ou seja, aquelas pessoas ou circulo especial de contribuintes que manteriam uma referibilidade mediata com a atividade estatal custeada. Toda a coletividade é mediatamente referida à atuação estatal no campo da Seguridade Social, pois todos podem, um dia, dela precisar, e , mesmo que não precisem, dela se beneficiarão em função do bem-estar social que proporciona, aliviando as tensões sociais. Além do mais, todos são "obrigatoriamente solidários" na persecução do bem comum, na construção de uma sociedade livre e justa, na erradicação da pobreza e na diminuição das desigualdades (arts. 3o, 170 e 193 da Constituição Federal). Ademais, entendemos que existem duas relações jurídicas pertinentes à previdência social: uma de custeio e outra de proteção. Não há sinalagma entre as duas. Não há contraprestação entre o que se paga e o que se recebe. Assim, qualquer pessoa, em princípio, poderia ser colocada como sujeito passivo de uma contribuição para o custeio da Seguridade Social, desde que atendidos os pressupostos constitucionais. A referibilidade (no sentido de benefício especial), entendemos, somente permanece critério válido para a eleição dos sujeitos passivos das outras contribuições previstas no artigo 149 da Constituição. Dessa forma, com a humilde reverência que deve ser sempre prestada ao Prof. Geraldo Ataliba, entendemos que o critério por ele desenvolvido, embora de grande utilidade, é incompleto. É perfeito para se compreender a distinção entre imposto, taxa e contribuição de melhoria, mas, diante do texto da Constituição de 1988, não nos fornece instrumental para a identificação de uma figura jurídica que mereceu especial destaque do Constituinte: as contribuições para o custeio da seguridade "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 05 "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br social. Por isso que autores passaram a relativizar a regra contida no artigo 4º, II, do Código Tributário Nacional, que determina ser irrelevante para a caracterização da natureza específica de um tributo a destinação dada ao produto de sua arrecadação. A determinação constitucional do produto da arrecadação é relevante para a classificação jurídica de um tributo. O que o artigo 4º do CTN veda é a destinação legal (infraconstitucional) desse mesmo produto. A distinção entre o imposto de renda e contribuição sobre o lucro, por exemplo, reside na sistemática diversa no que tange ao destino a ser dado aos recursos arrecadados. "Só existirão verdadeiras contribuições sociais quando atentar o legislador para a finalidade constitucionalmente definida como sendo a própria desse tipo de exação". É inegável que a destinação do produto da arrecadação possui relevância na fixação da competência da União para a instituição das contribuições de seguridade social, pois se ela criar tributo com o nomem iuris de contribuição social e, entretanto, der uma afetação diversa a essa receita, estará criando imposto com destinação específica, o que é vedado pela Constituição Federal, em seu artigo 167, IV. O contribuinte, segundo essa linha de raciocínio, tem direito de opor-se à cobrança ou pleitear a repetição de contribuição que não esteja vinculada aos fins constitucionalmente admitidos. Portanto, temos que admitir que a destinação constitucional do produto da arrecadação das contribuições para a Seguridade Social é um dado relevante, não somente para fixar a competência da União, mas também para identificar uma espécie de exação que se submete a regime jurídico diferenciado. A definição de um tributo como contribuição para a seguridade social depende, portanto, da análise da destinação constitucional do produto da arrecadação. Se for direcionado ao custeio da Seguridade Social, será contribuição social. 06 Esse critério não é meramente econômico ou financeiro. É critério jurídico, pois, como sustentamos, foi adotado pela Lei Maior. Com efeito, no caso das contribuições para o custeio da Seguridade Social, a Constituição de 1988 fornece indicações explícitas que permitem ora identificar a hipótese de incidência, ora o sujeito passivo, ora a base de cálculo, ora uma conjugação desses elementos. No caso das contribuições previstas no artigo 195, I, indica expressamente os sujeitos passivos (empregador, empresa ou entidade equiparada) e as bases de cálculo (folha de salários e demais rendimentos, receita ou faturamento e lucro). Na hipótese do inciso II, revela somente o sujeito passivo (trabalhadores). No inciso III, a base de cálculo (receita de concurso de prognósticos). No parágrafo 8o do mesmo artigo, fornece elementos explícitos para a individualização do sujeito passivo (produtor, parceiro, meeiro e arrendatário rurais), da hipótese de incidência (exercer atividades rurais em regime de economia familiar) e da base de cálculo (resultado da comercialização da produção). As contribuições para o custeio da Seguridade Social seriam, portanto, aqueles tributos que, apesar de adotarem, em alguns casos, por determinação constitucional, hipótese de incidência de impostos, diferem desses em razão da necessária vinculação de sua receita a uma atuação estatal específica. Impostos seriam aqueles tributos em que a hipótese de incidência consiste em um fato qualquer, desvinculado de atuação estatal e cujo produto de arrecadação não possui destinação específica e tampouco é restituível. Taxas se identificam por conter em sua hipótese de incidência uma atuação estatal, consistente em serviço público específico e divisível ou no exercício do poder de polícia, diretamente referidos ao contribuinte. A atuação do Estado lhe diz respeito imediatamente. O valor pago dirige-se ao custeio da atuação estatal (noção de retributividade). Não há restituição. Na contribuição de melhoria, há necessariamente a existência de uma obra pública (que é uma atuação estatal), mas entre esse fato e o sujeito passivo há que existir um elemento intermediário, consistente numa especial vantagem obtida do contribuinte, que é a valorização do imóvel. Não há vinculação do "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br 07 "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br produto de sua arrecadação, nem restituição. O empréstimo compulsório é aquele tributo, que tanto pode assumir a hipótese de taxa como de imposto, mas deles se diferencia pela restitutidade dos valores arrecadados. Há também destinação específica para o produto arrecadado, que deve ser empregado naquelas situações que constituem