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Dor abdominal

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Dor abdominal 
INTRODUÇÃO: 
• 2,5% das consultas 
• 70% dos diagnósticos são feitos com a história clí-
nica 
• 90% associando-se ao exame físico 
• IMPORTANTE: diferenciar os casos graves 
ORIGENS: 
• Visceral 
• Parietal 
• Referida 
Visceral Pariental 
Fibras C Fibras A delta 
Estimulo: tração, disten-
são, espasmo 
Estímulo: toque, pres-
são, calor e inflamação 
Mediação: SNA Mediação: SNC 
Tronco cerebral Tálamo/córtex 
Difusa Localizada e definida 
Alivia com movimento Alivia ao repouso 
Tipo cólica Tipo pontada, cortante, 
peso 
Nausea, vômito, agita-
ção, sudorese e palidez 
Contratura muscular 
 
IRRADIAÇÃO: 
• Região xifoidiana: T6 – T8 
• Região periumbilical: T9 – T10 
• Abdome inferior: T11 – T12 
MECANISMOS DE DOR: 
Obstrução 
Gástrica, intestinal, biliar, 
urinária 
Irritação peritoneal 
Infecção, química, pro-
cesso inflamatório 
Insuficiência vascu-
lar 
Embolização, hipoten-
são, trombose 
Ulceração 
Ùlcera péptica, câncer 
gástrico 
Alt. de motilidade 
Gastrenterite, diverticu-
lose, síndrome intestino 
irritável 
Distúrbios metabóli-
cos 
Cetoacidose diabética, 
porfiria 
Lesão nervosa 
Herpes-zoster, compres-
são 
Lesão de parede Trauma, miosite 
Dor referida 
Pneumonia, infarto 
agudo do miocárdio 
Distúrbios psicológi-
cos 
Depressão, neurose 
ANAMNESE: 
História clínica: 
• Cuidadosa 
• Completa 
• Traçar a cronologia e ordem dos eventos 
• Deixar o paciente falar 
• ERRO: “assertividade precoce”, “rotina laborato-
rial” 
História familiar: 
• Câncer 
• Doença inflamatória intestinal 
• Litíase renal e biliar 
• Dispepsia 
• Aterosclerose e aneurisma 
• Doenças hereditárias: anemia falciforme, fibrose 
cística 
Caracterização da dor: 
• Localização 
• Caráter: cólica, facada, pontada, queimação 
• Início: quando? Como? 
• Intensidade 
• Irradiação 
• Duração e progressão 
• Fatores de melhora ou piora 
• Episódios prévios 
• Sintomas associados 
Localização da dor: 
Quadrante superior direito: 
• Colecistopatia 
• Hepatite 
• Hepatomegalia 
Quadrante superior esquerdo: 
• Dispepsia 
• Úlcera péptica 
• IAM 
• Pneumonia 
• Esplenomegalia 
• Linfoma 
Mesoepigástrio 
• Gastroenterite 
• DRGE 
• Apendicite aguda 
• Pancreatite 
• Causas vasculares 
Quadrante inferior direito: 
• Apendicite 
• Doença intestinal inflamatória 
• Doença de crohn 
• Adenite mesentérica 
• Hérnia inguinal 
• Causas genito-urinárias: 
 Torção de testículo 
 Litíase urinária 
 Cisto ovariano 
 Gravidez ectópica 
Quadrante inferior esquerdo: 
• Diverticulite 
• Obstrução intestinal 
• Hérnia inguinal 
• Colite 
• Causas genito-urinárias (as mesmas que podem 
acontecer no direito) 
Hipogástrio: 
• Cistite 
• Prostatite 
• Retenção urinária 
• Causas vasculares 
• Causas ginecológicas 
Difusa ou generalizada: 
• Parede abdominal 
• Doença celíaca 
• Constipação 
• Diarreia crônica 
• Trauma 
Intensidade da dor: 
• Escala numérica verbal (ENV): 
 
• Escala analógica visual (EAV): 
 
• Escala descritiva verbal (EDV): 
 
 
Início da dor: 
• Recente e de forte intensidade → abdome agudo 
• 47% dos idosos com úlcera perfurada apresen-
tam dor aguda 
• Dor insidiosa: volvo, isquemia mesentérica 
ABDOME AGUDO: 
Causas: 
• Inflamatórias: 
 Apendicite 
 Diverticulite 
 Pancreatite 
 Colangite 
• Obstrutivas: 
 Bridas 
 Volvo 
• Perfurativas: 
 Úlcera péptica 
 Divertículo 
 Ferimentos 
• Isquêmicas: 
 Isquemia mesentérica 
 Colite isquêmica 
• Hemorrágicas: 
 Ruptura de vísceras 
 Aneurismas 
Irradiação: 
• Sinal de Kehr → dor no ombro por irritação dia-
fragmática 
Ombro direito Ombro esquerdo 
Colecistite, hepatite 
Pancreatite, esplenome-
galia 
• Dorso → dissecção de aorta abdominal 
• Lombar direita → pancreatite 
• Lombar baixa → litíase ureteral, causas ginecoló-
gicas 
Sinais e sintomas associados: 
• Anorexia 
• Febre 
• Náusea/vômito 
• Hematêmese (sangue visível no vômito) 
• Hematoquezia (hemorragia por via retal de cor 
avermelhada ou de cor marrom) 
• Melena (fezes muito escuras e mal cheirosas, 
que contêm sangue digerido na sua composi-
ção) 
• Icterícia 
• Perda de peso 
• Alteração do hábito intestinal 
• Alterações de urina e fezes 
SINAIS DE ALERTA: 
• Dor que muda de localização 
• Dor que desperta o paciente do sono 
• Dor que persiste por mais e 6h ou que piora 
• Dor súbita seguida de vômito 
• Perda de peso 
EXAME FÍSICO: 
• Geral: 
 Sinais vitais 
 Hidratação 
 Palidez 
 Icterícia 
 Fáscies de dor 
 Posição antálgica 
 Estado nutricional 
• Tórax 
• Abdome 
• Exame ginecológico 
• Exame retal 
EXAME ABDOMINAL: 
Inspeção: 
• Cicatrizes 
• Hérnias 
• Circulação colateral 
• Distensão 
• Equimose 
• Peristaltismo visível 
 
 
 
Ausculta: 
• Ruídos hidroaéreos 
• Sopros 
Percussão: 
• Timpanismo 
• Macicez móvel 
• Visceromegalias 
• Massas 
• Sinal do piparote 
Sinais importantes: 
Sinal de Blumberg: 
• Apendicite aguda: 
 Dor à compressão e a descompressão súbita 
da fossa ilíaca direita no ponto de McBurney 
 Ponto de McBurney → ponto apendicular 
• Peritonite: 
 Pinça-se e puxa-se uma parte do abdome, 
caso o paciente sinta dor ao soltar rapida-
mente a pinça, é sugestivo de peritonite. 
 
Sinal do psoas: 
• Dor ao realizar o movimento da extensão do qua-
dril 
• Apendicite 
 
Sinal do obturador: 
• Elevação da perna direita, flexionando-a até 90° 
• Apendicite 
 
Sinal de Rovsing: 
• Dor no quadrante inferior direito quando há com-
pressão do quadrante inferior esquerdo 
• Dor na fossa ilíaca direita à ordenha do colon sig-
móide em direção ao cólon ascendente 
• Apendicite 
 
Sinal da tosse: 
 
Sinal de carnett: 
• É realizada com o paciente em decúbito dorsal en-
quanto o examinador localiza o ponto álgico com a 
indicação do paciente. Enquanto o examinador 
pressiona o ponto com os dedos o paciente flexi-
ona o tronco e as pernas. Isto deverá manter ou 
piorar a dor, enquanto afasta a dor visceral que de-
veria desaparecer com a manobra, caracterizando 
um sinal de carnett positivo 
• É positivo em 95% dos pacientes afetados por uma 
patologia vertebral 
 
Sinal de Murphy: 
• Dor profunda à palpação da área subcostal direita 
• Colecistite 
 
Sinal de Giordano: 
• Dor à punho-percussão das lojas renais 
• Pielonefrite 
 
Sinal de Jobert: 
• Desaparecimento da macicez e aparecimento de 
timpanismo da região de projeção do fígado. 
• Pneumoperitônio (perfuração de vísceras 
ocas) 
 
Sinal de Cullen: 
• Equimose ao redor do umbigo 
• Hemorragia retroperitoneal 
 
Sinal de grey-turner: 
• Equimoses não traumáticas nos flancos 
• Pancreatite hemorrágica, estrangulamento do 
intestino ou abcessos com extravasamento de 
sangue 
 
EXAME GINECOLÓGICO: 
• Inspeção vulvovaginal, exame especular, toque 
vaginal 
• Eliminação purulenta pelo orifício externo do colo 
+ dor à mobilização do colo: DIP 
• Massas anexiais dolorosas à palpação: salpingite, 
gravidez ectópica rota 
• Sangramento vaginais + colo pérvio: abortamento 
EXAME RETAL: 
• Identificar massas, tumorações, fecalomas 
EXAMES LABORATORIAIS: 
• Infecção: 
 Hemograma 
• Alterações metabólicas: 
 Glicemia 
 Função renal 
 Eletrólitos 
• Dor no QSD: 
 Transaminases 
• Alterações urinárias: 
 Amilase e lipase 
• Dor pélvica em mulher jovem: 
 Beta-HCG 
• Doença inflamatória intestinal: 
 VHS e PCR 
• Alterações do hábito intestinal: 
 Parasitológico e sangue oculto 
EXAMES DE IMAGEM: 
Radiografia: 
• Obstrutivo 
• Perfurativo 
• Inflamatório 
• Litíase 
US abdominal e pélvica: 
• Vias biliares e órgãos pélvicos 
Tomografia: 
• Quadros agudos 
QUANDO ENCAMINHAR? 
Para serviço de urgência: Para especialista: 
Dor abdominal aguda ou que requeiram segunda opinião 
especializada 
Dor abdominal crônica ou tratamento específico (gastro-
enterologia, ginecologia, urologista,proctologista e psi-
quiatra)

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