o fundamento para a sua instituição. As contribuições são tributos que tanto podem assumir a hipótese de incidência de impostos como a de verdadeiras contribuições, desde que se atribua o produto de sua arrecadação aos fins constitucionalmente previstos. Diferenciam-se dos impostos, pois estes não podem, por expressa determinação constitucional, ser criados com vinculação de sua arrecadação. Não possuem aqueles uma finalidade específica. Com efeito, observamos que no atual Sistema Constitucional Tributário existem cinco espécies de tributos, que diferenciamos em razão de três critérios distintivos: a) previsão ou não de atuação estatal no núcleo da hipótese de incidência; b) exigência de destinação específica do produto arrecadado; c) restitutividade do produto arrecadado. Os impostos se submetem a um regime jurídico, estabelecido constitucionalmente, no qual o ente político, para instituí-lo validamente, deve descrever como hipótese de incidência um fato qualquer, desde que o mesmo revele capacidade econômica. A Constituição já definiu quais são esses fatos, facultando entretanto à União a instituição de novos impostos, desde que o faça por lei complementar e eleja como hipótese de incidência um fato presuntivo de riqueza. É esse o seu regime jurídico. Nada se refere quanto à restitutividade das receitas percebidas. No que pertine à destinação, proíbe a sua vinculação a órgão, fundo ou despesa (art. 167, IV). Se a União criar, por meio de lei ordinária um tributo sobre a industrialização de produtos, chamando-o de imposto, mas destinar o produto de sua arrecadação ao atendimento de despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, prevendo a sua restituição, estará, na verdade, criando 08 um empréstimo compulsório e a lei será inconstitucional, pois essa exação exige lei complementar para a sua veiculação. Se, em outra hipótese, criar um tributo sobre operações de crédito, tendo como pressuposto a hipótese de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, destinando o produto de sua arrecadação a essa finalidade e prevendo a restituição das quantias pagas, estará criando um empréstimo compulsório, que deverá ser instituído por lei complementar, com obediência ao princípio da anterioridade, pois o inciso II do artigo 148 o exige, o que não aconteceria se estivesse instituindo um tributo sobre o mesmo fato, mas sem afetação da receita nem exigência de restituição. As peculiaridades são as seguintes: 1) exceção ao princípio da anterioridade; 2) vinculação do produto de sua arrecadação; 3) subsunção ao regime dos impostos residuais, quanto à instituição de novas fontes; 4) regras específicas sobre imunidades. Se a União instituir um tributo incidente sobre a renda, mas destinar o produto de sua arrecadação ao custeio da Seguridade Social, estará criando uma contribuição social strictu sensu e somente poderá cobrá-la noventa dias após a publicação da lei que a instituiu. Se, entretanto, não previr essa destinação, estará criando imposto, que somente poderá ser cobrado no exercício seguinte. "Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).” www.r2direito.com.br