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Histórico da Supervisão/Coordenação Pedagógica no Brasil

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PEDAGOGIA
DISCIPLINA: COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO PEDAGÓGICA
PROFESSORA: CINTIA CHUNG MARQUES CORRÊA
HISTÓRICO DA SUPERVISÃO/COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA NO BRASIL
	Em 1549, com a chegada dos primeiros jesuítas no Brasil em companhia do primeiro Governador-Geral, Tomé de Souza, iniciou-se a organização das atividades educacionais em nosso país. Atividades de cunho religioso, destinadas a formar sacerdotes para as obras missionárias da nossa terra, que foram descritas no Plano de Ensino formulado por Padre Manoel da Nóbrega. Nesse Plano havia uma idéia implícita da ação supervisora, porém sem ser colocada em prática. 
Somente após a morte de Padre Manoel da Nóbrega em 1570, os jesuítas adotaram no Brasil seu Plano Geral de Ensino – o Ratio Studiorum, que previa a figura do Prefeito Geral de Estudos como assistente do Reitor para auxiliá-lo na organização dos estudos, a quem os professores e alunos deveriam obedecer. A figura do supervisor foi representada pelo Prefeito de Estudos, cuja função era fiscalizar as aulas ministradas.
O Ratio Studiorum funcionou por 210 anos, até a expulsão dos jesuítas do Brasil pelo Marquês de Pombal. Foram então, instituídas as aulas régias, onde a figura do Prefeito de Estudos fora substituída por um Diretor Geral de Estudos. O Diretor Geral, juntamente com os comissários designados, tinha a tarefa de fazer um levantamento geral das condições das escolas da localidade. Nesse contexto, a idéia de supervisão aparecia implícita na ação do Diretor Geral ao fiscalizar, em nível de sistema, os aspectos políticos-administrativos e na ação dos comissários, que em nível local, fiscalizavam a direção, a coordenação e a orientação dos estudos.
Em 1808, com a chegada de D. João ao Brasil, foram criadas condições culturais que estimularam a educação. Dentre as realizações, destacaram-se a abertura da primeira Biblioteca Pública em 1810, a criação de cursos de anatomia, cirurgia, medicina, agricultura, desenho técnico e a fundação da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios em 1816.
Entretanto, a educação elementar não mereceu idênticos cuidados da administração, pois ao invés de divulgarem uma política de difusão intensa e extensão do trabalho escolar, organizaram uma escola, que antes de servir aos interesses da fé, servia aos interesses pessoais e políticos da Coroa.
A Constituição de 25 de março de 1824 não enfatizou a importância da educação para o país, colocando ao contrário, apenas princípios gerais sobre a gratuidade da instrução primária e fazendo uma referência aos Colégios e Universidades.
CONSTITUIÇÃO POLÍTICA DO IMPÉRIO DO BRASIL
Jurada a 25 de março de1824
Título 8º - Das Disposições Geraes, e Garantias dos Direitos Civis, e Políticos dos Cidadãos Brazileiros.
Art. 179 – A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Políticos dos cidadãos Brazileiros, que tem por base a liberdade, a segurança individual, e a propriedade, é garantida pela Constituição do Império, pela maneira seguinte:
[...]
XXXII – A Instrucção primária é gratuita a todos os Cidadãos.
XXXIII – Collegios e Universidades, aonde serão ensinados os elementos das Sciencias, Bellas Letras, e Artes.
	Na ocasião, D. Pedro I, através de discurso, mencionou a necessidade de uma legislação especial para tratar dos aspectos educacionais.
	Através de decreto, criou o Colégio das Educandas, escola fundada por ele com a finalidade de ministrar instrução para moças, cuja direção, supervisão e administração fora confiada ao Bispo do Rio de Janeiro.
Criou também, por decreto, a Escola de Ensino Mútuo, que tinha como finalidade multiplicar a difusão da instrução gratuita e deveria ser instalada em cada província do país. Cada província deveria enviar um soldado para a capital para aprender o método a ser aplicado em cada escola. Este voltaria como mestre e propagador, assumindo assim, a função de docência e também de supervisão, pois deveria instruir os monitores e também supervisionar as atividades de ensino e aprendizagem dos alunos.	D. Pedro I ainda insistia em seus discursos na necessidade de uma legislação particular para a educação. Porém, ainda sob D. João VI, as escolas foram abertas mediante Provisão Régia, e mais tarde por despacho da Mesa de Desembargo do Paço. O poder decisório nas escolas estava centralizado na Corte, que mantinha financeiramente, expedia autorizações para ensinar e fazia as devidas nomeações dos professores.
	Antes da reforma constitucional descentralizadora de 1834, uma Lei Geral de 15 de outubro de 1827 estabelecera as diretrizes que deveriam nortear a criação de escolas elementares em todo o país.
	O Ato Adicional à Constituição promulgado em 1834 foi um pouco mais adiante e determinou a descentralização da organização e administração do ensino elementar e secundário que ficaram submetidos à competência das Assembléias Provinciais.
	Com a ampliação do número de escolas, surgia então, a necessidade de um profissional que supervisionasse o trabalho. Assim, o Ministro do Império, Chichorro da Gama, em seu relatório de 1834, fez notar a extrema importância de supervisores nas escolas, pois mesmo as Câmaras Municipais executando essa tarefa, não eram suficientes, principalmente nas escolas do interior.
	Em 17 de fevereiro de 1854, no âmbito das reformas Couto Ferraz, ficou estabelecido como missão do Inspetor Geral, supervisionar todas as escolas, colégios, estabelecimentos de educação pública ou particular. Era também tarefa do Inspetor Geral presidir os exames de professores e lhes conferir o diploma, autorizar a abertura de escolas particulares, rever livros, corrigi-los e/ou substituí-los por outros.
	Em pronunciamento na sessão da Assembléia Legislativa Nacional de 11 de abril de 1864, Liberato Barroso propôs a oferta de “uma instrução [...] derramada por todas as classes da sociedade, dirigida de modo mais conveniente debaixo de uma inspeção solícita e zelosa” (apud PAIVA, 1973, p.74).
	Por volta de 1842, surgiu a idéia da supervisão voltada para o processo de ensino, sendo que até 1875 priorizava a verificação das atividades docentes.
	Com o advento da República, notou-se uma preocupação maior com o ensino e a Constituição de 1891 tratou mais longamente o assunto. Atribuiu aos Estados a tarefa de organizar seus sistemas educacionais e tomar sob sua responsabilidade o ensino primário e normal e determinou que o ensino secundário seria de inteira competência da União.
 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL
Promulgada a 24 de fevereiro de 1891
Titulo Primeiro – Da Organização Federal.
Capitulo IV – Das Atribuições do Congresso
Art. 35 – Incumbe, outrossim, ao Congresso, mas não privativamente:
1º - Velar na guarda da Constituição e das leis, e providenciar sobre as necessidades de caracter federal;
2º - animar, no paiz, o desenvolvimento das lettras, artes, sciencias, bem como a immigração, a agricultura, a industria e o commercio, sem privilegios que tolham a acção dos governos locaes;
3º - Crear instituições de ensino superior e secundario nos Estados;
4º - Prover à instrucção secundaria no Districto Federal.
Titulo IV – Dos Cidadãos Brazileiros
Secção II – Declaração dos Direitos
Art. 72 – A constituição assegura a brazileiros e estrangeiros residentes no paiz a inviolabilidade dos direitos concernentes à liberdade, à segurança individual e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
§ 6º - Será leigo o ensino ministrado nos estabelecimentos publicos
	Surgiu então, a necessidade de articulação de todos os serviços de educação numa coordenação nacional, o que levou à idéia de organização de um sistema nacional de educação.
Nesse contexto, a ação supervisora foi ganhando mais credibilidade e atenção, abrindo caminhos para novas perspectivas no sistema educacional. Tais perspectivas encaminhavam para a supervisão voltada para a organização administrativa e pedagógica que implicava a criação de órgãos centrais e intermediários de formulação das diretrizes e normas pedagógicas, bem como a inspeção, controle e coordenação. Implicavatambém, a organização e coordenação das atividades educativas no âmbito escolar, supervisionando, assim a dosagem e graduação dos conteúdos sugeridos, dividindo-os por série, a ação metodológica do corpo docente e o processo ensino aprendizagem.
	No período republicano, São Paulo foi o Estado que mais se destacou, implementando entre 1892 e 1896 a organização do ensino público. Através da reforma que organizava o ensino público, foram instituídos o Conselho Superior da Instrução Pública, a Diretoria Geral da Instrução Pública e os Inspetores de distrito. Tal reforma não chegou a se consolidar e, em agosto de 1896, a Lei nº 430 suprimiu o cargo de Diretor Geral da Instrução Pública e a Secretaria Geral de Instrução Pública. Em agosto de 1897, a Lei nº 520 extinguiu o Conselho Superior de Instrução Pública e as Inspetorias Distritais, passando à responsabilidade de um Inspetor Geral, em todo Estado, a direção e a inspeção do ensino.
	A ação supervisora no final do século XIX foi marcada pela preocupação com o estabelecimento de padrões de comportamento bem definidos e de critérios de controle do rendimento escolar, visando a qualidade e eficácia do ensino, seguia a linha de inspecionar, reprimir, checar e monitorar as atividades pedagógicas
	No início do século XX, verificou-se a utilização dos conhecimentos científicos na melhoria do ensino e na avaliação dos resultados de aprendizagem dos alunos. Surgiu, então, a supervisão voltada para os métodos, técnicas e conteúdos, sem preocupar-se relativamente com o processo educativo.
	Foi a partir de 1925 que se pode perceber uma maior influência das ciências comportamentais na supervisão, delegando ao supervisor o papel de líder democrático, devido ao advento de introduzir princípios democráticos nas instituições educacionais.
	Logo após a revolução de 1930, foi Criado o Ministério da Educação e Saúde, encarregado dos serviços educacionais e, em 11 de abril de 1931, o governo provisório sancionou decretos organizando o ensino secundário e regulamentando a criação de universidades brasileiras.
	Entre 1920 e 1930 ocorreram várias reformas estaduais com novas propostas pedagógicas: Fernando de Azevedo no Rio de Janeiro, Anísio Teixeira na Bahia e Francisco Campos em Minas Gerais. Foi na reforma Francisco Campos, através do Decreto-Lei nº 19.890 de 18 de abril de 1931, que a supervisão apareceu pela primeira vez no Brasil com caráter exclusivo de supervisão, diferente do que vinha acontecendo anteriormente, onde a função era exercida em caráter fiscalizador.
	A Constituição de 1934 dispôs especificamente sobre a educação e cultura, consideradas direito de todos e devendo ser ministrada pela família e pelos poderes públicos. Posteriormente, a Constituição de 1937 enfatizou o ensino pré-vocacional e profissional, valorizando de forma implícita, a atuação do supervisor nas instituições de ensino. A presença do supervisor nas escolas sinalizava a preocupação com a qualidade do ensino e a intervenção do profissional no sentido de desenvolver e criar métodos de análise para detectar problemas da realidade e posteriormente gerar estratégias de ação.
	Nesse contexto, em relação à Lei Orgânica do Ensino Secundário, promulgada pelo Decreto-Lei nº 4.244 de 9 de abril de 1942, já dizia em seu Art. 75, parágrafo 1º : “ A inspeção escolar far-se-á, não somente sob o ponto de vista administrativo, mas ainda com caráter de orientação pedagógica” , aplicando-se dessa forma, uma ação supervisora voltada para o âmbito pedagógico da escola, do currículo e do processo ensino aprendizagem.
	A Constituição de 1946 determinou a obrigatoriedade do ensino primário e deu competência à União para legislar sobre as diretrizes e bases da educação brasileira e normatizou uma organização equilibrada do sistema educacional brasileiro.
CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL
Promulgada a 18 de setembro de 1946
Título I – Da Organização Federal
Capítulo I – Disposições Preliminares
Art. 5º - Compete à União:
[...]
XV – legislar sobre:
[...]
d) diretrizes e bases da educação nacional
Título VI – Da Família, da Educação e da Cultura
Capítulo II – Da Educação e da Cultura
Art. 168 – A legislação do ensino adotará os seguintes princípios:
I – o ensino primário é obrigatório e só será dado na língua nacional;
II – o ensino primário oficial é gratuito para todos ; o ensino oficial ulterior ao primário sê-lo-á para quantos provarem falta ou insuficiência de recursos;
	
Na década de 50, a inspeção reaparece no contexto educacional de uma forma mais moderna, com a denominação de supervisão escolar. Tinha como finalidade efetivar uma política desenvolvimentista voltada para a educação como progresso social.
	Para a formação e fundamentação do trabalho pedagógico nas escolas, foram oferecidos cursos pelo Programa Americano Brasileiro de Assistência ao Ensino Elementar, o Pabaee, que formou educadores de acordo com o modelo de educação americano que enfatizava os métodos e técnicas de ensino para atuar no antigo ensino primário.
	Em 1948, o governo encaminhou ao Congresso o projeto da lei de Diretrizes e Bases, Lei nº 4.024/61, que somente foi promulgada em 20 de dezembro de 1961. De acordo com a Lei nº 4.024/61, ficou assegurado o direito à educação, cabendo ao Estado fornecer os recursos indispensáveis para a família, e na falta dela, os demais membros da sociedade se beneficiariam do ensino, quando provada a insuficiência de meios para que fossem asseguradas oportunidades iguais para todos.
	Em fevereiro de 1962, de acordo com o Art. 8º da Lei de Diretrizes e Bases, Lei nº 4.024/61, foi criado o Conselho Federal de Educação, substituindo o Conselho Nacional de Educação, em vigor desde 1934.
LEI DE DIRETRIZES E BASES – LEI Nº 4.024/61
De 20 de dezembro de 1961
	
Título IV - Da administração do ensino
Art. 8º - O conselho Federal de Educação será constituído por vinte e quatro membros nomeados pelo Presidente da República, por seis anos, dentre pessoas de notável saber e experiência em matéria de educação.
§ 1º - Na escolha dos membros do conselho, o Presidente da República levará em consideração a necessidade de neles serem devidamente representadas as diversas regiões do país, os diversos graus de ensino e o magistério oficial e particular.
§ 2º - De dois em dois anos, cessará o mandato de um terço dos membros do conselho, permitida a recondução por uma só vez. Ao ser constituído o conselho, um terço de seus membros terá mandato apenas de dois anos, e um terço de quatro anos.
§ 3º - Em caso de vaga, a nomeação do substituto será para completar o prazo de mandato do substituído.
§ 4º – O Conselho Federal de Educação será dividido em câmaras para deliberar sobre assuntos pertinentes ao ensino primário, médio e superior e se reunirá em sessão plena para decidir sobre matéria de caráter geral.
§ 5º - As funções de conselheiro são consideradas de relevante interesse nacional, e o seu exercício tem prioridade sobre o de quaisquer cargos públicos de que sejam titulares os conselheiros. Estes terão direto a transportes, quando convocados, e às diárias ou jeton de presença a serem fixadas pelo Ministério da Educação e Cultura, durante o período das reuniões.
	Cabia a este órgão decidir sobre o funcionamento dos estabelecimentos isolados de ensino superior, federais ou particulares; decidir sobre o reconhecimento das universidades mediante a aprovação de seus estatutos e dos estabelecimentos isolados de ensino superior; indicar disciplinas obrigatórias para o sistema de ensino médio; estabelecer a duração e o currículo mínimo dos cursos de ensino superior; promover estudos de caráter geral, bem como emitir pareceres sobre os assuntos de natureza educacional que lhe fossem submetidos pelo Presidente da República e pelo Ministro da Educação.
	No Art. 52 da Lei nº 4.024/61 pode-se perceber grandes renovações no campo da supervisão, voltadas, quase que especificamente, para o Ensino Primário.
	 LEI DE DIRETRIZES E BASES – LEI Nº 4.024/61
 De20 de dezembro de 1961
Art. 52 – O ensino normal tem por fim a formação de professores, orientadores, supervisores e administradores escolares destinados ao ensino primário e o desenvolvimento dos conhecimentos técnicos relacionados à educação.
	
	No Art. 16 da Lei 4.024/61, torna-se explícito a descentralização administrativa em nível de organização e execução dos serviços educacionais, assim como a descentralização da inspeção, delegando aos Estados a incumbência de organizar esse serviço referente ao ensino primário e médio.
 LEI DE DIRETRIZES E BASES – LEI Nº 4.024/61
 De 20 de dezembro de 1961
Título V – Dos Sistemas de Ensino
Art. 16 – É de competência dos Estados e do Distrito Federal autorizar o funcionamento dos estabelecimentos de ensino primário e médio não pertencentes à União, bem como reconhecê-los e inspecioná-los.
	A Constituição de 1967 ampliou a obrigatoriedade do ensino de 1º grau de sete a quatorze anos e abriu amplos espaços de apoio ao fortalecimento do ensino particular.
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL
Promulgada a 24 de janeiro de 1967
Título IV – Da Família, da Educação e da Cultura.
Art. 168 – A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola; assegurada a igualdade de oportunidade, deve inspirar-se no princípio da unidade nacional e nos ideais de liberdade e de solidariedade humana.
[...]
§ 2º - Respeitadas as disposições legais, o ensino é livre à iniciativa particular, a qual merecerá o amparo técnico e financeiro dos Poderes Públicos, inclusive bolsas de estudo.
§ 3º - A legislação do ensino adotará os seguintes princípios e normas:
[...]
II – o ensino dos sete aos quatorze anos é obrigatório para todos e gratuito nos estabelecimentos de ensino primários oficiais;
	A Constituição de 1969 preservou, basicamente, todos os aspectos da Constituição anterior.
No final da década de 60, foi aprovado pelo Conselho Federal de Educação o Parecer nº 252 de 1969, que reformulou os cursos de Pedagogia.
	Com essa reformulação, o curso de Pedagogia foi organizado na forma de habilitações, que seguido de um núcleo comum centrado nas disciplinas de fundamentos da educação, deveriam oferecer uma parte diversificada de acordo com a habilitação, garantindo assim, uma função específica para atuar na área educativa. Foram previstas quatro habilitações centradas nas áreas técnicas, individualizadas por função: administração, inspeção, supervisão e orientação.
	Nesse contexto, foi aberto o caminho para o reconhecimento profissional da atividade do supervisor no sistema de ensino.
	Cinco anos depois da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases , Lei nº 4.024/61 , o Conselho Federal de Educação constatou que era preciso promover novas mudanças. Uma delas era que as universidades federais deveriam organizar-se com estrutura e métodos de funcionamento que preservassem a unidade de suas funções de ensino e pesquisa e assegurassem a plena utilização de seus recursos materiais e humanos.
	Posteriormente, o ensino primário e médio também passaram por uma reformulação. De fato, a Lei nº 5.692 de 11 de agosto de 1971, fixou as diretrizes e bases para o ensino de primeiro e segundo graus, novas denominações do antigo primário e médio.
	A Lei nº 5.692/71 dispôs que a educação de primeiro e segundo graus tinha por objetivo propiciar ao estudante a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades, como elemento de auto-realização, qualificação para o trabalho e preparo para o exercício consciente da cidadania. O ensino de primeiro grau destinava-se à formação da criança e do pré-adolescente e com duração de oito anos letivos. O ensino de segundo grau destinava-se à formação integral do adolescente, exigindo-se para ingresso a conclusão do ciclo anterior.
	Assim, nos anos 70, em todo o país, a supervisão ganhou força institucional com a nova Lei de Diretrizes e Bases do Ensino de 1º e 2º Graus, Lei nº 5.692/71.
	Em seu Art. 33 citou a formação exigida para a atuação dos supervisores em instituições educacionais, valorizando assim, a função.
LEI DE DIRETRIZES E BASES DO ENSINO DE 1º E 2º GRAUS
De 11 de agosto de 1971
Capítulo V - Dos professores e Especialistas
Art. 33 – A formação de administradores, planejadores, orientadores, inspetores, supervisores e demais especialistas de educação será feita em curso superior de graduação, com duração plena ou curta, ou de pós-graduação.
	
	No contexto da Lei nº 5.692/71, sentiu-se a necessidade da ação de um supervisor voltado para o pensar e agir com inteligência, equilíbrio, liderança e autoridade no que diz respeito aos conhecimentos técnicos e de relações humanas, ou seja, um trabalho tecnicista voltado para o produto didático e o controle da qualidade.
	Enfim, nas décadas de 60 e 70, viu-se a supervisão como especialidade pedagógica à qual priorizava a garantia da eficiência dos meios e a eficácia dos resultados do processo didático-metodológico da e na escola.
	Em 1988, com a promulgação da atual Constituição Brasileira, a educação foi tratada com grande relevância, sendo considerada direito de todos e, portanto, deveria ser universal, gratuita, democrática, ter elevado padrão de qualidade e ser transformadora da realidade. Em sua redação, as universidades passaram a gozar de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e a obedecer ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Promulgada a 5 de outubro de 1988
Título VIII – Da Ordem Social
Capítulo III – Da Educação, da Cultura e do Desporto
Seção I – Da Educação
Art. 205 – A Educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206 – O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V – valorização dos profissionais do ensino, garantindo, na forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela União;
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII – garantia de padrão de qualidade.
Na década de 80, a prática do supervisor educacional foi vista sob o aspecto funcionalista, voltada para concepções tecnoburocráticas do ensino, ou seja, o especialista que apenas percebia a escola de modo passivo, negando-se a estimular o caráter dinâmico e evolutivo das instituições educacionais. 
	Nesse sentido, o supervisor foi concebido como o profissional que não aceitava a mudança para não haver desequilíbrio, que não permitia o caráter criativo que levava à transformação, chegando a ponto de serem acentuadas posições em favor de excluí-lo do sistema educacional.
	Entretanto, os fatos do cotidiano escolar, as transformações do processo educacional, assim como as inovações metodológicas, mostraram que a função do supervisor tinha uma atuação necessária e importante à organização e ao encaminhamento do trabalho pedagógico.
	Em 20 de dezembro de 1996, foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96 e apresentou grandes novidades: organização da educação nacional, educação básica, manutenção e desenvolvimento do ensino, reconfiguração do ensino médio e educação profissional, reordenamento da educação superior, formação de professores, sistema nacional de avaliação e financiamento da educação.
	A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, não deixouclaro em sua redação as reais incumbências do supervisor educacional nas instituições de ensino, mas de forma implícita, valorizou a atuação desse profissional no sentido de articular ações voltadas para a garantia da qualidade do ensino. 
	Assim, no final do século XX e início do século XXI, a supervisão educacional é reconhecida como uma função que, de forma coerente, direciona os fundamentos e os processos pedagógicos, ajudando e viabilizando a coordenação das atividades educacionais e sua atualização, através de estudos e troca de experiências entre o corpo docente. Em última análise, o papel do supervisor passa a constituir-se de um somatório de esforços e ações contextualizadas com o sentido de promover a melhoria do processo ensino-aprendizagem. E esse esforço volta-se constantemente ao professor, no sentido de auxiliá-lo e coordenar suas ações.
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