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Os instrumentos de trabalho do educador e o período de entrada na creche

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Os instrumentos de trabalho do educador e o período de entrada na creche: o período de adaptação, a anamnese, a observação, o diário, o planejamento e a roda de conversa 
		Em primeiro lugar é necessário esclarecer que unir tantos aspectos importantes da educação infantil para falarmos de uma só vez faz-se necessário pelo fato de que esses aspectos são complementares e que a discussão deles separadamente não permitiria alcançar o objetivo de apresenta-los como integrados e indissociáveis.
		Portanto, os aspectos selecionados para a discussão desses conteúdos são:
Apresentar as diferenças entre acolher e adaptar; 
Compreender quem são os principais personagens envolvidos durante esse processo – a criança, a mãe (ou o membro da família que irá acompanhar de perto esse processo) e a educadora – e as formas de integra-los;
Ressaltar a questão do tempo de permanência da família da criança na creche como um ponto fundamental na condução do processo;
Destacar os diferentes momentos de adaptação que a criança vive durante o seu percurso em uma instituição de educação infantil;
Compreender a importância e os itens essenciais para a elaboração de uma anamnese ou entrevista inicial;
Ressaltar alguns pontos fundamentais na elaboração do diário do educador infantil, destacando as formas, os momentos e os principais aspectos para a observação dos comportamentos infantis;
Destacar os aspectos importantes para o planejamento do educador.
	Acolher ou adaptar, eis a questão
	O momento inicial da criança na creche é um momento muito importante, pois irá representar pela primeira vez uma separação da criança de sua mãe ou núcleo familiar por momentos maiores de tempo pela primeira vez. Além desse aspecto representa uma nova fase em que a criança está sendo inserida em um contexto social mais amplo e em um ambiente diferente de seu cotidiano. A criança sai de seu lar e entra para creche que representa um ambiente diferente com mais pessoas, outras rotinas e atividades diversificadas baseadas no oferecimento da ludicidade.
	Durante muito tempo esse momento inicial era planejado sem levar em consideração as características singulares de cada criança, estar integrado representava um processo igual para todas, onde as crianças viveriam essa experiência todas da mesma forma, obedecendo as regras da instituição.
	Soares (2005) pensando em modificar as formas como esse processo era apresentado pelas instituições de educação infantil para as crianças, sugere uma substituição do termo adaptar por acolher:
A partir de agora, propomos substituir o termo adaptação por acolhimento. Acolher ao invés de adaptar. Não se trata de mudar por mudar. Não é uma mudança proposta apenas na terminologia mas, mais do que isso, é uma proposta de alterar, de repensar o processo inicial de acolhida das crianças à uma nova comunidade, a um novo grupo, seja ele de creche ou de pré-escola. Muito mais do que um novo termo, representa uma mudança de postura dos professores perante as crianças. p.01	 
	Hoje sabemos que o ser humano se constitui como sujeito a partir de processos biológicos e sociais e que o contexto social desse indivíduo o torna um ser singular. Essas diferenças devem ser consideradas pela instituição de educação infantil ao receber as crianças pela primeira vez. Garantindo o respeito a valorização de sua cultura familiar.
	A compreensão de quem são os principais personagens envolvidos durante esse processo é fundamental na condução do mesmo, aqui o destaque é dado a três personagens:– em primeiro lugar a criança,em seguida a mãe (ou o membro da família que irá acompanhar de perto esse processo) e por último, mas tão importante quanto os outros, a educadora que irá recebe-los e conviver com eles por muito mais tempo.
	As conversas com os familiares, com quem busca ou entrega a criança na instituição são fundamentais. Saber as manias das crianças, aceitar junto com elas seu objeto preferido é importante, pois faz parte da estruturação de uma base emocional segura durante esse momento de separação da criança com a mãe por períodos mais prolongados.
	Essa parceria irá se solidificar e será construída uma base de maior confiança a medida que a família permanece na creche o período necessário para que a adaptação possa acontecer de uma maneira tranquila e sem pressões. Este aspecto é considerado como um ponto fundamental na condução do processo.
	É importante destacar que a entrada da criança na creche não representa o único momento em que é necessário um acolhimento, existem outros momentos diferentes em que as crianças passarão por readaptações e precisarão de atenção especial como é o caso: da mudança de turma e de educadora ou a saída da criança da instituição de educação infantil para um outro segmento do ensino. 
	Vale destacar, que podem surgir além dos aspectos citados situações singulares pertencentes ao processo de vida de cada uma delas e para que o trabalho seja bem sucedido a parceira com a família é fundamental. O inicio dessa parceria geralmente começa com a anamnese ou entrevista inicial.
	
Anamnese ou Entrevista Inicial	
	Um dos itens importantes para a construção da parceria da família da criança com a instituição é a anamnese ou entrevista inicial. Este instrumento permitirá conhecer a história da criança e as características de seu contexto familiar.
	Para a compreensão da importância deste instrumento é necessário observar os itens essenciais para a elaboração de uma boa anamnese ou entrevista inicial: identificação da criança (nome da criança, nome do entrevistado, grau de Parentesco com acriança.; antecedentes pessoais (concepção e gestação); nascimento (local - hospital - em casa – outro; dados do parto); alimentação (mamou - seio - mamadeira - até que idade? Saúde (pediatra – nome – telefone); doenças Infantis? Quais? Já teve alguma doença grave? Sofreu algum acidente? Já foi hospitalizado (a)? A criança toma algum medicamento especificado? A criança faz algum tipo de tratamento? Qual? Sono (dorme sozinho ? Com quem? Tem o sono agitado? Como? Urina na cama? Relacionamento familiar (Com quem a criança vive? Quais são as formas de estabelecer limites com a criança? Tem irmãos/irmãs?) Desenvolvimento psico-motor (Quando engatinhou? Quando andou? Quando falou? Controle Esfincteriano? Hábitos de aquisição de independência? (Brincadeiras? Curiosidade Sexual? Sociabilidade (adulto/criança - criança/criança) Rotina da criança (um dia comum – final de semana- férias) ; Religião ( qual? Qual a frequência com que frequenta?).
	 Além dos aspectos acima citados é indicado deixar um espaço para observações adicionais, caso seja necessário. Vale ressaltar, que essa entrevista deve ser realizada em ambiente privativo, onde o responsável da criança que irá fazer a entrevista sinta-se seguro para disponibilizar as informações necessárias.
	Quanto ao profissional da instituição que realizará a entrevista este deve ser discreto e compreensível, permitindo assim que o familiar sinta-se a vontade, pois muitas vezes algumas perguntas irão levá-lo a memórias difíceis para ele entrar em contato, e mais ainda poder disponibilizá-las.
	As informações registradas em uma entrevista inicial devem ficar disponíveis apenas para os profissionais que necessitem consultá-las com o objetivo de garantir afeto e cuidado a criança e apoio a seus familiares.
O Diário do Educador de crianças
Ele é tão grande quanto uma floresta.
A gente pode se perder dentro dele, como na Via Emília.
É grande como a baleia de Pinocchio.
Parece uma piscina.
O homem no supermercado divide as coisas pela metade, metade em uma prateleira e metade na outra�.p.43	
	O trabalho desenvolvido no povoado de Reggio Emília, na Itália, é considerado um modelo para profissionais comprometidos com a busca de formas mais espontâneas e mais criativas de propostas alternativas focadas para crianças. E um aspecto muito valorizado na condução desse trabalho tem sido o registro das diferentes formas de expressão das crianças nos momentosdas atividades e das rotinas.
	Portanto, outro ponto chave na condução de um trabalho de qualidade é o diário do educador. Existem pontos importantes do comportamento infantil que devem ser registrados por um educador que busca qualidade no desenvolvimento de seu trabalho. E para que esse registro seja realizado com eficacia é necessário destacar as formas, os momentos e os principais aspectos para a realização dessa observação.
	Em primeiro lugar é necessário ter um caderno de registro diário de todos aspectos que ocorrem durante o dia a dia, procurando anotar os comportamentos das crianças durante as atividades e em diferentes momentos, fazendo registros cursivos que possam ressaltar o desenvolvimento da linguagem, motricidade, socialização, afetividade, cognição e socialização das crianças. 
	Esse instrumento será fundamental para o educador acompanhar o seu processo de trabalho, pois além de avaliar o progresso das crianças, poderá servir como eixo de avaliação de seu próprio trabalho, permitindo com que através dos comportamentos infantis sejam analisadas também as atividades que tiveram mais significado para as crianças e para os educadores.
Planejar – imaginar e flexibilizar 
 O planejamento como uma das ações do educador é parte fundamental, pois permitirá organizar os materiais que serão utilizados, a forma dessa utilização, a maneira como as crianças ficarão organizadas e a sequencia do que será desenvolvido, permitindo assim uma avaliação da condução da própria atividade. Vale destacar, que o planejamento nunca pode ser rígido, ele deverá oferecer maleabilidade que permita respeitar os interesses das crianças, seus ritmos e suas diferentes expressões.
 Muitas vezes ele poderá contar com a colaboração da família que poderá pesquisar aspectos que estejam envolvendo o tema que foi escolhido para ser desenvolvido. É essencial perceber a importância de articular e integrar conhecimentos, de forma prazerosa, em contato permanente com a família e a comunidade, tendo o dialogo e a interação como eixos do trabalho pedagógico
 
A Roda de Conversa
 Outro instrumento fundamental do educador e que deve fazer parte de sua rotina é a roda de conversa. Através dessa ferramenta são organizados os combinados da turma, (regras de convivência que deve contar com a participação ativa das crianças no momento da construção, elas devem dar ideias criando regras, concordando ou discordando de tudo que será permitido ou não para aquele grupo de crianças durante seu tempo de convívio na instituição). 
 Muitos adultos não sabem como abordar tais aspectos, as praticas oscilam entre ações tradicionais ou ausência de limites seguros. Esse é um ponto fundamental, pois crescendo em uma sociedade que vive uma crise de valores, que permite com que em determinadas situações as pessoas sejam comparadas ao que possuem, falar de respeito e compartilhamento pode cair em um discurso vazio que não encontre eco no contexto familiar e/ou em um contexto mais amplo da criança. 
 A roda de conversa também permite conhecer as novidades do final de semana, ou qualquer assunto que a criança queira compartilhar, por isso deve ser aberta e flexível para permitir a participação das crianças, acolhendo suas ideias, dúvidas e direcionamentos.
 Resumindo tudo que foi apresentado é possível dizer que a entrada da criança na creche é um momento crucial que irá representar o inicio de um mundo de desafios e possibilidades que deve ser vivenciado com muito afeto e alegria. E para a condução do que virá são necessários instrumentos muito importantes para o educador, tais como: a anamnese, o diário, a roda de conversa e o planejamento. Lembrando que a importância de avaliar a evolução das crianças e registrar seus progressos está principalmente no fato de auxiliarmos a criança a sentir-se segura e capaz.
REFERÊNCIAS
SOARES, Magda. Acolhimento e Inserção nas creches e pré-escolas. Ed. Infantil. Roda de conversa. Fev.2005
EDWARDS, Carolyn. : As Cem linguagens das crianças - a abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: Artmed, 1999	
�	Trecho retirado do livro As cem linguagens da criança. O trecho apresenta as anotações dos educadores da creche a respeito dos comentários das crianças após uma visita ao supermercado sem estar em funcionamento.

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