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de maior. Assim, ela decide em AG fixar o montante das suas reservas para o seu quinto exercício ao equivalente a seis meses de prestações doença (do seu quarto exercício, isto é, num montante de 8 44500 UM . Quando do estabelecimento do balanço após repartição, é retirado da conta de resultado um mon- tante de 91 500 UM para ser afectado à sua conta reservas que, assim, atinge o limite fixado em AG. O saldo do resultado, 166 500 UM, é consagrado à remodelação de um centro de saúde comunitário utilizado por todos os habitantes da aldeia. A reabertura do diário é efectuada no início do exercício, na base do balancete, após inventário estabelecido, aquando do fecho do precedente exercício. Esta reabertura é efectuada graças a uma arti- culação de abertura no qual: ✔ debitam-se todas as contas das classes 1 a 5, cujo saldo é deve- dor no balancete após inventário; ✔ creditam-se todas as contas das classes 1 a 5, cujo saldo é cre- dor no balancete após inventário. Este trabalho não respeita pois as contas de encargo e de produtos (classes 6 e 7). A reabertura do diário Parte IV • A contabilidade de uma mutualidade de saúde 177 Após a articulação de abertura do diário, as contas das classes 1 a 5 são reabertas para o transporte dos saldos em início de exercício. As contas de encargos e de produtos serão abertas ao passo do exercício, em função das necessidades (sem transporte, portanto, dos saldos do exercício anterior). A contra-outorga dos encargos e dos produtos antecipadamente constatados implica, contudo, excepções. Com efeito, os encargos e produtos antecipadamente constatados do exercício anterior são transferidos para as contas de encargos e de produtos respeitantes ao novo exercício. A reabertura das contas 178 Guia de gestão das mutualidades de saúde em África BIT/STEP Parte IV • A contabilidade de uma mutualidade de saúde 179 PPaarrttee 55 A gestão provisional A gestão eficaz de uma mutualidade de saúde, como a de qualquer outra empresa, assenta numa previsão das actividades futuras. A gestão provisional é, como o nome indica, o ramo da gestão consagrado a esta previsão. Ele fornece informações comple- mentares às produzidas pela contabilidade, a partir da actividade passada e actual da mutualidade. Esta parte trata dos aspectos financeiros da gestão provisional. Comporta dois capítulos. Capítulo 1 O orçamento Este primeiro capítulo é consagrado ao orçamento que é a tradução finan- ceira do programa de acção da mutualidade. O orçamento é um dos instru- mentos fundamentais da gestão provisional. São descritos e ilustrados suces- sivamente as funções do orçamento, as modalidades da sua elaboração e a estimativa das receitas e das despesas de uma mutualidade de saúde. Numa última secção, são apresentados o estabelecimento do orçamento e o seu acompanhamento. Capítulo 2 O plano de tesouraria Este segundo capítulo descreve o plano de tesouraria que é uma outra ferra- menta de gestão provisional. O plano de tesouraria é necessário a uma ges- tão eficaz da liquidez num dado período. São descritas, em particular, as funções do plano de tesouraria e as etapas da sua elaboração. O orçamento O orçamento constitui uma previsão do volume e da obtenção dos recursos necessários à execução das actividades programadas para um determinado período (geralmente um ano). O orçamento é preparado a partir do conhecimento do passado e de hipóteses para o futuro. É um importante instrumento de administração e de gestão, ao longo de todo o ano. Regularmente, as realizações deverão ser comparadas com as previsões, o que permitirá tomar a tempo as medidas que se verificarem necessárias. A principal característica do orçamento de uma mutualidade de saúde é a incerteza quanto ao item mais importante das despesas: as prestações de doença. Este depende de numerosos factores externos à mutualidade, como o estado de saúde da população, a ocorrência de epidemias, etc. 1.1 As funções do orçamento O orçamento preenche várias funções importantes. � Incita os aderentes e os Administradores a realizar uma análise do período que passou e a fazer uma projecção no futuro para estabelecer os objectivos e o programa de acção da mutualidade. Evita, assim, uma gestão “às cegas” no dia a dia. A mutuali- dade conhece os limites a não ultrapassar em matéria de despesas, tendo em conta as suas receitas previsionais. Parte V • A gestão provisional 181 � Permite fornecer informações essenciais para a tomada de decisões respeitantes às acti- vidades da mutualidade, compreendendo, aí, as actividades imprevistas que poderiam modificar o volume ou a obtenção dos recursos inicialmente definidos. 1.2 A elaboração do orçamento A elaboração do orçamento passa por diferentes etapas: 1. Fixação dos objectivos. A mutualidade fixa objectivos a atingir num dado período. Em função desses objectivos, as actividades a implementar são identificadas e programadas para esse mesmo período. 2. Estimativa das despesas e das receitas. Para cada objectivo e actividade são estimadas receitas (quotizações, subsídios, etc.). Para isso, todas as informações necessárias são previamente reu- nidas. A estimativa das receitas e das despesas deve ser feita com pru- dência e apoiar-se, tanto quanto possível, na passada experiên- cia. No primeiro ano, os dados serão obtidos através do estudo de viabilidade. 3. Preparação do orçamento. A etapa seguinte é a preparação do orçamento que consiste em apresentar, num quadro, num lado, as previsões em matéria de despesas e, no outro lado, as previ- sões em matéria de receitas. Este orçamento deve ser equilibrado, em função do resultado esperado no fim do ano. Para isso, é muitas vezes necessário tra- balhar sobre vários cenários, fazendo variar, nomeadamente: – o número de aderentes; – o montante da quotização; – o nível de comparticipação das despesas de saúde; – a redução dos encargos que não são indispensáveis. Contudo, é preciso assegurar que esses cenários sejam coeren- tes, atendendo à situação actual da mutualidade. Por outro lado, quando uma mutualidade implementa diferentes serviços em favor dos seus aderentes, é preferível estabelecer um orçamento para cada um desses serviços e, depois, reuni-los num orçamento global da mutualidade. 4. Aprovação do orçamento. O orçamento é aprovado pela Assembleia Geral. O orçamento, geralmente, é preparado pelo Conselho de Administração e pela Comissão Executiva (ou outros órgãos similares), para ser apresentado em Assembleia Geral onde será discutido, corrigido e, se necessário, adoptado. As etapas 182 Guia de gestão das mutualidades de saúde em África BIT/STEP 1.3 A estimativa das receitas e das despesas A estimativa das despesas e das receitas da mutualidade é a parte mais complexa da ela- boração do orçamento. Esta complexidade é particularmente importante no primeiro ano de funcionamento da mutualidade, pois esta não dispõe ainda de qualquer experiência. É preciso construir o seu primeiro orçamento sobre um conjunto de hipóteses resultantes do estudo de viabilidade, realizado durante o processo de implementação. A elaboração dos orçamentos para os anos seguintes também não é simples, mas a mutualidade pode, contudo, referir-se aos passados factos e resultados. As previsões e as estimativas das receitas e das despesas assentam, nomeadamente: � sobre os números passados, tendo em conta que algumas são o resultado de uma ges- tão que não é forçosamente mais eficaz; podendo, por exemplo, certos encargos ser reduzidos se a eficácia do funcionamento for melhorada; � sobre normas que podem ser razoavelmente atingidas (número de beneficiários por família, número de aderentes por aldeia, etc.). O orçamento distingue vários títulos de despesas, dos quais, os prin- cipais, no quadro específico de uma mutualidade, são, geralmente, os seguintes: ✔ as prestações de doença; ✔ os custos de funcionamento; ✔ as despesas de investimento; ✔ os custos diversificados (formação, animação, etc.). As prestações de doença Trata-se do item de despesas