em Seus santos e seja admirado 
em todos os que creem em 2 Ts 1:10, deve ser 
glorioso para o mais elevado grau. Portanto, 
Deus, que é o Criador do céu e da terra, é 
chamado de Construtor e Criador do céu. 
“Pois ele procurou uma cidade que tem 
fundamentos, cujo construtor e criador é Deus” 
(Hb 11:10). 
Terceiro, isso deve ser deduzido do fato de que 
aqueles a quem Deus leva à salvação são Seus 
filhos. Ele reserva o seu melhor para seus 
filhos. Homens de renome fornecem grandes 
heranças para seus filhos. Será que oque o 
grande Deus preparou para Seus filhos amados 
não é o mais eminente? “Ora, se somos filhos, 
somos também herdeiros, herdeiros de Deus e 
co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, 
também com ele seremos glorificados.” (Rm 
8:17). 
Quarto, isso é evidente quando se considera que 
os meios pelos quais essa salvação foi adquirida 
por eles é de valor inestimável; é o precioso 
sangue de Cristo, o Filho de Deus. O Filho de 
Deus não teria sofrido isso muito para fornecer 
16 
 
ao homem apenas uma pequena medida de 
felicidade. Portanto, quão grande é a salvação 
que tem sido comprada a um preço tão 
alto! “Porque convinha que aquele, por cuja 
causa e por quem todas as coisas existem, 
conduzindo muitos filhos à glória, 
aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor 
da salvação deles.” (Hebreus 2:10). 
Em quinto lugar, deve-se considerar, além 
disso, que quando Deus deseja prometer a Seus 
filhos a maior benção, Ele lhes promete a vida 
eterna. “Ao que vencer, darei que coma da 
árvore da vida, que está no meio do paraíso de 
Deus. ...Ele ...não será ferido pela segunda 
morte. A quem vencer, darei a comer do maná 
escondido, e lhe darei uma pedra branca, e na 
pedra um novo nome escrito, que ninguém 
conhece exceto quem a recebe” (Apo 2: 
7,11,17); “O vencedor será assim vestido de 
vestiduras brancas, e de modo nenhum 
apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo 
contrário, confessarei o seu nome diante de 
meu Pai e diante dos seus anjos., ... Ao vencedor, 
fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus... Ao 
vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu 
trono”(Apo 3: 5,12,21); "O que vencer herdará 
todas as coisas” (Apo 21: 7). 
17 
 
Sexto, a salvação constitui toda a esperança e 
conforto dos crentes. Isso lhes permitiu 
suportar todos os tipos de tormento e mortes 
cruéis. Por esta salvação, eles ansiaram com 
grande desejo. “Porquanto considerou o 
opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que 
os tesouros do Egito, porque contemplava o 
galardão.” (Hb 11:26); “... desejando partir e estar 
com Cristo; o que é muito melhor” (Fp 1:23). 
Por tudo isso, pode-se concluir prontamente 
que a felicidade futura será inexprimivelmente 
grande. Você não se atreveria a colocar toda a 
sua confiança nisso, crente? Você não 
abandonaria alegremente tudo o que é do 
mundo, suportaria todo sofrimento e 
corajosamente se envolveria em todas as 
batalhas em troca disso - mesmo que tudo o que 
você pudesse perceber não seja mais do que 
aquilo que você pode deduzir a título de 
conclusão? Certamente, se a fé fosse animada, 
você teria motivos suficientes para desejar isso. 
A experiência da Felicidade 
Eu posso entender que o leitor piedoso deseja 
ouvir um pouco mais sobre o estado de 
felicidade, esperando mais detalhes sobre esse 
assunto a seguir. Devo dizer-lhe, no entanto, que 
não poderei satisfazer seu desejo e 
18 
 
expectativa. Você não está interessado em 
palavras, mas no assunto em si, e isso eu não 
posso lhe dar. Palavras humanas não são capazes 
de expressar o inexprimível. No entanto, desejo 
mencionar algumas coisas. Que isso agrade ao 
Senhor para torná-lo uma ocasião para alguém 
ter o assunto em vista e começar a prová-
lo. Primeiro vamos dizer o que não estará lá, e 
então o que será experimentado lá, de acordo 
com o corpo e a alma. 
Não haverá nada daquilo que cause ao corpo ou 
à alma qualquer desconforto ou inquietação 
nesta vida. Nenhuma escuridão irá entorpecer a 
mente e nenhum pecado poluirá a alma. A alma 
não será mais deserto e não haverá mais batalha 
contra a carne, o mundo e o diabo. Toda tristeza, 
dor, mágoa, ansiedade e medo terão sido 
eliminados. Não haverá pobreza, oposição, 
opressão, fome ou qualquer outra coisa que 
afligisse a alma e o corpo. “E lhes enxugará dos 
olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já 
não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque 
as primeiras coisas passaram.” (Apo 21: 
4); “Jamais terão fome, nunca mais terão sede, 
não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum.” 
(Apo 7:16). 
Em vez de miséria, haverá tudo o que pode 
satisfazer a alma e o corpo. O corpo será vestido 
19 
 
com glória e “o qual transformará o nosso corpo 
de humilhação, para ser igual ao corpo da sua 
glória” (Fp 3:21). Além disso, uma vez que o 
corpo terá uma visão e audição perfeitas, nada 
vai faltar para tornar um homem feliz. Tudo 
estará presente lá e será subserviente à glória de 
Deus. No entanto, o que os olhos e ouvidos verão 
e ouvirão está escondido de nós. Em geral, 
podemos dizer que o que quer que seja visto e 
ouvido, será maravilhoso, alegre e arrebatador. 
O céu, como localidade, é inexprimivelmente 
grande e cheio de glória divina. É descrito para 
nós em sentido figurado em Apo 21, e existe 
comparando-se com as circunstâncias mais 
eminentes que podem ser interpretadas na 
Terra. 
"16 A cidade é quadrangular, de comprimento e 
largura iguais. E mediu a cidade com a vara até 
doze mil estádios. O seu comprimento, largura e 
altura são iguais. 
17 Mediu também a sua muralha, cento e 
quarenta e quatro côvados, medida de homem, 
isto é, de anjo. 
18 A estrutura da muralha é de jaspe; também a 
cidade é de ouro puro, semelhante a vidro 
límpido. 
20 
 
19 Os fundamentos da muralha da cidade estão 
adornados de toda espécie de pedras preciosas. 
O primeiro fundamento é de jaspe; o segundo, 
de safira; o terceiro, de calcedônia; o quarto, de 
esmeralda; 
20 o quinto, de sardônio; o sexto, de sárdio; o 
sétimo, de crisólito; o oitavo, de berilo; o nono, 
de topázio; o décimo, de crisópraso; o undécimo, 
de jacinto; e o duodécimo, de ametista. 
21 As doze portas são doze pérolas, e cada uma 
dessas portas, de uma só pérola. A praça da 
cidade é de ouro puro, como vidro transparente. 
22 Nela, não vi santuário, porque o seu santuário 
é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. 
23 A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, 
para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a 
iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada.” (Apo 21: 
16-23). 
A irmandade será muito propícia para a 
promoção da alegria. “Assim diz o SENHOR dos 
Exércitos: Se andares nos meus caminhos e 
observares os meus preceitos, também tu 
julgarás a minha casa e guardarás os meus 
átrios, e te darei livre acesso entre estes que aqui 
se encontram.” (Zc 3: 7). Todos os santos (cada 
21 
 
um em sua própria glória, deleite e 
beleza); todos os piedosos de Adão até o dia de 
Cristo; todos os patriarcas, profetas e 
apóstolos; e todos os mártires e aqueles que 
heroicamente lutaram pela verdade, terão 
comunhão uns com os outros, falarão juntos e 
louvarão o nome do Senhor. “E clamavam em 
grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se 
assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a 
salvação. Todos os anjos estavam de pé 
rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres 
viventes, e ante o trono se prostraram sobre o 
seu rosto, e adoraram a Deus, dizendo: Amém! O 
louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de 
graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao 
nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém!” 
(Apo 7: 10-12). 
A Quintessência da Felicidade: Estar na 
Presença de Deus e desfrutar de Sua Irmandade 
O que precede não pode, no entanto, satisfazer a 
alma que tem um desejo infinito e que não 
consegue encontrar realização em qualquer 
outra coisa que não seja o gozo do 
infinito. Portanto, é necessário levar a alma a 
um plano superior. 
22 
 
Primeiro, os crentes estarão para sempre com o 
Senhor. É o sofrimento deles nesta vida que eles 
vivem tão longe do Senhor. 
Isso lhes custa muitas lágrimas. Todo o desejo, 
anseio e prazer deles está centrado na 
comunhão com Deus. 
“No entanto, estou continuamente contigo. ... 
Mas é bom eu me aproximar de Deus” Sl 73: 
23,28. Contudo, haverá comunhão ao mesmo 
tempo imediato e eterno. Isso lhes confere 
conforto nesta vida: “Assimestaremos sempre 
com o Senhor. Portanto consolem-se 
mutuamente com estas palavras” (1 Ts 4: 17-
18). Este era o desejo de Paulo: “Ora, de um e 
outro lado, estou constrangido, tendo o desejo 
de partir e estar com Cristo, o que é 
incomparavelmente melhor.” (Fp 1:23). Isto é a 
promessa feita por nosso fiel Jesus: “... e onde eu 
estiver, também estará meu servo” (João 
12:26). Esta foi a Sua petição: “Pai, desejo que 
também eles, a quem me deste, estejam comigo 
onde estou” (João 17:24). Nós estamos tendo em 
vista o seguinte: “Portanto eles estão diante do 
trono de Deus e O servem dia e noite em Seu 
templo; e Aquele que está sentado no trono 
habitará no meio deles” (Apo 7:15). Oh, como 
será doce sentar-se eternamente sob a sombra 
23 
 
do Deus Todo-Poderoso, bom, amoroso, todo-
suficiente e benevolente! 
Em segundo lugar, a felicidade consiste em ver 
Deus. Deus não pode ser visto com olhos físicos, 
pois Ele é o invisível (1 Tim 6:16; Hb 11:27). O 
Senhor Jesus, de acordo com o corpo, será, no 
entanto, visto com olhos físicos com alegria 
avassaladora e amor por todos os cidadãos do 
céu. Visto que a plenitude da Divindade habitará 
corporal e visivelmente nele, a natureza disso 
será tal que o reflexo da glória divina será visto 
nele. Os crentes verão Jesus em Sua glória, e eles 
falarão com Ele e Ele falará com eles face a 
face. Deus, no entanto, será visto com os olhos 
iluminados do entendimento. Atualmente, o 
crente vê Deus somente de longe e vê apenas 
um raio pequeno, vendo-o por um momento 
fugaz. Isso produz uma alegria maravilhosa para 
a alma; no entanto, é apenas um momento raro 
de breve duração. 
Facilmente desaparece e deixa para trás um 
forte desejo misturado com tristeza naqueles 
que têm visto e provado algo disso. Vez após vez, 
eles devem dizer: 
“Por que, SENHOR, te conservas longe? E te 
escondes nas horas de tribulação?” (Sl 10: 
1); “Até quando, SENHOR? Esquecer-te-ás de 
24 
 
mim para sempre? Até quando ocultarás de 
mim o rosto?” (Sl 13: 1); “Quando virás a mim?” 
(Sl 101: 2); "Mostra-me a tua glória" (Êxodo 
33:18). Então será como o sol em sua luz mais 
clara ao amanhecer. “Porque, agora, vemos 
como em espelho, obscuramente; então, 
veremos face a face. Agora, conheço em parte; 
então, conhecerei como também sou 
conhecido.” (1 Cor 13:12); “Eu, porém, na justiça 
contemplarei a tua face; quando acordar, eu me 
satisfarei com a tua semelhança.” (Sl 17:15). Davi 
disse sobre isso: “Na tua presença há plenitude 
de alegria; à tua direita há prazeres para 
sempre” (Sl 16:11). Quando Deus de forma 
imediata e maneira imanente - de uma maneira 
que Deus atualmente não nos deu 
conhecimento - revelará Suas perfeições 
gloriosas para Seus filhos, fará com que a alma 
experimente que Ele é sua porção, e faça com 
que ela prove a eficácia gratificante disso, 
somente então eles saberão o que significa ver 
Deus glorioso, amoroso, santo, alegre e com 
semblante satisfeito. 
Em terceiro lugar, tal vida por contemplação 
não consistirá nem terminará em mera 
reflexão, mas será acompanhada pelo gozo 
do amor mútuo e perfeito . "Deus é amor" (1 João 
4: 8). Esse amor infinito abrangerá e preencherá 
a alma, e como a alma experimenta o calor e a 
25 
 
doçura deste amor divino, ela responderá a 
Deus de maneira recíproca. No gozo desse amor 
mútuo, desfrutará de uma doçura e alegria 
incompreensíveis que a satisfarão para 
sempre. "O amor nunca falha" (1 Cor 13: 8). 
Quarto, o amor perfeito é a santidade 
perfeita . Visto que a mente contempla Deus em 
perfeição, e a vontade desfruta de Deus em 
amor perfeito e união imediata, não pode haver 
espaço para a imperfeição. "Mas quando chegar 
o que é perfeito, então o que é em parte será 
aniquilado” (1 Cor 13:10). Lá a imagem de Deus 
será perfeita em todos. "Quando eu acordar, 
ficarei satisfeito com a tua semelhança” (Sl 
17:15). Lá eles serão participantes da natureza 
divina perfeitamente (2 Pedro 1: 4). Todos 
brilharão em santo brilho como o sol, a lua e as 
estrelas. Essa perfeição se manifestará em toda 
a comunhão com os santos glorificados, que se 
unirão em perfeito amor. 
Quinto, haverá apenas alegria e bem-
aventurança . "Entre na alegria de teu Senhor" 
(Mt 25:21). Quando a alma pode contemplar 
Deus perfeitamente e ser cercada pela glória do 
Senhor, andando para sempre na luz de Seu 
semblante; quando Deus encherá a alma com 
toda a sua suficiência, a envolverá com o seu 
amor e a obscurecerá com todas as suas 
26 
 
perfeições - como pode ser diferente, a não ser 
que a alma se deleite em uma “paz que 
ultrapassa toda a compreensão”, em adoração 
que trará a alma ao êxtase, e alegria de maneira 
inexprimível e, assim, perder-se-á inteiramente 
em Deus. Oh, quão maravilhoso será quando, 
junto com todos os anjos e os eleitos, pudermos 
reverenciar o Senhor e jubilar para sempre com 
eles o eterno aleluia! 
Em sexto lugar, lembre-se de tudo o que você já 
viu de Deus: toda a alegria e paz que você já 
experimentou, todas a união e comunhão com 
Deus que você já desfrutou, e todo o ser elevado 
para o céu que você já teve com experiência. Em 
seguida, adicione a ele todos os sermões 
arrebatadores que você já ouviu, tudo o que os 
outros compartilharam com você suas 
experiências e todo o amor que você já sentiu 
em uma reunião de santos. Considere tudo isso 
coletivamente e então compare esses 
minúsculos raios de luz com a alegria e bem-
aventurança que serão desfrutadas no estado de 
perfeição. "Mas, como está escrito: Nem olhos 
viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais 
penetrou em coração humano o que Deus tem 
preparado para aqueles que o amam.” (1 Cor 2: 
9). O que aumentará ainda mais toda essa 
benção é que não haverá medo de perdê-la nem 
de seu término - pois ninguém a perturbará, 
27 
 
assaltará ou removerá. Em vez disso, perdurará 
por toda a eternidade. 
Esta vida é “vida eterna”, João 10:28, uma 
“herança eterna”, Hb 9:15, “glória eterna”, 1 
Pedro 5:10, “reino eterno”, 2 Ped 1:11, e é “eterno 
nos céus” (2 Cor 5: 1). 
O não convertido exortado a se esforçar para se 
tornar participante dessa glória 
Tal glória e bem-aventurança são entregues aos 
crentes. Portanto, vocês que não são 
convertidos, lutem por essa fé em Cristo para 
que você também se torne um participante 
dessa salvação e possa fugir da perdição eterna 
que de outra forma espera por 
você. Atualmente, ele é oferecido a você e, 
portanto, tome posse dele antes que seja tarde 
demais. Se você não estiver disposto, então não 
se surpreenda mais com as contendas e 
tribulações que os piedosos devem suportar, 
assim como tudo o mais. Não pense mais que 
isso é apenas ilusão, obstinação e 
teimosia. Considere antes que eles sejam 
familiarizados com esta glória, deleitam-se com 
ela e se esforçam para receber essa coroa. 
Os crentes são exortados a se comportarem em 
antecipação a essa herança 
28 
 
E vocês crentes, que podem antecipar uma 
salvação tão grande, se comportem como 
herdeiros da mesma. 
Primeiro, considere todas as coisas deste 
mundo como muito insignificantes e 
transitórias para que você se preocupasse com 
ele. 
Não coloque seu coração em prosperidade, 
riqueza, honra e entretenimento. Eles não são 
dignos de menção em comparação com essa 
herança. Afaste-se deles e não permita que eles 
o atrapalhem enquanto você perseguir esta 
coroa. Se você encontrar adversidade, opressão, 
perseguição, morte pelo nome de Cristo, 
pobreza ou seja lá o que for, não se preocupe 
com isso, pois, em comparação com essa 
herança, nada significa. "Porque para mim 
tenho por certo que os sofrimentos do tempo 
presente não podem ser comparados com a 
glória a ser revelada em nós.” (Rom 8:18). Sim, o 
sofrimento nos prepara para um maior grau de 
glória - isto é, se alguém o suporta bem. "Porque 
a nossa leve e momentânea tribulação produzpara nós eterno peso de glória, acima de toda 
comparação,” (2 Cor 4:17). 
Em vez disso, regozija-se na tribulação em vez de 
sucumbir a ela no desânimo. “Bem-aventurado 
29 
 
o homem que suporta, com perseverança, a 
provação; porque, depois de ter sido aprovado, 
receberá a coroa da vida, a qual o Senhor 
prometeu aos que o amam.” (Tiago 1:12). No 
lugar da cruz, o Senhor lhe concederá conforto 
abundante e eterno. Observe isso em Apo 7: 13-
17. Como este foi o último texto que meu falecido 
pai pregou, cito-o na íntegra: 
“13 Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: 
Estes, que se vestem de vestiduras brancas, 
quem são e donde vieram? 
14 Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, 
então, me disse: São estes os que vêm da grande 
tribulação, lavaram suas vestiduras e as 
alvejaram no sangue do Cordeiro, 
15 razão por que se acham diante do trono de 
Deus e o servem de dia e de noite no seu 
santuário; e aquele que se assenta no trono 
estenderá sobre eles o seu tabernáculo. 
16 Jamais terão fome, nunca mais terão sede, 
não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, 
17 pois o Cordeiro que se encontra no meio do 
trono os apascentará e os guiará para as fontes 
da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos 
toda lágrima." 
30 
 
Em segundo lugar, se você pode antecipar uma 
salvação tão grande, regozije-se com essa 
herança futura. “Regozijando-se na esperança” 
(Rom 12:12). Muitos crentes têm a deficiência de 
se concentrar demais no presente. Eles 
gostariam de prosperar um pouco melhor neste 
mundo, pois isso traria uma vida um pouco mais 
tranquila para eles. Em outro momento, eles são 
apenas preocupados com o estado de suas 
almas, considerando se estão em estado de 
graça. Uma e outra vez eles insistem ao se 
examinarem e repetidamente devem ser 
capazes de concluir que estão em um estado de 
graça. Então eles insistem que eles deveriam ter 
mais graça sensível e mais poder para resistir ao 
pecado. Enquanto isso, o tempo passa, e eles não 
elevam o coração o suficiente para antecipar a 
grande glória pela qual podem esperar. Eles têm 
apenas alguns pensamentos fugazes sobre 
isso. Em vez disso, deve-se ocupar-se em refletir 
sobre a eternidade, e sobre a certeza e realidade 
de que essa é sua herança. Deve-se focar 
continuamente na glória dessa herança, e pela 
fé atravessar o céu, vendo quão gloriosamente o 
Senhor Jesus se manifesta; como os anjos se 
curvam diante dele; em que maneira íntima lida 
com os santos glorificados; que luz e comunhão 
imediata com Deus eles desfrutam; como eles 
são movidos e cheios de uma magnífica 
felicidade em relação a Deus, Cristo, os anjos e 
31 
 
um ao outro; quão docemente eles podem 
cantar os louvores do Senhor; e como eles 
podem adorar e se perder nas perfeições de 
Deus e na perfeição do seu 
estado! Esqueceríamos então a nós mesmos e, 
por assim dizer, nos encontraríamos entre a 
multidão glorificada. Com eles nos 
inclinaríamos diante do Senhor e O 
glorificaríamos. Ao voltar para nós mesmos na 
terra, gostaríamos de então nos deleitamos em 
trazer essa glória à mente e seguiríamos nosso 
caminho com alegria, sem tropeçar em cada 
dificuldade espiritual. Seríamos então alguém 
que parte para tomar posse de uma herança 
muito grande, e que, atualmente sendo pobre e 
indigente, passará por um dia difícil de 
viagem. Portanto, digo novamente: “Alegrai-vos 
na esperança da glória.” “E o Deus da esperança 
vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, 
para que sejais ricos de esperança no poder do 
Espírito Santo.” (Romanos 15:13). 
Terceiro, faça com que essa glória seja o único 
objetivo que você busca. O objetivo motiva o 
trabalhador e, com mais veemência ele se 
deleita com isso, mais seriamente se dedicará 
ao seu trabalho. Portanto, não busque metas 
mundanas e não procure aqui nada em que 
possa descansar. Não leve tão a sério se você 
deve ser privado do que você gostaria de ter, ou 
32 
 
se sua alma não prosperar de acordo com seus 
desejos. Esta não é a estação para ser atraído 
para o terceiro céu com Paulo. Agora é a estação 
da guerra e da tribulação. Portanto, olhe para 
frente e só tenha essa glória em vista. Não saia 
nem para o lado direito nem para o esquerdo e 
não fique inativo. Em vez disso, essa glória é seu 
objetivo, e persiga-o para que você possa entrar 
no céu enquanto corre em disparada. Paulo 
assim se mantém como exemplo: “Irmãos, 
quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas 
uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que 
para trás ficam e avançando para as que diante 
de mim estão, prossigo para o alvo, para o 
prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo 
Jesus.” (Filipenses 3: 13,14). 
Você deve fazer o que nosso Senhor Jesus 
fez. Dele, o apóstolo escreve: “Olhando 
firmemente para o Autor e Consumador da fé, 
Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava 
proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da 
ignomínia, e está assentado à destra do trono de 
Deus.” (Hb 12: 2). Moisés fez o mesmo quando 
“ele olhava para a recompensa” (Hebreus 
11:26). Portanto, mantenha o céu à vista e 
“Combate o bom combate da fé. Toma posse da 
vida eterna, para a qual também foste chamado 
e de que fizeste a boa confissão perante muitas 
33 
 
testemunhas.” (1 Tim 6:12); “Esforce-se para 
entrar pelo portão estreito” (Lucas 13:24). 
Em quarto lugar, antecipando essa glória, 
estimule-se a viver uma vida santa e orientada 
para o céu. Neste mundo se comporte como um 
estranho que está viajando para sua terra natal, 
Hebreus 11: 9-10,13-16, e se levante 
continuamente acima das coisas desta terra, 
para que você possa atualmente viver pelo 
invisível, ter sua conversa no céu, purificar a si 
mesmo e levar uma vida orientada para o 
céu. “Porque a nossa leve e momentânea 
tribulação produz para nós eterno peso de 
glória, acima de toda comparação, não 
atentando nós nas coisas que se veem, mas nas 
que se não veem; porque as que se veem são 
temporais, e as que se não veem são eternas.” (2 
Cor 4: 17,18); "Porque a nossa pátria está no céu" 
(Fp 3:20). Aquele que pode ter uma expectativa 
tão animada de glória, mantendo isto diante 
dele, será motivado por essa esperança de se 
preparar para isso. “Amados, agora, somos 
filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que 
haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se 
manifestar, seremos semelhantes a ele, porque 
haveremos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se 
purifica todo o que nele tem esta esperança, 
assim como ele é puro.” (1 João 3: 2,3). 
34 
 
Crente, portanto, você pode antecipar que essa 
glória em breve será sua parte. Assim, apresse-
se para completar sua tarefa e seja um exemplo 
de piedade, fé e coragem; e esperança sobre a 
glória. Faça esta glória e o caminho que leva a 
isso, conhecido por outros e leve-os até a 
felicidade, para que você possa se juntar ao 
Senhor Jesus dizendo: “Eu te glorifiquei na terra, 
consumando a obra que me confiaste para fazer; 
e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, 
com a glória que eu tive junto de ti, antes que 
houvesse mundo. Manifestei o teu nome aos 
homens que me deste do mundo. Eram teus, tu 
mos confiaste, e eles têm guardado a tua 
palavra.” (João 17: 4-6). ALELUIA! 
Nota do Tradutor: 
O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação 
Há somente um evangelho pelo qual podemos 
ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra 
revelado na Bíblia, e especialmente nas páginas 
do Novo Testamento. Mas, por interpretações 
incorretas é possível até mesmo transformá-lo 
em um meio de perdição e não de salvação, 
conforme tem ocorrido especialmente em 
nossos dias, em que as verdades fundamentais 
do evangelho de Jesus Cristo têm sido 
adulteradas ou omitidas. 
35 
 
Isto nos levou a tomar a iniciativa de apresentar 
a seguir, de forma resumida, em que consiste de 
fato o evangelho da nossa salvação. 
Em primeiro lugar, antes de tudo,é preciso 
entender que somos salvos exclusivamente 
com base na aliança de graça que foi feita entre 
Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação 
do mundo, para que nas diversas gerações de 
pessoas que seriam trazidas por eles à existência 
sobre a Terra, houvesse um chamado invisível, 
sobrenatural, espiritual, para serem perdoadas 
de seus pecados, justificadas, regeneradas 
(novo nascimento espiritual), santificadas e 
glorificadas. E o autor destas operações 
transformadoras seria o Espírito Santo, a 
terceira pessoa da trindade divina. 
Estes que seriam chamados à conversão, o 
seriam pelo meio de atração que seria feita por 
Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo que 
pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem 
receber a graça necessária que os redimiria e os 
transportaria das trevas para a luz, do poder de 
Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria 
em filhos amados e aceitos por Deus. 
Como estes que foram redimidos se 
encontravam debaixo de uma sentença de 
maldição e condenação eternas, em razão de 
36 
 
terem transgredido a lei de Deus, com os seus 
pecados, para que fossem redimidos seria 
necessário que houvesse uma quitação da dívida 
deles para com a justiça divina, cuja sentença 
sobre eles era a de morte física e espiritual 
eternas. 
Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém 
idôneo que pudesse se colocar no lugar do 
homem, trazendo sobre si os seus pecados e 
culpa, e morrendo com o derramamento do seu 
sangue, porque a lei determina que não pode 
haver expiação sem que haja um sacrifício 
sangrento substitutivo. 
Importava também que este Substituto de 
pecadores, assumisse a responsabilidade de 
cobrir tudo o que fosse necessário em relação à 
dívida de pecados deles, não apenas a anterior à 
sua conversão, como a que seria contraída 
também no presente e no futuro, durante a sua 
jornada terrena. 
Este Substituto deveria ser perfeito, sem 
pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do 
pecador é eterna e infinita. Então deveria ser 
alguém divino para realizar tal obra. 
Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da 
graça feita com o Pai, para ser este Salvador, 
37 
 
Fiador, Garantia, Sacrifício, Sacerdote, para 
realizar a obra de redenção. 
O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua 
chamada é para uma santificação e perfeição 
eternas. Como poderia responder por si mesmo 
para garantir a eternidade da segurança da 
salvação? 
Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado 
da natureza divina que sempre possuiu, a 
natureza humana, e para tanto ele foi gerado 
pelo Espírito Santo no ventre de Maria. 
Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em 
sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria 
ser o de alguém que fosse humano, mas 
também divino, de modo que se pode até 
mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue 
do próprio Deus. 
Este é o fundamento da nossa salvação. A morte 
de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o 
caminho para a vida eterna e o céu. 
Para que nunca nos esquecêssemos desta 
grande e importante verdade do evangelho de 
que Jesus se tornou da parte de Deus para nós, o 
nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou 
podemos fazer para agradar a Deus, Jesus fixou 
38 
 
a Ceia que deve ser regularmente observada 
pelos crentes, para que se lembrem de que o Seu 
corpo foi rasgado, assim como o pão que 
partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado 
em profusão, conforme representado pelo 
vinho, para que tenhamos vida eterna por meio 
de nos alimentarmos dEle. Por isso somos 
ordenados a comer o pão, que representa o 
corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para 
o nosso espírito, e a beber o sangue de Jesus, que 
é verdadeira bebida para nos refrigerar e 
manter a Sua vida em nós. 
Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e 
a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é 
estreita, e que o caminho é apertado. Tudo isto 
se aplica ao fato de que não há outra verdade, 
outro caminho, outra vida, senão a que existe 
somente por meio da fé nEle. A porta é estreita 
porque não admite uma entrada para vários 
caminhos e atalhos, que sendo diferentes dEle, 
conduzem à perdição. É estreito e apertado para 
que nunca nos desviemos dEle, o autor e 
consumador da nossa salvação. 
Então o plano de salvação, na aliança de graça 
que foi feita, nada exige do homem, além da fé, 
pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser 
transformado e firmado na graça, será realizado 
pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo. 
39 
 
Tanto é assim, que para que tenhamos a plena 
convicção desta verdade, mesmo depois de 
sermos justificados, regenerados e santificados, 
percebemos, enquanto neste mundo, que há em 
nós resquícios do pecado, que são o resultado do 
que se chama de pecado residente, que ainda 
subsiste no velho homem, que apesar de ter sido 
crucificado juntamente com Cristo, ainda 
permanece em condições de operar em nós, ao 
lado da nova natureza espiritual e santa que 
recebemos na conversão. 
Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor 
pretende nos ensinar a enxergar que a nossa 
salvação é inteiramente por graça e mediante a 
fé? Que é Ele somente que nos garante a vida 
eterna e o céu. Se não fosse assim, não 
poderíamos ser salvos e recebidos por Deus 
porque sabemos que ainda que salvos, o pecado 
ainda opera em nossas vidas de diversas formas. 
Isto pode ser visto claramente em várias 
passagens bíblicas e especialmente no texto de 
Romanos 7. 
À luz desta verdade, percebemos que mesmo as 
enfermidades que atuam em nossos corpos 
físicos, e outras em nossa alma, são o resultado 
da imperfeição em que ainda nos encontramos 
aqui embaixo, pois Deus poderia dar saúde 
40 
 
perfeita a todos os crentes, sem qualquer 
doença, até o dia da morte deles, mas Ele não o 
faz para que aprendamos que a nossa salvação 
está inteiramente colocada sobre a 
responsabilidade de Jesus, que é aquele que 
responde por nós perante Ele, para nos manter 
seguros na plena garantia da salvação que 
obtivemos mediante a fé, conforme o próprio 
Deus havia determinado justificar-nos somente 
por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão 
e com muitos outros mesmo nos dias do Velho 
Testamento. 
Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé 
porque não consegue vencer determinadas 
fraquezas ou pecados, porque enquanto se 
esforça para ser curado deles, e ainda que não o 
consiga neste mundo, não perderá a sua 
condição de filho amado de Deus, que pode usar 
tudo isto em forma de repreensão e disciplina, 
mas que jamais deixará ou abandonará a 
qualquer que tenha recebido por filho, por 
causa da aliança que fez com Jesus e na qual se 
interpôs com um juramento que jamais a 
anularia por causa de nossas imperfeições e 
transgressões. 
Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a 
Jesus, mas sempre lamentará que não o ame 
tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo 
41 
 
caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma 
coisa ele pode ter certeza: não foi por mérito, 
virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a 
apresentar a Deus que ele foi salvo, mas 
simplesmente por meio do arrependimento e 
da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é 
necessário para a segurança eterna da sua 
salvação. 
É possível que alguém leia tudo o que foi dito 
nestes sete últimos parágrafos e não tenha 
percebido a grande verdade central relativa ao 
evangelho, que está sendo comentada neles, e 
que foi citada de forma resumida no primeiro 
deles, a saber: 
“Então o plano de salvação, na aliança de graça 
que foi feita, nada exige do homem, além da fé, 
pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser 
transformado e firmado na graça, será realizado 
pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.” 
Nós temos na Palavra de Deus a confirmação 
desta verdade, que tudo é de fato devido à graça 
de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça é 
suficientepara nos garantir uma salvação 
eterna, em razão do pacto feito entre Deus Pai e 
Deus Filho, que nos escolheram para esta 
salvação segura e eterna, antes mesmo da 
fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra 
42 
 
são a causa dessa segurança eterna, pois é nEle 
que somos aceitos por Deus, nos termos da 
aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os 
agentes da aliança, e os crentes apenas os 
beneficiários. 
O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o 
Filho, sem a consulta da vontade dos 
beneficiários, uma vez que eles nem sequer 
ainda existiam, e quando aderem agora pela fé 
aos termos da aliança, eles são convocados a 
fazê-lo voluntariamente e para o principal 
propósito de serem salvos para serem 
santificados e glorificados, sendo instruídos 
pelo evangelho que tudo o que era necessário 
para a sua salvação foi perfeitamente 
consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor 
Jesus Cristo. 
Então, preste atenção neste ponto muito 
importante, de que tanto é assim, que não é pelo 
fato de os crentes continuarem sujeitos ao 
pecado, mesmo depois de convertidos, que eles 
correm o risco de perderem a salvação deles, 
uma vez que a aliança não foi feita diretamente 
com eles, e consistindo na obediência perfeita 
deles a toda a vontade de Deus, mas foi feita com 
Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa 
deles, como para garantir o aperfeiçoamento 
deles na santidade e na justiça, ainda que isto 
43 
 
venha a ser somente completado integralmente 
no por vir, quando adentrarem a glória celestial. 
A salvação é por graça porque alguém pagou 
inteiramente o preço devido para que fôssemos 
salvos – nosso Senhor Jesus Cristo. 
E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi 
dado somente como Sacrifício e Sacerdote, mas 
também como Profeta e Rei. 
Ele não somente é quem nos anuncia o 
evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem 
tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia, 
para que não errássemos o alvo por causa da 
incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a 
única coisa que pode nos afastar da 
possibilidade da salvação. 
Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos 
corações, e nos submete à Sua vontade de forma 
voluntária e amorosa, capacitando-nos, pelo 
Seu próprio poder, a viver de modo agradável a 
Deus. 
Agora, nada disso é possível sem que haja 
arrependimento. Ainda que não seja ele a causa 
da nossa salvação, pois, como temos visto esta 
causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus, 
manifestados em Jesus em nosso favor, todavia, 
44 
 
o arrependimento é necessário, porque toda 
esta salvação é para uma vida santa, uma vida 
que lute contra o pecado, e que busque se 
revestir do caráter e virtudes de Jesus. 
Então, não há salvação pela fé onde o coração 
permanece apegado ao pecado, e sem 
manifestar qualquer desejo de viver de modo 
santo para a glória de Deus. 
Desde que haja arrependimento não há 
qualquer impossibilidade para que Deus nos 
salve, nem mesmo os grosseiros pecados da 
geração atual, que corre desenfreadamente à 
busca de prazeres terrenos, e completamente 
avessa aos valores eternos e celestiais. 
Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria 
até mais facilidade para Deus salvar a estes que 
vivem na iniquidade porque a vida deles no 
pecado é flagrante, e pouco se importam em 
demonstrar por um viver hipócrita, que são 
pessoas justas e puras, pois não estão 
interessadas em demonstrar a justiça própria do 
fariseu da parábola de Jesus, para que através de 
sua falsa religiosidade, e autoengano, pudessem 
alcançar algum favor da parte de Deus. 
Assim, quando algum deles recebe a revelação 
da luz que há em Jesus, e das grandes trevas que 
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dominam seu coração, o trabalho de 
convencimento do Espírito Santo é facilitado, e 
eles lamentam por seus pecados e fogem para 
Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os 
receberá, e a nenhum deles lançará fora, 
conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito 
para a sua salvação exige somente o 
arrependimento e a fé, para a recepção da graça 
que os salvará. 
Deus mesmo é quem provê todos os meios 
necessários para que permaneçamos firmes na 
graça que nos salvou, de maneira que jamais 
venhamos a nos separar dele definitivamente. 
Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza 
divina, no novo nascimento operado pelo 
Espírito Santo, de modo que uma vez que uma 
natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita. 
Nós viveremos pela nova criatura, ainda que a 
velha venha a se dissolver totalmente, assim 
como está ordenado que tudo o que herdamos 
de Adão e com o pecado deverá passar, pois tudo 
é feito novo em Jesus, em quem temos recebido 
este nosso novo ser que se inclina em amor para 
Deus e para todas as coisas de Deus. 
Ainda que haja o pecado residente no crente, ele 
se encontra destronado, pois quem reina agora 
é a graça de Jesus em seu coração, e não mais o 
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pecado. Ainda que algum pecado o vença isto 
será temporariamente, do mesmo modo que 
uma doença que se instala no corpo é expulsa 
dele pelas defesas naturais ou por algum 
medicamento potente. O sangue de Jesus é o 
remédio pelo qual somos sarados de todas as 
nossas enfermidades. E ainda que alguma delas 
prevaleça neste mundo ela será totalmente 
extinta quando partirmos para a glória, onde 
tudo será perfeito. 
Temos este penhor da perfeição futura da 
salvação dado a nós pela habitação do Espírito 
Santo, que testifica juntamente com o nosso 
espírito que somos agora filhos de Deus, não 
apenas por ato declarativo desta condição, mas 
de fato e de verdade pelo novo nascimento 
espiritual que nos foi dado por meio da nossa fé 
em Jesus. 
Toda esta vida que temos agora é obtida por 
meio da fé no Filho de Deus que nos amou e se 
entregou por nós, para que vivamos por meio da 
Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador 
de toda a criação, inclusive desta nova criação 
que está realizando desde o princípio, por meio 
da geração de novas criaturas espirituais para 
Deus por meio da fé nEle. 
47 
 
Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou 
seja, pode fazer com que nova vida espiritual 
seja gerada em quem Ele assim o quiser. Ele sabe 
perfeitamente quais são aqueles que atenderão 
ao chamado da salvação, e é a estes que Ele se 
revela em espírito para que creiam nEle, e assim 
sejam salvos. 
Bem-aventurados portanto são: 
Os humildes de espírito que reconhecem que 
nada possuem em si mesmos para agradarem a 
Deus. 
Os mansos que se submetem à vontade de Deus 
e que se dispõem a cumprir os Seus 
mandamentos. 
Os que choram por causa de seus pecados e todo 
o pecado que há no mundo, que é uma rebelião 
contra o Criador. 
Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o 
testemunho de que todos necessitam da 
misericórdia de Deus para serem perdoados. 
Os pacificadores, e não propriamente pacifistas 
que costumam anular a verdade em prol da paz 
mundial, mas os que anunciam pela palavra e 
suas próprias vidas que há paz de reconciliação 
com Deus somente por meio da fé em Jesus. 
48 
 
Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do 
reino de Deus que não é comida, nem bebida, 
mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo. 
Os que são perseguidos por causa do evangelho, 
porque sendo odiados sem causa, perseveram 
em dar testemunho do Nome e da Palavra de 
Jesus Cristo. 
Vemos assim que ser salvo pela graça não 
significa: de qualquer modo, de maneira 
descuidada, sem qualquer valor ou preço 
envolvido na salvação. Jesus pagou um preço 
altíssimo e de valor inestimável para que 
pudéssemos ser redimidos. Os termos da 
aliança por meio da qual somos salvos são todos 
bem ordenados e planejados para que a salvação 
seja segura e efetiva. Há poderes sobrenaturais, 
celestiais, espirituais envolvidos em todo o 
processo da salvação. 
É de uma preciosidade tão grande este plano e 
aliança que elesdevem ser eficazes mesmo 
quando não há naqueles que são salvos um 
conhecimento adequado de todas estas 
verdades, pois está determinado que aquele que 
crê no seu coração e confessar com os lábios que 
Jesus é o Senhor e Salvador, é tudo quanto que é 
necessário para um pecador ser transformado 
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em santo e recebido como filho adotivo por 
Deus. 
O crescimento na graça e no conhecimento de 
Jesus são necessários para o nossos 
aperfeiçoamento espiritual em progresso da 
nossa santificação, mas não para a nossa 
justificação e regeneração (novo nascimento) 
que são instantâneos e recebidos 
simultaneamente no dia mesmo em que nos 
convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como 
nos encontrávamos na ocasião, totalmente 
perdidos e mortos em transgressões e pecados. 
E fomos recebidos porque a palavra da 
promessa da aliança é que todo aquele que crê 
será salvo, e nada mais é acrescentado a ela 
como condição para a salvação. 
É assim porque foi este o ajuste que foi feito 
entre o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre 
si para que fôssemos salvos por graça e 
mediante a fé. 
Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o 
Pai escolheu para ser o autor e o consumador da 
nossa salvação. Ele foi eleito para a aliança da 
graça, e nós somos eleitos para recebermos os 
benefícios desta aliança por meio da fé nAquele 
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a quem foram feitas as promessas de ter um 
povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras. 
Então quando somos chamados de eleitos na 
Bíblia, isto não significa que Deus fez uma 
aliança exclusiva e diretamente com cada um 
daqueles que creem, uma vez que uma aliança 
com Deus para a vida eterna demanda uma 
perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem 
qualquer falha, e de nós mesmos, jamais 
seríamos competentes para atender a tal 
exigência, de modo que a aliança poderia ter 
sido feita somente com Jesus. 
Somos aceitos pelo Pai porque estamos em 
Jesus, e assim é por causa do Filho Unigênito que 
somos também recebidos. Jamais poderíamos 
fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nosso 
Sumo Sacerdote e Sacrifício. Isto é tipificado 
claramente na Lei, em que nenhum ofertante 
ou oferta seriam aceitos por Deus sem serem 
apresentados pelo sacerdote escolhido por Deus 
para tal propósito. Nenhum outro Sumo 
Sacerdote foi designado pelo Pai para que 
pudéssemos receber uma redenção e 
aproximação eternas, senão somente nosso 
Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu 
para este ofício.

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