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A Provação pelo Fogo do Trabalho de Cada Homem - Cópia

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A Provação pelo 
Fogo do Trabalho 
de cada Homem 
 
 
 
Título original: The Trial by Fire of Every 
Man”s Work 
 
 
 
 
Por J. C. Philpot (1802-1869) 
 
Traduzido, Adaptado e 
Editado por Silvio Dutra 
 
 
 
 
Abr/2017 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 P571 
 Philpot, J. C. – 1802 -1869 
 A provação pelo fogo do trabalho de cada homem / J. C. 
 Philpot / Tradução , adaptação e edição por Silvio Dutra – Rio 
 de Janeiro, 2017. 
 29p.; 14,8 x 21cm 
 Título original: The Trial by Fire of Every Man”s Work 
 
 1. Teologia. 2. Vida Cristã 2. Graça 3. Fé. 4. Alves, 
 Silvio Dutra I. Título 
 CDD 230 
 
3 
 
"E, se alguém sobre este fundamento levanta um 
edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, 
feno, palha, a obra de cada um se manifestará; pois 
aquele dia a demonstrará, porque será revelada no 
fogo, e o fogo provará qual seja a obra de cada um." 
(1 Cor. 3: 12,13) 
 
Paulo pregou um evangelho de graça livre. A graça 
soberana, livre e superabundante de Deus, revelada 
na Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo, foi a alegria 
de seu coração e o tema de sua língua; e contra nada 
o santo zelo que queimava em seu seio ardeu mais 
veementemente do que contra qualquer perversão ou 
adulteração deste puro evangelho. Foi com este 
evangelho em seu coração, e com este evangelho em 
sua boca, que ele saiu em diferentes lugares, como ele 
foi guiado pelo Espírito abençoado, pregando Jesus 
Cristo e salvação através de Seu sangue e justiça. 
Deus possuía seu testemunho; o Espírito Santo 
acompanhou a palavra com poder divino; e muitos 
pecadores gentios, anteriormente adoradores de 
ídolos, e abandonados a toda sorte de luxúria, foram 
trazidos ao arrependimento para com Deus e fé no 
Senhor Jesus Cristo. 
Este foi o "fundamento" que ele, como um sábio 
mestre construtor, instrumental e ministerialmente 
colocou como ele fala, "Segundo a graça de Deus que 
me foi dada, lancei eu como sábio construtor, o 
fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada 
4 
 
um como edifica sobre ele." (1 Cor 3:10). Paulo está 
falando aqui não tanto do fundamento que Deus 
colocou em Sião, embora isso esteja incluído, como 
parte de seu próprio ministério. Deixe-me explicar 
este ponto, pois algumas pessoas parecem confundir 
o significado de Paulo aqui. Deus, na verdade, de Sua 
própria boa vontade soberana, lançou um 
fundamento sobre o qual a Igreja é construída. Este 
fundamento é Seu próprio Filho querido, "a Rocha 
das Eras", e contra a Igreja construída sobre este 
fundamento as portas do inferno nunca 
prevalecerão. Mas, quando um ministro prega este 
evangelho da graça livre, quando ele apresenta o 
Senhor Jesus Cristo como o único fundamento da 
Igreja, então ele estabelece essa fundação 
ministerialmente. Ele é assim, como diz o apóstolo, 
"um operário cooperador de Deus" (1 Cor 3: 9); para 
o mesmo fundamento que Deus colocou em Sião, ele 
coloca instrumentalmente na alma de um pecador. 
Mas, esta gloriosa obra, pela qual, por meio da 
pregação de Paulo, os pecadores foram salvos, as 
igrejas edificadas e glorificadas por Deus, levantaram 
a inimizade de Satanás. Ele não podia suportar ver a 
glória trazida a Deus e a salvação para o homem; e 
por isso ele despertou homens errôneos para 
perseguir o caminho de Paulo, a fim de adulterar este 
precioso evangelho misturando com ele às vezes as 
exigências ou o espírito da lei, às vezes os princípios 
da filosofia pagã, às vezes adoração espúria. O 
5 
 
primeiro foi o caso das igrejas da Galácia; o segundo 
com a igreja de Colossos. 
O espírito legalista foi assim introduzido nas igrejas 
dos Gálatas que motivou a escrita pelo apóstolo da 
Epístola aos Gálatas, que será sempre um baluarte 
contra um falso evangelho de Gálatas enquanto o 
mundo continua. As coisas não eram tão ruins em 
Corinto. Os crentes naquela cidade estavam muito 
bem instruídos para receberem o falso evangelho que 
os Gálatas receberam, pois foram "enriquecidos por 
Ele em toda a palavra e em todo o conhecimento", e 
não "ficaram atrás em nenhum dom" (1 Cor 1: 5-7). E 
parece que os pregadores que seguiram Paulo eram, 
pelo menos alguns deles, homens bons, pois o 
apóstolo fala que seu trabalho ministerial foi 
queimado, mas eles mesmos sendo "salvos, como 
pelo fogo" (1 Cor 3:15). 
Eles, portanto, em seu ministério não procuraram 
trabalhar contra o fundamento de Paulo. Lá, eles e 
Paulo concordaram plenamente. 
Mas onde eles diferiam era sobre a superestrutura - 
o edifício que deveria ser construído sobre o 
fundamento. "Eu estabeleci o fundamento, e outro 
constrói sobre ele." Então vem a prudência solene, 
"Mas cada um tenha atenção como constrói sobre 
ele". Estamos de acordo, diz Paulo, quanto ao 
fundamento. Nenhum dos construtores que vieram 
6 
 
após mim se atreveu a interferir com a minha 
fundação. Ele acrescenta então as palavras que às 
vezes são mal compreendidas: "Porque ninguém 
pode lançar outro fundamento, além do que já está 
posto, o qual é Jesus Cristo." Isto significa, como eu 
entendo, "Vocês, sábios e bem instruídos coríntios 
não deveriam tolerar que um homem viesse a Corinto 
e pusesse outro fundamento além daquele que foi 
colocado entre vocês por minhas mãos, e não 
deveriam ouvi-lo por um só momento, e aqueles que 
vieram entre vocês sendo, como espero, bons 
homens, não há nenhuma diferença ou disputa entre 
nós e eles sobre o trabalho de fundação. A fundação 
é muito segura. Mas, agora vem a questão quase não 
menos importante, qual é a superestrutura que estes 
homens têm construído sobre a minha fundação? 
Isso é certo ou não é? Aqui podemos ser muito 
diferentes, pois a superestrutura deve concordar com 
e ser digna da fundação, ou deve estar em desacordo 
e ser indigna dela. 
Agora vamos ler o nosso texto na conexão como 
explicado, e então vamos ver qual é o significado do 
apóstolo nele. "E, se alguém sobre este fundamento 
levanta um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, 
madeira, feno, palha, a obra de cada um se 
manifestará; pois aquele dia a demonstrará, porque 
será revelada no fogo, e o fogo provará qual seja a 
obra de cada um." 
7 
 
Ao olhar para estas palavras, então, e tentar, como o 
Senhor possa permitir, abrir e colocar diante de vocês 
o seu significado espiritual, eu, com a bênção de 
Deus, e olhando para Ele para a força no corpo, alma 
e espírito, esforçar-me-ei para mostrar: 
1. Qual é o fundamento que Deus realmente e 
verdadeiramente estabeleceu em Sião e o 
fundamento que cada verdadeiro servo de Deus 
estabelece ministerialmente na Igreja. 
2. A superestrutura construída sobre este 
fundamento, que pode ser ouro, prata, pedras 
preciosas, ou madeira, feno, restolho. 
3. De que tipo é o fogo que prova o trabalho de cada 
homem. 
I. Nosso primeiro ponto principal é mostrar a 
FUNDAÇÃO sobre a qual a Igreja de Deus está. Aqui 
somos chamados a ser muito claros, e não obscurecer 
o conselho por palavras sem conhecimento. 
Vamos ouvir, então, a própria palavra de Deus pela 
boca de Seu profeta Isaías. "Portanto assim diz o 
Senhor Deus: Eis que ponho em Sião como alicerce 
uma pedra, uma pedra provada, pedra preciosa de 
esquina, de firme fundamento; aquele que crer não 
se apressará." (Isaías 28:16). Este fundamento não é 
outro senão coigual e coeterno ao Filho de Deus. 
Portanto, quando Pedro fez aquela nobre confissão: 
8 
 
"Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo", o Senhor Jesus 
respondeu: " Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, 
Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que 
to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois 
também eu tedigo que tu és Pedro, e sobre esta pedra 
edificarei a minha igreja, e as portas do hades não 
prevalecerão contra ela;" (Mateus 16: 17,18). 
Tomemos por um momento a confissão de Pedro, 
pois não é sobre Pedro que se edifica a Igreja de 
Cristo, mas sim sobre o Filho de Deus; e não é sobre 
a pessoa de Pedro ou do papa, mas sobre a confissão 
de Pedro e a verdade nela expressa, que Cristo à 
direita de Deus sempre edifica a Igreja. Na confissão 
de Pedro há dois pontos, que separam e abraçam 
juntos o Senhor Jesus. 
1. Ele é, "o Filho do Deus vivo". Há Sua Deidade e 
eterna Filiação. 
2. Ele é "o Cristo", o Messias, o Ungido. Sua 
humanidade está em união com a Deidade. Pois, 
embora fosse Sua natureza humana que foi ungida 
pelo Espírito abençoado, contudo foi assim, como em 
união com Sua Deidade. Este, então, é o fundamento 
que Deus colocou em Sião - a Pessoa do Senhor Jesus 
como Deus-Homem Mediador, Emanuel, Deus 
conosco. 
Mas, o apóstolo fala como se tivesse lançado os 
alicerces. "De acordo com a graça de Deus que me foi 
9 
 
dada, como um construtor sábio, eu estabeleci o 
fundamento". Não há uma aparente inconsistência 
aqui? Deus estabelece um fundamento e outro, um 
homem? "Não", diz o apóstolo, "Porque nós somos 
cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e 
edifício de Deus." (1Cor 3: 9). Deus lançou o 
fundamento na verdade, e lançamos o fundamento 
ministerialmente. O apóstolo disse: Eu vim para 
Corinto. O próprio Senhor me disse que tinha 
"muitas pessoas" ali (Atos 18:10). Lá eu preguei Jesus 
Cristo e Ele crucificado, pois desejei não saber mais 
nada entre vocês. Deus abençoou a Palavra para suas 
almas; “Porque a minha palavra e a minha pregação 
não foram com palavras sedutoras da sabedoria 
humana, mas na demonstração do Espírito e do 
poder” (1 Cor 2: 4). Assim, ministerialmente, 
pregando Cristo e Ele crucificado, coloquei o mesmo 
fundamento na igreja de Corinto e em seus corações, 
que Deus colocou em Sião. "Não há, então, nenhuma 
contradição, mas uma harmonia abençoada de 
propósito quando o servo de Cristo é um trabalhador 
junto com Deus, colocando pela sua boca o mesmo 
fundamento que Deus colocou por Suas mãos. 
Mas, tenha sempre em mente que é uma coisa ouvir 
deste fundamento e outra ser construído sobre ele. É 
uma coisa ouvir de uma rocha, é outra estar de pé 
sobre ela. Uma coisa é concordar com a verdade de 
que há um fundamento posto por Deus em Sião, mas 
é outra que sua alma seja ensinada e trazida por um 
poder divino para descansar sobre esse fundamento. 
10 
 
O primeiro é teoria, o outro é fato; um é noção, o 
outro é experiência; um é o ensino do homem, o 
outro o ensino de Deus; uma, a religião que está na 
carne, a outra uma religião que está no poder divino. 
Agora, em que fundamento estamos de forma 
natural? Ego. E que fundamento é esse? Areia. 
Milhares, dezenas de milhares, centenas de milhares, 
miríades de pessoas, não têm outro fundamento 
além de areia! Uma areia movediça, um banco de 
areia, um banco de lama - pobre miserável, 
inconstante, falso e sem fé - sobre isso, eles se 
encontram para enfrentar as ondas do juízo divino. 
Agora, se nossa casa for construída sobre a areia, ela 
deve cair quando a tempestade irromper; mas se a 
nossa casa for edificada sobre uma rocha, ela 
permanecerá inabalável em meio às tempestades que 
assolam o mundo. Mas, como todos nós, 
naturalmente, por ignorância e por autojustiça 
construímos sobre a areia, devemos ser tirados de 
um fundamento antes que possamos suportar o 
outro. 
E como isso pode ser feito? Que descrição Deus deu 
do caminho pelo qual uma alma é trazida do próprio 
fundamento arenoso para se erguer sobre a rocha de 
Cristo! Leia, marque, digite e veja se você tem algum 
conhecimento pessoal com ele. "Porquanto dizeis: 
Fizemos pacto com a morte, e com o Seol fizemos 
aliança; quando passar o flagelo trasbordante, não 
11 
 
chegará a nós;” - aqui está a segurança carnal aqui 
está uma profissão vazia, aqui está uma religião que 
está na carne - "porque fizemos da mentira o nosso 
refúgio, e debaixo da falsidade nos escondemos" 
(Isaías 28:15). E em sequência a isto vem a resposta 
divina: ”Portanto assim diz o Senhor Deus: Eis que 
ponho em Sião como alicerce uma pedra, uma pedra 
provada, pedra preciosa de esquina, de firme 
fundamento; aquele que crer não se apressará. E 
farei o juízo a linha para medir, e a justiça o prumo; 
e a saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas 
inundarão o esconderijo. E o vosso pacto com a 
morte será anulado; e a vossa aliança com o Seol não 
subsistirá; e, quando passar o flagelo trasbordante, 
sereis abatidos por ele.” (Isa 28.16-18). 
Como o Senhor aqui revela a hipocrisia e o engano de 
uma religião que está na justiça da criatura, 
colocando como se fosse na boca de seus professantes 
sua própria visão dela. Esta é então a sua linguagem, 
"Nós fizemos uma aliança com a morte". A morte e 
nós somos bons amigos. Por que precisamos então 
temê-la então como um inimigo? Temos uma religião 
para morrer. E temos um acordo com o inferno. Por 
que então precisamos temer o inferno? Nossa 
religião certamente nos livrará de descer à cova; e 
nossa própria justiça certamente nos dará uma 
entrada na porta do céu. Sim, embora o próprio Deus 
declare que é um refúgio de mentira, mas tendo-se 
refugiado uma vez nela, estamos bem satisfeitos com 
12 
 
ela, e não queremos ser expulsos dela; e embora sob 
a falsidade nós nos escondemos, contudo nós 
preferiríamos tomar nossa possibilidade e viver e 
morrer nela do que sofrer a dor e o incômodo de ser 
expulso dela. Tal é o homem, tal a sabedoria da 
carne; tal é toda a religião da criatura, tal o orgulho e 
a obstinação do coração humano; tal a inimizade 
mortal da mente carnal contra a salvação pela graça, 
que mais cedo morreria e seria condenado a seu 
modo; que viver e ser salvo no caminho de Deus. 
Mas, o Senhor deixará Seu povo viver e morrer 
nesses falsos refúgios? Ele mesmo responderá à 
pergunta. "E farei o juízo a linha para medir, e a 
justiça o prumo; e a saraiva varrerá o refúgio da 
mentira, e as águas inundarão o esconderijo." (Isaías 
28:17). Essa é a maneira de Deus de tirar a alma do 
fundamento arenoso do ego, preparando-a para ser 
edificada sobre a Rocha das Eras. A figura empregada 
é aquela de um construtor que trabalha com linha e 
prumo, e ao aplicá-lo à parede detecta 
imediatamente o menor desvio da perpendicular. 
O que corresponde a isso na graça? A aplicação da lei 
à consciência, aquela lei santa, inflexível, 
condenadora que exige amor perfeito a Deus e ao 
homem. Isso é colocar o juízo na linha e a retidão no 
prumo, pois a lei é tão rigorosa e tão infalível ao 
detectar o menor desvio de seus comandos quanto a 
linha detecta o menor desvio da perpendicular. E o 
13 
 
que se segue? A tempestade da indignação de Deus 
contra a transgressão desta santa lei. "O granizo 
varrerá o refúgio da mentira, e as águas 
transbordarão o esconderijo". A ideia é de uma 
pessoa se refugiando em vão da tempestade e do 
granizo, que naqueles países era muitas vezes 
composto de grandes pedaços de gelo, e a tempestade 
e o granizo derrubando o abrigo, e o dilúvio 
afogando-os e os colocando para fora de seu 
esconderijo. 
Esta tempestade de trovões e sua inundação 
concomitante rompem a segurança carnal. "E o vosso 
pacto com a morte será anulado; e a vossa aliança 
com o Seol não subsistirá; e, quando passar o flagelo 
trasbordante, sereis abatidos por ele." (Isaías 28:18). 
A aliança com a morte que não deve ter nenhuma 
picada – e a aliança com o inferno que não deve ter 
nenhuma vitória - é quebrada e anulada; e a alma 
está nua e culpada diante de Deus, como um fogo 
consumidor. Sob estas sensações angustiantes, que 
suspiros e gritos saem do coração! O que farei, para 
onde fugirei, como escapar da ira vindoura,de 
eternidade a eternidade, e como lidar com a 
eternidade, como suportarei queimaduras eternas? 
Por que nasci neste mundo miserável, para ser um 
monumento eterno do desgosto de Deus? Que eu 
fosse qualquer coisa menos o que eu sou - um cão, 
um verme, um sapo - qualquer réptil que não tivesse 
uma alma imortal! 
14 
 
Como o fogo da santa lei de Deus assim queima na 
consciência de um pecador, e queima seu acordo com 
a morte, e est cai de suas mãos como um pergaminho 
inútil. Parece, à primeira vista, difícil que tais 
medidas severas sejam necessárias para separar a 
alma do ego; mas tão próxima é a união, tão crescida 
juntamente, interligados e entrelaçados são os dois, 
que nada além de um poder divino pode despedaçá-
los. 
Agora, quando o Senhor Jesus Cristo é revelado à 
alma pelo Espírito abençoado como a Rocha das 
Eras, o fundamento que Deus colocou em Sião, há 
uma visão pela fé de Sua gloriosa Pessoa, sangue 
expiatório e justiça justificadora, Há uma vinda a Ele 
como tal, como diz o apóstolo Pedro: "E, chegando-
vos para ele, pedra viva, rejeitada, na verdade, pelos 
homens, mas, para com Deus eleita e preciosa, vós 
também, quais pedras vivas, sois edificados como 
casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de 
oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus 
por Jesus Cristo." (1 Pedro 2: 4,5). Cristo é a pedra 
viva, e os crentes são pedras vivas. Assim, a pedra se 
apoderada Pedra que é o Salvador, e se apega a Ele, 
pelo Espírito Santo, e assim obtém uma união viva 
com Ele. É assim que um pecador culpado, uma alma 
desolada, é trazido da areia, e construído sobre e a 
Rocha que Deus colocou em Sião. 
II. Tendo assim visto o que é o fundamento, e como a 
alma é trazida a ele, e construído em e sobre ele, 
15 
 
podemos agora olhar para a SUPERESTRUTURA; 
pois há um edifício a ser levantado, bem como uma 
fundação para ser colocada; e esta superestrutura 
pode ou ser digna do fundamento ou indigna dele - 
em outras palavras, de acordo com a expressão do 
apóstolo, seja ouro, prata, pedras preciosas - ou 
madeira, feno, restolho. 
Quando um ministro espiritual e experimentalmente 
prega o Senhor Jesus Cristo como o único objeto da 
esperança de um pecador, ele instrumentalmente 
coloca Cristo como o fundamento. Mas ele deve 
continuar a construir a Igreja em sua santíssima fé, e 
criar uma superestrutura digna do, e correspondente 
ao fundamento. Não é assim na natureza? É uma 
circunstância frequente que, quando um edifício 
nobre deve ser erguido, a pedra fundamental é 
colocada por alguma pessoa distinta com grande 
cerimônia. Mas, isso não é uma garantia de que a 
superestrutura corresponderá à fundação e estará em 
harmonia com ela? Uma fundação para um palácio, 
e a superestrutura uma choupana! Que contradição! 
Que inconsistência! Assim, o apóstolo assume que 
pode ser construído sobre Cristo, que é a fundação, 
uma superestrutura digna, harmoniosa, consistente, 
como ouro, prata, pedras preciosas - ou 
inconsistente, indigna, vergonhosa, como madeira, 
feno, e restolho. 
1. Uma superestrutura DIGNA. O que devemos 
entender por ouro, prata, pedras preciosas? 
16 
 
Evidentemente algo valioso, pesado, duradouro, e 
sobretudo incombustível. O que na graça possui 
essas qualidades inestimáveis? Primeiro, as grandes 
verdades e doutrinas principais do evangelho, pode 
ser dito delas que suportam estas características. A 
escolha eterna de Deus de Seu povo no Filho de Seu 
amor, sua redenção pessoal e particular pelo sangue 
de Cristo, sua justificação por Sua justiça imputada e 
sua plena e perfeita salvação nEle são todas as 
realidades valiosas, preciosas que o fogo não pode 
destruir, nem a água afogar. 
Assim, as promessas do evangelho, que são todas sim 
e amém em Cristo Jesus para a glória de Deus, são 
ouro, prata e pedras preciosas, pesadas, valiosas e 
duradouras. Nem os preceitos do evangelho e as 
ordenanças da casa de Deus devem ser omitidos da 
superestrutura harmoniosa. Tudo o que o evangelho 
revela e proclama, tudo o que ele promete e ordena, 
toda a santa obediência a que ele chama, deve ser 
edificado pelos verdadeiros construtores de Sião 
como uma superestrutura sobre Cristo, o 
fundamento. 
Mas, eu penso que nós podemos aplicar as palavras 
mais particularmente à obra do Espírito abençoado 
na alma, pela qual Ele a constrói para um templo 
para Ele habitar, como o apóstolo fala - "Ou não 
sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito 
Santo, que habita em vós, o qual possuís da parte de 
Deus, e que não sois de vós mesmos? " (1 Cor 6:19). 
17 
 
Se este for o caso, então as três coisas aqui faladas - 
ouro, prata, pedras preciosas, terão referência 
especial aos ensinamentos e operações do Espírito 
abençoado. 
O que podemos então entender pelo OURO? 
Evidentemente fé. O próprio Senhor compara a fé 
com o ouro em Seu discurso à igreja de Laodiceia: 
"Eu te aconselho a comprar de Mim ouro provado no 
fogo", (Apo 3:18), e isso significa que a fé é clara a 
partir da linguagem de Pedro, “Para que a prova da 
vossa fé, mais preciosa do que o ouro que perece, 
embora provado pelo fogo, redunde para louvor, 
glória e honra na revelação de Jesus Cristo;" (1 Pe 1: 
7). Pois bem, esta preciosa fé pode ser comparada ao 
ouro, pois enriquece a alma, colocando-a em posse de 
todas as riquezas de Cristo. Portanto, o apóstolo diz: 
"Todas as coisas são suas". Por quê? Porque "você é 
de Cristo". 
Como o ouro é o grande meio de troca, pelo qual, de 
acordo com a quantidade que possuímos, obtemos 
tudo o que precisamos, assim a fé é o meio de troca 
do crente, pelo qual recebe da plenitude de Cristo um 
suprimento para todas as suas necessidades. Assim 
diz o Senhor: "Ó vós, todos os que tendes sede, vinde 
às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, 
comprai, e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro 
e sem preço, vinho e leite." (Isaías 55: 1). Esta divina, 
esta fé viva, não é o exercício de qualquer faculdade 
18 
 
natural da mente de um homem; não é a mesma coisa 
que credibilidade dada a algum evento histórico, 
como eu acredito que há uma Austrália, ou que havia 
um Bonaparte. Mas é um fruto especial e graça do 
Espírito, uma bênção da nova aliança, o dom de 
Deus, e operado no coração por um poder divino. 
Um ministro constrói com esse ouro na 
superestrutura quando ele aponta e insiste, descreve 
e desdobra a origem e a natureza dessa fé; e quando 
o Espírito abençoado detém o seu testemunho e 
levanta fé no ouvinte sob o seu testemunho, Ele a 
instila na alma e o edifica em Cristo. Tal foi a fé de 
ABEL, o primeiro mártir; tal a fé de ENOQUE, que 
andou com Deus; tal a fé de NOÉ, pela qual ele 
construiu a arca; tal a fé de ABRAÃO, pela qual ele se 
tornou o amigo de Deus; tal era a fé de JACÓ quando 
ele lutou com o anjo; de DAVI, quando ele saiu contra 
Golias, e tal foi a fé daquele glorioso grupo de quem 
o mundo não era digno, cujos sofrimentos o apóstolo 
registra em Hebreus 11. Esta fé é digna da fundação, 
pois é a Obra do Espírito Santo, a única que concorda 
e está em harmonia com a pessoa e a obra de Deus 
Filho. 
Mas, o apóstolo menciona a PRATA como formando 
um segundo constituinte de uma superestrutura 
digna e adequada. Não devemos esticar expressões 
figurativas muito longe, para que não caiamos em 
interpretações fantasiosas. Uma rédea aqui é 
19 
 
necessária ao invés de um estímulo, para que não 
devêssemos ser levados para a região sem rumo da 
imaginação em vez dos verdes pastos da verdade do 
evangelho. 
 Mas, eu acho que, sem ser fantasioso, podemos 
explicar a prata como referindo-se à graça da 
esperança. Não é esta uma parte da superestrutura a 
ser construída sobre Cristo o fundamento? Como o 
hino diz, 
Minha esperança é construída sobre nada menos 
Do que o sangue e a justiça de Jesus. 
Qual é a nossa esperança e seu valor senão for 
construída sobre a Pessoa, trabalho e sangue do Filho 
de Deus? Mas uma boa esperança através da graça é 
a obra do Espírito abençoado e, portanto, está em 
harmonia com a obra acabada de Jesus. 
Mas, como um ministro constrói com essa prata uma 
parte constitutiva da superestrutura? Ao pregar o 
evangelho em sua pureza e plenitude; estabelecendo 
a liberdade da graça; traçando a obra do Espírito no 
coração; sustentando o Senhor Jesus Cristo como 
Salvador e Amigo do pecador; descrevendo o caráter 
da família pobre e necessitada de Deus e 
apresentando as promessas, convites e declarações 
de Deus em seu favor. Esta boa esperança através da 
20 
 
graça, sendo construída sobre a Pessoa, obra e 
sangue de Cristo, e sendo forjada no coração pelo 
Espírito abençoado, é uma parte da superestrutura 
digna e adequada para a fundação. 
Mas PEDRAS PRECIOSAS também são 
mencionadas como parte do edifício espiritual. Estas, 
é evidente, superam em raridade, beleza e valor, o 
ouro e a prata. Mas qualquer coisa pode superar a fé 
e a esperança? Sim. Manifestações preciosas do amor 
de Deus, preciosas visitas de Jesus, preciosas 
aplicações de Seu sangue à consciência, preciosos 
sorrisos de Sua face e preciosas palavras de Seus 
lábios. Estes são realmente raros. Não é frequente na 
vida de um homem que ele tenha manifestações 
especiais do Senhor Jesus. 
A fé e a esperança, como o ouro e a prata, são mais 
para todos os dias, pois pela fé vivemos, e lutamos, e 
portanto precisamos continuamente; e pela 
esperança ser salvos do desespero, e, portanto, 
precisamos dela a cada hora. Mas, pedras preciosas 
brilham senão sobre poucos dedos, e são apenas para 
dias festivos. No entanto, que valor existe em um 
pequeno diamante! Assim, uma manifestação de 
Cristo, uma descoberta do amor perdoador de Deus 
e uma aplicação do sangue expiatório à consciência, 
embora não seja grande em extensão nem longa 
duração, mas quão indizivelmente valioso e precioso 
é! Estas pedras preciosas que um ministro edifica 
21 
 
como parte da superestrutura quando as descreve, as 
impõe na consciência, insiste e contende por elas. 
Agora dê uma olhada neste edifício, fundação e 
superestrutura. A gloriosa Pessoa do Filho de Deus 
com Seu sangue expiatório, justificar e o trabalho 
consumado é o fundamento. A obra do Espírito, as 
graças que Ele produz e as manifestações de Cristo 
que Ele dá - que é a superestrutura. 
Como o Senhor Jesus é o único fundamento sobre o 
qual a alma pode descansar, assim pela obra do 
Espírito é a única em que deve ser construída. Assim, 
vemos a Trindade envolvida. Deus, o Pai, estabelece 
os alicerces; Deus, o Filho, é ele mesmo o 
fundamento; e Deus o Espírito abençoado constrói a 
superestrutura gloriosa. Esses ministros, portanto, e 
somente esses ministros, são "obreiros cooperadores 
de Deus" que trabalham de acordo com a regra deste 
padrão, e cujo ministério, de acordo com Sua palavra 
e vontade, Ele possui e abençoa a construção de Sua 
igreja. 
2. Uma superestrutura indigna. Mas, havia aqueles 
nos dias de Paulo, como encontramos em suas 
epístolas, e os tais também existem em nossos dias, 
que não têm olhos para ver nem corações para 
valorizar o ouro, a prata e as pedras preciosas. E, no 
entanto, eles seriam mestres construtores, colocando 
sua mão na obra; e embora em vez de construírem 
22 
 
um templo para Deus, o que construíram? Uma 
Babel. Um traz "madeira", um segundo traz "feno", e 
um terceiro traz "restolho". 
Há indubitavelmente um significado espiritual 
nesses materiais. A ideia principal que permeia o 
todo é, naturalmente, que todos eles são altamente 
combustíveis - materiais perigosos em um incêndio. 
Seu segundo caráter é, sua absoluta inutilidade; a 
terceira, sua inaptidão para tal fundamento eterno. 
Mas, vamos examiná-los um pouco mais de perto. 
MADEIRA. Isso forma a porção principal da 
superestrutura falsa. Um sistema bem compactado 
de deveres da criatura apenas encontra a ideia de um 
pináculo de madeira. Há as madeiras serradas de 
vários comprimentos, os postes, vigas, e todos os 
demais tipos - um dever aqui e uma regra lá; uma 
oração para segunda-feira e um capítulo para terça-
feira; quando jejuar e quando se banquetear; quando 
ficar de pé e quando se ajoelhar! - o que pode ser mais 
puro e mais compacto do que o nosso bom pináculo 
de madeira? 
Mas, como é, dificilmente suportará a chuva e o mau 
tempo. Existem violações agora e então feitas nestes 
deveres e observâncias. A consciência torna-se 
desconfortável, à medida que a luz entra através das 
frestas. Bem; o que ocorre então? Traga alguns 
remendos para fechar os buracos. Um conjunto de 
23 
 
resoluções, votos, determinações para fazer melhor 
na próxima vez, a mortificação pela falta de sucesso e 
uma luta fixa para não ser mais vencido pelo pecado 
e pela tentação - este é o "feno" que os falsos 
construtores empurraram para dentro das enormes 
rachaduras da madeira da obediência da criatura. 
Mas, o edifício ainda tem lacunas; a moldura de 
madeira, com seus buracos cheios de feno, começa a 
parecer um tanto ruinoso. Não é à prova de água. O 
que deve ser feito em seguida? Fechar com restolho 
para manter fora a chuva. Vá para o campo do mérito 
humano, colete as palhas, junte-as, alise-as, regue-as 
com algumas lágrimas e coloque-as como cobertura 
para o telhado de madeira. A santidade carnal, a 
piedade da criatura, um rosto recatado, uma voz 
piedosa, uma caminhada suave, um traje solene e 
uma seleção seleta de frases bíblicas - colocam toda 
essa fingida humildade e zombam da religião, e 
colocam o todo como uma cobertura de palha no 
campanário de madeira. 
Por estas figuras notáveis, o apóstolo descreve e 
expõe toda a legalidade e o farisaísmo que, em todas 
as eras, construtores ignorantes acumularam sobre 
Cristo, admitindo que Ele fosse o alicerce, ainda que 
criando sobre Ele esta superestrutura miserável e 
sem valor. 
Mas, esta superestrutura permanecerá? Não! O que a 
destruirá e derrubará? Fogo. Este é o modo 
24 
 
designado por Deus de provar a obra, quer seja para 
perecer ou permanecer. "A obra de cada um será 
manifestada, porque o dia a declarará, porque ela 
será revelada pelo fogo, e o fogo provará a obra de 
cada homem de que espécie ela é". De qual obra é 
aqui falado? É principalmente ministerial. "Todo 
homem" aqui significa, em geral, todo ministro, pois 
é deles que o apóstolo fala principalmente. Agora, a 
obra de cada ministro deve ser manifestada, quer seja 
obra de Deus, quer seja obra do homem. Todo 
ministro da verdade que se levanta diante de um 
povo tem um trabalho a fazer; e esta obra deve ser 
manifestada; é para ser revelado e trazido à luz de 
que tipo é. E como Deus o torna manifesto? O 
apóstolo nos diz aqui da maneira mais clara, para que 
o que corre possa ler. Ele diz: "O dia o declarará, 
porque será revelado pelo fogo, e o fogo provará a 
obra de cada homem de que espécie ela é". Por esta 
"obra", aqui, podemos entender não só a religião 
imposta pelo ministro, mas também o povo que 
recebe o seu ministério, e é construído 
instrumentalmente por ele, seja na fé, na esperança e 
no amor - ou na legalidade e santidade carnal. 
Pelo fogo enviado de Deus para provar o trabalho 
podemos entender várias coisas. 
1. A PERSEGUIÇÃO é um fogo. Pedro parece aludir 
a isto como uma parte da fornalha, onde fala da 
"prova ardente"; porque ser um cristão naqueles dias 
25 
 
foi muitas vezes uma fornalha que queimou o corpo, 
e enviou a alma ao céu em uma carruagem de fogo. 
2. Mas, a tentação também é um fogo, e uma fornalha 
mais quente para a alma do que a fogueira é para o 
corpo. Pedro fala de "os eleitos estrangeiros" como 
sendo "provados para que a prova da vossa fé, mais 
preciosa do que o ouro que perece, embora provado 
pelo fogo, redunde para louvor, glóriae honra na 
revelação de Jesus Cristo;" (1 Pedro 1: 7). 
A tentação é para a nossa natureza caída o que é 
correspondente a restolho, feno, e madeira sendo 
colocado na fornalha. O pecado em nossa natureza 
está morto até que a tentação o incendeie. O que 
derrubou Davi? Tentação. O que derrubou Pedro? 
Tentação. O que moveu Moisés para a ira, Jó para 
amaldiçoar o dia de seu nascimento, e Jonas a virar 
as costas para fazer a obra de Deus? Tentação. E o 
que muitas vezes nos faz cambalear e temer onde 
nossos corações perversos não podem nos manter 
firmes na fé? Tentação. Bem poderia o Senhor dizer: 
"Vigiai e orai para que não entreis em tentação"; e 
outra vez: "Não nos deixeis cair em tentação", pois, 
se levados e deixados nela, quem pode nos livrar 
ilesos? 
3. Mas, a ira de Deus contra todo pecado é também 
um fogo. Os relâmpagos de Sua santa indignação 
contra o orgulho, a hipocrisia, a justiça própria e 
26 
 
outros males abundantes em nossos corações são 
parte da fornalha que o Senhor designou em Sião. 
4. Medos de morte, picadas de consciência, 
apreensões sombrias do que pode ser um leito 
moribundo, visões dolorosas de nossas miseráveis 
insuficiências, descobertas da profundidade do 
pecado e da iniquidade que habitam em nós, uma 
contínua luta com os levantes e a corrupção interna - 
isto também faz parte do fogo que deve provar o 
trabalho de cada homem de que tipo é. Pois você 
observará que eu me limito principalmente a esses 
fogos e fornalhas que queimam a lenha, o feno e o 
restolho da falsa superestrutura. 
Agora observe o EFEITO do fogo que é destinado a 
provar de que tipo é a obra de cada um. 
1. Primeiro, o ouro, a prata e as pedras preciosas - fé 
da dádiva de Deus, esperança do amor inspirador de 
Deus, amor pelo derramamento de Deus no exterior 
- pode ser que estas graças do Espírito sejam 
queimadas? Não! Eles não são consumidos na 
fornalha mais quente. Eles podem, na verdade, 
parecer às vezes perdidos e enterrados em fumaça e 
cinzas, quando a lenha, o feno e o restolho são 
incendiados; mas eles são absolutamente 
indestrutíveis, embora a fornalha seja aquecida sete 
vezes mais do que o usual (veja Dan 3:19). 
27 
 
2. Mas, como a madeira, o feno e o restolho estão? 
Onde está agora a obediência da criatura, a santidade 
da carne, as suas formas e deveres? Onde está agora 
a moldura bem compacta de madeira, os feixes de 
feno, a palha de restolho? O fogo da perseguição, da 
tentação, do pecado, da santa indignação de Deus, 
das dúvidas e dos temores culpados, poupará essa 
superestrutura feita pelo homem? Não! Arde em 
nuvens de fumaça, afunda, cai, por mais alto que 
levante sua cabeça elevada, acabará em cinzas negras 
e ruína sombria. 
Mas o que dizer da fundação? Essa também está 
queimado? Não! Essa é Cristo, portanto permanece, 
o mesmo ontem, hoje e eternamente. Observe o que 
o apóstolo está falando aqui daqueles que são 
eventualmente salvos. "Se a obra de alguém for 
queimada, sofrerá perdas, mas ele mesmo será salvo, 
assim como pelo fogo" (1 Cor 3:15). Sua obra deve ser 
queimada, e assim sofre a perda; mas ele mesmo é 
salvo, assim como pelo fogo, isto é, como um homem 
puxado pela força de uma casa em chamas, apesar de 
toda a sua propriedade ser consumida. 
Agora isso lança uma luz misteriosa sobre alguns 
ministros e sobre alguns ouvintes. Eles estão certos 
quanto aos fundamentos, mas errados quanto à 
superestrutura. Eles descansam realmente e 
verdadeiramente em Cristo, e ainda, são enganados e 
seduzidos por um espírito legalista, autojusto, e eles 
trazem as ações da criatura. Por misericórdia de suas 
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almas, Deus envia um fogo para queimar tudo isso. 
Na natureza às vezes um fogo é a melhor coisa que 
pode acontecer. O grande incêndio de Londres foi a 
maior bênção que Londres jamais teve. Até então era 
de vez em quando assolada pela praga. Mas o fogo 
que queimava a velha Londres, com suas ruas 
estreitas e pestilentas, queimava a praga. E assim, a 
melhor coisa que pode acontecer à religião de 
algumas pessoas é que ela seja queimada. Há então 
alguma esperança de que, das ruínas enegrecidas e 
das cinzas ardentes, possa surgir uma nova e melhor 
religião. 
III. Aplicação. Tendo assim apontado a minha flecha, 
deixe-me agora colocá-lo na corda para eu possa 
lança-la em algumas de suas consciências. Há vários 
passos distintos e marcados estabelecidos pelo 
apóstolo aqui. Vamos ver até onde podemos colocar 
o nosso pé sobre eles. 
1. O primeiro é, o ser retirado da base arenosa. Como 
toda a natureza se constrói sobre a areia, e como 
todos antes de serem construídos sobre a rocha, são 
trazidos da areia, este é um evento para não ser feito 
como se não soubesse o onde, o quando ou o como. 
Ser vivificado na vida espiritual, ser convencido do 
pecado e trazido da segurança carnal para as 
apreensões da santidade, da justiça e da majestade de 
Deus é o maior evento em todas as nossas vidas. 
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2. O próximo passo é ser construído sobre Cristo 
como o único fundamento da esperança de um 
pecador. Mas, isso não pode ser sem uma descoberta 
espiritual da Pessoa, sangue, justiça e graça do 
Senhor Jesus Cristo. É a obra especial do Espírito 
Santo glorificar Jesus e exaltá-lo no coração, 
tomando as coisas de Cristo e revelando-as à alma. 
Isso, portanto, é uma coisa que não pode ser feita no 
escuro, quando um homem está dormindo e não sabe 
nada sobre ele. Ser trazido da lei para o evangelho, do 
Monte Sinai ao Monte Sião, de si mesmo a Cristo, da 
incredulidade à fé, do desânimo à esperança e dos 
temores ao amor, é um evento na vida espiritual de 
um homem que não pode ser mais esquecido do que 
uma fuga de um naufrágio. 
3. Em seguida vem a questão da superestrutura. 
Aqui, evidentemente, os tristes erros são cometidos 
por operários desajeitados. Construir a torre requer 
a habilidade principal do arquiteto. Deixe-o olhar 
bem para seus materiais, e fazer a escolha correta. A 
madeira, o feno e o restolho podem fazer um casebre 
ou um estábulo ou um celeiro, mas não servem para 
um templo. "Tu és o templo do Deus vivo", no qual 
Ele habita e anda. Portanto, que seja uma mansão 
digna de Sua morada, um templo do qual o próprio 
Deus é o construtor, Cristo o fundamento, e as graças 
do Espírito abençoado a superestrutura.

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