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Medicina Veterinária Tanatologia Ramo da patologia que estuda a morte! Com o exame pós-morte é possível definir quais condições levaram o animal a morte. Porém, para isso, é preciso conhecer o conceito de morte e quais são os fenômenos cadavéricos. Morte: “Ruptura do equilíbrio biológico e físico-químico, fundamentais à manutenção da vida, caracterizando-se pela cessação dos fenômenos vitais decorrente da perda das funções cerebrais, respiratória e circulatória.”; Os fenômenos cadavéricos se classificam em abióticos (sem agentes biológicos) e transformativos (com agentes biológicos). Fenômenos Abióticos Dividem-se em imediatos e mediatos/consecutivos. IMEDIATOS São fenômenos que se confundem com o momento da morte; A perda da função cerebral (morte cerebral) é determinante deste estado; Há perda da consciência, desaparecimento do tônus muscular, perda dos movimentos respiratórios e dos batimentos cardíacos e semelhantes; MEDIANTES OU CONSECUTIVOS São os de desidratação, resfriamento do corpo, manchas de hipóstase, rigidez cadavéricas, coagulação do sangue, alterações oculares e autólise; Acontecem devido a parada metabólica do corpo. Desidratação Evaporação cadavérica; Com perda passiva de líquidos corpóreos, sendo influenciado por fatores ambientais (temperatura, presença ou não de correntes de ar, umidade...); Melhor observada nos globos oculares e na perda de elasticidade da pele; Não se apresenta de forma uniforme pelo animal. Resfriamento do cadáver Exame pós-morte = necropsia. Medicina Veterinária Algor mortis; O cadáver fica impossibilitado de controlar a temperatura corporal, de modo que não perde. Assim eles tendem a perder calor e se equilibrar com a temperatura ambiente; São influenciados por: Espécie, tamanho e condições do cadáver. Assim como o ambiente em que se encontra. Livores de Hipostase Também chamado de Lividez cadavérica; Extrema palidez do cadáver e aparecimento de manchas violáceas (em tonalidade violeta/roxo), nas partes de declive do corpo Com a morte do animal e perda da circulação, o sangue tende sofrer ação da gravidade e se acumular nas partes mais baixas; Acontece a estase (estagnação do sangue ou linfa) depois hemólise e embebição; A observação desse processo pode não ser percebida devido a pigmentação da pele e pela pelagem do animal; Capazes de determinar em qual lado o animal permaneceu em decúbito após sua morte; No livor não há coágulo, nem infiltração hemorrágica, Livor é diferente de equimose (extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos da pele, ao se romper forma uma área roxa no local, é semelhante, porém diferente de um hematoma). Rigidez cadavérica Rigor mortis; Causado pela redução de ATP; Surge entre duas a três horas a pós a morte do animal, e tende a desaparecer dentro de 24 a 48 horas depois; Inicia nos músculos das pálpebras, depois cabeça, pescoço, membros anteriores, corpo e cauda. O desaparecimento do fenômeno segue a mesma ordem; O processo é desfeito, pois as bactérias presente no animal começam a fermentar e com isso gera energia para que a miosina e actina se desprendam. Contribui para a determinação do tempo de morte, embora para a veterinária seja difícil definir um tempo preciso devido a grande variedade de espécies e raças; O processo é acelerado em casos de doenças infecciosas aguda, quadros convulsivos, trabalho muscular intenso e temperatura ambiente alta; Processo retardado em animais caquéticos e com baixa temperatura; Não irá ocorrer ou será efêmera em casos de doenças consuntivas (perda involuntária de peso) ou coma de longa duração; No coração é natural que ocorra uma expulsão do sangue de maneira completa no ventrículo esquerdo e parcial no ventrículo direito. Assim a tendência é achar sangue coagulado no VD e não ter coágulos no VE. Coagulação do sangue Pode ocorrer em vida, na forma de trombos ou no post mortem Por isso é O processo acontece apenas uma vez. Medicina Veterinária importante saber diferenciá-las, para que haja erros de interpretação. Coágulos: Podem ser vermelhos (cruóricos, devido a predominância de hemácias), sendo esses o mais comum ou branco amarelado (lardáceos, devido a predominância de leucócitos). Eles são brilhantes, superfície regular, se depreende facilmente e ao se soltar o local de adesão mostra a superfície lisa. Trombos: Não são brilhantes, com superfície irregular, estão aderidos a superfície de inserção e implantados sobre superfície irregular. Alterações oculares Pálpebras entreabertas Devido a rigidez cadavérica dos músculos da pálpebra; Retração dos globos oculares Devido a desidratação ou perda de líquidos; Dilatação das pupilas ou midríase Pela perda do tônus muscular (estado que o músculo mantém constantemente de leve contração); Opacidade da córnea Por deposição de partículas presentes no ar que se depositam ali e formam o chamado de “teia viscosa”. CONCLUINDO Com a morte do corpo, não significa que todas as células vão morrer ao mesmo tempo. O tempo até a morte celular depende das necessidades metabólicas de cada uma, fator importante para se trabalhar nas técnicas de transplante; O processo abiótico persiste até que se iniciem os processos transformativos destrutivos. REFERÊNCIAS BANDARRA, Enio; SEQUEIRA, Júlio. Tanatologia: fenômenos cadavéricos abióticos. Revista de Educação Continuada CRMV-SP, São Paulo, volume 2, fascículo 3, p. 072-076, 1999. Disponível em: https://www.revistamvez-crmvsp.com.br/index.php/recmvz/article/download/3380/2585. Acesso em: 19 de junho de 2021. Nos equinos é comum se ter coágulos brancos.
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