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Jurisprudência – Wikipédia a enciclopédia livre

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Um julgamento (gravura britânica do século XIX).
Jurisprudência
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Jurisprudência (do latim: jus "justo" + prudentia
"prudência") é o termo jurídico que designa o conjunto
das decisões sobre interpretações das leis feita pelos
tribunais de numa determinada jurisdição.
Origem
A jurisprudência nasceu com o common law inglês, que
foi desenvolvido para ir contra os costumes locais que
não eram comuns. Para combater a isso o rei enviava
juízes que presidia aos júri e constituiu um sistema de
regras e tribunais separados. O direito inglês apresenta-
se como direito jurisprudencial, como um direito
casuístico, ou case law, em que predomina a regra do
precedente, temperada pela aplicação do princípio da
equidade.
Conceito
A jurisprudências pode ser conceituada tanto em termos gerais quanto pela ótica do caso particular. Sob a
primeira perspectiva é definida como o conjunto das soluções dadas pelos tribunais as questões de Direito.
Para a segunda, denomina-se Jurisprudência o movimento decisório constante e uniforme dos tribunais sobre
determinado ponto do Direito. Para Marcel Nast, Professor da Universidade de Estrasburgo “a Jurisprudência
possui, na atualidade, três funções muito nítidas, que se desenvolveram lentamente: uma função um tanto
automática de aplicar a lei; uma função de adaptação, consistente em pôr a lei em harmonia com as ideias
contemporâneas e as necessidades modernas; e uma função criadora, destinada a preencher as lacunas da
lei" . Nos tempos modernos o conceito termina por se afigurar como a causa mais geral da formação dos
costumes jurídicos.
Um aprofundamento teórico
Para o acadêmico Dimitri Dimoulis , a Jurisprudência representa fonte escrita do Direito; e para que possamos
compreendê-la em sua inteireza, deve ser realizada uma distinção entre três figuras decisórias emanadas pelo
Poder Judiciário (decisão isolada, jurisprudência assentada e súmula).
I - Decisão isolada
O Direito funciona por uma mecânica impositiva. Dizer isso significa que ele não se limita apenas a ordenar e
prescrever comportamentos, mas utiliza-se também de sanções no caso de descumprimento da norma. Desta
mesma maneira impositiva são solucionados os conflitos de Direito levados ao Poder Judiciário. Assim, afirma-
se que os tribunais resolvem as controvérsias jurídicas a eles encaminhadas de forma definitiva; ou seja,
possuem a “última palavra”. Caso um ordenamento jurídico não funcionasse dessa maneira, a aplicação do
Direito seria impossível.
Quando essa decisão judicial - que representa a “última palavra” - não pode mais ser derrubada via instrumento
[1]
[2]
jurídico recursal, passa a ser considerada e a possuir força de coisa julgada.
Torna-se latente a relevância da Jurisprudência enquanto elemento de constituição do Direito e de condição
precípua para a sua aplicação/fruição. Extrai-se também que as decisões dos Tribunais possuem caráter
vinculativo para as partes litigantes; e mediante seu poderio decisório terminam por criar normas jurídicas
individuais aplicáveis a casos concretos .
II - Jurisprudência assentada
A jurisprudência assentada compreende um conjunto de decisões uniformes dos tribunais, proveniente de uma
aplicação uniforme de um mesmo conjunto de normas a casos semelhantes. Caso tribunais distintos decidirem
por um largo período de tempo de uma maneira semelhante, o grau vinculativo desse posicionamento será muito
maior que o da decisão isolada. Quando isso ocorre, temos a existência de uma jurisprudência assentada, que
diferentemente da decisão isolada, desempenha uma função muito mais integradora do Direito, pacificando o
entendimento interpretativo do direito vigente.
Por mais que exista uma jurisprudência assentada/dominante sobre uma determinada questão jurídica, nada
impede que no futuro, um tribunal venha a decidir de uma maneira distinta. Contudo, por comprometerem a
segurança jurídica e a própria autoridade do Poder Judiciário, modificações jurisprudenciais efetuadas por
tribunais inferiores são algo extremamente raro.
Assim e na prática, a existência de uma jurisprudência assentada afeta substancialmente o modo pelo qual
futuros tribunais decidirão casos abarcados pela jurisprudência existente.
III - Súmulas
A segurança jurídica afigura-se enquanto elemento imprescindível para a consecução das finalidades do Estado
de Direito Moderno. A contribuição dos tribunais a esse princípio norteador do ordenamento jurídico
constitucional ocorre pela uniformização da jurisprudência via publicação de súmulas de jurisprudência
predominante.
Por configurarem-se enquanto proposições que dizem respeito a interpretação do direito como resultado de
uma jurisprudência assentada, as súmulas formalizam juridicamente as teses jurídicas corroboradas pelos
tribunais. É o que se percebe no caput do artigo 479 do Código de Processo Civil: o julgamento, tomado
pelo voto da maioria absoluta dos membros que integram o tribunal, será objeto de súmula e constituirá
precedente na uniformização da jurisprudência.
Por mais que possuam um grau alto de importância, as súmulas não vinculam de maneira plena os tribunais que
as emitem e os tribunais a eles inferiores. Tal assertiva decorre da premissa teórica de que a atividade judicial
dos juízes brasileiros reside em interpretar e aplicar as normas gerais do ordenamento jurídico. Ou seja, não
tem o poder para criar essas normas gerais, nem tampouco para vincular plenamente os demais membros do
Poder Judiciário.
Contudo, na prática vislumbra-se uma tendência generalizada de respeito a súmula que corrobora uma
jurisprudência dominante. Isso explica melhor a constatação empírica de as súmulas serem publicadas não
somente nas coletâneas de jurisprudência mas também nas de legislação; cumprindo salientar que a existência
de uma súmula não impede que no futuro uma lei disponha entendimento contrário ao que ela denota.
Notas
1. ↑ Maximiliano, Carlos. “Hermenêutica e aplicação do Direito”. 20 ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2011. Pág. 146.
2. ↑ A exposição dos argumentos do Professor Dimitri Dimoulis foram baseadas na seguinte obra: Dimoulis,
Dimitri. “Manual de Introdução ao estudo do Direito: definição e conceitos básicos, norma jurídica.../ 4. Ed.
[3]
Rev. Atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011. Págs. 177 a 180.
3. ↑ Dimoulis explora a distinção entre leis em sentido material e as decisões do Poder Judiciário. Analisando o
ordenamento jurídico brasileiro termina por elencar dois pontos principais de distinção. O primeiro diz respeito
ao grau vinculativo desses instrumentos jurídicos: no caso das decisões judiciais abrange somente as partes do
processo. O segundo decorre do fato de que a atividade legislativa possui um poder discricionário muito mais
amplo que a atividade judicial, pois o Magistrado – em consonância com os ditâmes da lei - possui o dever de
aplicar o Direito em vigor (art. 35, I, da Lei Orgânica da Magistratura).
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Categorias: Direito processual Jurisprudência
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