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Farmacologia II - _____________________ Antinflamatóri� 1. Não esteroidais (AINES, MAINES): não apresentam núcleo, inibem COX 1 e/ou COX2 2. Esteroidais (Corticóides): apresentam núcleo, inibem a fosfolipase A2, mais potente, tem efeito imunossupressor, tem efeitos mais perigosos Não Esteroidais ● AINES: Antiinflamatórios Não Esteróides ● MAINES: Medicamentos Antiinflamatórios Não Esteroides Características: Todos os fármacos dessa classe apresentam em maior/menor magnitude três efeitos: ● Antiinflamatórios: reduz resposta inflamatória sistêmica ● Analgésicos: aliviam a dor. Bastante efetiva em uma escala de dor (leve-moderada) como as mialgias, artralgias, cefaleias e outros tipos de dor. As dores mais profundas como dor visceral (cálculo renal, dor cardíaca), eles não são tão efetivos. ● Anti-piréticos: reduzem a temperatura corporal. São efetivos quando a temperatura corporal se encontra elevada em razão do aumento na produção de um pirógeno endógeno específico: prostaglandina, se for outro fator eles não são efetivos Mecanismo de ação: (Não Esteroidais): Todos esses efeitos se dão a partir de um mecanismo de ação: metabolismo do ácido araquidônico. ● Inibição periférica e central das isoformas da enzima ciclooxigenase (COX) e subsequente diminuição da biossíntese e liberação de mediadores da inflamação, dor e febre (prostaglandinas) ● As isoformas da via das ciclo oxigenase são o alvo farmacológico dos AINES. Alguns agem de formas mais seletivas outros inibem indistintamente na mesma intensidade e magnitude tanto a COX-1 como a COX-2. ● A via das lipoxigenases não é alterada pelos AINES. Mas a via das ciclo oxigenase sendo bloqueada pelos AINES haverá mais substrato para a via das lipoxigenases e assim mais metabólito desta via será produzido. ● Tanto os esteroides (corticóides) quanto os não corticóides (AINES) agem alterando o metabolismo do ácido aracdônico em etapas distintas. Os corticóides interferem com Fosfolipase A2 e os AINES na via da ciclo oxigenase Principais classes de AINES ➔ Inibem indescritivelmente a COX1 e COX2 (principal responsável pelo aumento das prostaglandinas durante resposta inflamatória) 1. Salicilatos: Ácido acetilsalicílico; Aspirina / AA; Salicilato de metila ● AINES que serve de referência para a síntese de novos antiinflamatórios. ● A aspirina e ácido acetilsalicílico são diferentes do ácido salicílico, porém são produtos semi sintéticos obtidos a partir do ácido salicílico por acetilação. ● O Ácido acetilsalicílico: é uma substância tóxica para nosso organismo, não tendo uso terapêutico de forma sistêmica, é utilizado somente para uso tópico (descamação de céls. epiteliais) como tratamento de pequenos calos, verrugas e rachaduras nos pés no estágios iniciais. ● A aspirina também tem efeitos colaterais, porém menos tóxicos e é transformada em nosso organismo em ácido salicílico que é conjugado e transformado em glicuronídeos eliminados sem causar prejuízo ao organismo. Sendo o único AINES que inibem COX de forma irreversível e assim com ação bastante demorada. As células mais sensíveis são as plaquetas por não possuírem núcleo, sendo assim a aspirina é utilizada com agregante antiplaquetária. ● O salicilato de metila: é utilizado de forma tópica para alívio da dor, bastante usado nos esportes e reduz evolução da resposta inflamatória. OBS: Estudiosos a partir disso buscaram novos fármacos que inibissem em específico a COX2 por estar associada a resposta inflamatória e foram separados em grupos como “seletivos COX2”, altamente seletivos COX2”, entre outros. 2. Derivados endólicos: mais conhecidos são endometacina, sulindac e diclofenaco 3. Ácido propiônico: Naproxeno, Ibuprofeno, Ketoprofeno OBS: Os derivados endólicos e ácido propiônico também inibem COX 1 e COX 2 mas tem vantagens em relação a aspirina por serem mais potentes (precisam de menor dose) e tem maior tempo de vida. ➔ Analagésicos e Anti-piréticos: não são tão bons inflamatórios, têm maior afinidade pela COX3 - via central, também inibindo COX1 e COX2 4. Fenamatos: ácido mefenâmico, conhecido pela classe médica e por mulheres por ser princípio ativo no POSTAM ( usado para cólicas menstruais ou dismenorreias). É antagonista dos recept. de prostaglandinas. 5. Derivados da pirazolona: dipirona 6. Derivados para-aminofenol: paracetamol/ acetaminofeno / tilenol ➔ Inibidores seletivos da COX2: Nimesulida, Meloxicam ➔ Inibidores altamente seletivos da COX 2 (OXIBES): Celecoxibe (celebra), Etorocoxibe (arcóxia). Foram detectados em pacientes em uso crônico dessa classe, apresentaram acidentes cardiovasculares e alguns chegaram a óbitos e alguns medicamentos saíram do mercado. É mais preferível o uso dos inibidores seletivos da COX2. São procurados em uso de emergência. Classificação dos AINES: Afinidade por COX Aspirina: não é mais utilizada para tratamento da dor, febre e inflamação por ter outros fármacos tão eficazes quanto ela, porém com mais vantagens como tempo de meia vida, potência farmacológica e maior seletividade COX2. É inibidor seletivo COX1 em baixas doses de forma irreversível. Uso como prevenção de acidentes cardiovasculares e propensos ao mesmo como pacientes que já teve trombose, AVC ou doença de ordem de coagulação. Analgésicos Dor de leve a moderada como: Cefaleia, mialgias, dor odontológica, artralgias, dor pós operatória, dismenorréia Mecanismo de ação: ● inibição da COX → bloqueio da formação de prostanóides (PG) principalmente da prostaglandina da série E que promovem dor, inflamação e febre (pró inflamatórias - pirógênicas - algogênicas) retirando efeitos das PG sobre terminações sensitivas que captam estímulos de dor. ● Fenamatos (ác. mefenâmico)→ antagonista receptores PG com excelente atividade analgésico que atuam como antagonista dos receptores das prostaglandinas. Anti- piréticos O mecanismo de ação é o mesmo dos analgésicos. ● bloqueio da biossintese das prostaglandinas → diminuem a produção da prostaglandina da série E2(PGE2) → retira influência da PGE2 sobre centro termorregulador hipotalâmico → regulariza temperatura corporal (36,5°C) Temperatura corporal elevada: desnaturação de proteinas e as reações metabólicas do organismo celular e indivíduo pode chegar a óbito. Efeito antipirético só ocorre em alterações envolvendo as prostaglandinas. A hipertermia por estresse, atividade física ou outro motivo, os antipiréticos não tem efeito. Antiinflamatórios Usado para processos inflamatórios crônicos: Artrite reumatóide, Artrite gotosa, Espondilite Anquilosante, Osteoartrite. Mecanismo de ação: ● Bloqueio da formação de PGs por inibição da COX2 Retira influência da COX2 sobre microvasculatura que promove vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular que são importantes no início e manutenção da resposta inflamatória. ● Diminuição da migração (PMN e Monocitos): PMN - polimorfonucleares como neutrófilos que são os primeiros a chegar no local de estímulo - basófilos- eosinófilos e monócitos que ao sair da corrente circulatória se transformam em macrofagos importantes na limpeza tecidual. Efeitos colaterais em uso crônico ● Distúrbios gastrointestinais (úlcera): ao diminuir produção de PGs há diminuição de citoproteção. Geralmente quando é administrado um AINES por um período de tempo se prescreve juntamente um protetor de mucosa gástrica como: inibidor de bomba (omeprazol) ou imiprazol. ● Insuficiência Renal: em pacientes com histórico de distúrbio renal ● Inibição da agregação plaquetária: aumento do tempo de sangramento (aumento de protrombina) ao inibir PGs → inibe antiagregante plaquetário → aumenta o tempo de coagulação. Durante cirurgias de grande porte, recomenda-se aos pacientes que usam AINES a suspenderem uso de 10-15 antes do procedimento cirúrgico para diminuir risco de hemorragia. ● Reações anafilactóides: sinais de resposta alérgica ao uso de AINES. Sintomas semelhantes ao choque anafilático: edema palpebral, labial, aparecimento de pápulas no rosto (manchas vermelhas). Se for por via oral, os sintomassurgem mais lentamente e dá para reverter o quadro. Se for administrada em via parenteral (IV, IM) sempre perguntar se paciente tem reações alérgicas. ● Inibição da motilidade uterina: inibição das PGs sobre motilidade uterina é benéfico para cólicas menstruais (dismenorréias) mas desvantajoso para mulheres em estágio final da gestação por PGs e ocitocina contribuírem para expulsão do feto. Lesão gástrica: Paciente tratado com placebo(água): baixo índice Paciente tratado com inibidor de COX1 e COX2: alto índice Paciente tratado com seletivo de COX2: semelhante ao placebo → há proteção da mucosa gástrica Indivíduo hipertenso tratado com AINES inibidor de COX1 e COX2: inibe produção de prostaciclina que faz ajuste do efeito contrário de tromboxona 2 (agregante plaquetário e vasoconstritor), as plaquetas são inibidas irreversivelmente, com relação ao endotélio vascular, o uso desses medicamentos deve ser cuidadoso e monitorado. Farmacocinética ● Todos os AINES são ácidos orgânicos fracos, exceto o nabumetone (pró droga transformada no fígado) ● São bem absorvidas no TG. Absorção oral - estômago e intestino delgado ● Fixação PP - albumina - tem afinidade por substâncias ácidas, têm diferentes percentuais de fixação ● Tempo de meia vida: têm diferentes tempos de meia vida ● Metabolismo e eliminação: Todos AINES são metabolizados no fígado, com produtos sem atividades farmacológicas e tem eliminação em nível renal (urina) e biliar (fezes). Se indivíduo tiver algum distúrbio renal procurar AINES que tenha eliminação biliar. Ou se tiver distúrbio biliar/ hepático usar AINES que tenha eliminação urinária. Salicilatos OBS: grupos de AINES distintos têm estruturas químicas diferentes, diferentemente dos corticóides.. Ac. salicílico → ác. acetilsalicílico (aspirina) Ac. salicílico → salicilato de metila (esterificação) Indicações clínicas: Analgesia (dores leves a moderadas), anti-pirético, antiinflamatório, anti agregante plaquetário - preventivo de doença tromboembólica para pacientes propensos (somente aspirina), ceratolítico (ác. salicílico) -descamação das céls. epiteliais. Toxicidade: ● salicilismo (overdose com aspirina - quadro de intoxicação) ● Intolerância gástrica extrema (dor, desconforto epigástrico, náuseas, vômitos, anorexia de forma ampliada), ● ulceração da mucosa com sangramento: aspirina inibe COX na mucosa gástrica; além de ser transformada no estômago e outros tecidos em ác. salicilico é vesicante e agride mucosa gástrica. ● distúrbio do equilíbrio hidro eletrolítico - acidose respiratória/ metabólica: aspirina estimula centro respiratório de forma direta/indireta que pode levar a quadro de acidose respiratória/metabólica. Em quadros que pacientes ja tem centro respiratorio deprimido (uso de opioides ou barbitúricos), com essa dosagem tóxica a aspirina estimulando, acaba deprimindo ainda mais esse centro respiratório e pode desencadear distúrbio hidroeletrolítico e levar a obito do paciente. Mecanismo normal: desacopla a fosforilação oxidativa → aumenta consumo de oxigênio → aumenta níveis de CO2 → estímulo para centro respiratório → eliminação de CO2 (ajuste) porém com doses tóxicas esse ajuste fica em desequilíbrio. Derivados piralozônicos: ● fenilbutazona ● oxifenilbutazona ● dipirona: aliviar dor e reduzir a temperatura corporal em casos de dengue não diagnosticada. Por ter afinidade por COX de via central e as outras COX periféricas não serem afetadas. ● feprazona Efeitos adversos: agranulocitose / granulocitopenia - reduz número de granulócitos (defesa imunológica) ; anemia aplástica. Por isso a dipirona não é utilizada de forma crônica assim como o paracetamol. São utilizadas para tratamento agudo como febre, cefaleia. Derivados paraminofenol: ● Acetaminofeno ou Paracetamol; Tylenol Efeitos adversos: hepatoxicidade (overdose). Paracetamol: ● Não é recomendado para pacientes com dengue por essa doença ter comprometimento da função renal e paracetamol ser hepatotóxico ● ao ser introduzido no organismo é submetido as reações da fase 1 → gera metabólitos tóxicos ● reações da fase 2 → forma conjugados diporunados → eliminados na urina sem atividade farmacológica tóxica. Em doses terapêuticas , a produção de metabolitos tóxicos é anulada por conjugação com glutation (fígado) e conjugado resultante é livre de efeitos tóxicos. Se for dose acima da terapêutica: glutation não é suficiente e lesa hepatócitos, pode gerar hepatite medicamentosa. ● antídoto: N acetil cisteína (overdose por paracetamol) que tem ação semelhante a glutation que se conjuga aos metabólitos tóxicos. Fenamatos: Pronunciada atividade analgésica Fraca atividade antiinflamatória Derivados indólicos: Potente inibidor COX Diminuição da motilidade dos PMN: diminui recrutamento dos polimorfonucleares importantes na resposta inflamatória Farmacocinética: circulação êntero -hepática (longo tempo de meia vida); eliminação: secreção tubular e filtração glomerular e via biliar Derivados ácido propiônico Ibuprofeno, naproxeno, fenoprofeno, cetoprofeno, flubiprofeno, artril, motrim, naprosyn, algipron, profenid. Diminuição da migração leucocitária Maior dose de aspirina comparada a outros fármacos mais recentes com produção dos mesmos efeitos e doses muito menores (são mais potentes, têm maior tempo de meia vida e são mais caros) porém não são mais eficazes que a aspirina. A aspirina tem um ótimo efeito antiinflamatório, antipirético e analgésico, porém tem efeitos colaterais significativos e menor tempo de meia vida. AINES não tem efeito imunossupressor,
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