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CCJ0009-WL-PA-28-T e P Narrativa Jurídica-Antigo-15863

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Título 
14 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
14 
Tema 
Produção da narrativa simples e da narrativa valorada: orientações finais. 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
- Aperfeiçoar a produção das narraƟvas jurídicas; 
- Desenvolver diferentes estratégias para a narraƟva dos fatos controverƟdos; 
- Produzir textos coesos e coerentes. 
Estrutura do Conteúdo 
1. NarraƟva jurídica simples e valorada 
2. Cronologia dos fatos 
2.1. Caso concreto com poucos fatos controvertidos 
2.2. Caso concreto com muitos fatos controvertidos 
3. Coesão e coerência textuais 
Aplicação Prática Teórica 
Ao longo do semestre, estudamos todo o conteúdo necessário à produção das narraƟvas jurídicas. Neste encontro, já a ơtulo de revisão para as 
úlƟmas provas, vamos aprimorar pontualmente algumas orientações sobre como organizar a cronologia dos fatos do caso concreto. 
Se houver eventuais pontos controverƟdos, sugerimos seguir a ordem cronológica e, no ponto da controvérsia, por meio da polifonia, mostrar as 
duas versões. Se, porém, as partes possuem versões muito diferentes sobre grande parte dos eventos, melhor seria narrar, em primeiro lugar, a versão de 
quem acusa (parte autora) e, depois, a versão da parte ré, estratégia que ainda observa a cronologia dos eventos, uma vez que, no processo, autores 
pronunciam -se antes dos réus. 
  
QUESTÃO 
Com base nas informações sobre os casos que seguem, redija um relatório para cada caso concreto. 
  
Caso concreto 1 
Onde: Rodovia Presidente Dutra, na altura do Município de Nova Iguaçu. 
Quem aƟvo: Josias Albuquerque Rodrigues, 38 anos, casado, camelô. 
Quem passivo: Márcia CrisƟne de Albuquerque Rodrigues, 32 anos, casada, auxiliar de escritório. 
Quando: mais ou menos às 8h do dia 09/11/2008 
Fato: cárcere privado, ameaça e lesões corporais 
  
Como (numerar a ordem cronológica): 
(      ) Mais ou menos às 2h da manhã, em 09/09/2006, Josias chega à casa de Márcia, como quem não quer nada e agride a mulher na frente das crianças. Ela vai à 
delegacia e ele passa a ameaçá-la, para “retirar a queixa”, ainda que isso de nada adiante – Lei Maria da Penha. 
(     ) Ele entra no ônibus e toca o terror; gente chorando, se jogando no chão, mas o motorista que não é bobo sai correndo. 
(     ) Por fim, os agentes do Bope vencem Josias pelo cansaço e ele se entrega. 
(     ) A nossa eficiente polícia chega na hora H, mas o doido pára um ônibus na via Dutra e entra com a Márcia – o revólver tá na cabeça dela. 
(     ) Essa maluquice dura 10 horas e pára o trânsito na Via Dutra; as redes de televisão colocam essa novela no ar. 
(     ) Márcia não suporta mais as crises de ciúmes de Josias e se separa dele, em agosto de 2006. Foram 10 anos de suplício com aquele neuróƟco. O doido, maluco 
com a separação, começa a azucrinar a vida da mulher e de seus 3 filhos. Ele tá com a idéia fixa de que é corno. 
(    ) Durante as 10h que ele passa no ônibus, não pára de agredir a mulher, puxa o cabelo dela e a xinga muito. Consumiu grande quanƟdade de entorpecente. 
Consequência: Josias é levado para o 352º DP acusado de porte ilegal de arma, ameaça, cárcere privado e lesões corporais. 
  
Depoimentos: 
1) Gilson Luís Mota Reis, 43 anos, vizinho: 
– Cansei de separar briga dos dois, ela apanhava quase todo dia.  Eu Ɵnha pena era das crianças. 
  
2) Jorge Bertrand Rodrigues, passageiro do 499: 
– Assim que entrou no ônibus ele disse que não ía maltratar ninguém; o negócio dele era com a mulher. Pô, mas ficou todo mundo com medo, geral começou a 
correr pra traseira do ônibus. 
  
Caso concreto 2 
André Ramalho de Lima está, há dois meses, preso, acusado de matar o enteado, no dia 16 de julho de 2007. André está senƟndo na pele os riscos da prisão 
preventiva: “cumpre pena ” antes de ser julgado e pode estar pagando por um crime que não cometeu. 
O Defensor Público Walter Corrêa afirma que André é víƟma de denúncia inepta do Ministério Público. Garante ainda que ele foi prejudicado por 
invesƟgação mal feita e por falhas da perícia técnica. Acusado de ter matado o filho de sua companheira, de dois anos, foi preso e sofreu maus-tratos na prisão. É 
réu primário, tem carteira assinada e residência fixa, mas para ele não valeu a presunção de inocência. 
Consta da denúncia que André matou o garoto porque era inimigo do pai biológico da criança. Nenhuma testemunha confirmou a versão. Muito pelo 
contrário: o pai biológico era um dos melhores amigos de André. 
A criança Ɵnha problemas sérios de saúde (anemia profunda e crises convulsivas) e, de acordo com a mãe, passava mais tempo no hospital do que em casa. 
Por causa da anemia, era obrigada a tomar injeções para complementar a alimentação. Algumas causavam alergia, caracterizada por manchas pelo corpo. 
No dia da morte, a criança, que Ɵnha acabado de sair de uma internação, começou a passar mal. O padrasto, num ato de desespero, fez massagens cardíacas 
no bebê e respiração boca-a-boca. 
Para o MP, a intenção de André, ao fazer a respiração boca -a-boca, era impedir que a criança de dois anos o apontasse como autor do homicídio. Na 
necropsia, o médico legal concluiu que as manchas espalhadas pelo corpo do bebê eram marcas de espancamento. 
No depoimento, André disse que foi ameaçado pelos policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para confessar o crime.  
O Defensor apontou a arbitrariedade da prisão de André, alegando a presunção de inocência, que deve incidir mesmo quando o réu confessa o crime, 
porque não se sabe em quais condições o acusado o fez e que o Supremo Tribunal Federal tem entendimento firmado de que só cabe prisão quando a sentença 
condenatória já transitou em julgado, ou seja, quando não restarem mais dúvidas de que o réu é culpado pelo crime[1]. 
André estuda entrar com ação de indenização por danos morais e materiais pelo tempo em que ele ficou preso. 
(Adaptação de caso concreto relatado na Revista Consultor Jurídico)[2] 
  
 
[1] Existem opiniões divergentes sobre essa questão. Sugerimos que leia um pouco sobre os requisitos da prisão preventiva. 
[2] INTERDISCIPLINARIDADE: dando conƟnuidade à proposta de estudo interdisciplinar, sugerimos que você recorra aos conteúdos indicados para a melhor solução do exercício 
apresentado. 
Direito Penal: princípio da presunção da inocência, Ɵpicidade, nexo causal, medidas de segurança. 
Plano de Aula: 14 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA NARRATIVA JURÍDICA
Estácio de Sá Página 1 / 2
Título 
14 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
14 
Tema 
Produção da narrativa simples e da narrativa valorada: orientações finais. 
Objetivos 
O aluno deverá ser capaz de: 
- Aperfeiçoar a produção das narraƟvas jurídicas; 
- Desenvolver diferentes estratégias para a narraƟva dos fatos controverƟdos; 
- Produzir textos coesos e coerentes. 
Estrutura do Conteúdo 
1. NarraƟva jurídica simples e valorada 
2. Cronologia dos fatos 
2.1. Caso concreto com poucos fatos controvertidos 
2.2. Caso concreto com muitos fatos controvertidos 
3. Coesão e coerência textuais 
Aplicação Prática Teórica 
Ao longo do semestre, estudamos todo o conteúdo necessário à produção das narraƟvas jurídicas. Neste encontro, já a ơtulo de revisão para as 
úlƟmas provas, vamos aprimorar pontualmente algumas orientações sobre como organizar a cronologia dos fatos do caso concreto. 
Se houver eventuais pontos controverƟdos, sugerimos seguir a ordem cronológica e, no ponto da controvérsia, por meio da polifonia, mostrar as 
duas versões. Se, porém, as partes possuem versões muito diferentes sobre grande parte dos eventos, melhor seria narrar, em primeiro lugar, a versão de 
quem acusa (parte autora) e, depois, a versão da parte ré, estratégia que ainda observa a cronologia dos eventos, uma vez que, no processo, autores 
pronunciam -se antes dos réus. 
  
QUESTÃO 
Com base nas informações sobre os casosque seguem, redija um relatório para cada caso concreto. 
  
Caso concreto 1 
Onde: Rodovia Presidente Dutra, na altura do Município de Nova Iguaçu. 
Quem aƟvo: Josias Albuquerque Rodrigues, 38 anos, casado, camelô. 
Quem passivo: Márcia CrisƟne de Albuquerque Rodrigues, 32 anos, casada, auxiliar de escritório. 
Quando: mais ou menos às 8h do dia 09/11/2008 
Fato: cárcere privado, ameaça e lesões corporais 
  
Como (numerar a ordem cronológica): 
(      ) Mais ou menos às 2h da manhã, em 09/09/2006, Josias chega à casa de Márcia, como quem não quer nada e agride a mulher na frente das crianças. Ela vai à 
delegacia e ele passa a ameaçá-la, para “retirar a queixa”, ainda que isso de nada adiante – Lei Maria da Penha. 
(     ) Ele entra no ônibus e toca o terror; gente chorando, se jogando no chão, mas o motorista que não é bobo sai correndo. 
(     ) Por fim, os agentes do Bope vencem Josias pelo cansaço e ele se entrega. 
(     ) A nossa eficiente polícia chega na hora H, mas o doido pára um ônibus na via Dutra e entra com a Márcia – o revólver tá na cabeça dela. 
(     ) Essa maluquice dura 10 horas e pára o trânsito na Via Dutra; as redes de televisão colocam essa novela no ar. 
(     ) Márcia não suporta mais as crises de ciúmes de Josias e se separa dele, em agosto de 2006. Foram 10 anos de suplício com aquele neuróƟco. O doido, maluco 
com a separação, começa a azucrinar a vida da mulher e de seus 3 filhos. Ele tá com a idéia fixa de que é corno. 
(    ) Durante as 10h que ele passa no ônibus, não pára de agredir a mulher, puxa o cabelo dela e a xinga muito. Consumiu grande quanƟdade de entorpecente. 
Consequência: Josias é levado para o 352º DP acusado de porte ilegal de arma, ameaça, cárcere privado e lesões corporais. 
  
Depoimentos: 
1) Gilson Luís Mota Reis, 43 anos, vizinho: 
– Cansei de separar briga dos dois, ela apanhava quase todo dia.  Eu Ɵnha pena era das crianças. 
  
2) Jorge Bertrand Rodrigues, passageiro do 499: 
– Assim que entrou no ônibus ele disse que não ía maltratar ninguém; o negócio dele era com a mulher. Pô, mas ficou todo mundo com medo, geral começou a 
correr pra traseira do ônibus. 
  
Caso concreto 2 
André Ramalho de Lima está, há dois meses, preso, acusado de matar o enteado, no dia 16 de julho de 2007. André está senƟndo na pele os riscos da prisão 
preventiva: “cumpre pena ” antes de ser julgado e pode estar pagando por um crime que não cometeu. 
O Defensor Público Walter Corrêa afirma que André é víƟma de denúncia inepta do Ministério Público. Garante ainda que ele foi prejudicado por 
invesƟgação mal feita e por falhas da perícia técnica. Acusado de ter matado o filho de sua companheira, de dois anos, foi preso e sofreu maus-tratos na prisão. É 
réu primário, tem carteira assinada e residência fixa, mas para ele não valeu a presunção de inocência. 
Consta da denúncia que André matou o garoto porque era inimigo do pai biológico da criança. Nenhuma testemunha confirmou a versão. Muito pelo 
contrário: o pai biológico era um dos melhores amigos de André. 
A criança Ɵnha problemas sérios de saúde (anemia profunda e crises convulsivas) e, de acordo com a mãe, passava mais tempo no hospital do que em casa. 
Por causa da anemia, era obrigada a tomar injeções para complementar a alimentação. Algumas causavam alergia, caracterizada por manchas pelo corpo. 
No dia da morte, a criança, que Ɵnha acabado de sair de uma internação, começou a passar mal. O padrasto, num ato de desespero, fez massagens cardíacas 
no bebê e respiração boca-a-boca. 
Para o MP, a intenção de André, ao fazer a respiração boca -a-boca, era impedir que a criança de dois anos o apontasse como autor do homicídio. Na 
necropsia, o médico legal concluiu que as manchas espalhadas pelo corpo do bebê eram marcas de espancamento. 
No depoimento, André disse que foi ameaçado pelos policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para confessar o crime.  
O Defensor apontou a arbitrariedade da prisão de André, alegando a presunção de inocência, que deve incidir mesmo quando o réu confessa o crime, 
porque não se sabe em quais condições o acusado o fez e que o Supremo Tribunal Federal tem entendimento firmado de que só cabe prisão quando a sentença 
condenatória já transitou em julgado, ou seja, quando não restarem mais dúvidas de que o réu é culpado pelo crime[1]. 
André estuda entrar com ação de indenização por danos morais e materiais pelo tempo em que ele ficou preso. 
(Adaptação de caso concreto relatado na Revista Consultor Jurídico)[2] 
  
 
[1] Existem opiniões divergentes sobre essa questão. Sugerimos que leia um pouco sobre os requisitos da prisão preventiva. 
[2] INTERDISCIPLINARIDADE: dando conƟnuidade à proposta de estudo interdisciplinar, sugerimos que você recorra aos conteúdos indicados para a melhor solução do exercício 
apresentado. 
Direito Penal: princípio da presunção da inocência, Ɵpicidade, nexo causal, medidas de segurança. 
Plano de Aula: 14 - Teoria e Prática da Narrativa Jurídica 
TEORIA E PRÁTICA DA NARRATIVA JURÍDICA
Estácio de Sá Página 2 / 2

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