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A Politica - Aristóteles resumo

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Tendo em vista a obra de Aristóteles, discorra sobre questões fundamentais presentes no autor. Assinale as principais noções debatidas ao longo de sua vida e obra.
 Aristóteles é um dos mais famosos filósofos clássicos gregos, visto como um dos fundadores da filosofia ocidental. O filósofo nasceu em Estagira no reino da Macedônia em torno de 384 a.C, falava o dialeto jônico, porém sua cidade era helenizada, ou seja, seguia costumes e preceitos atenienses. Ingressa na Academia de Platão com dezessete ou dezoito anos e se torna um dos seus alunos mais notáveis, tendo o mentor uma interferência central em sua maneira de pensar filosofia. Aristóteles posteriormente se torna mestre de Alexandre O Grande, um dos maiores conquistadores daquele período. Após algum tempo desempenhando o papel de mentor, o filósofo retorna a Atenas e funda o Liceu em que lecionava enquanto caminhava com seus alunos, esse método ficou conhecido como peripatético. Os tópicos variavam de temas metafísicos e estudos da natureza usando a taxonomia, método de classificação de maneira lógica. 
 Em sua obra mais conhecida “Política” Aristóteles se encarrega de discorrer sobre os mais diversos temas éticos e políticos. Para ele a comunidade é constituída para algum bem, e o bem maior da comunidade seria a própria cidade, essas cidades possuiriam uma origem: o casal, esse casal procriaria e formaria uma família, o conjunto de algumas outras famílias formaria a aldeia e dessa aldeia surgiria a necessidade de se formar uma cidade. Seria natural que as cidades existissem, pois elas existem para assegurar a boa vida e a autossuficiência, o homem portanto seria um animal político, um zoon politikon, e para ele um homem incapaz de viver em comunidade será um bicho ou um deus. Além disso, a felicidade da cidade é a felicidade do homem, a Eudaimonia. Porém, o homem precisa cultivar suas virtudes e fazer o que é justo, pois sem elas “...é a criatura mais ímpia e selvagem” (1998, p.57), por mais esse motivo a cidade é o bem maior, a justiça é própria da cidade porque é a ordem que rege a comunidade e discerne o que é justo. Mas, é necessário considerar a existência de que para Aristóteles alguns homens serão livres por natureza e outros não, dando a alguns corpos com força para trabalhos pesados, e outros aptos para a vida de cidadão e ambos os papéis desempenhados são completamente justos.
 Para Platão, é perfeitamente aceitável que tudo possa ser compartilhado entre a comunidade, inclusive mulheres, filhos e terras, porém para Aristóteles isso se torna inviável, para ele a cidade é a junção da pluralidade, sem as diferenças, a comunidade deixaria de ter significado. A cidade é mais autossuficiente do que a família, e a mais autossuficiente é também a menos unitária. Além disso, ele acredita que uma coisa recebe menos cuidado quando é comum de todos, o cuidado com os filhos e com as mulheres, vem da sensação de posse e particularidade. Outra dificuldade seria as penas contra crimes cometidos contra os próprios familiares, que seriam considerados mais ofensivos do que cometidos com desconhecidos, se tornariam quase impossíveis de serem dadas. Para o filósofo o compartilhamento de todos os bens pensado por Platão estaria fadado ao fracasso, e nas questões que envolvem o compartilhamento de terras para ele a propriedade deve ser comum, mas a amizade entre a comunidade fará com que seus frutos sejam partilhados, e isso é um bem. Ademais, Aristóteles acreditava que mais importante do que pensar o compartilhamento de bens, seria fixar a quantidade de filhos para que o tamanho exacerbado da cidade não gerasse tanta pobreza, porque uma preocupação central de todos naquela época seria a quantidade de alimento (grãos) suficiente para todos. 
 Outro tópico central em sua obra são as formas de governo que se apresentam como o elemento imprescindível da pólis, os quais se dividem em grupos de regimes corretos e desviados. Quando governa-se pensando no bem comum os regimes independentemente da quantidade de pessoas no poder são retos, e os que visam um interesse particular daquela classe dominante seriam desviados. A realeza se apresenta como um regime de um, mas reto e que visa o interesse e o bem estar comum, o desvio da realeza seria a tirania (um poder despótico) visando o interesse pessoal; a aristocracia seria o governo de poucos, mais ainda sim reto, e sua equivalência desviada seria a oligarquia visando somente o interesse dos mais ricos; e por fim um regime que abrange mais pessoas seria o constitucional, ligada a força militar para atingir a perfeição nas virtudes, e seu correspondente seria a democracia a qual buscaria somente o interesse dos mais pobres. Uma classe média alargada seria ideal, pois dessa maneira haveria um equilíbrio de posse dos bens e isso traria segurança e estabilidade para a cidade. Com isso, as leis devem ser formadas e estar de acordo com o sistema vigente, se o sistema for reto as leis serão justas, se o sistema for desviado as leis serão injustas. 
 Por fim, é indispensável relembrar que em Aristóteles a ética está intrinsecamente ligada a Eudaimonia, que vem quando busca-se o caminho justo e que inclui outros indivíduos da comunidade, o melhor e maior bem, já que, como foi mencionado, o homem é um animal político. Além do mais, as formas como a pólis será governada irá ditar e refletir diretamente na vida de seus cidadãos, sendo necessário sempre buscar as formas retas de fazê-lo. Ao contrário do que pode ser do senso comum, o aluno de Platão busca complementar e lapidar as ideias do professor sobre ética e política, não as refutar por completo, a aproximação de ideias é mais notável do que as divergências. Aristóteles ainda continua sendo um dos principais filósofos e central para debates ao que diz respeito aos aspectos políticos em que estamos inseridos. 
Referência Bibliográfica:
ARISTÓTELES. Política / Edição Bilíngue. Vega, Limitada. 1998. (p.17-231)

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