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NEUROPLASTICIDADE SEXUAL

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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Neurobiologia- Fonoaudiologia
Trabalho do livro “O cérebro que se transforma.” Capítulo 4
NEUROPLASTICIDADE SEXUAL
O cérebro é moldado a partir do nascimento e continua a ser moldado durante o ‘abismo cognitivo’ na idade avançada, quando nossas células cinzentas começam a desaparecer. Nosso cérebro ele fica um pouco maior e mais conectado, mas você tem o ponto final do desenvolvimento determinado por um projeto biológico que se desdobra com o tempo. Com a plasticidade cerebral, o cérebro é muito mais uma função de experiências. Se você aprende uma técnica, seu cérebro muda, e continuará mudando.Assim, os seres humanos exibem um grau extraordinário de plasticidade sexual, se comparados com outras criaturas. Sendo na plasticidade das preferências sexuais, que a libido humana não é um impulso biológico estruturado e invariável, mas pode ser curiosamente inconstante, facilmente alterada por nossa psicologia e pela história de nossos encontros sexuais. Então, a plasticidade sexual chega ao seu auge naqueles que têm muitos parceiros diferentes, aprendendo a se adaptar a cada novo amante. Ademais, em determinado tempo, os novos sistemas e mapas cerebrais se desenvolvem com a ajuda de estímulos provenientes de pessoas no próprio ambiente. E esses resquícios, normalmente são de sentimentos infantis no amor e na sexualidade adultos que podem ser detectados em comportamentos cotidianos, e esses primeiros padrões de relação e ligação com os outros, se problemáticos, podem ficar “fisicamente embutidos” em nosso cérebro na infância e se repetir na idade adulta.
E é razoável indagar se nossa plasticidade sexual está relacionada com a neuroplasticidade. Uma pesquisa mostra que a neuroplasticidade não é compartimentalizada em departamentos cerebrais nem confinada às áreas de processamento sensorial, motor e cognitivo que já exploramos. A estrutura do cérebro que regula os comportamentos instintivos, inclusive o sexo, chamada hipotálamo, é plástica, como é a amídala, a estrutura que processa a emoção e a ansiedade. E então, embora algumas partes do cérebro, como o córtex, possam ter mais potencial plástico porque há mais neurônios e conexões a serem alterados, até as áreas não corticais exibem plasticidade. A plasticidade existe no hipocampo (a área que transforma nossas lembranças de curto prazo em recordações de longo prazo), bem como em áreas que controlam nossa respiração, processam as sensações primitivas ou a dor. 
Sendo a sexualidade um instinto, e que o instinto é tradicionalmente definido como um comportamento hereditário exclusivo de uma espécie, variando pouco de um membro para outro. No entanto, o “instinto” sexual humano parece ter se libertado de seu propósito essencial, a reprodução, e varia numa proporção desconcertante, e esse desligamento de seu propósito (reprodução) principal talvez seja o sinal definitivo da plasticidade sexual.
TERAPIA
O Sistema Nervoso Central é plástico em condições normais ou patológicas, se adapta e reorganiza frente às alterações ambientais. Sendo a neuroplasticidade a capacidade dos neurônios de alterar suas funções, seu perfil químico e sua estrutura, sendo fundamental para a facilitação da recuperação da lesão ocorrida no sistema nervoso central (BITTEL, 2008).Esse cenário, pode ser uma constante na nossa vida, pois é nos primeiros anos que o cérebro se encontra mais permeável a receber informação, com maior velocidade de processamento e de reestruturação em função de novas exigências, podendo ser importante ter uma intervenção precoce terapêutica. 
O canal de comunicação do cérebro com o mundo interno são os nossos sentidos (tato, olfato, visão, audição e gustação) fornecidos por células especializadas que convertem as mensagens da luz, som, cheiro, sabor e dor,em sinais elétricos que são registrados no cérebro, e estes por sua vez, enviam respostas de volta ao ambiente (CARDOSO, 1997). Sabe-se que a interação ativa com o ambiente é necessária para que se retirem informações adequadas daquele local, isso afeta a organização do cérebro e a reorganização depois de uma lesão. A plasticidade neural é a capacidade natural do cérebro em se adaptar aos diversos tipos de ambiente, contribuindo para o desenvolvimento estrutural do Sistema Nervoso, como também para o restabelecimento funcional no pós-lesão cerebral (CARR; SHEPHERD, 2008). Estudos mostram que um ambiente rico em estímulos influencia positivamente no processo plástico do SNC,favorecendo a reabilitação quando este se encontra lesionado, pois o comportamento é consequência das modificações dos circuitos neurais desencadeados pelos estímulos.E esses estímulos, podem ser explorados durante uma reabilitação terapêutica, através da organização dos ambientes terapêuticos, recorrendo de recursos ambientais que podem ter grande valia na reabilitação dos pacientes como a luz, clima, cor, som e cheiro. 
Os experimentos mostram que se um sistema cerebral muda, aqueles sistemas conectados com ele também se alteram. Na regras plásticas para os mapas cerebrais nos córtices sensorial motor e da linguagem são válidas para mapas mais complexos. Em um dos experimentos de Merzenich mostra que os mapas cerebrais complexos são regidos pelos mesmos princípios plásticos dos mapas mais simples. Um experimento, em que os animais são expostos a um único som, eles desenvolveram um único mapa cerebral para processá-lo. E os animais expostos a um padrão complexo, como uma melodia de seis sons, não só uniram seis mapas diferentes, mas desenvolvem uma região que codifica toda a melodia. Esses mapas “melódicos” mais complexos obedecem aos mesmos princípios plásticos dos mapas para um único som. Portanto, a fim prevenir e minimizar os efeitos nocivos e viciantes referente a neuroplasticidade sexual, é importante um acompanhamento terapêutico. 
VÍCIO
Todo vício envolve uma mudança neuroplástica de longo prazo, às vezes por toda a vida. E todos os viciados mostram uma perda de controle sobre a atividade, procurando, compulsivamente por ela, apesar das consequências negativas, e acabam desenvolvendo tolerância, de modo que precisam de níveis cada vez mais altos de estímulo para ter satisfação. E sofrem de abstinência se não conseguem consumar o ato viciante. 
Então, até vícios como correr ativam o neurotransmissor do prazer no cérebro, a dopamina. Uma ligação importante com a pornografia é que a dopamina também é liberada na excitação sexual, aumentando o impulso sexual nos dois sexos, facilitando o orgasmo e ativando os centros cerebrais do prazer. Ao sequestrar nosso sistema dopaminérgico, as substâncias viciantes nos dão prazer sem que tenhamos de nos esforçar por ele. Portanto, a dopamina também está envolvida na mudança plástica. Durante um experimento de Merzenich, como visto no livro “o cérebro que se transforma”, ele usou um eletrodo para estimular o sistema dopaminérgico da recompensa de um animal enquanto tocava um som, então a dopamina liberada estimulou a mudança plástica, aumentando a representação do som no mapa auditivo do animal. 
Novidades relatadas no capítulo
No geral, o capítulo aborda sobre como a nossa plasticidade sexual está relacionada com a neuroplasticidade. Isso pode-se observar na estrutura do cérebro que regula os comportamentos instintivos o hipotálamo, que é uma estrutura totalmente plástica, que se encontra aberta a alterações das conexões. Visto que todo tecido cerebral é assim, apresenta esta propriedade plástica, aberta a modificações sendo impossível de promover o isolamento desta plasticidade. Este argumento é abordado nas pesquisas de Merzenich, onde ele coloca esse fato desta maneira: “Não é possível isolar a plasticidade (...) é
absolutamente impossível.” Seus experimentos mostraram que se um sistema cerebral muda, aqueles sistemas conectados com ele também se alteram. 
Adicionalmente, Freud promoveu importantes contribuições para a neurociência, a mais importante delas foi a descoberta de períodos críticos da plasticidadesexual, que a primeira infância é o período crítico com maior desenvolvimento sexual. Diferentemente do que se conclui a partir da internet, que afirma ser o período da puberdade. Sobretudo, esse desenvolvimento crítico na primeira infância implica em questões que definem as tendências e ideais sexuais futuros. A partir deste pensamento, os abusos sexuais em todas as fases se tornam prejudiciais, porém principalmente na primeira infância, por influenciar este período crítico e fazer com que estes eixos problemáticos fiquem embutidos fisicamente em nosso cérebro na infância e se repitam na fase adulta. Assim, compreende-se que muitos mistérios sexuais podem ser desmistificados a partir de uma fixação nestes períodos críticos da primeira infância. 
Ao abordar sobre a neuroplasticidade, os autores também contam com a utilização de autores como o livro sobre a vida acadêmica norte-americana, “Eu sou Charlotte Simmons’’, onde Tom Wolfe passa por vários anos observando alunos em campi universitários. Onde estuda a influência da pornografia na vida destes estudantes gerando uma espeècie de vício. A maior problemática deste vício se torna o comprometimento da vida particular, onde a intensa exposição aos padrões sexuais fazem com que desenvolvam tolerância ao conteúdo, de modo que necessitem de níveis cada vez mais altos de estímulo para ter satisfação. Promovendo um vício em pornografia.
Todo vício envolve uma mudança neuroplástica de longo prazo, às vezes por toda a vida. E para comprovar esta afirmação, pesquisadores do National Institutes o Health (NIH), em Maryland, treinaram um rato a apertar uma barra até que ela liberasse uma dose
da droga. Quanto mais o animal se empenha em pressionar a barra, mais da droga era liberado e mais viciante fica a droga. 
As drogas em sua maioria, juntamente com a dopamina promovem o encurtamento do potencial de ativamento da dopamina, fazendo com que ela seja ativada mais facilmente. Seu maior problema é que a dopamina promove a mudança plasmática. Um pesquisador, Eric Nestler, da Universidade do Texas, mostrou como os vícios podem causar mudanças
permanentes no cérebro de animais, como por exemplo o vício da pornografia. Com uma única dosagem da droga ocorrerá a produção de uma proteína chamada [delta-FosB], que se acumulara nos neurônios. A cada vez que a droga for usada, mais delta-FosB se acumulara, até que ela ativa um “interruptor” genético, que estabelece quais genes são “ligados” ou “desligados”. Esse interruptor causa mudanças que persistem muito tempo depois que a droga é suspensa, levando a danos irreversíveis no sistema dopaminérgico e tornando o muito mais predisposto ao vício.
Este crescimento acelerado da pornografia é extraordinário, uma pesquisa feita entre os espectadores da MSNBC.com, em 2001 revelou que 80% sentiam que estavam passando tempo demais em sites adultos e assim colocavam em perigo seus relacionamentos, emprego e sua vida social. Este site promove uma maior liberação de dopamina, viciando seu público a assisti-lo cada vez mais.
A dopamina, por sua vez, fica situada no que conhecemos como “Centros de prazer”, onde em 1950, foram descobertos e além disso esses centros de prazer fazem parte do sistema cerebral de recompensa, o sistema mesolímbico dopaminérgico.
Para exemplificar, podemos observar os experimentos realizados por Robert Heath com seres humanos, onde um eletrodo foi implantado e ativado na região septal do sistema límbico. Foi constatado que os pacientes viviam uma euforia poderosa a ponto de quando os pesquisadores tentaram dar um fim ao experimento, um deles implorou para que não o fizessem. Descobriu-se também que região septal também se tornava ativa quando assuntos agradáveis eram discutidos com os pacientes e durante o orgasmo nas relações sexuais. 
Outra exemplificação destes centros de prazer presentes no sistema límbico foi que em 1954, James Olds e Peter Milner a partir de um experimento, demonstraram que quando inseriram eletrodos nos centros de prazer de um animal enquanto lhe ensinavam uma tarefa, ele aprendia com mais facilidade porque o aprendizado era muito agradável e era recompensado. 
Sobretudo, quando nossos centros de prazer disparam, a ativação concomitante dos centros de dor e aversão próximos é mais difícil.
Recentes exames de IRMF (ressonância magnética funcional) em pessoas apaixonadas olhando fotos de seus amados mostram que uma região cerebral com altas concentrações de dopamina é ativada. Semelhantemente às altas concentrações de ocitocina no córtex cerebral quando as mães olham fotos dos filhos ou amamentam.
A paixão e o amor por sua vez, nos permitem aprender e desaprender diversas coisas, evidenciando um fenômeno plástico. O processo de aprendizado de desaprendizado é essencial para o nosso organismo, desaprender se torna essencial pois inicia uma nova fase de desenvolvimento para outra. Quando a pessoa tem que desaprender algo, ela promove a supressão e a substituição de milhões de conexões neurais.
O aprendizado, promove uma intensa ligação e o disparo dos neurônios entre si, promovendo também um fenômeno conhecido como potencialização de longo prazo, ou LTP. Esse estado de potencialização fortalece as conexões entre os neurônios por ser um processo químico neuronal. Inversamente ao LTP, quando cérebro é estimulado a desaprender associações, ele promove a desconexão de diversos neurônios acarretando em outro processo químico neuronal conhecido como depressão de longo prazo, ou LTD.
Porém este desaprendizado maciço não acontece em todas as fases da nossa vida, um professor de neurociência em Berkeley, Walter Freeman promoveu uma ligação entre o que se diz, aprendizado maciço e o amor. A partir de fatores biológicos, promoveu a conclusão de que a reorganização neural maciça somente ocorre em duas fases importantes da nossa vida, quando nos apaixonamos e quando começamos a criar os filhos.
Mas desta remodelação neuronal maciça somente ocorre por ação de neuromoduladores presentes no aparato cerebral, temos como exemplo a ocitocina. Este efeito da ocitocina na remodelação neuronal, atua em situações que promovem "um amadurecimento" da personalidade do indivíduo.
Sobretudo, este remodelamento também pode ocorrer em situações adversas da vida na qual o ser humano necessita modificar seus mapas mentais. Podendo modificar mapas mentais mais simples para mapas mentais mais complexos, e atuação desses hormônios neuromoduladores se faz essencial.
Para a ciência, o entendimento da plasticidade do cérebro que pode ser remodelado a partir de neuromoduladores é importantíssimo. Em casos de por exemplo sadomasoquistas, neurocientista observam que em sua maioria durante a primeira infância, sofreram traumas que por conta de acontecerem no período de desenvolvimento sexual afetaram na vida adulta. Por meio desses neuro modeladores, o cérebro pode aprender a se neuro modular fazendo com que esse trauma não afete tanto na vida do indivíduo.

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