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CCJ0009-WL-PA-27-T e P Narrativa Jurídica-Novo-34118

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Título 
Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
14 
Tema 
Produção da narrativa simples e da narrativa valorada: orientações finais. 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
- Aperfeiçoar a produção das narraƟvas jurídicas; 
- Desenvolver diferentes estratégias para a narraƟva dos fatos controverƟdos; 
- Produzir textos coesos e coerentes. 
Estrutura do Conteúdo 
1. NarraƟva jurídica simples e valorada 
2. Cronologia dos fatos 
2.1. Caso concreto com poucos fatos controvertidos 
2.2. Caso concreto com muitos fatos controvertidos 
3. Coesão e coerência textuais 
Aplicação Prática Teórica 
Ao longo do semestre, estudamos todo o conteúdo necessário à produção das narrativas jurídicas. Neste encontro, já a título de revisão para as últimas provas, vamos 
aprimorar pontualmente algumas orientações sobre como organizar a cronologia dos fatos do caso concreto. 
Se houver eventuais pontos controvertidos, sugerimos seguir a ordem cronológica e, no ponto da controvérsia, por meio da polifonia, mostrar as duas versões. Se, porém, as partes 
possuem versões muito diferentes sobre grande parte dos eventos, melhor seria narrar, em primeiro lugar, a versão de quem acusa (parte autora) e, depois, a versão da parte ré, 
estratégia que ainda observa a cronologia dos eventos, uma vez que, no processo, autores pronunciam-se antes dos réus. 
QUESTÃO 
Com base nas informações sobre os casos que seguem, redija um relatório para cada caso concreto. 
Caso concreto 1 
Na tarde de domingo, o vendedor ambulante Francisco Lopes da Silva foi autuado e preso em flagrante pelo atropelamento, seguido de morte de uma jovem de 14 anos e ferimentos 
em duas outras, ao dar marcha -ré para entrar na garagem de sua casa com a saveiro de um amigo. Ele estava bêbado e não possuía carteira de habilitação. O ambulante 
demonstrou ser duplamente irresponsável ao dirigir veículo alheio, após ingerir bebida alcoólica e dirigir sem ter habilitação.  
Embora Francisco pudesse estar tentando fazer um favor a um amigo, ele nunca poderia ter assumido tal responsabilidade. Na realidade, tanto o ambulante, quanto o dono do carro, 
são solidariamente responsáveis pelo trágico acontecimento naquela tarde de domingo. Francisco, pelos motivos já aqui registrados; o dono do carro, por não perceber, embora 
também sob o efeito do álcool, que estava entregando, nas mãos do acusado, uma arma poderosa contra a vida – seu veículo. Como a irresponsabilidade das pessoas, atos 
impensados, atitudes infelizes, são capazes de, num curto espaço de tempo, transformar uma tarde, um final de semana, em uma verdadeira tragédia? Sim, pois aquelas três jovens 
estavam conversando, devaneando em seus mundos de adolescentes, na calçada de casa, em local aparentemente seguro e, de repente, a tragédia – o ato mal feito – o fim para 
Gláucia, a tristeza para as famílias, o horror estampado na mente de Esteice e de Thaís!  
Passado o momento de torpor, aí sim, chega a realidade, a revolta, a tentativa de agressão e de linchamento. Tudo muito natural até para a realidade de então. Além disso, se 
analisarmos melhor os fatos, veremos que não cabe a desculpa apresentada por Francisco, pelo fato de ter sido pego em flagrante delito na direção do veículo objeto do 
atropelamento – aliás, muito sem propósito. O depoimento de uma das vítimas é incisivo ao afirmar ter visto Francisco circular na direção de referido veículo por diversas vezes, na 
rua do acidente, antes de provocá-lo. Ao mesmo tempo, não cabe a desculpa de embriaguez para fugir às responsabilidades. Pelo menos ela não foi capaz de afetar o raciocínio do 
acusado ao desculpar os próprios atos. 
Cabe aqui ressaltar que o nosso Código Penal, em seu artigo 121 qualifica o homicídio dizendo o seguinte: “Art. 121 - Matar alguém; Pena- reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos;” e o 
art. 18, I caracteriza o crime doloso como sendo aquele em que o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. No caso presente, o ambulante cometeu contra Gláucia o 
crime de homicídio doloso, pois a parte final do inciso I diz:  “assumiu o risco de produzi -lo”.  Realmente, ao dirigir um carro sem carteira de habilitação ele assumiu o risco de 
produzir o resultado morte. Entretanto, ao atropelar e causar ferimentos nas duas outras adolescentes, ele também infringiu a norma penal  – tentativa de homicídio, isto é, melhor 
dizendo, homicídio tentado – pela combinação do art. 121 do Código Penal com o art. 14, II. No crime tentado, a consumação não chega a ocorrer por circunstâncias alheias à 
vontade do agente. Neste caso, a consumação não ocorreu porque as vítimas estavam próximas ao muro da casa, que impediu a consumação.  
                Diante de todo o acima exposto, requeremos que o acusado seja incurso nos crimes de homicídio doloso de Gláucia e, em relação à Thaís e Esteice, crime de homicídio 
tentado, devendo também o dono do veículo ser indiciado como coautor nos crimes citados. 
Caso concreto 2 
A estudante Lígia Lara Santos, de 20 anos, foi presa em 08 de março de 2011 após confessar o assassinato do pai, o pedreiro Lauro Joaquim da Silva, de 48 anos. Ela contou à 
polícia que o pai se tornava agressivo quando bebia e a ameaçava de morte. 
Disse ainda que, cansada das agressões, pediu ajuda ao namorado, Ricardo Cardoso da Silva, 18 anos, com quem se relacionava há oito meses, para se livrar do pai. 
A estudante, que se mostrou calma durante todo depoimento, disse que o relacionamento familiar sempre foi ruim e que a mãe está presa por tráfico de drogas. 
O casal foi coincidentemente abordado pela polícia porque os policiais suspeitaram de que os dois estivessem levando produto de roubo. 
O crime ocorreu por volta das 3h da manhã, quando o pedreiro, depois de passar a noite em um bar, voltava para casa, no bairro de Cangaíba, na Zona Leste de São Paulo. Ao entrar, 
foi surpreendido pela filha e o namorado. Enquanto o rapaz segurava o pedreiro, Lígia o atingiu com cerca de 30 facadas. 
O corpo foi amarrado com pedaços de corda de varal. Embrulhado em lençóis, cobertor, tapete e saco plástico preto e posto em um carrinho do tipo utilizado para transportar 
bagagem. A ideia, segundo a estudante, era jogar o corpo num córrego próximo. Antes de deixar a casa, os criminosos ainda trocaram de roupa. 
Na rua, a dupla foi abordada por policiais da 3 ª Companhia do 8 º Batalhão da Polícia Militar, que desconfiaram de que o casal estivesse transportando mercadoria roubada. 
Percebendo a aproximação da PM, Ricardo fugiu, mas Lígia foi presa. 
  
Plano de Aula: Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA NARRATIVA JURÍDICA
Estácio de Sá Página 1 / 2
Título 
Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
14 
Tema 
Produção da narrativa simples e da narrativa valorada: orientações finais. 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
- Aperfeiçoar a produção das narraƟvas jurídicas; 
- Desenvolver diferentes estratégias para a narraƟva dos fatos controverƟdos; 
- Produzir textos coesos e coerentes. 
Estrutura do Conteúdo 
1. NarraƟva jurídica simples e valorada 
2. Cronologia dos fatos 
2.1. Caso concreto com poucos fatos controvertidos 
2.2. Caso concreto com muitos fatos controvertidos 
3. Coesão e coerência textuais 
Aplicação Prática Teórica 
Ao longo do semestre, estudamos todo o conteúdo necessário à produção das narrativas jurídicas. Neste encontro, já a título de revisão para as últimas provas, vamos 
aprimorar pontualmente algumas orientações sobre como organizar a cronologia dos fatos do caso concreto. 
Se houver eventuais pontos controvertidos, sugerimos seguir a ordem cronológica e, no ponto da controvérsia, por meio da polifonia, mostrar as duas versões. Se, porém, as partes 
possuem versões muito diferentes sobre grande parte dos eventos, melhor seria narrar, em primeiro lugar, a versão de quem acusa (parte autora) e, depois, a versão da parteré, 
estratégia que ainda observa a cronologia dos eventos, uma vez que, no processo, autores pronunciam-se antes dos réus. 
QUESTÃO 
Com base nas informações sobre os casos que seguem, redija um relatório para cada caso concreto. 
Caso concreto 1 
Na tarde de domingo, o vendedor ambulante Francisco Lopes da Silva foi autuado e preso em flagrante pelo atropelamento, seguido de morte de uma jovem de 14 anos e ferimentos 
em duas outras, ao dar marcha -ré para entrar na garagem de sua casa com a saveiro de um amigo. Ele estava bêbado e não possuía carteira de habilitação. O ambulante 
demonstrou ser duplamente irresponsável ao dirigir veículo alheio, após ingerir bebida alcoólica e dirigir sem ter habilitação.  
Embora Francisco pudesse estar tentando fazer um favor a um amigo, ele nunca poderia ter assumido tal responsabilidade. Na realidade, tanto o ambulante, quanto o dono do carro, 
são solidariamente responsáveis pelo trágico acontecimento naquela tarde de domingo. Francisco, pelos motivos já aqui registrados; o dono do carro, por não perceber, embora 
também sob o efeito do álcool, que estava entregando, nas mãos do acusado, uma arma poderosa contra a vida – seu veículo. Como a irresponsabilidade das pessoas, atos 
impensados, atitudes infelizes, são capazes de, num curto espaço de tempo, transformar uma tarde, um final de semana, em uma verdadeira tragédia? Sim, pois aquelas três jovens 
estavam conversando, devaneando em seus mundos de adolescentes, na calçada de casa, em local aparentemente seguro e, de repente, a tragédia – o ato mal feito – o fim para 
Gláucia, a tristeza para as famílias, o horror estampado na mente de Esteice e de Thaís!  
Passado o momento de torpor, aí sim, chega a realidade, a revolta, a tentativa de agressão e de linchamento. Tudo muito natural até para a realidade de então. Além disso, se 
analisarmos melhor os fatos, veremos que não cabe a desculpa apresentada por Francisco, pelo fato de ter sido pego em flagrante delito na direção do veículo objeto do 
atropelamento – aliás, muito sem propósito. O depoimento de uma das vítimas é incisivo ao afirmar ter visto Francisco circular na direção de referido veículo por diversas vezes, na 
rua do acidente, antes de provocá-lo. Ao mesmo tempo, não cabe a desculpa de embriaguez para fugir às responsabilidades. Pelo menos ela não foi capaz de afetar o raciocínio do 
acusado ao desculpar os próprios atos. 
Cabe aqui ressaltar que o nosso Código Penal, em seu artigo 121 qualifica o homicídio dizendo o seguinte: “Art. 121 - Matar alguém; Pena- reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos;” e o 
art. 18, I caracteriza o crime doloso como sendo aquele em que o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. No caso presente, o ambulante cometeu contra Gláucia o 
crime de homicídio doloso, pois a parte final do inciso I diz:  “assumiu o risco de produzi -lo”.  Realmente, ao dirigir um carro sem carteira de habilitação ele assumiu o risco de 
produzir o resultado morte. Entretanto, ao atropelar e causar ferimentos nas duas outras adolescentes, ele também infringiu a norma penal  – tentativa de homicídio, isto é, melhor 
dizendo, homicídio tentado – pela combinação do art. 121 do Código Penal com o art. 14, II. No crime tentado, a consumação não chega a ocorrer por circunstâncias alheias à 
vontade do agente. Neste caso, a consumação não ocorreu porque as vítimas estavam próximas ao muro da casa, que impediu a consumação.  
                Diante de todo o acima exposto, requeremos que o acusado seja incurso nos crimes de homicídio doloso de Gláucia e, em relação à Thaís e Esteice, crime de homicídio 
tentado, devendo também o dono do veículo ser indiciado como coautor nos crimes citados. 
Caso concreto 2 
A estudante Lígia Lara Santos, de 20 anos, foi presa em 08 de março de 2011 após confessar o assassinato do pai, o pedreiro Lauro Joaquim da Silva, de 48 anos. Ela contou à 
polícia que o pai se tornava agressivo quando bebia e a ameaçava de morte. 
Disse ainda que, cansada das agressões, pediu ajuda ao namorado, Ricardo Cardoso da Silva, 18 anos, com quem se relacionava há oito meses, para se livrar do pai. 
A estudante, que se mostrou calma durante todo depoimento, disse que o relacionamento familiar sempre foi ruim e que a mãe está presa por tráfico de drogas. 
O casal foi coincidentemente abordado pela polícia porque os policiais suspeitaram de que os dois estivessem levando produto de roubo. 
O crime ocorreu por volta das 3h da manhã, quando o pedreiro, depois de passar a noite em um bar, voltava para casa, no bairro de Cangaíba, na Zona Leste de São Paulo. Ao entrar, 
foi surpreendido pela filha e o namorado. Enquanto o rapaz segurava o pedreiro, Lígia o atingiu com cerca de 30 facadas. 
O corpo foi amarrado com pedaços de corda de varal. Embrulhado em lençóis, cobertor, tapete e saco plástico preto e posto em um carrinho do tipo utilizado para transportar 
bagagem. A ideia, segundo a estudante, era jogar o corpo num córrego próximo. Antes de deixar a casa, os criminosos ainda trocaram de roupa. 
Na rua, a dupla foi abordada por policiais da 3 ª Companhia do 8 º Batalhão da Polícia Militar, que desconfiaram de que o casal estivesse transportando mercadoria roubada. 
Percebendo a aproximação da PM, Ricardo fugiu, mas Lígia foi presa. 
  
Plano de Aula: Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA NARRATIVA JURÍDICA
Estácio de Sá Página 2 / 2

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