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UFRJ 1 Tema 5 - Aproveitamentos Hidrelétricos: Barragens e Aspectos Construtivos Heloisa Teixeira Firmo hfirmo@gmail.com hfirmo@poli.ufrj.br 2562-7991 UFRJ 2 Sumário: 1. Bibliografia. 2. Barragens. 3. Aspectos construtivos. UFRJ 3 Schreiber, Usinas Hidrelétricas - Editora Edgar Blücher, Ltda. USBR – Design of Small Dams. Manuais ELB (Inventário, PCH, Viabilidade, Projeto Básico). 1. Bibliografia. UFRJ 4 2. Barragens: aspectos conceituais. A construção de uma barragem ligada a uma usina hidrelétrica pode ter principalmente as finalidades: a concentração do desnível de um rio para produzir uma queda; Afogar tomada d´água, usina de desvio; A criação de um grande reservatório capaz de regularizar o deflúvio; O levantamento do nível d’água para possibilitar a entrada da água num canal. As barragens podem também servir para outros fins como, por exemplo, controle de cheias, abastecimento, rejeitos ou irrigação. 2. Barragens: rejeitos de mineração. Rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração, ocorrido junto à estrada de São Sebastião de Águas Claras, em Nova Lima - MG (2001). http://www.precisao.eng.br/ UFRJ 6 2. Barragens: aspectos conceituais. Classificação segundo o material de construção: de terra (com seção homogênea e com seção zoneada); de enrocamento; de concreto; tipo misto. UFRJ 7 Barragem de terra: é apropriada para locais onde a topografia se apresente suavemente ondulada, nos vales pouco encaixados, e onde existam áreas de empréstimo de materiais argilosos/arenosos suficientes para a construção do maciço compactado. Adequabilidade do local: Um local considerado adequado para implantação de uma barragem de terra, além dos aspectos anteriormente citados, deverá possuir as seguintes características: 2. Barragens: aspectos conceituais. UFRJ 8 áreas de empréstimo e pedreiras localizadas em cotas superiores às da barragem, visando facilitar o transporte de materiais; as fundações devem ter resistência e estanqueidade suficientes, de acordo com as recomendações para Preparo e Tratamento das Fundações (manual PCH); o eixo deve ser posicionado no local mais estreito do rio, visando-se reduzir o volume da barragem; as margens do reservatório devem ser estáveis, visando- se minimizar escorregamentos. 2. Barragens: aspectos conceituais. UFRJ 9 A inexistência de áreas de empréstimo de solos argilosos torna antieconômica a adoção de barragem de terra nesses locais. Caso o balanceamento de materiais mostre que existe volume de rocha excedente, a seção da barragem deve ser mista (terra-enrocamento), uma vez que, certamente, significará economia para o empreendimento. Adequabilidade do local: Um local considerado adequado para a implantação de uma barragem de enrocamento deverá possuir as seguintes características disponibilidade de material rochoso em quantidade suficiente. Normalmente é necessário desmontar 100 m3 de rocha para cada 130 m3 lançado no corpo da barragem. 2. Barragens: aspectos conceituais. UFRJ 10 Adequabilidade do local (barragem de enrocamento): As pedreiras devem estar localizadas preferencialmente em cotas superiores às da área de construção da barragem, visando facilitar o transporte de materiais; possibilidade de utilização direta do material, sejam os mesmos provenientes da escavação das fundações das outras estruturas ou das pedreiras; a largura do vale, na cota da crista da barragem, deve ser a mais estreita no trecho aproveitável do rio, visando-se reduzir o volume da barragem; as fundações e as ombreiras devem ser resistentes e estanques; facilidade de construção e de acessos. 2. Barragens: aspectos conceituais. UFRJ 11 Entre os tipos tecnicamente viáveis, será escolhido aquele que resultar em investimentos menores. Se existe terra argilosa ou arenosa, com as qualidades adequadas, em quantidades suficientes, numa distância razoável, uma barragem de terra será o tipo indicado, principalmente, se areia natural para concreto não existir em quantidade suficiente perto do local da barragem. 2. Barragens: aspectos conceituais. UFRJ 12 Por outro lado, a escavação em rocha, quando necessária em grandes quantidades, para a construção do vertedouro e de outras obras, pode orientar o projeto para uma barragem de enrocamento, sobretudo se a quantidade disponível de terra argilosa para vedação é pequena. Em outros casos, um perfil constituído parcialmente de terra e parcialmente de enrocamento pode ser a solução mais econômica (barragem mista). 2. Barragens: aspectos conceituais. UFRJ 13 barragem de terra homogênea (H> 10 m) Fonte: Manual PCH, ELB. a m2 1 borda livre NA máx. 1 m1 H h 5,00 5,00 aterro compactado tapete drenante m1H a 0,3hm2m2H filtro vertical aterro compactado pavimento flexível dreno de pé proteção com grama det. 3 2. Barragens: aspectos conceituais. UFRJ 14 2. Barragens: aspectos conceituais. Itaipu: Barragem de terra direita UFRJ 15 2. Barragens: aspectos conceituais. Itaipu: Barragem de terra esquerda. UFRJ 16 2. Barragens: aspectos conceituais. Barragem de terra: a barragem acima tem um perfil tipo zoneado, com núcleo constituído por solos argilosos no paramento a montante, separado por um filtro do paramento de jusante que é constituído por materiais resultantes da escavação UFRJ 17 2. Barragens: aspectos conceituais. Itaipu: Barragem de enrocamento. UFRJ 18 2. Barragens: aspectos conceituais. Itaipu. UFRJ 19 2. Barragens: aspectos conceituais. custo Principais fatores físicos para a escolha da barragem: Condições geológicas; Fundações (qualidade do solo, permeabilidade, fissuras, falhas; Quanto melhor qualidade das fundações, menores as restrições; Material disponível; Aspectos ambientais (áreas de empréstimo, bota-fora); Tamanho e localização do vertedouro. UFRJ 20 2. Barragens: aspectos conceituais. Classificação segundo seu comportamento estrutural: Gravidade: pouco armada, concreto simples, concreto massa (sem armadura); Gravidade aliviada: pouco armada, concreto estrutural, concreto massa; Contrafortes: muito armada, concreto estrutural. Arco-gravidade: pouco armada, concreto simples, concreto massa, não há muita solicitação à tração. Arco: pouco armada, concreto estrutural. Arcos múltiplos: muito armada. UFRJ 21 2. Barragens: de concreto em arco. Exemplo: UHE Funil (RJ). UFRJ 23 Funil: válvula difusora em funcionamento UFRJ 24 2. Barragens: gravidade aliviada. Barragem principal de Itaipu, concebida em blocos de gravidade aliviada UFRJ 25 2. Barragens: gravidade aliviada. Construção da barragem principal de Itaipu, concebida em blocos de gravidade aliviada UFRJ 26 2. Barragens: gravidade aliviada. Itaipu: barragem lateral dirieta. UFRJ 27 2. Barragens: contrafortes. Vistas geral e lateral (por jusante), em primeiro plano, de um bloco de contraforte concluído em Itaipu. UFRJ 28 2. Barragens: esforços atuantes. Considerando os esforços que a barragem deve suportar: Barragem a gravidade: quando os esforços somente possuem componentes em planos normais ao seu eixo (por exemplo, barragens de concreto de eixo reto); Barragens em arco: quando os esforços possuem componentes em planos normais e tangenciais ao seu eixo (próprias para vales estreitos); Barragens de terra: quando as forças atuantes são equilibradas pelas forças de coesão que se desenvolvem no interior das mesmas (mais comuns são de terra compactada e enrocamento). UFRJ 29 2. Barragens: esforços atuantes. Principais forças atuantes: barragem a gravidade. Esforços verticais: Subpressão nasfundações (u); Peso próprio da barragem(P); Peso da água, atuando sobre faces inclinadas; Ação da água por percolação, resultando esforços principalmente em sua base; Esforços horizontais; Empuxo d’água de montante e de jusante(E); Esforços de atrito. UFRJ 30 2. Barragens: esforços atuantes. E1 P u y1 y2 E2 x1 x2 (modificações quando há dreno...) UFRJ 31 2. Barragens: esforços atuantes. Estabilidade de uma barragem a gravidade: Tombamento: St = E2 Y2+ P x1 > St min (~1,3) E1Y1 + u x2 Flutuação: Sf = P > Sf min (~1,1) U UFRJ 32 2. Barragens: esforços atuantes. Estabilidade de uma barragem a gravidade: Deslizamento ∑ FH < φ Σ FV φ = coeficiente de atrito admissível (concreto-concreto 0,75; Concreto – rocha boa 0,60 a 0,75; concreto-argila seca 0,51 etc) Esmagamento: as tensões máxima e mínima devem ser menores do que a do material que suporta a carga σad > Σ FV bL Tração (montante) compressão (jusante) UFRJ 33 2. Barragens: cota da crista. http://www.fcth.br/Cursos/cursos/phd5706/capacidade_de_reservatorios.pdf Cálculo do “fetch” UFRJ 35 2. Barragem de terra: percolação. 2. Barragens: percolação. Na figura é possível observar a rede de percolação na fundação de uma barragem.Uma rede de percolação é uma representação gráfica das trajetórias da água ao passar através de um material permeável. http://www.georoteiros.pt/georoteiros/Apagina/multimedia.aspx?TIPO_galeria=Dia gramas/esquemas UFRJ 37 2. Barragens: tratamento fundações. Tratamento da rocha de fundação: Injeções de consolidação; Injeções de impermeabilização; Drenos (barragens de concreto) – eliminar pressões. UFRJ 38 2. Barragens: tratamento das fundações. As condições técnicas, que podem influir na determinação da escolha do tipo da barragem pertencem, principalmente, à geologia. Ou seja, o tipo da barragem depende da qualidade dos materiais sobre os quais ou com os quais deverá ser construída. Barragens de gravidade, de concreto, em arco , por exemplo, exercem esforços de pressão nas fundações que exigem, em geral, rocha sã. As barragens de terra ou de enrocamento não exigem condições especiais de fundação. UFRJ 39 Barragens de concreto: Tratamento da rocha de fundação. Injeções de consolidação: a rocha de fundação apresenta- se, depois da escavação das camadas de terra, fendilhada. Com o uso de explosivos na escavação, a rocha é danificada e a coesão diminuída. A resistência da rocha fendilhada e deteriorada pela escavação pode ser restabelecida, ou ao menos melhorada, por meio de injeções de consolidação, usando, para isso, calda de cimento ou argamassa, conforme a largura das fendas. 2. Barragens: tratamento das fundações. UFRJ 40 2. Barragens: tratamento das fundações. Barragens de concreto:Tratamento da rocha de fundação . Injeções de impermeabilização: Outro problema muito importante para o projeto de uma barragem consiste na percolação da água através do material da fundação, tanto no fundo, quanto nas encostas do vale. A percolação provoca três efeitos principais: •A perda d´água; •A eventual danificação do subsolo pelo fluxo da água, pondo em risco a estabilidade da construção e •A pressão sob o plano de fundação da construção (subpressão). UFRJ 41 Barragens de concreto:Tratamento da rocha de fundação. Injeções de impermeabilização: Para diminuir a permeabilidade do subsolo – é convicção quase unânime dos especialistas que uma vedação completa é impossível – e, assim, para combater seus efeitos nocivos, executam-se, geralmente, cortinas de injeção. O material injetado espalha-se, a partir dos furos, em todas as direções pelas fendas da rocha, formando, assim, uma zona de permeabilidade reduzida. 2. Barragens: tratamento das fundações. UFRJ 42 Barragens de concreto:Tratamento da rocha de fundação. Drenos: O meio mais seguro para eliminar pressões, dentro da rocha e entre a rocha e o fundo de uma construção, consiste na execução de furas de drenagem. Por isso, debaixo das barragens de concreto, é executada uma fila de furos de drenagem, que geralmente desembocam numa galeria, disposta na parte de montante da barragem, se possível, abaixo do nível de jusante mais baixo. 2. Barragens: tratamento das fundações. UFRJ 43 Nos locais previstos para a construção da barragem onde a rocha firme está coberta por uma camada de aluviões, entulhos e outros solos, que por sua grande espessura não podem ser removidos, o tipo indicado é a barragem de terra ou de enrocamento. É claro que o tratamento das fundações é diferente dos métodos aplicados na fundação em rocha. As solicitações específicas nas fundações, exigidas pelo peso da barragem são muito menores. 2. Barragens: tratamento das fundações. UFRJ 44 Barragens de solo/enrocamento:Tratamento do solo de fundação. Injeções de consolidação: São desnecessárias. Injeções de impermeabilização: Mesmo com efeito apenas parcial, nesses casos, são de maior importância, não somente para diminuir as perdas d´água ou a subpressão exercida sobre as construções mas também para evitar ou diminuir a percolação subterrânea ligada ao perigo de lavagem dos materiais finos e ao perigo de enfraquecimento da fundação. 2. Barragens: tratamento das fundações. UFRJ 45 3. Aspectos construtivos. Há, essencialmente, 2 grandes enfoques, quando se fala de aspectos construtivos de aproveitamentos hidrelétricos: Cronograma e planejamento construtivo: interferência com outras áreas, tais como, geologia, geotecnia, hidrologia, aspectos sócio-econômicos, áreas de empréstimos, situação das estradas, vila dos trabalhadores, variabilidade temporal, desvio do rio, vias de acesso, dentre outros. Algumas estruturas principais - Detalhes de aspectos construtivos: vertedouro, casa de força, tomada d´água, ensecadeiras, etc Porém, é no imprevisível que reside a criatividade do engenheiro... UFRJ 46 3. Aspectos construtivos: cronograma e planejamento. Para iniciar o planejamento da construção, devem ser fixadas as principais premissas adotadas, tais como: Etapas da obra; Data do desvio do rio; Data do enchimento do reservatório; Data do início de geração da primeira unidade; Intervalo do início de geração das demais unidades; Alturas de camadas de concretagem e tipos de concreto (refrigerado ou não), por estrutura, da Obra; Critérios de empilhamento do material escavado e destino; Projetos sócio-ambientais (datas marco); Data limite para obtenção das licenças de operação. ensecadeiras, etc UFRJ 47 Os estudos de planejamento construtivo e o estabelecimento do cronograma das obras civis e de montagem visam os seguintes objetivos: Atender as datas de geração estabelecidas; Avaliar e sugerir ações quanto às interfaces entre as atividades de construção civil e montagem eletromecânica; Fornecer subsídios para a mobilização do empreiteiro das obras civis principais e dos serviços de montagem eletromecânica; Fornecer subsídios para definições das datas início de fabricação dos equipamentos eletromecânicos, dos prazos de fabricação e das datas de entrega na obra. 3. Aspectos construtivos: cronograma e planejamento. UFRJ 48 O estudos de planejamento construtivo também devem definir as etapas construtivas básicas e devem ser desenvolvidos simultaneamente com os estudos de desvio do rio. Esses estudos deverão considerar, entre outros, os seguintes aspectos: Hidrologia: vazões, níveis, pluviosidade; Volumes de serviços: escavações em solo e rocha, aterros, enrocamentos, volumes de concreto por tipo; Balanceamento dos materiais das escavações obrigatórias; Distância de transporte; Critérios para lançamento de materiaisescavados e de minimização de estoque e bota-fora; 3. Aspectos construtivos: cronograma e planejamento. UFRJ 49 Métodos construtivos e relação, por tipo, dos equipamentos de execução principais; Métodos de montagem dos equipamentos eletromecânicos, seqüências e prazos de montagem e suas interfaces com a construção civil; Mobilização de equipamentos e materiais; Caracterização dos acessos e vias de circulação da obra; Tipo de pavimento, geometria e rampas; Localização do canteiro; Histogramas de materiais: escavações, aterros, enrocamentos, concretos; Histogramas de mão de obra por categoria funcional. 3. Aspectos construtivos: cronograma e planejamento. UFRJ 50 O cronograma de construção e montagem do empreendimento é o resultado final do planejamento construtivo. Para o cumprimento dos prazos e datas marco são necessárias a otimização e a compatibilização dos histogramas dos materiais e da mão-de-obra empregados na construção, levando em conta as condições hidrológicas para o desvio do rio e o enchimento do reservatório. O cronograma deverá indicar as datas marco principais e os quantitativos envolvidos em cada etapa. 3. Aspectos construtivos: cronograma e planejamento. UFRJ 51 Os principais marcos a serem indicados são: Mobilização da construção civil; Início da construção; Desvio do rio; Início do concreto da tomada d’água; Início do concreto da casa de força; Início do concreto do vertedouro; Início da montagem; Término da barragem (crista); Início e término dos projetos sócio-ambientais; Licença de operação; Início do enchimento do reservatório; Início da geração. 3. Aspectos construtivos: cronograma e planejamento. UFRJ 52 Critérios gerais de projetos: As estruturas hidráulicas são destinadas a operar sob condições extremamente variáveis estipuladas pela sua iteração com o material de fundação, exposição ao ar e água, variação de temperatura, radiação solar, ações de onda, sismos etc. As conseqüências danosas de uma possível falha demanda um alto grau de requisitos de segurança para estas estruturas, especialmente aquelas que operam sobre pressão d’água. 3. Aspectos construtivos: cronograma e planejamento. UFRJ 53 Desenhos detalhados das estruturas principais: Barragens e diques; Estruturas de geração; Estruturas de extravasão; tomadas d´água; Eclusas; Canais; Equipamentos eletromecânicos; Subestações; Linhas de transmissão; Outros. 3. Aspectos construtivos: cronograma e planejamento. UFRJ 54 Detalhes construtivos principais: Preparo da Fundação e das Ombreiras As recomendações deste item são decorrentes do tipo de fundação; A área sob a barragem, mais uma faixa de 5,0 m para montante e para jusante, deverá ser limpa, incluindo o desmatamento, o destocamento e a remoção de terra vegetal até a profundidade que for necessária. O material removido deverá ser transportado para área de “bota-fora”, fora do canteiro de obras e do futuro reservatório. Após a limpeza, o terreno deverá ser regularizado e compactado com trator de esteira. A compactação deverá consistir de 10 (dez) passadas do trator de esteiras por toda a área da fundação, incluindo as ombreiras. 3. Aspectos construtivos: cronograma e planejamento. UFRJ 55 Detalhes construtivos principais: Preparo da Fundação e das Ombreiras Após a regularização do terreno, eventuais surgências de água na fundação (olho d’água) deverão ser convenientemente tratadas, como descrito a seguir: instalar tubos de concreto ou cerâmica na posição vertical sobre a surgência, com diâmetro superior ao olho d’água, e registrar a altura que o nível d’água alcança no interior do tubo; . preencher o tubo com brita até pelo menos 1,0 m acima do nível d’água estabilizado; . quando o aterro, em torno do tubo, atingir o nível da brita, deverá ser lançada pasta de cimento sobre a brita até cobrir o seu nível. 3. Aspectos construtivos: Barragem de terra. UFRJ 56 Detalhes construtivos principais: lançamento da pasta nível de lançamento NA estabilizado tubo de concreto ou fundação infiltração abertura do olho d`água TRATAMENTO DE OLHO D`ÁGUA NA FUNDAÇÃO camadas compactadas da barragem 1,00 cerâmica (manilha) de cimento da brita (final) Fonte: Manual PCH, ELB. Preparo da Fundação e das Ombreiras 3. Aspectos construtivos: Barragem de terra. UFRJ 57 Detalhes construtivos principais: Preparo da Fundação e das Ombreiras Se a fundação for mais permeável que o aterro da barragem, ou do núcleo central no caso de seção mista, constatado nos ensaios realizados durante a execução das sondagens, deverá ser prevista uma trincheira de vedação, cujos detalhes e dimensões são mostrados na Figura a seguir. 3. Aspectos construtivos: Barragem de terra. UFRJ 58 Detalhes construtivos principais: filtro de areia até o pé do talude de jusante B=b+3h b h DETALHE 1 - TRINCHEIRA EM FUNDAÇÃO MUITO PERMEÁVEL nota: b>=3m aterro compactado material mais impermeável 1,5 1 1,5 1 Fonte: Manual PCH, ELB. Preparo da Fundação e das Ombreiras 3. Aspectos construtivos: Barragem de terra. UFRJ 59 Detalhes construtivos principais: Lançamento, Espalhamento e Compactação O material da barragem deverá ser lançado com caminhão basculante e espalhado, em camadas de 20 cm de espessura, com trator de esteira equipado com lâmina ou moto-niveladora. A compactação deverá ser realizada através de 6 (seis) passadas de rolo compactador de 4 toneladas, rebocado por trator de esteiras. As faixas compactadas paralelas deverão ter uma superposição mínima de 20% da largura da faixa. Nos locais onde não for possível o acesso desses equipamentos, a compactação deverá ser realizada utilizando-se placas vibratórias (sapos mecânicos) ou manualmente, por apiloamento. 3. Aspectos construtivos: Barragem de terra. UFRJ 60 Detalhes construtivos principais: Proteção dos Taludes das Barragens O talude de montante das barragens de terra homogêneas deverá ser protegido contra a ação de ondas e contra a variação do nível d’água do reservatório (se houver). A proteção deverá ser executada com materiais granulares, rocha proveniente das escavações obrigatórias ou cascalho, se disponível na região, cujas dimensões mínimas são mostradas no detalhe apresentado. Essa proteção deverá ser executada acompanhando o alteamento do aterro. 3. Aspectos construtivos: Barragem de terra. UFRJ 61 Detalhes construtivos principais: Proteção dos Taludes das Barragens pedra de mão transição (brita) m1 1 areia (enrocamento) 0,40 0,20 0,20 nota: dimensões em metro aterro compactado DETALHE 2 - PROTEÇÃO DO TALUDE DE MONTANTE Fonte: Manual PCH, ELB. 3. Aspectos construtivos: Barragem de terra. UFRJ 62 Detalhes construtivos principais: Proteção dos Taludes das Barragens O talude de jusante deverá ser protegido contra a flutuação do nível d’água de jusante (se houver) e contra a ação de chuvas. A proteção deverá ser igual a do talude de montante até uma altura mínima de h/3, sendo h a profundidade de água do reservatório. Se o NA de jusante ultrapassar essa altura, a proteção deverá ser executada até a elevação correspondente. Acima dessa altura, o talude deverá ser protegido, sempre que possível, através do plantio de grama. 3. Aspectos construtivos: Barragem de terra. UFRJ 63 Detalhes construtivos principais: Proteção dos Taludes das Barragens Fonte: Manual PCH, ELB. nota: dimensões em metro 0,20 0,20 0,40 (enrocamento) 0,3h mínimo DE JUSANTE DETALHE 3 - PROTEÇÃO DO TALUDE filtro de areia areia transição (brita) pedra de mão grama 3. Aspectos construtivos: Barragem de terra. UFRJ 64 Detalhes construtivos principais: Proteção dos Taludes das BarragensCaso não existam materiais granulares em abundância na região, o talude de montante deverá ser protegido com uma camada de solo-cimento, com 1,0 m de espessura, medido normal ao talude. O método de execução deverá acompanhar o alteamento do aterro da barragem. Após o lançamento, a camada de solo- cimento deverá ser compactada com, no mínimo, 4 passadas do equipamento de compactação. O trabalho deverá estar finalizado até 60 minutos após o lançamento. Durante a elevação do aterro, deverão ser tomados cuidados com a umidade adequada para a cura das camadas executadas anteriormente. 3. Aspectos construtivos: Barragem de terra. UFRJ 65 Detalhes construtivos principais: Proteção dos Taludes das Barragens: cimento e solo A mistura de cimento com o solo deverá ser realizada em betoneiras ou no próprio local. Poderá ser adicionada água à mistura, se necessário, para melhorar a trabalhabilidade. O talude de jusante deverá ser protegido como especificado anteriormente. A Figura, a seguir, apresenta os detalhes da proteção e do alteamento de solo-cimento. 3. Aspectos construtivos: Barragem de terra. UFRJ 66 Detalhes construtivos principais: Proteção dos Taludes das Barragens Fonte: Manual PCH, ELB. m1 1 SEQUÊNCIA DE ALTEAMENTO camadas de proteção de solo-cimento talude da barragem camadas compactadas da barragem linha de escavação do talude para junção das camadas 0,20 1,00 1,00 aterro compactado camada de solo-cimento nota: dimensões em metro 3. Aspectos construtivos: Barragem de terra. UFRJ 67 Detalhes construtivos principais: Proteção dos Taludes das Barragens O talude a jusante do núcleo impermeável da barragem de enrocamento convencional deverá ser protegido como indicado na Figura, visando evitar a fuga do material impermeável através dos vazios dos materiais granulares do espaldar de jusante. 3. Aspectos construtivos: Barragem de enrocamento. . areia enrocamento transição (brita) m2 1 0,50 0,50 (pedra de mão) 0,75h mínimo DETALHE 4 - PROTEÇÃO INTERNA DO CORPO DA BARRAGEM DE ENROCAMENTO nota: dimensões em metro 0,5 1 UFRJ 68 Preparo da fundação e das ombreiras: O preparo das fundações da barragem e de uma faixa de 5,0 m, a montante e a jusante, consiste na limpeza, incluindo o desmatamento, o destocamento e a remoção de terra vegetal até uma profundidade de 20 cm na área dos cordões e 50 cm na área central. O material removido deverá ser transportado para locais de bota-fora pré-determinados, fora do canteiro de obras e do futuro reservatório. Caso o material da fundação seja mais permeável que o material vedante da parte central da barragem, deverá ser escavada uma trincheira na fundação, como indicado anteriormente para a barragem de terra. 3. Aspectos construtivos: Barragem de enrocamento. UFRJ 69 Preparo da fundação e das ombreiras: Após a limpeza, o terreno deverá ser regularizado e a área da base da barragem deverá ser compactada com um trator de esteiras rebocando um rolo compactador de 4 t, pelo menos. Deverão ser dadas 10 passadas por toda a área da fundação e no trecho das ombreiras com inclinação acessível ao trator. 3. Aspectos construtivos: Barragem de enrocamento. UFRJ 70 Detalhes construtivos principais: Lançamento, espalhamento e compactação: O corpo dos prismas deve ter mais 50% de pedras com tamanho superior a 20 cm. As pedras maiores, com diâmetro mínimo definido devem ser colocadas nos taludes, sobretudo no de jusante. As partículas menores devem ser deixadas no centro da seção, durante o espalhamento. O cuidado na colocação deve aumentar do centro do aterro para a parte externa. O material da parte central deve ser proveniente de pedreiras, sem seleção, ou seja, contendo a fração de materiais mais finos de brita, areia e pó de pedra/solo. . 3. Aspectos construtivos: Barragem de enrocamento. UFRJ 71 Detalhes construtivos principais: Lançamento, espalhamento e compactação: O material do corpo da barragem, exceto as camadas finais dos taludes e da crista, deve ser lançado com caminhões basculante e espalhado com trator de esteiras ou moto-niveladora. Na barragem de enrocamento convencional, a compactação da parte externa deverá ser feita em camadas de 60 cm, através de trator de esteiras rebocando um rolo compactador com 10 t, ou mais, ou caminhões carregados, com, no mínimo, 2 passadas em cada faixa no sentido paralelo ao eixo da barragem. . 3. Aspectos construtivos: Barragem de enrocamento. UFRJ 72 A barragem de concreto considerada aqui é a do tipo muro- gravidade, capaz de resistir, com seu peso próprio, à pressão da água do reservatório e à subpressão das águas que se infiltram pelas fundações. Esse tipo de barragem é recomendado para vales estreitos, encaixados, em maciço rochoso pouco fraturado e com boas condições de fundação. 3. Aspectos construtivos: Barragem de concreto. UFRJ 73 Adequabilidade do local: . Um local considerado adequado para o projeto de uma barragem de concreto deverá possuir as seguintes características: a largura do vale na crista da barragem deve ser a mais estreita do trecho aproveitável do rio, visando-se reduzir o volume da barragem; disponibilidade de pedreiras para obtenção da brita e jazidas de areia facilmente exploráveis nas proximidades do local; 3. Aspectos construtivos: Barragem de concreto. UFRJ 74 Adequabilidade do local: facilidade de conseguir cimento em quantidade suficiente na região; as fundações e as ombreiras devem ser resistentes. O maciço rochoso deve ser pouco fraturado (1 a 3 fraturas/metro). A camada aluvionar na região das fundações, caso exista, não deverá ser muito espessa (~ 2,0 m), visando não onerar o custo da obra com o serviço de remoção da mesma; facilidade de construção e de acessos. 3. Aspectos construtivos: Barragem de concreto. UFRJ 75 Seção típica: A seção típica recomendada para a barragem de concreto é apresentada na figura a seguir. Registra-se que, na maioria dos casos, adota-se uma seção com paramento de montante vertical, em função dos cálculos de estabilidade. A barragem deverá ser construída em blocos, entre os quais deverão ser previstas juntas verticais de dilatação vedadas contra vazamentos. Na crista da barragem, no trecho não vertente, deverá ser construída uma mureta de proteção contra ondas, em concreto ou em alvenaria de tijolos maciços. 3. Aspectos construtivos: Barragem de concreto. UFRJ 76 b2b1 B 0,30 1,00 H Hv NA máx. NA normal superfície do terreno natural lâmina vertente nota: dimensões em metro mureta eventual BARRAGEM DE CONCRETO 1,00 0,50 0,10 0,70 1 1 b1=0,10H b2=0,70H Fonte: Manual PCH, ELB. 3. Aspectos construtivos: Barragem de concreto. UFRJ 77 Distância entre as juntas: As juntas entre os blocos da barragem devem estar espaçadas entre si de no máximo 15 m, para evitar fissuras no corpo da estrutura . 15,00 crista da barragem crista do trecho vertedouro juntas superfície da rocha VISTA DE JUSANTE (DISTÂNCIA ENTRE JUNTAS) 3. Aspectos construtivos: Barragem de concreto. UFRJ 78 Seção típica: O paramento de jusante da barragem, no trecho vertente (no caso de barragem-vertedoura), atualmente, é construído com degraus para dissipar parte da energia do escoamento vertente. O restante da energia é dissipado a jusante por sobre o maciço rochoso quando este é são, resistente e não fraturado. Quando o maciço é resistente, mas fraturado, normalmente, escava-se uma bacia (tanque) de dissipação a jusante, para amortecer o impacto da escoamento vertente. Quando o maciço é fraturado e pouco resistente, deve-se protegê-lo com laje de concreto. 3. Aspectos construtivos: Barragem de concreto. UFRJ 79 A utilização de técnicas deconcreto compactado a rolo (CCR) tem demonstrado uma redução de custo e de tempo de construção de barragens de concreto do tipo gravidade em relação aos métodos convencionais e, por essa razão, sua utilização vem crescendo rapidamente A associação desse processo construtivo à possibilidade de redução de energia do escoamento ao longo de calhas de vertedouros com revestimentos não lisos (degraus) conduziu à adoção de degraus ao longo da calha, de forma que a declividade definida pelo alinhamento das extremidade dos degraus resulte na própria declividade da calha. 3. Aspectos construtivos: Barragem de concreto. . http://www.iph.ufrgs.br/pesquisa/PDHA/PeDFurnas/vert8.htm: Detalhe da construção do vertedouro . Vista do escoamento em vertedouro em degraus UFRJ 81 Detalhes construtivos principais: Preparo da Fundação e das Ombreiras: O preparo das fundações sob a barragem e de uma faixa de 5,0 m, a montante e a jusante, consiste na limpeza, incluindo o desmatamento e o destocamento. Deverá ser removido, para bota-fora, todo e qualquer material terroso ou rocha decomposta, até ser atingida, em toda a área, a rocha apropriada para fundação. Entende-se por rocha apropriada a que apresente boas condições de impermeabilidade, pouco fraturada, que possa suportar o peso da barragem sem deformações. 3. Aspectos construtivos: Barragem de concreto. UFRJ 82 Escavação da fundação: A escavação em rocha será de preferência “a frio”, através de cunhagem, procurando-se evitar o uso de explosivos, quando tratar-se de pequenos volumes. A escavação deverá ser conduzida de tal forma que a superfície da rocha, após concluída a escavação, se apresente bem rugosa e plana. Os trabalhos de escavação só deverão ser dados por concluídos depois que o local estiver limpo e desimpedido de fragmentos de rocha, lama ou detritos de qualquer natureza. A limpeza deverá ser executada utilizando-se jato de água/ar. 3. Aspectos construtivos: Barragem de concreto. UFRJ 83 Tratamento da fundação: Deverão ser drenados os olhos d’água porventura encontrados na área da fundação, de forma semelhante à apresentada no item referente à Barragem de Terra. Todas as irregularidades da superfície rochosa que formem taludes negativos ou balanços deverão ser eliminadas; o espaço deverá ser preenchido com concreto. Se o maciço for fraturado, deverá ser executada uma cortina de injeção de impermeabilização típica, com furos primários a cada 3 m. Se necessário executar furos secundários . Para reduzir a subpressão deverá ser executada uma cortina de drenagem típica. 3. Aspectos construtivos: Barragem de concreto. UFRJ 84 Concretagem das Estruturas: o concreto deverá produzido na central do canteiro de obras. Essa central deverá ter capacidade compatível com o volume de concreto previsto e o prazo para execução. a resistência do concreto deverá ser especificada em função do dimensionamento estrutural; os agregados miúdos (areia) e graúdos (brita e/ou cascalho) deverão ser de boa qualidade, ter partículas sólidas e duráveis, livres de impurezas orgânicas de qualquer natureza e de materiais pulverulentos; o cimento deverá ser armazenado na obra de modo adequado, visando protegê-lo contra deterioração; 3. Aspectos construtivos: Barragem de concreto. UFRJ 85 Concretagem das Estruturas: todo concreto deverá ser adensado por vibração; a superfície concretada não poderá ser exposta à ação de água de cura antes que tenha endurecido o suficiente, para que não seja danificada pelo umedecimento; todo concreto deverá ser lançado de uma altura inferior a 2,0 m para evitar a segregação de seus componentes; os lançamentos serão sucessivos; cada camada deverá ser concretada e compactada antes que a camada anterior tenha iniciado a pega, a fim de evitarem-se juntas horizontais; as superfícies deverão ser deixadas rugosas a fim de se obter sempre uma boa ligação com a camada seguinte;. 3. Aspectos construtivos: Barragem de concreto. UFRJ 86 Ensaios convencionais de "trabalhabilidade" e de "resistência axial simples", bem como os controles estatísticos tradicionais, por si só não atenderiam com a segurança, qualidade e rapidez necessárias, à produção e lançamento de concreto (volumes chegaram a alcançar o recorde de 340.000 m³ no mês de novembro/79). Pouco adiantaria, após 7 ou 28 dias, detectar baixa resistência em corpos de prova, já que qualquer correção, quando ainda possível, iria certamente representar significativos prejuízos. 3. Aspectos construtivos: Itaipu. UFRJ 87 Laboratório de Tecnologia do Concreto, com 2.200 m² de área construída, implantado com o objetivo de oferecer o necessário suporte tecnológico à construção da Usina, desenvolveu, desde 1975, suas atividades voltadas ao controle e qualidade das construções em concreto, e à análise tecnológica dos mais diversos materiais de construção, atuando também nas áreas de Mecânica dos Solos, Mecânica das Rochas e Geologia Aplicada. Assim, o Laboratório de Tecnologia do Concreto, localizado junto a Usina, foi preparado com a metodologia e equipamentos adequados para proceder a inspeção e controle de qualidade dos materiais básicos do concreto, desde a sua origem. 3. Aspectos construtivos: Itaipu.
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