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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA .... VARA CÍVEL REGIONAL DA BARRA DA TIJUCA DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO - RJ
AGENOR DA SILVA GOMES, representado por seu filho Arnaldo da Silva Gomes, brasileiro, divorciado, dentista, portador da Carteira de Identidade nº ..., inscrito no CPF/MF sob o nº ..., residente e domiciliado no endereço Rua São João Batista, n. 24, apartamento 125, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ, cuja juntada do instrumento de procuração far-se-á posteriormente conforme autoriza o artigo 37 do Código de Processo Civil e artigo 5º parágrafo 1º da Lei nº 8.906/90, vem, por seu advogado, com endereço profissional na ......, perante V. Exª propor 
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C 
TUTELA ANTECIPADA
pelo rito ordinário, em face de PLANO DE SAÚDE BEM-ESTAR, inscrita no CNPJ sob o nº ....., estabelecida no endereço ...., pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
DA TUTELA ANTECIPADA PARA O FORNECIMENTO DOS SERVIÇOS DE HOME CARE 
Forçoso reconhecer no presente caso a presença dos pressupostos autorizadores da antecipação dos efeitos da tutela exigidos pelo artigo 461 parágrafo 3º c/c artigo 84 da legislação consumerista: fumus boni juris e periculum in mora.
Nesse contexto, é inequívoca a verossimilhança das alegações, considerando que, no contrato ao qual aderiu o Autor, há previsão de cobertura para internação hospitalar, conforme cláusula ... (fl. ...) e, considerando que o tratamento postulado é o mesmo que teria a parte em caso de hospitalização, a concessão da tutela antecipatória ora requerida, qual seja, a cobertura do tratamento domiciliar até o julgamento final da demanda, não acarreta ao Réu nenhum prejuízo.
Não obstante, estamos diante de um caso grave, em que há urgência para o tratamento requerido, aplicando-se à hipótese o art. 35-C da Lei 9.656/98:
Art. 35-C.  É obrigatória a cobertura do atendimento nos casos:
I - de emergência, como tal definidos os que implicarem risco imediato de vida ou de lesões irreparáveis para o paciente, caracterizada em declaração do médico assistente; e
II - de urgência, assim entendidos os resultantes de acidentes pessoais ou de complicações no processo gestacional. (grifo nosso).
Nesse passo, não é possível conceber qualquer controvérsia quanto à caracterização do periculum in mora, porquanto a não disponibilização dos instrumentos necessários ao home care podem acarretar, senão a morte, sequelas irreparáveis à integridade física e psíquica do Autor.
Diante do exposto, faz-se mister a concessão inaudita altera pars, de forma a estancar imediatamente a possibilidade do Autor ser acometido por um irremediável prejuízo.
DOS FATOS
Em 19 de março de 2005, o Autor contratou com a empresa Ré um plano de saúde para prestação de serviços de assistência médica com cobertura total em casos de acidentes, cirurgias, emergências, exames, consultas ambulatoriais, resgate em ambulâncias e até mesmo com uso de helicópteros, enfim, tudo o que se espera de um dos melhores planos de saúde existentes no país.
Em 4 de julho de 2010, o Autor foi internado na Clínica São Marcelino Champagnat, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, vítima de grave acidente vascular cerebral (AVC). 
No dia 16 de julho do mesmo mês, o representante do Autor foi levado à direção da clínica e informado pelo médico responsável, Dr. Marcos Vinícius Pereira que, em razão da gravidade do quadro comatoso do Autor, não havia motivos para sua internação na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) da clínica, devendo o mesmo ser transferido para sua residência com a instalação de home care com os equipamentos necessários à manutenção de sua vida com conforto e dignidade. 
Foi-lhe informado, ainda, que não restaria outra saída senão dar alta ao Autor em 48 (quarenta e oito) horas, a fim de que continuasse com o tratamento em casa, que seria a opção mais recomendada.
Desta feita, diante da recusa do réu em instalar home care para garantir o tratamento do Autor, não restou outra alternativa senão escudar-se perante o Poder Judiciário. 
do fundamento jurídico
DA INEGÁVEL APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR AO CASO EM VOGA
Evidenciada está a relação de consumo entre o Autor e a empresa Ré, eis que aquele se enquadra no conceito de consumidor estabelecido no artigo 2° do Código de Defesa do Consumidor, esta enquadra-se no conceito de fornecedor insculpido no artigo 3° do mesmo diploma legal e o primeiro é o destinatário final dos serviços prestados pela segunda.
A corroborar este entendimento, cumpre transcrever a Súmula 469 do e. STJ: “aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde”.
 Assim, por se tratar de relação de consumo, são invocáveis todos os princípios inerentes ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor, cujas normas têm caráter de ordem pública e interesse social (art. 1º), inderrogáveis pela vontade das partes. 
A esse respeito, é de se consignar a violação, no presente caso, de dois dos princípios norteadores das relações de consumo, a saber: o princípio da vulnerabilidade do consumidor e o da boa-fé objetiva.
No tocante ao princípio da vulnerabilidade do consumidor, insculpido no art. 4º, I da Lei 8.078/90, importa rememorar que o referido princípio, com vistas a assegurar a eqüidade e a justiça contratual, caracteriza o consumidor como ente vulnerável técnica, econômica e faticamente, sendo uma premissa básica o justo e equânime estabelecimento das relações de consumo. 
Assim é que a recusa da Ré na instalação do home care a fim de garantir o tratamento do Autor configura-se como ato gritantemente arbitrário quando efetivada frente ao estado comatoso do mesmo. Em tais circunstâncias, não há dúvidas de que o usuário do serviço, já vulnerável técnica, econômica e faticamente, é conduzido também às vulnerabilidades psíquica e física.
Do princípio da boa-fé objetiva, positivado no artigo 422 do Código Civil e artigo 4º inciso III da Lei 8078/90, depreende-se a idéia de lealdade, cooperação e lealdade que deve reger as relações contratuais, o que implica na imprescindibilidade de respeito às legítimas expectativas despertas na outra parte co-contratante. 
Em se tratando de contrato de plano de saúde, o precitado princípio reporta ao padrão de comportamento ético que o consumidor espera da empresa fornecedora, desde à lealdade e clareza das informações prestadas até a prestação dos serviços de assistência médica efetivamente contratados.
Com efeito, o consumidor, ao firmar um contrato médico-hospitalar, pretende assegurar proteção a mais completa possível contra riscos à sua saúde e à sua vida, sendo essa uma expectativa legítima. 
No caso, o comportamento da Ré durante a fase contratual, oferecendo ao Autor um plano de saúde “com cobertura total em casos de acidentes, cirurgias, emergências, exames, consultas ambulatoriais, resgate em ambulâncias e até mesmo com uso de helicópteros” indubitavelmente gerou expectativa de cobertura do serviço de home care, expectativa esta que merece guarida pelo Judiciário. 
Diga-se que a vedação do home care não foi informada de maneira clara e nos moldes impostos pelo Código de Defesa do Consumidor, o qual exige que restrições de direito devem estar expressas, legíveis e claras no contrato, o que não ocorreu no caso em tela, em afronta ao dever de informar consagrado na legislação consumerista.
Ademais, não se pode olvidar que o direito à saúde, constitucionalmente previsto, é direito fundamental que assiste a todas as pessoas, representando consequência indissociável do direito à vida e dignidade da pessoa humana.
Outrossim, incide, na espécie, o artigo 47 da Lei 8078/90, que determina a interpretação das cláusulas contratuais de maneira mais favorável ao consumidor.
De igual forma, o plano de saúde não pode, segundo o previsto no artigo 51, inciso IV, do Código de Defesa do Consumidor, impor obrigações abusivas que coloquem o consumidor em manifesta desvantagem.
Sublinhe-se que é irrelevante o fato de existir ou não previsão contratual do serviço de home care, porquanto estamosdiante de um caso grave, em que há urgência para o tratamento requerido, incidindo à hipótese a cobertura obrigatória prevista no art. 35-C, I, da lei 9.656/98.
Desta feita, é dever da Ré suportar todos os gastos inerentes à implementação do tratamento, pois ela substitui a internação hospitalar na medida em que envidam-se os cuidados necessários à recuperação do paciente, por meio de uma equipe qualificada. 
Neste sentido, pedimos vênia para transcrever trecho do voto da i. Desembargadora Isabel Dias Almeida do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul na apelação cível nº 70041902255:
“A internação domiciliar é, pois, uma forma de diminuir os custos, substancialmente menores em relação àqueles com que a ré arcaria em caso de internação hospitalar, sendo efetivamente mais vantajosa. Ademais, se o objetivo da internação é a melhor recuperação ou as melhores condições ao paciente, havendo indicação médica de que a domiciliar e a mais adequada, esta deve ser deferida, ainda que não exista previsão contratual deste serviço”. 	(destaque nosso)
(Apelação cível nº 70041902255, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relatora Des. Isabel Dias Almeida, Julgado em 18/05/2011)
Sobre o tema, são os seguintes precedentes em nosso Eg. Tribunal de Justiça:
DECISÃO MONOCRÁTICA DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. NEGATIVA DA SEGURADORA EM AUTORIZAR TRATAMENTO DOMICILIAR HOME CARE, AO ARGUMENTO DE QUE A APÓLICE NÃO PREVIA A COBERTURA DE TAL DESPESA. INDICAÇÃO MÉDICA PARA A MANUTENÇÃO DA SAÚDE DA AUTORA. CONTRATO SUBMETIDO AOS PRINCÍPIOS E REGRAS QUE REGEM AS RELAÇÕES DE CONSUMO. ATENDIMENTO NEGADO A CONFIGURAR O DANO MORAL. FLAGRANTE ABUSIVIDADE. ENTENDIMENTO DA SÚMULA 209 DO TJERJ. VERBA INDENIZATÓRIA FIXADA EM R$ 15.000,00 QUE DEVE SER MANTIDA. SEGUIMENTO QUE SE NEGA AO RECURSO, LIMINARMENTE, NA FORMA DO DISPOSTO NO ARTIGO 557 DO CPC. (destaque nosso)
(Apelação Cível nº 0006607-12.2009.8.19.0001, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Primeira Câmara Cível, Des. Rel. Custodio Tostes, Julgamento: 16/07/2012)
CONSUMIDOR - PLANO DE SAÚDE - TRATAMENTO DOMICILIAR - HOME CARE - PACIENTE IDOSA DE 74 ANOS COM SEQUELAS DE AVC ISQUÊMICO - NEGATIVA DE COBERTURA - ALEGAÇÃO DE CLÁUSULA LIMITATIVA ABUSIVIDADE - DANO MORAL CONFIGURADO - SÚMULA 209, DO TJRJ - SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA MANTIDA.
1. Os planos de saúde submetem-se ao Código de Defesa do Consumidor. Devida a cobertura para tratamento domiciliar, diante da indicação médica e o estado de fragilidade da saúde da paciente. 
2. O tratamento médico sob a modalidade de home care objetiva abreviar ou até mesmo substituir o tempo de internação hospitalar por vezes muito mais dispendioso e altamente perigoso, ante o elevado risco de infecção.
3. Cláusula limitativa que restringe direito do consumidor e o coloca em desvantagem exagerada, sendo, portanto, ilegal e abusiva, segundo preceitua o art. 51, IV da Lei 8.078/90.
4. Dano moral configurado. Quantum debeatur fixado em atenção aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, sem se afastar do caráter punitivo e pedagógico. Súmula nº 209 do TJERJ: "Enseja dano moral a indevida recusa de internação ou serviços hospitalares, inclusive home care, por parte do seguro saúde somente obtidos mediante decisão judicial."
5. Honorários de sucumbência corretamente fixados em 10% sobre o valor da condenação, não revelando a causa maior complexidade. NEGO SEGUIMENTO AOS RECURSOS, NOS TERMOS DO ART. 557, CAPUT, DO CPC. (destaque nosso)
(Apelação Cível nº 0093437-41.2010.8.19.0002, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Quarta Câmara Cível, Des. Rel. Marcelo Lima Buhatem, Julgamento: 27/06/2012)
DIREITO DO CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. UNIMED. DE OBRIGAÇÃO DE FORNECIMENTO DE SERVIÇO. RECUSA DE AUTORIZAÇÃO PARA ATENDIMENTO MÉDICO DOMICILIAR (SISTEMA HOME CARE). SENTENÇA QUE CONDENOU OS RÉUS AO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER, NO SENTIDO DE MANTER NA RESIDÊNCIA DA AUTORA O ATENDIMENTO DOMICILIAR, DENOMINADO "HOME CARE", PELO PERÍODO DE 24 HORAS E AO PAGAMENTO DE R$ 10.900,00 A TÍTULO DE COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. INCONFORMISMO DOS RÉUS. (...) No contrato celebrado entre as partes não consta expressamente a ausência de cobertura para o atendimento domiciliar através de "home care". Obrigações assumidas pelas operadoras de planos de saúde, às quais os consumidores aderem por força da própria natureza (adesão), que devem ser interpretadas e aplicadas à luz dos princípios da boa-fé objetiva e da equidade (art. 4º, 7º e 51, CPDC). As cláusulas contratuais devem ser interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor (art. 47, CPDC). Exposição da vida e da saúde do consumidor. Fato do serviço caracterizado. Dano moral devidamente delineado. Incidência da súmula 209 do TJRJ: "Enseja dano moral a indevida recusa de internação ou serviços hospitalares, inclusive home care, por parte do seguro saúde somente obtidos mediante decisão judicial". Verba compensatória, que deve cumprir sua função punitivo-pedagógica, arbitrada com razoabilidade e moderação. Deixo de conhecer do recurso do 1º réu, eis que inadmissível. Nego seguimento, na forma do art. 557, caput do CPC, ao recurso do 2º réu. (destaque nosso)
(Apelação Cível nº 0006038-86.2011.8.19.0212, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Décima Sexta Câmara Cível, Des. Rel. Marco Aurélio Bezerra de Melo, Julgamento: 25/07/2012)
Desta forma, impõe-se a instalação de home care pela Ré com os equipamentos necessários à manutenção da vida do Autor com conforto e dignidade.
		
DOS DANOS MORAIS. DO DEVER DE INDENIZAR
A Constituição da República, no seu artigo 5º, inciso X, prevê que “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente da sua violação”.
No mesmo sentido o Código Civil agasalha a reparabilidade dos danos morais em seu artigo 186, segundo o qual, aquele, por ação ou por omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causa dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Complementa o artigo 927, do Código Civil, estabelecendo que, aquele que por ato ilícito (artigos 186 e 187) causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Na hipótese retratada nos autos, o dano moral configurou-se na medida em que a empresa Ré, com seu comportamento em flagrante afronta à dicção constitucional e legal, agrediu a dignidade do Autor. 
Não se pode olvidar que a ré, enquanto prestadora de serviços de assistência médica, responde pelo fato do serviço objetivamente, conforme o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor. 
Delimitando o conceito de “fato do serviço”, leciona o doutrinador Leonardo de Medeiros Garcia:
“O fato do serviço pode ser definido como algum defeito no próprio serviço que, em razão dessa falha, causa danos reais ou potenciais ao consumidor ou a terceiros. Semelhante ao que acontece na responsabilidade pelo fato do produto (art. 12), o art. 14 também contempla a responsabilidade objetiva fundada na teoria do risco da atividade (...)”. 
(GARCIA, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor. 5 ed. Niterói, RJ: Impetus, 2009).
Saliente-se que o fato de encontrar-se em estado comatoso é irrelevante para fins de caracterização do dano moral. 
Nesse diapasão, pedimos venia para invocar os ensinamentos do festejado ilustre Des. Cavalieri Filho: 
“Nessa perspectiva, o dano moral não está necessariamente vinculado a alguma reação psíquica da vítima. Pode haver ofensa à dignidade humana sem dor, vexame, sofrimento, assim como pode haver dor, vexame e sofrimento sem violação da dignidade (...) Com essa idéia, abre-se espaço para o reconhecimento do dano moral em relação a várias situações nas quais a vítima não é passível de detrimento anímico, como se dá com doentes mentais, as pessoas em estado vegetativo ou comatoso (...)” (CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. 7 ed. 2. reimpr. São Paulo: Atlas, 2007). 	 	
Diante do exposto, configurada a falha na prestação do serviço por parte da Ré, ao negar o tratamentohome care, deve ela responder pelo ato ilícito praticado e reparar o conseqüente dano moral causado. 
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer:
1) A concessão da tutela antecipada para fornecer os serviços de home care, tornando-a definitiva na sentença
2) A citação da empresa ré;
3) A procedência da presente ação com a conseqüente condenação do réu para pagar a título de dano moral o valor de R$ .....
4) A condenação do réu ao ônus da sucumbência.
PROVAS
Requer a produção das provas documental suplementar, se necessária, testemunhal e depoimento pessoal do representante do réu.
VALOR DA CAUSA
Para os efeitos legais e fiscais, dá-se à causa o valor de R$ .......
Termos em que espera deferimento.
Rio de Janeiro, ... de ........ de 2012.
____________________________
Nome do advogado – OAB/RJ nº ....

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