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PREPARATÓRIO PARA OAB Professora: Dra. Renata Aguiar DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO Capítulo 4 Aula 1 PROCESSO ADMINISTRATIVO Coordenação: Dr. Carlos Toledo 01 Processo administrativo, sindicância e processo administrativo disciplinar "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br Tema 1 Conceito Tema 2 Princípios Tema 3 Fases do processo administrativo Tema 4 Sindicância Tema 5 Processo administrativo disciplinar Processo administrativo Para estudar o tema "processo administrativo", é necessário abordar os princípios que o regem, as partes envolvidas e quais as fases em que ele se desdobra. Ainda serão analisados a sindicância e o processo administrativo disciplinar. Inicialmente, vale lembrar que, em sentido amplo, o processo não é exclusivo do Poder Judiciário. As três esferas do Poder se utilizam de processos próprios, conforme estabelecido pela Constituição Federal. Assim, de um lado há o processo legislativo, pelo qual o Estado elabora a lei, e, de outro lado, os processos administrativos e judiciais, através dos quais o Estado aplica a lei. A diferença entre o processo judicial e o processo administrativo é que este pode ser instaurado ou por provocação do administrado, ou de ofício, quer dizer, pela própria Administração, ao passo que aquele (o judicial) somente se instaura mediante provocação de uma das partes. Daí afirmar-se que o processo administrativo é bilateral, porquanto, de um lado, se encontra o administrado, e, do outro, a própria Administração Pública, que atua como parte, mas que também profere a decisão. O objetivo do processo administrativo é das garantias aos administrados diante das prerrogativas públicas, ao mesmo tempo em que também concorre para a elaboração de uma decisão mais prudente. Todo o caminho que se percorre, desde o início do processo administrativo até a decisão final proferida pela Administração Pública, é composto por uma seqüência de atos, que tem por fim assegurar que a finalidade da lei foi atendida, permitindo não só às partes envolvidas, mas a toda a coletividade, controlar esse resultado. Como bem lembra a Profª. Maria Sylvia Zanella di Pietro, em regra, o procedimento, quer dizer, o rito de determinados processos é mais rígido à medida em que esteja envolvido não só o interesse público, mas também os direitos dos administrados, como acontece na licitação, nos concursos públicos e nos processos disciplinares. Aula 1 02 De acordo com as lições do Prof. Celso Antonio Bandeira de Mello, "procedimento ou processo administrativo é uma sucessão itinerária e encadeada de atos administrativos que tendem, todos, a um resultado final e conclusivo.” A Lei 9.784/99, que estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, dispõe, logo no seu art. 1º, que visa, em especial, "à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração." Por força do seu § 1º, abrange também, além do Poder Executivo, os Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando estes desempenham função administrativa. A seguir, no art. 2º, a Lei 9.784/99 elenca uma série de princípios aos quais a Administração Pública terá que se submeter. São eles: princípio da legalidade, da finalidade, da motivação, da razoabilidade, da proporcionalidade, da moralidade, da ampla defesa, do contraditório, da segurança jurídica, do interesse público e da eficiência. Ao lado desses princípios, a doutrina elenca outros que não estão expressamente referidos nesse art. 2º, mas aos quais a Administração pública igualmente deve obediência. Por serem de maior importância para o presente estudo, podem ser assim destacados: 1) Princípio da publicidade. 2) Princípio da ampla defesa e do contraditório. 3) Princípio da oficialidade. 4) Princípio do informalismo. 5) Princípio da motivação. 6) Princípio da gratuidade. 7) Princípio da participação popular. 8) Princípio da proporcionalidade. Pietro, Maria Sylvia Zanella di. Direito Administrativo. 18ª edição. São Paulo, Atlas, 2005. Mello, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo.17ª edição. São Paulo, Malheiros, 2004, pág. 446. O processo administrativo tem ao menos três fases: instauração, instrução e decisão. A lei nº 9.784/99 não estabeleceu qualquer rito rigoroso a ser seguido, mas apenas menciona regras que devem ser observadas nessas fases, conforme detalhado em aula. Deve-se ressaltar a importância dos apontamentos ali realizados, razão pela qual é necessária a complementação do estudo através da aula expositiva. Outro ponto importante na mencionada lei é aquele que se refere à revogação, anulação e convalidação dos atos pela Administração Pública. Poderá ela, por razões de conveniência e oportunidade, revogar seus atos; ou então, poderá anulá-los por motivo de ilegalidade, ou seja, de desconformidade com a lei. De outro modo, os atos cujos defeitos sejam sanáveis poderão ser convalidados. Na realidade, o mais correto, no entender do Prof. Celso Antonio Bandeira de Mello, seria que a lei estabelecesse o dever de convalidá-los, e não mera faculdade, como sugere o art. 55 da Lei. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 03 Sindicância A sindicância é um processo mais célere, pois se trata de uma fase preliminar ao processo administrativo. Invocando as lições de José Cretella Júnior, pode-se conceituar a sindicância como sendo "o meio sumário de que se utiliza a Administração do Brasil para, sigilosa ou publicamente, com indiciados ou não, proceder à apuração de ocorrências anômalas no serviço público, as quais, confirmadas, fornecerão elementos concretos para a abertura do processo administrativo contra o funcionário público responsável; não confirmadas as irregularidades, o processo sumário é arquivado." Verifica-se, assim, que a sindicância não se confunde com o processo administrativo, este sim, muito mais amplo do que ela. Utilizando o exemplo de José Cretella Júnior, pode-se fazer um paralelo com o que ocorre no âmbito penal, sendo correto dizer que a sindicância está para o processo administrativo, assim como o inquérito policial está para o processo penal. Deve-se também aqui observar o princípio do contraditório e o da ampla defesa, como decorrentes do devido processo legal. A Lei Federal nº 8.112/90, que trata do regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das Autarquias e das Fundações Públicas e prevê sindicância para a apuração de irregularidade, no seu art. 143. Ainda de acordo com essa lei, no art. 145 está disposto que da sindicância poderá resultar: Cretella Júnior, José. Prática do Processo Administrativo. São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 1988, pág. 48. 1) arquivamento do processo; 2) aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 dias 3) instauração de processo disciplinar. Como a sindicância deve ser rápida, objetiva, mas sempre respeitando o princípio da ampla defesa, a lei não se preocupou um procedimento para a sindicância. Assim, ela pode ser realizada por uma autoridade julgadora, ou por uma comissão de funcionários, que inicia seus trabalhos, investiga e no fim chega a alguma conclusão.Se nada