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Estudo Dirigido sobre Antivirais 1. Forneça as classes das drogas usadas na TARV para o tratamento das pessoas que vivem com HIV/AIDS e expliquem como elas atuam. Inibidores da transcriptase reversa: análogos de nucleotídeo: São análogos dos ribosídeos nativos (nucleosídeos ou nucleotídeos contendo ribose) desprovidos do grupo 3′-hidroxila. Uma vez dentro das células, são fosforilados por enzimas celulares ao análogo trifosfato correspondente, que é preferencialmente incorporado ao DNA viral pela transcriptase reversa. Como o grupo 3′-hidroxila não está presente, não se forma a ligação 3′5′-fosfodiéster entre o trifosfato nucleosídeo e a cadeia de DNA em formação, interrompendo o alongamento do DNA. A afinidade dos fármacos por várias das células DNA-polimerases do hospedeiro é menor do que pela TR do HIV, embora a DNA-polimerase mitocondrial pareça suscetível em concentrações terapêuticas. Seu mecanismo de ação consiste em inibir competitivamente a incorporação, pela enzima transcriptase reversa, da timidina ao DNA viral. Inibidor da transcriptase reversa: análogo de nucleosídeo Tem mesmo mecanismo de ação dos análogos de nucleotídeos, o que apenas muda é a estrutura química do nucleosídeo. Agem inibindo a síntese de DNA mediada pela transcriptase reversa, a enzima viral que transcreve RNA viral em DNA. Os análogos de nucleosídeos se assemelham aos ligantes naturais que constroem a cadeia de: análogos purínicos de adenosina (A) e guanidina (G) e os análogos pirimidínicos de timina (T) e citosina (C). Estes medicamentos convertem-se em metabólitos ativos só após a endocitose, pois precisam primeiramente sofrer fosforilação intracelular que os converte em sua forma 5’-trifosfato. Os derivados trifosfatos atuam como um inibidor competitivo ou um substrato alternativo da TR (falsos blocos de construção) competindo com os Nucleosídeos fisiológicos, diferindo deles numa simples alteração numa molécula de açúcar. Pelo fato da transcriptase reversa não conseguir distinguir os ITRNs fosforilados dos nucleotídeos naturais, ela tenta utilizá-los na síntese de DNA viral. Quando um ITRN é incorporado na cadeia de DNA em construção, a incorporação de nucleotídeos posteriores não ocorre, de modo que a fita de DNA não é produzida. Deste modo, a incorporação de análogos nucleosídeos aborta a síntese de DNA, dado que as pontes de fosfodiasterases não podem ser formadas para estabilizar a dupla cadeia, tornando-se impossível a continuidade do crescimento desta. Assim, os ITRNs atuam como terminadores de cadeia. Inibidores da transcriptase reversa: não análogo de nucleotídeos: São inibidores não competitivos de transcriptase reversa HIV-1, altamente seletivos. Ligam-se à TR de HIV1, em um local alostérico hidrofóbico adjacente ao local ativo, induzindo uma modificação de conformação que resulta na inibição da enzima. Eles não necessitam de ativação por enzimas celulares. Esses fármacos têm características comuns que incluem resistência cruzada com outras drogas desse tipo, interações farmacológicas e elevada incidência de reações de hipersensibilidade, incluindo urticária. Esses compostos induzem uma alteração de configuração na estrutura tridimensional da enzima, que reduz acentuadamente a sua atividade, atuando, dessa maneira, como inibidores não competitivos. Ao contrário dos inibidores nucleosídicos e nucleotídicos da transcriptase reversa, esses compostos não precisam sofrer fosforilação intracelular para a sua atividade. Como o local de ligação dos INNTRs é específico da cepa viral, os agentes aprovados mostram-se ativos contra o HIV-1, mas não contra o HIV-2 ou outros retrovírus, e, portanto, não devem ser utilizados no tratamento da infecção pelo HIV-2. Esses compostos também carecem de atividade contra as DNA polimerases da célula hospedeira. Inibidores de protease Todos os fármacos desse grupo são inibidores reversíveis da aspartil protease (retropepsina) HIV, que é a enzima viral responsável pela clivagem da poliproteína viral em inúmeras enzimas essenciais (transcriptase reversa, protease e integrase) e várias proteínas estruturais. A inibição evita a maturação de partículas virais e resulta na produção de vírus não infecciosos. Inibidor de integrase Os inibidores da integrase para transferência de fita (IITFs), muitas vezes chamados de inibidores da integrase, atuam inibindo a inserção do DNA proviral no genoma da célula hospedeira. O centro ativo da enzima integrase se liga ao DNA da célula hospedeira e introduz dois cátions metálicos divalentes que servem de alvos de quelação para os IITFs. Como resultado, quando um IITF está presente, o centro ativo da enzima é ocupado, e o processo de integração é interrompido. Os IITFs são, geralmente, bem tolerados, com náusea e diarreia como efeitos adversos mais comumente relatados.Além disso, essas drogas estão sujeitas a interações de quelação com antiácidos, resultando em redução significativa da biodisponibilidade. Por isso, é recomendado que as doses de IITFs sejam afastadas por várias horas das doses de antiácidos e outros cátions polivalentes. Ocorre resistência a essas drogas com mutações de pontos simples dentro do gene integrase. Pode ocorrer resistência cruzada entre o raltegravir e o elvitegravir, ao passo que o dolutegravir tem resistência cruzada limitada com outras drogas desse tipo.
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