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2-2 ENTES DA ADM

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PREPARATÓRIO PARA OAB
Professora: Dra. Renata Aguiar
DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO
Capítulo 2 Aula 2 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA, 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA, 
INDIRETA E ENTIDADES PARAESTATAIS
Coordenação: Dr. Carlos Toledo
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Demais entes da Administração indireta e entidades paraestatais
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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Tema 1 - Empresas públicas
Tema 2 - Sociedades de economia mista
Tema 3 - Agências
Tema 4 - Contratos de gestão
Tema 5 - Organizações sociais 
Tema 6 - Organizações da sociedade civil de interesse público
EMPRESAS PÚBLICAS
As empresas públicas, nas lições do Prof. Celso Antonio Bandeira de Mello, são pessoas jurídicas de direito 
privado, criadas por lei, constituídas sob quaisquer das formas admitidas em direito e cujo capital seja 
formado somente por recursos de pessoas de Direito Público interno ou de pessoas de suas Administrações 
Indiretas, mas a predominância das ações deve estar diretamente em poder da União.
É importante destacar que as empresas públicas ou podem ser prestadoras de serviços públicos ou 
exploradoras de atividade de natureza econômica.
Importante destacar que serão aqui mencionadas as características destas entidades, mais extensamente 
abordadas na aula própria, razão pela qual recomenda-se que sejam analisadas conjuntamente com o que 
lá se expôs. São elas:
 - Trata-se de pessoas jurídicas de direito privado. 
 - O capital social é inteiramente público. 
 - Podem ter qualquer forma societária admitida em direito. 
 - Prestam serviços públicos ou exploram atividade de natureza econômica. 
 - Não têm o privilégio dos prazos processuais conferidos às entidades antes abordadas, nos termos do art. 
188 do Código de Processo Civil, e do entendimento do Supremo Tribunal Federal, conforme teor da ementa 
citada na aula correspondente.
No tocante à responsabilidade pelos danos que causarem a terceiros, trata-se de responsabilidade objetiva 
somente em relação às prestadoras de serviços públicos, conforme estabelece o art. 37, § 6º, da CF. Já as 
exploradoras de atividade de natureza econômica têm a responsabilidade da lei civil, não a 
responsabilidade objetiva.
 - Regime falimentar: há importante distinção, de acordo com o que foi exposto em aula, quer se trate de 
prestadoras de serviços públicos, quer se refira às exploradoras de atividade de natureza econômica. 
 - Possuem imunidade tributária apenas as prestadoras de serviços públicos que não cobrem pagamento de 
tarifas dos usuários. 
 - Competência para julgar as ações de que seja parte: no tocante às empresas públicas, nos termos do art. 
109, I, da CF, é da Justiça federal.
Responsabilidade direta das empresas públicas pela solvência das obrigações. Deve-se aqui também fazer a 
distinção entre empresa pública prestadora de serviços públicos e empresa pública exploradora de atividade 
de natureza econômica, conforme tratado na aula expositiva. 
Aula 2
02
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, constituídas sob a forma de 
sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria, à União ou entidade da 
Administração Indireta, e as restantes aos particulares.
Da mesma forma que as empresas públicas, as sociedades de economia mista ou são prestadoras de 
serviços públicos ou exploram atividade de natureza econômica.
Do conceito das sociedades de economia mista podem ser extraídos os seus caracteres:
 - São pessoas jurídicas de direito privado. 
 - Capital social é misto.
 - Só podem ser constituídas sob a forma de S/A. 
 - Prestam serviços públicos ou exploram atividade de natureza econômica. 
 - A competência para julgar as ações de que seja parte é da Justiça comum. 
No mais, tudo o que se disse em relação às empresas públicas, seja no tocante aos prazos processuais, ou à 
responsabilidade perante terceiros, ou à submissão ao regime falimentar é aplicável às sociedades de 
economia mista, tanto prestadoras de serviço público quanto exploradoras de atividade econômica.
Além dessas figuras jurídicas, há outras introduzidas pela Emenda Constitucional nº 19, de 4 de junho de 
1998, chamada de Emendão, ou de Reforma Administrativa, que modificou vários dispositivos do capítulo 
da Administração Pública, cuja leitura é indispensável. Trata-se das agências reguladoras, das agências 
executivas, dos contratos de gestão, das organizações sociais e das organizações da sociedade civil de 
interesse público.
AGÊNCIAS REGULADORAS
As agências reguladoras são autarquias sob regime especial, ou autarquias especiais, criadas para 
disciplinar e controlar certas atividades. Como são espécie do gênero Autarquias, a elas se aplicam todas as 
normas referentes às entidades.
Uma vez que são de grande relevância os serviços por elas regulados e fiscalizados, possuem privilégios, tais 
como independência administrativa, autonomia financeira e poder normativo.
A lei nº 10.871, de 20 de maio de 2004, dispõe sobre a criação de carreiras e organização de cargos 
efetivos das autarquias especiais denominadas agências reguladoras, explicitando que o regime jurídico de 
seus servidores é o estatutário.
São agências reguladoras:
1. ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica): criada pela Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996;
2. ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações): criada pela Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997;
ANP (Agência Nacional de Petróleo): criada pela Lei nº 9.478, de 06 de agosto de 1997;
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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3. ANP (Agência Nacional de Petróleo): criada pela Lei nº 9.478, de 06 de agosto de 1997;
4. ANS (Agência Nacional de Saúde): criada pela Lei nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000;
5. ANA (Agência Nacional de Águas): criada pela Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000;
É importante lembrar que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) também recebeu a qualificação de 
agência reguladora, mas foi mantido seu nome original.
Saliente-se que a única diferença marcante do regime das agências reguladoras é a nomeação dos seus 
dirigentes pelo Presidente da República, sob aprovação do Senado Federal, com mandato por prazo certo. 
Nisso se diferenciam das autarquias comuns, que têm seus dirigentes escolhidos pelos Ministros aos quais 
estão vinculadas, sendo que não há prazo certo para o mandato.
AGÊNCIAS EXECUTIVAS 
Agência executiva é uma qualificação feita pelo Presidente da República às autarquias e fundações que 
preencham dois requisitos: 1) devem ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento 
institucional em andamento e, 2) devem ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério 
Supervisor.
Esses requisitos estão exigidos na própria lei que regula a qualificação de entes federais como agências 
executivas, que é a Lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998.
É um mero "rótulo", ou seja, um atributo dado às autarquias e fundações, que quando são assim qualificadas 
passam a dispor de maior privilégio referente à licitação, porque para as agências executivas há uma 
ampliação dos limites de isenção ao dever de licitar.
Não confundir Agência Reguladora e Agência Executiva: conforme exposto em aula, a agência reguladora é 
pessoa jurídicade direito público, é autarquia em regime especial, enquanto a agência executiva é um 
rótulo, uma denominação dada às autarquias e fundações que apresentem um plano estratégico de 
reestruturação ou que celebrem contrato de gestão com o Poder Central.
Quando, então, as autarquias e fundações públicas recebem essa qualificação de agência executiva, é 
porque lhes são atribuídas certas prerrogativas em caráter temporário.
CONTRATO DE GESTÃO
Trata-se de outra figura jurídica também introduzida pela Reforma Administrativa de 1998.
Não há uma definição legal do que seja um contrato de gestão, mas pode-se afirmar que consiste em 
espécie de contrato administrativo, celebrado ou com as autarquias e fundações públicas, ou com pessoas 
alheias ao Estado, denominadas organizações sociais. 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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Pelos contratos de gestão celebrados entre a Administração Direta e os entes da Administração Indireta, o 
Estado concede à autarquia ou à fundação maior liberdade de ação, isto é, maior autonomia gerencial, 
administrativa e financeira, e dispensa determinados controles. Além disso, a Administração Central assume 
o compromisso de repasse regular de verbas. 
Em contrapartida, o contratado, quer seja uma autarquia, quer seja uma fundação, tem que cumprir 
determinado programa de atuação, com metas e critérios de avaliação, sob pena de sanção ao dirigente em 
caso de descumprimento. 
O contrato de gestão é bastante criticado pela doutrina, porque confere maiores poderes ao contratado que 
só por lei poderiam ser atribuídos. 
Cabe a indagação: como poderia o contrato de gestão ampliar essas autonomias, se as mesmas são 
definidas em lei? O Prof. Celso Antonio Bandeira de Mello aponta que, nesse caso, haveria então invasão de 
poderes do Legislativo pelo Executivo e, portanto, ofensa à cláusula pétrea da separação dos Poderes.
No que se refere à outra forma de contrato de gestão - aquele celebrado entre o Estado e as organizações 
sociais -, verifica-se que aqui o vínculo jurídico é travado entre a Administração Pública e as entidades 
privadas, particulares.
São diferentes dos que antes vimos, porque nesta espécie de contrato de gestão não há qualquer ampliação 
de competências de entidades da Administração Indireta.
Neste caso, os contratos de gestão também são contratos administrativos, mas com uma peculiaridade: a lei 
das organizações sociais (Lei nº 9.637/98) permite que entidades privadas celebrem contrato com o Poder 
Público sem licitação.
As organizações sociais são entidades criadas por particulares, sem fins lucrativos, qualificadas livremente 
pelo Ministro do órgão supervisor e também pelo Ministro do Planejamento, que sejam dirigidas ao ensino, à 
pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura 
e à saúde.
O termo "organização social" é também uma qualificação, mas às entidades privadas, particulares, sem fins 
lucrativos, que desempenhem serviços sociais não exclusivos do Estado. 
ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO
Essa figura foi introduzida pela Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999, Trata-se de uma qualificação 
concedida a pessoas jurídicas de Direito Privado que assim o requererem, a fim de serem habilitadas a firmar 
termos de parceria com o Poder Público. Uma vez habilitadas como tais, recebem bens públicos ou recursos 
empenhados neste vínculo de cooperação entre ambos.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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Para tanto, as organizações da sociedade cível de interesse público:
 - Não podem ter fins lucrativos
 
 - Devem desempenhar atividades socialmente úteis, conforme dispõe o art. 3º, da Lei 9.790/99, tais como 
assistência social, promoção gratuita da saúde, da cidadania, da cultura, dos direitos humanos etc.
 
 - Não estejam incluídas no rol das impedidas. Esse rol está no art. 2º da lei, o qual impede que recebam tal 
qualificação as sociedades comerciais, as organizações sociais, as cooperativas, os sindicatos, as 
instituições religiosas.
 
 - Insiram em seu estatuto uma série de normas sobre estrutura, funcionamento e prestação de contas.
Vale ressaltar que o estudo do tema proposto é muito importante, razão pela qual recomenda-se o 
acompanhamento da aula e dos dispositivos constitucionais e legais apontados. 
BIBLIOGRAFIA
. Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 18ª edição. Atlas. São Paulo, 2005.
. Mello, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 17ª Edição. Malheiros Editores. São 
Paulo, 2004.
. Mello, Celso Antônio Bandeira de. Prestação de serviços públicos e administração indireta. 2ª Edição, 3ª 
Tiragem. Editora Revista dos Tribunais. São Paulo, 1987.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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