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Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul Campus Unisul Digital Atividade de Avaliação a Distância Unidade de Aprendizagem: Filosofia do Direito Professor: Marciel Evangelista Cataneo Estudante: TANISE ALBUQUERQUE Data de envio:15/06/2021 Orientações: ▪ Procure o professor sempre que tiver dúvidas. ▪ Entregue a atividade no prazo estipulado. ▪ Esta atividade é obrigatória e fará parte da sua média final. ▪ Encaminhe a atividade via Espaço de Aprendizagem (EVA). Vimos em nossos estudos que existem duas espécies de justiça particular: a justiça distributiva e a justiça corretiva. A justiça distributiva baseia-se na ideia de proporcionalidade geométrica, na igualdade de razões, na consideração de, pelo menos, quatro termos, em que se estabelece uma relação equivalente entre as pessoas e as coisas. Assim, o justo decorre como meio termo. Refere-se, por exemplo, à distribuição de bens ou de coisas, considerando a contribuição de cada um na produção destes. A justiça corretiva baseia-se na proporcionalidade aritmética. Considerando um delito praticado, ou seja, uma relação desigual (nas relações entre indivíduos), a lei visa restabelecer a ‘igualdade’. Para tanto, o juiz procura igualar o dano em litígio por meio de pena (para o ofensor) ou de ganho (para o ofendido). Neste tipo de justiça, a igualdade ocorre pelo estabelecimento do meio-termo entre perda e ganho. A justiça corretiva visa equiparar vantagens e desvantagens, decorrentes de relações voluntárias e involuntárias. Cotas Raciais Cotas raciais são reservas de vagas em vestibulares, provas e concursos públicos destinadas a pessoas de origem negra, parda ou indígena. As cotas visam a acabar com a desigualdade racial e o racismo estrutural resultantes de anos de escravidão no Brasil, que ainda excluem pessoas negras e indígenas da universidade, do mercado de trabalho e dos espaços públicos. Como funcionam as cotas raciais? As cotas são reservas de vagas para determinados segmentos minoritários da população, como pessoas negras (pretas ou pardas), indígenas e pessoas com necessidades especiais. No caso da atribuição das cotas para ingresso em cursos de graduação em universidades públicas federais, além da origem étnico-racial, o candidato à vaga reservada deve ter cursado todo o seu ensino médio em escolas públicas. Dessa maneira, as universidades públicas oferecem um duplo sistema de cotas: uma parcela da reserva de vagas destina-se a estudantes de escola pública, independentemente da origem étnico-racial, e a outra parcela destina-se a estudantes de escola pública que se autodeclaram pretos, pardos ou indígenas. Do Site Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/educacao/sistema-cotas- racial.htm#:~:text=As%20cotas%20raciais%20visam%20a,pessoas%20oriundas%20de%20escolas%20p %C3%BAblicas. Acesso em 17/05/2021. Questão: Com bases nos nossos estudos e nos conceitos da Filosofia do Direito sobre as duas espécies particulares de justiça - a justiça distributiva e a justiça corretiva, analise a política pública afirmativa das cotas raciais indicando/justificando, em um texto de 15 a 30 linhas, em qual destas duas espécies de justiça as cotas raciais se enquadram. Atenção: A sua resposta deve representar um juízo de fato (conforme disposto na Unidade 1 do nosso Livro Didático); isto é, uma ponderação sobre algo real, uma tomada de conhecimento da realidade, uma informação de uma constatação objetiva. Não se trata de explicitar a sua opinião sobre a “política de cotas”, o que seria um juízo de valor, que é subjetivo, pois os valores são pessoais. Bom trabalho! https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/racismo.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiab/escravidao-no-brasil.htm https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/raca-etnia.htm https://brasilescola.uol.com.br/educacao/sistema-cotas-racial.htm#:~:text=As%20cotas%20raciais%20visam%20a,pessoas%20oriundas%20de%20escolas%20p%C3%BAblicas https://brasilescola.uol.com.br/educacao/sistema-cotas-racial.htm#:~:text=As%20cotas%20raciais%20visam%20a,pessoas%20oriundas%20de%20escolas%20p%C3%BAblicas https://brasilescola.uol.com.br/educacao/sistema-cotas-racial.htm#:~:text=As%20cotas%20raciais%20visam%20a,pessoas%20oriundas%20de%20escolas%20p%C3%BAblicas A análise sobre as premissas que ensejam a discussão sobre cotas raciais, partindo do viés da justiça distributiva alicerçam-se na obra do professor de filosofia de Harvard Michael J. Sandel “Justiça: o que é fazer a coisa certa? No capítulo o véu da ignorância Rawls propõe um exercício mental o qual a sociedade, reunida para a defesa dos princípios, não saiba em qual categoria se pertenceria na formação societária. O exercício proposto é imaginar que todos são cobertos temporariamente por um véu da ignorância. Já que ninguém estaria numa posição superior de barganha, os princípios escolhidos seriam justos e apenas as desigualdades sociais e econômicas que beneficiam os membros menos favorecidos de uma sociedade seriam admitidos. Justiça envolve o cultivo da virtude e a preocupação com o bem comum. Contudo é preciso esclarecer que sua proposta não é de uma sociedade igualitária, mas sim equitativa. Exposto isso, não se vislumbra outra espécie de justiça para categorizar a politica de ações afirmativas, cotas raciais. Que nada mais é da redistribuição da maneira mais igual possível dos “ônus, direitos, vantagens, riqueza e outros importantes ‘bens’ e ‘benefícios’ entre os membros da sociedade”, parafraseando o autor Joaquim Barbosa Gomes. Para Aristóteles, por exemplo, a justiça distributiva e a ideia de meritocracia possuem um paralelo em comum. Muito embora as questões referentes a meritocracia sejam deturpadas na sociedade atual. É impossível afastar esse ideal aristotélico do conceito de justiça distributiva. Por fim, novamente referencia-se a obra de Sandel, agora observando sobre o lastro produzido por Kant em seu imperativo categórico, em que não restam contrapontos de que o objetivo central da justiça distributiva é propiciar o bem-estar coletivo como um imperativo categórico. Sendo um caminho inexorável para que se consiga que valores morais impeçam que situações pretéritas se reeditem na contemporaneidade.
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