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Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P4 – Enfermagem MECANISMOS DE AÇÃO GERAL • Pode haver 2 fármacos com o mesmo efeito terapêutico, porém com mecanismos de ação totalmente diferentes. CONCEITOS DE FARMACODINÂMICA Os efeitos da maioria dos fármacos são atribuídos à sua interação com os componentes macromoleculares do organismo. Essas alterações alteram a função do componente envolvido e iniciam as alterações bioquímicas e fisiológicas que caracterizam a resposta ao fármaco. O termo receptor ou alvo farmacológico refere-se á macromolécula (ou complexo macromolecular) com o qual o fármaco interage para produzir uma resposta celular. RECEPTORES FARMACOLÓGICOS Macromoléculas orgânicas presentes nas células que interagem com substâncias (endógena- hormônios / ou exógena- fármaco) Promovem a sua ação através de uma série de efeitos bioquímicos. Produzem efeitos farmacológicos ou fisiológicos. Corresponsáveis pela maioria das respostas fisiológicas e farmacológicas do organismo. LIGAÇÃO DO FÁRMACO AO RECEPTOR Modelo encaixe induzido (“chave-fechadura”) Fármacos ou hormônios precisam do encaixe perfeito com o receptor para que ele seja ativado. São ligações químicas. A de maior força é a ligação covalente. INTERAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR Os fármacos podem fazer duas coisas com os receptores quando se interagem: FARMACOLOGIA farmacologia FARMACODINÂMICA MECANISMOS DE AÇÃO DOS FÁRMACOS receptor mailto:batistamillena73@gmail.com Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P4 – Enfermagem Se ligar a eles (afinidade) - força química que promovem aassociação do fármaco com o receptor. Possivelmente alterar seu comportamento com relação ao sistema da célula hospedeira (eficácia) – é necessário para que tenha o efeito desejado. - Informação codificada na estrutura química de um fármaco que promove a alteração conformacional do receptor quando o fármaco está ligado (apenas se tiver afinidade) O fármaco só produzirá um efeito se tiver afinidade com o receptor e com isso gerar uma eficácia. Pode ter afinidade, mas não ter eficácia. AGONISTA: fármacos que se ligam aos receptores fisiológicos e mimetizam (fazem exatamente o que um endógeno faria, porém está com defeito) os efeitos reguladores dos compostos endógenos de sinalização. ANTAGONISTA: fármacos que se ligam aos receptores sem efeito regulador, porém sua ligação bloqueia a ligação dos agonistas endógenos. TIPO DE AGONISMO Agonista total: fármaco cuja eficácia é 100% Agonista parcial: fármacos apenas parcialmente eficaz como agonista. Agonista inverso: fármacos que apresenta seletividade pelo receptor no estado de repouso, apresenta eficácia negativa. – Apresenta eficácia negativa: contrária. - Ocorre nos casos em que o receptor possui atividade intrínseca (sem a necessidade de ativação do agonista) TIPO DE ANTAGONISTA Antagonista competitivo: Ocupa o lugar do agonista no receptor, impedindo a sua ligação. – É necessário aumentar a concentração do agonista, caso o objetivo seja que agonista se ligue ao invés do antagonista. E o inverso, aumentar a concentração do antagonista se o objetivo for a ligação do antagonista no receptor. Ganha quem tiver maior concentração. – Usado geralmente em overdose de drogas opioides, como heroína ou morfina. Antagonista não-competitivo: Se liga a um outro sítio, modificando a estrutura do receptor, impedindo a ligação do agonista. A “alcinha” do receptor bloqueia o sítio que o agonista iria se ligar. – aumentando ou não a concentração de agonista, não irá mailto:batistamillena73@gmail.com Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P4 – Enfermagem fazer diferença, continuará bloqueado mecanicamente. o Gráfico: Curvas paralelas, porém nunca chegará ao máximo de eficácia. o Precisa criar um novo receptor, pois a ligação é irreversível. o Potencialização: Acontece quando um potencializador se liga no sítio onde o antagonista não-competitivo iria se ligar, o que irá fixar o agonista em seu sítio de ligação mais do que o normal, potencializando sua eficácia. o Gráfico: antagonista não competitivo – curva para a direita; potencializador – curva para a esquerda (pode causar intoxicação) OUTROS TIPOS DE ANTAGONISMO Antagonismo entre os fármacos Antagonismo químico: interação em solução. – Dois fármacos em uma solução, onde um impede o outro. Causa uma modificação na estrutura química do outro. Antagonismo farmacocinético: uma substância que afeta a absorção, o metabolismo ou a excreção da outra Antagonismo fisiológico: dois agentes produzem efeitos fisiológicos opostos. – Sistemas simpático e parassimpático. SINALIZAÇÃO CÉLULA-CÉLULA Endócrina: Acontece com todos os hormônios sistêmicos – Hormônio que está na glândula é secretado diretamente na corrente sanguínea. (Ex.: Estrógeno, progesterona, insulijna, etc.) Hormônios Hipofisários Parácrina: Célula secretora ao lado da célula-alvo adjacente. Autócrina: O excretor e o receptor é a mesma célula. mailto:batistamillena73@gmail.com Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P4 – Enfermagem Sináptica: Neurotransmissores CLASSIFICAÇÃO DOS HORMÔNIOS Esteroidais: Derivados do Colesterol (lipídeo) - Intracelular Não esteroidais: não são derivados de lipídeos. – Receptor de superfície celular. A mesma substância pode ter diferentes funções, depende do receptor em que se liga. ESTEROIDAIS NÃO ESTEROIDAIS TIPOS Esteróides, iodotironinas, calcitriol Polipeptídios, proteínas, glicoproteínas, catecolaminas SOLUBILIDADE Lipofílicos Hidrofílicos TRANSPORTE DE PROTEÍNAS Sim Não MEIA VIDA PLASMÁTICA Longas (horas ou dias) Curta (minutos) RECEPTOR Intracelular Membrana plasmática Mediador Complexo hormônio- receptor AMPc, Ca2+, IP3, DAG e outros RECEPTORES FARMACOLÓGICOS FÁRMACOS QUE INTERAGEM COM RECEPTORES FARMACOLÓGICOS Receptores intracelulares: Resposta mais lenta Exemplos: receptores de esteroides (corticoides) e de hormônios tireoidianos mailto:batistamillena73@gmail.com Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P4 – Enfermagem Superfamílias de receptores que estão envolvidas na sinalização transmembranar: Ionotrópicos (Canais Iônicos) – Catalíticos - Metabotrópicos ou GPCRs. IONOTRÓPICOS - CANAIS IÔNICOS Consiste de associação de várias subunidades proteicas, cada qual contendo vários segmentos transmembranares. – Formam um canal. Essas estruturas oligoméricas são canais iônicos abertos por ligantes (hormônios ou fármacos) – a diferença entre os Ionotópicos e os canais iônicos normais é que os canais iônicos não precisam de ligantes para serem ativados. (abrir) Fármacos geralmente se ligam nas subunidades alfa, mas também podem se ligar nas betas. o Acrescentando muito íon + a célula vai despolarizar. o Acrescentando muito íon - a célula vai hiperpolarizar. A maior parte dos ligantes para esses canais iônicos são neurotransmissores: o Receptor nicotínico da ACh (canal catiônico) Na+K+ o Receptor NMDA do aspartato (canal de Na+ e Ca2+) o Receptor GABAA do GABA ou receptor da Glicina (canal de Cl- Cloreto) CATALÍTICOS São receptores de membrana que possuem atividade enzimática. Possuem domínios catalíticos (parte intracelular dos receptores. Se autofosforilam. Para que sejam ativados, precisam de um par idêntico a ele ao seu lado após a ligação do fármaco ao receptor. Canal Subunidade Proteica mailto:batistamillena73@gmail.com Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P4 – Enfermagem o Os receptores de insulina já vêm com seu próprio dímero (par) os outros ainda precisamrecrutá-lo. Uma unidade (domínio) catalítica irá fosforilar o seu dímero (par idêntico) e vice versa – AUTOFOSFORILAÇÃO ou fosforilação cruzada. A partir disso, o receptor estará ativado. METABOTRÓPICO (GPCR) Receptores com 7 segmentos transmembranares (7 ALFA-hélices) – Um mesmo receptor atravessa a membrana 7 vezes. N – Onde o Fármaco se liga São 3 alças citosólicas Na 3° alça é onde a Proteína G fica acoplada PROTEÍNA G A Proteína G é a responsável por toda a ação do receptor. Transdutores biológicos – Recebe o sinal (fármaco) e traduz para a célula. Afinidade por nucleotídeos de guanina (GDP e GTP) Proteína heterotrimérica – três subunidades Atividade GTPásica – Troca GDP por GTP e vice versa. ATIVAÇÃO DA PROTEÍNA G Estado de repouso Receptor é ocupado por um fármaco Receptor sofre uma mudança conformacional Com isso a Proteína G será ativada Alfa se separa do dímero beta-gama Subunidade alfa troca GDP por GTP (Molécula maior) Subunidade alfa, com o GTP ligado, se liga a proteína alvo Proteína alvo é ativada Cascata de reações acontece Dímero beta-gama também pode ir ativar outro alvo, porém ainda está sendo estudado. mailto:batistamillena73@gmail.com Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P4 – Enfermagem VOLTANDO AO ESTADO DE REPOUSO Fármaco é retirado do receptor GTP que está ligado a alfa é hidrolisado e perde um fosfato, se tornando GDP Subunidade alfa com GDP ligado a ela, volta a se ligar com o Dímero beta-gama Proteína G em repouso Uma das funções da Proteína G é amplificar o sinal do ligante. Fármaco se liga ao receptor Proteína G se sensibiliza Várias Proteínas G sinalizam e são ativadas Amplificam o sinal do fármaco ALVOS PRINCIPAIS DA PROTEÍNA G 1. Sistema ciclase de adenilil /cAMP 2. Sistema fosfolipase C/IP3/DAG SISTEMA CICLASE DE ADENILIL Fármaco se liga ao receptor Proteína G ativa se liga a proteína-alvo Adenilil Ciclase Subunidade alfa, com o GTP ligado, ativa a proteína Adenilil ciclase Adenilil ativada transforma o ATP em cAMP (ciclisou o ATP) Aumenta a concentração de cAMP, que ativa PKC PKC faz a fosforilação de proteínas Cascata de Reações A proteína G responsável por todo esse processo é a Gs – S de estimulatório. O Segundo mensageiro dessa fica é cAMP. mailto:batistamillena73@gmail.com Millena Batista / batistamillena73@gmail.com / P4 – Enfermagem INIBIÇÃO DA VIA DE ADENILIL CICLASE Ligante ativa a proteína Gi Subunidade alfa, com GTP ligado, se liga a adenilil ciclase Adenilil ciclase é inativada – inibida cAMP não é gerado – sua concentração é diminuída PKC não é ativado Gi – i de inibidor – não possui segundo mensageiro PROCESSOS FISIOPATOLÓGICOS Contração do músculo cardíaco – cronotropismo e inotropismo positivos – aumenta o tempo e a frequência cardíaca, respectivamente Relaxamento do músculo liso Excitatório - SNC Lipólise - tecido adiposo Glicogenólise - fígado e músculo VIA DA Gq/11-PLCβ Ligante ativa a proteína Gq/11 Subunidade alfa, com GTP ligado, se liga a proteína PLC PLC ativada quebra o PIP2 PIP2 se transforma em DAG e IP3 IP3 (Molécula sinalizadora- solúvel em água) entra dentro da célula; enquanto DAG permanece na membrana da célula (molécula lipofílica) IP3 vai para o retículo endoplasmático (Retículo Sarcoplasmático no Músculo) e se liga a ele IP3 faz com que o Retículo libere cálcio (Ca²+) Ca²+ arrasta PKC até a membrana da célula, onde está o DAG DAG ativa PKC PKC ativada faz a fosforilação de proteínas Cascata de reações Os segundos mensageiros de Gq/11 são: DAG, IP3 e Ca²+ PROCESSOS FISIOPATOLÓGICOS Contração muscular Secreção Movimentos celulares Crescimento e diferenciação celular Fusão de membrana (endocitose e exocitose) Liberação de neurotransmissores Aumento da secreção glandular Elevação da pressão arterial mailto:batistamillena73@gmail.com
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