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Universidade Estácio de Sá
Professora Antonia de La Cruz
Apostila elaborada por Antonia de La Cruz – Curso de Direito
AULA 12
As principais áreas de atuação da Psicologia no Brasil no campo Jurídico
a. Psicologia Penitenciária ou Carcerária: avaliação psicológica do recluso; estudos e pesquisas sobre os processos de ressocialização; intervenções junto ao recluso e ao egresso no que pese os objetivos de ressocialização e ''desinstitucionalização" em relação ao sistema penitenciário; trabalho com os agentes de segurança (p. ex. estresse, violência etc.), estudos sobre penas alternativas (p.ex., prestação de serviço à comunidade etc.); trabalho junto aos parentes dos reclusos (aconselhamento).
b. Justiça da Infância e da Juventude: avaliação psicológica nos casos de violência contra criança e adolescente; trabalhos com os Conselhos Tutelares (p.ex., treinamento de conselheiros); adoção, estágio de convivência; intervenção junto a crianças abrigadas e seus pais; estudos, pesquisas e intervenções junto a adolescentes com práticas infratoras, medidas sócio-educativas, prevenção.
O Estatuto da Criança e Adolescente descreve:
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentaria, prever recursos para manutenção de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da juventude.
Art. 151. Compete à equipe interprofissional, dentre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico.
c. Direito de Família: intervenção em casos de separação, divórcio, pensão alimentícia, destituição do pátrio poder; avaliação psicológica das partes; assessoria em relação aos tipos de guarda (alternada ou compartilhada) não obstante os interesses dos filhos, acompanhamento de visitas.
d. Direito Civil: avaliação psicológica em casos de interdições; em casos de indenizações por dano psicológico (ou, psíquico) em diversas circunstâncias (p.ex., em acidentes).
e. Direito do Trabalho: avaliação psicológica em questões trabalhistas, como acidentes de trabalho, indenizações; avaliação do dano psicológico em perícias acidentarias;
f. Mediação: o psicólogo pode atuar de duas maneiras: como mediador ou dando um suporte psicológico antes, durante e depois das sessões de mediação (p.ex., em questões de família, de trabalho etc.);
g. Direito Penal: avaliações psicológicas no que pese a sanidade mental das partes; violência doméstica contra a mulher, intervenções junto às famílias vitimizadas;
h. Pessoal do Judiciário (Magistrado, Serveatuários): aconselhamento psicológico; estudos e pesquisas sobre o perfil profissiográfico (podendo colaborar nos processos de recrutamento, seleção e treinamento desse pessoal).
Em suma, as principais atividades exercidas pelos psicólogos jurídicos que atuam nas instituições governamentais ou não governamentais de âmbito do Direito referem-se às atuações junto às varas cíveis, criminais, da família, da criança, do adolescente e o exercício profissional nas penitenciárias.
Uma das atividades dos psicólogos diz respeito à participação nos processos de adoção junto aos Juizados da Infância e adolescência.
No bojo do processo de adoção, cabe ao psicólogo:
“ ... auxiliar os candidatos a compreender melhor a criança adotada, responder adequadamente às suas necessidades e sentimentos e, ao mesmo tempo, verificar se isso é mesmo o que pensam sobre uma adoção, confrontando as suas próprias motivações e habilidades (maternidade e paternidade) com as demandas da realidade que se apresenta” (Weber, In: Gonçalves,H ; Brandão,E. “ Psicologia Jurídica no Brasil” Rio de Janeiro: Nau, 2004. p. 134).
Assim, a função do psicólogo nos processos de adoção é garantir o melhor interesse da criança, e é, propiciar reflexão acerca dos atravessamentos da adoção.
DEFINIÇÃO DE ADOÇÃO
Existem várias definições de adoção, porém nos deteremos na definição de Robert (1989:25), para quem a adoção é “a criação jurídica de um laço de filiação entre duas pessoas”. 
No passado, a adoção tinha somente o objetivo de ser um instrumento para suprir as necessidades de casais inférteis e não como um meio que pudesse dar uma família para crianças abandonadas. Esta modalidade de adoção é conhecida como “adoção clássica”, e ainda hoje, no Brasil, este tipo de adoção predomina em detrimento da chamada “adoção moderna” cujo objetivo é garantir o direito de toda criança de crescer e ser educada em uma família. 
O ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) passa a promover a adoção como primordialmente um ato de amor e não simplesmente uma questão de interesse do adotante. A questão da adoção do ECA derivou do art. 227 da Constituição Federal, conhecida como a nossa “Constituição Cidadã”. A importância do ECA para o reconhecimento dos direitos da criança no Brasil é fundamental e, em especial, no que diz respeito à adoção, pois passa a estabelecer como Lei a igualdade de tratamento entre filhos genéticos e adotivos. 
No Brasil, também é bastante conhecido o sistema de “adoção” que foge do processo legal, a chamada “adoção à brasileira”, que ocorre quando uma pessoa registra como seu filho legítimo uma criança nascida de outra mulher. Esta prática de registro falso em cartório apresenta sanções civis (anulação de registro – que cancela todo ato simulado; perda da criança – mesmo tendo em vista o fim nobre, o ato se revestiu e ilicitude - Art. 242 CP) para este tipo de adoção.
ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI (arts. 112 c/c 101).
Segundo o Estatuto, o adolescente que comete ato infracional só pode ser apreendido em duas hipóteses: em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada do Juiz da Infância e Juventude.
Dessa maneira, mesmo na verificação do ato infracional o adolescente apreendido, destinatário de medidas sócio-educativas (art. 112), também pode (e deve) ser alvo de medidas protetivas (art. 101), que pugnem por sua efetiva ressocialização e pela garantia de todos os direitos e responsabilidades dispostos nas leis tutelar (ECA) e constitucional (Constituição Federal de 1988).
Com base na Doutrina de Proteção Integral não há mais possibilidade de falar-se em punição e sim em educação. Como um dos promotores deste processo educativo, o psicólogo deve empreender uma intervenção que tenha alcance maior que a elaboração de um laudo técnico. Deve caminhar para um encontro verdadeiro, um contato mais humano, com envolvimento e compromisso, de modo a facilitar o crescimento pessoal e social daquele ser humano em desenvolvimento e, portanto, com todas as suas potencialidades em expansão. A tarefa que se coloca, então, para a equipe interprofissional é, além de contextualizar o adolescente, dar inicio ao processo educativo, que terá segmento na execução administrativa da medida.
Contextualizar o adolescente significa atender às demandas dele enquanto pessoa que quer e precisa ser ouvida e permite investigar as mudanças de que foi capaz de empreender em suas relações pessoais, com a família, os amigos e a escola, após o cometimento do ato infracional, ou seja, inicia-se o processo de promoção pessoal. Permite, ainda, conhecer suas relações com as figuras parentais e demais integrantes do núcleo familiar, e sua capacidade de estabelecer e manter vínculos afetivos, isto é, inicia-se sua promoção social.
Embora o Direito garanta ao adolescente em conflito com a lei proteção e ressocialização é freqüente a noticia de violência contra adolescentes que são submetidos à medida de internação (a internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento).
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