(quando dos ARV, acarretan- do falha virológica). Interações entre anti-retrovirais A maioria das interações entre os anti-retrovirais são mediadas pela inibição ou indução do sistema enzimático P450. IP e ITRNN são metabolizados por esta via, particularmente pela isoenzima CYP3. O ritonavir em baixas doses é um potente inibidor da isoenzima CYP3A4 e tem sido utilizado como um coadjuvante farmacológico dos outros IP, exceto para o nelfinavir. A associação de IP com ritonavir (IP/r) proporciona níveis séricos mais elevados, estáveis e du- radouros do IP, aumentando sua potência de inibição viral e reduzindo com isso a ocorrência de mutações de resistência. Essas evidências têm determinado que os IP sempre sejam utilizados em associação com baixas doses de ritonavir (100 a 200 mg), aumentando a supressão da replicação viral. Os ITRNN também são substratos para o CYP3A4 e podem agir como indutores (nevirapina), ou de forma mista, como indutores e inibidores (efavirenz) do sistema. De forma distinta, os ITRN não sofrem metabolização hepática via CYP 450, embora alguns ITRN utilizem outras vias de metabolização hepática. Portanto, os agentes anti-retrovirais podem interagir entre si de múltiplas maneiras; em raros casos, essa interação pode resultar em aumento na morbidade e até mesmo na mortalidade. Principais.interações.entre.anti-retrovirais. Tabela 1 Quando há associação de ARV, devem ser avaliados os riscos de toxicidades e de interações droga-droga, muitas delas desfavoráveis. Importantes interações ocorrem entre os ITRNN e IP, e entre a didanosina e o tenofovir, que por sua vez também podem interagir com outros ARV. Nas tabelas a seguir são apresentadas as principais interações entre os ARV e a recomendação para situ- ações especiais. Referências bibliográficas 1 - Piscitelli SC, Gallicano KD. Interactions among drugs for HIV and opportunistic infections. N Engl J Med, 2001. 344(13):984-96. 2 - Acosta EP. Pharmacokinetic enhancement of protease inhibitors. J Acquir Immune Defic Syndr, 2002. 29 (Suppl 1): S11-8. 3 - Kempf DJ, Marsh KC, Kumar G, et al. Pharmacokinetic enhancement of the inhibitors of the immunodeficiency virus protease by coadministration with ritonavir. Antimi- crob Agens Chemother, 1997. 41(3): 654-60. 4 - Kearney BP, Isaacson E, Sayre J, et al. Didanosine and teno- fovir DF drug-drug interaction: Assessment of didanosina dose reduction. 10th Conference on Retrovireses and Opportunistic Infections; February 10-14, 2003; Boston, MA. Abstract 533. 5 - Dear heath Care Provider letter. Important new pharmacoki- netic data for REYATAZ (Atazanavir sulfate) in combination with Viread (Tenofovir disoproxil fumarate. Bristol-Myers Squibb Company. August 8, 2003. 6 - Taburet AM, Piketty C, Chazallon C, et al. Interactions between atazanavir/ritonavir and tenofovir in heavily pre- treated human immunodeficiency virus-infected patients. Antimicrob Agens Chemother, 2004. 48(6):2091-6. 7 - Guidelines for the Use of Antiretroviral Agents in HIV-1-In- fected Adults and Adolescents - October 10, 2006. 8 – Benet LZ, Kroetz DL, Sheiner LB. Farmacocinética: a dinâmica da absorção, distribuição e eliminação dos fármacos. In: Goodman, Gilman A. As bases farmacológicas da terapêu- tica. Editores Joel G Handman e Le E Limbind, Mc Graw Hill. 9A edição 1996:3-20. Recomendações para Terapia Anti-retroviral em Adultos Infectados pelo HIV 77 Tabela.1 Associação.do.TDF.com.IP.e.didanosina.e.recomendações ddI ATV DRV IDV LPv/r Tenofovir Aumento AUC e Cmax do ddI. Quando associar ddI EC 250mg (> 60 Kg) e 200mg (< 60 Kg) Queda AUC e Cmax e do ATV, e aumento AUC do TDF Aumento AUC e Cmax do TDF Aumenta Cmax do IDV Aumento AUC do TDF Recomendação Monitorar toxicidade, evitar o uso Usar somente com ATV/r (300/100) Monitorar toxicidade do TDF Manter doses Monitorar toxicidade do TDF Tabela.2 Associação.do.EFZ.e.NVP.com.IP.e.recomendações LPV/r SQV FAPV ATV DRV IDV EFZ Diminui Cmin e AUC do LPV/r Diminui concentração de SQV Dose única 1400/200 (RTV) diminuição Cmin Diminui AUC do ATV Diminui AUC e Cmin do DRV e aumenta AUC e Cmin EFZ Diminui concentração do IDV Recomendações LPV/r 2-3 cp 2 vezes/dia* Usar somente na dose: SQV 400 + RTV 400 Aumentar dose RTV para 300mg Usar somente com RTV Evitar Significado pouco conhecido; usar doses habituais de ambos Usar somente com reforço do ritonavir NVP Diminuição Cmin e AUC do LPV/r Diminui concentração de SQV Não estudado Sem estudos; redução nível ATV Aumento da concentração de nevirapina Diminuição concentração do IDV Recomendações LPV/r 2-3 cp 2 vezes/dia* Usar somente na dose: SQV 400 + RTV 400 Não estudado Não associar Usar doses habituais de ambos Usar somente com o reforço do ritonavir * A dose de LPV/r comprimidos associado a EFZ não está bem estabelecida na literatura. Recomenda-se que pacientes multifalhados utilizem 3 comprimidos a cada 1� horas. Caso ocorra intolerância, a dose deve ser reduzida para � comprimidos a cada 1� horas. Tabela.3 Associação.do.LPV/r.com.outros.IP SQV IDV FAPV NFV DRV ATV LPV/r Aumento AUC e Cmin SQV Aumento AUC e Cmin IDV Diminuição acentuada AUC e Cmin FAPV Diminuição níveis NFV e LPV/r Diminuição níveis DRV e aumento LPV/r Aumento da Cmin do ATV Recomendações Dose habitual LPV/r com SQV 1000 mg 2x/dia Dose habitual LPV/r com IDV 600mg 2x/dia Associação não recomenda-da Não necessita modificação de doses, manter habitual Não devem ser associados Poucos dados. Dose habitual de LPV/r e 300mg/dia de ATV Guia de Tratamento7� Tabela.4 Associação.do.ATV.com.outros.IP SQV IDV LPV/r FAPV DRV ATV Aumento AUC do SQV Risco aumentado de hiperbilirru- binemia Aumento da Cmin do ATV Aumento AUC e Cmin FAPV e diminuição ATV Sem alterações consideráveis nos níveis de ambos os IP Recomendações Não co- adminstrar, doses não estudadas Não co- administrar Usar dose 300mg de ATV com dose habitual LPV/r Não co- administrar doses não estudadas Usar dose habitual de DRV com ATV 300mg 1x/dia Interações entre anti-retrovirais e outros medicamentos Diversos medicamentos, como estatinas, anticon- vulsivantes, antiarrítmicos, antidepressivos, rifampi- cinas, derivados do ergot, antifúngicos, antiácidos, inibidores da bomba de prótons, antagonistas de re- ceptores H2, medicamentos para disfunção erétil, entre outros são, em geral, metabolizados pela isoenzima CY3A4. As conseqüências dessas interações dependem da inibição ou indução que estes medicamentos e os ARV determinam no sistema, conforme demonstrado na Tabela 5 . Tabela.5 Interação.entre.ARV.e.outras.drogas.que.determinam.mudança.de.doses.ou.cuidado.quando.co-administradas.–.IP ATAZANAVIR FOSAMPRENAVIR ANTIFÚNGICO Cetoconazol Itraconazol ↑ toxicidade Risco de maior toxicidade. Evitar co- administrar. Voriconazol Estudos in vitro sugerem que o voriconazol pode inibir o metabolismo dos inibidores da protease. Estudos in vitro sugerem que o voriconazol pode inibir o metabolismo dos inibidores da protease. ANTIMICOBACTERIANOS Rifampicina Não co-administrar. Não co-administrar. Rifabutina (↓ ATV e ↑ rifabutina): reduzir dose de rifabutina para 150 mg em dias alternados ou 3x/semana. (↓ APV e ↑ rifabutina): ajustar dose de rifabutina para 150 mg/dia ou 300 mg 2 a 3x/semana. Claritromicina Aumento da concentração sérica em 94% e prolongamento do intervalo QT (reduzir dose da claritromicina em 50% ou usar medicação alternativa). Recomendações para Terapia Anti-retroviral em Adultos Infectados pelo HIV 7� CONTRACEPTIVO.HORMONAL Etinilestradiol Potencial risco de maior toxicidade pelo aumento dos níveis séricos (considerar alternativas). (↓ níveis séricos de etinilestradiol): usar método contraceptivo alternativo ou adicional. Noretindrona Potencial risco de maior toxicidade pelo aumento dos níveis séricos (considerar