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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 293 co. Então, nos centros de alta pressão, para que haja equilíbrio entre as diferentes forças in- tervenientes e Vgr seja fisicamente possível, é necessário que seja satisfeita a restrição: ⏐(∆p/∆n)Z ⏐ ≤ ρ f 2 R/4 Então, a magnitude da componente horizontal da força do gradiente de pressão não pode ul- trapassar a um certo limite, o qual depende da latitude (por causa de f) e da distância ao cen- tro anticiclônico (por causa de R). Nas vizinhanças de um centro anticiclônico (onde R é pe- queno), ⏐(∆p/∆n)Z ⏐ deve ser necessariamente pequeno. Conclusão: em torno de um centro anticiclônico devem ser esperados pequenos gradientes de pressão e, como conseqüência, ventos fracos. 2 - Nos ciclones, no entanto, não há limitação alguma. Ventos bastante fortes, associados a gra- dientes de pressão elevados, são comuns próximo aos núcleos ciclônicos. A análise que acaba ser feita confirma teoricamente o que a observação tem demonstrado, em relação à circulação do ar em torno de centros de alta e de baixa pressão. Na atmosfera, po- rém, o movimento tem aceleração (d V r Z /dt não é nulo) e, como conseqüência, o vento não é rigo- rosamente tangente às isóbaras, mas as cruzam formando um ângulo não muito grande (Hess, 1959), dirigindo-se para a área de pressão mais baixa. Aliás, isso é o que explica a convergência do vento à superfície, que se observa nos centros ciclônicos e a divergência nos anticiclônicos. 9.3 - Aproximação ciclostrófica. Outra hipótese passível de adoção com respeito à equação de diagnóstico VII.9.1 prende- se àquelas situações em que é possível considerar praticamente nula a força defletora, como acontece nas proximidades do equador (Fig. VII.16). Dessa simplificação resulta o chamado mo- vimento ciclostrófico (Vci), que representa o vento esperado naquelas áreas em que as compo- nentes horizontais das forças do gradiente de pressão e centrífuga (esta devido à trajetória curvilí- nea do ar) são muito mais importantes que a de Coriolis. Sob essas condições a equação VII.9.1 ficaria reduzida a: V 2 ci/R = – (1/ρ)(∆p/∆n)Z Adotando apenas a solução positiva, já que Vci > 0, tem-se: Vci = (–R/ρ)(∆p/∆n)Z 1/2 (VII.9.13) As únicas alternativas possíveis de raízes reais são R > 0 com (∆p/∆n)Z < 0 e R < 0 com (∆p/∆n)Z > 0, que caracterizam uma área de baixa pressão com rotação horária e anti-horária, respectivamente (Fig. VII. 16). Aceita-se que o movimento ciclostrófico é igualmente válido nos tornados e nos redemoi- nhos. Os primeiros normalmente apresentam circulação ciclônica típica do hemisfério em que se formam, sugerindo que a aceleração de Coriolis é importante na fase inicial de seu desenvolvi