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OBRIGAÇÕES - PAGAMENTO INDEVIDO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO INADIMPLÊNCIA MORA PURGAÇÃO DA MORA

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DIREITO CIVIL II - OBRIGAÇÕES 
PAGAMENTO INDEVIDO. ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. INADIMPLÊNCIA. MORA. PURGAÇÃO DA MORA 
 
 
1. Pagamento Indevido 
 
O pagamento indevido é uma espécie que constitui um dos modos de enriquecimento sem causa, este, gênero. 
 
Ninguém pode enriquecer-se sem causa ou razão jurídica, com o alheio, ou seja, fartar-se á custa de outra pessoa, o pagamento indevido cria a obrigação de restituir o mesmo (CC, Art. 876). 
 
Vigora o tradicional princípio, acolhido pelo Código Civil de 2002, de que todo enriquecimento sem causa jurídica e que acarrete como consequência o empobrecimento de outrem induz obrigação de restituir em favor de quem se prejudica com o pagamento. 
 
Também constitui requisito da ação de repetição de indébito que o pagamento tenha sido efetuado voluntariamente e por erro, mas que o fez espontaneamente deverá provar o seu erro (CC, Art. 877). No entanto, aquele que sabe que não deve e deliberadamente efetua o pagamento não poderá invocar o aludido no artigo antecedente. 
 
Existem duas espécies de pagamento indevido: 
i) indébito objetivo, quando o erro diz respeito à existência e extensão da obrigação, ou seja, quando o solvens paga dívida inexistente (indébito absoluto), mas que supunha existir, ou débito que já existiu, mas se encontra extinto, ou dívida pendente de condição suspensiva; ou, ainda, quando paga mais do que realmente deve ou se engana quanto ao objeto da obrigação;
ii) indébito subjetivo, quando a dívida realmente existe e o engano é pertinente a quem paga (que não é a pessoa obrigada) ou a quem recebe (que não é o verdadeiro credor). 
 
O pagamento indevido de um imóvel, via de regra, deve ser restituído ao solvens. Destarte, se o accipiens de boa-fé alienar o imóvel recebido indevidamente a um terceiro á título oneroso, este responderá pela quantia recebida, mas se agiu de má fé, deverá devolver o valor do imóvel mais perdas e danos (CC, Art. 879). 
 
O Código Civil estabelece situações sem direito à repetição de indébito (devolução): i) aquele que de boa-fé receber pagamento como parte de divida verdadeira, com a descoberta posterior do próprio pagador, de que não era o devedor; ii) Título inutilizado, pois o accipiens não terá como cobrar a dívida do verdadeiro devedor; iii) o accipiens de boa-fé deixou prescrever a pretensão que poderia deduzir do verdadeiro devedor ou abriu mão das garantias de seu crédito; iv) o solvens fez o pagamento para obtenção de algo ilícito ou imoral. 
 
2. Enriquecimento sem Causa 
 
O Código Civil (Art. 884) conceitua o instituto do enriquecimento sem causa como aquele que, sem justa causa, se enriquecer á custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários,
 
São pressupostos da ação de in rem verso: 
i) enriquecimento do accipiens (do que recebe ou lucra);
ii) empobrecimento do solvens (do que paga ou sofre prejuízo);
iii) relação de causalidade entre os dois fatos;
iv) ausência de causa jurídica (contrato ou lei) que os justifique;
v) inexistência de ação específica. 
 
O locupletamento dá-se não só com o aumento do patrimônio daquele que recebeu ou lucrou, como também por qualquer vantagem obtida deste, consistindo em diminuição do patrimônio daquele que pagou e seu empobrecimento. 
 
3. Inexecução das obrigações 
 
A inadimplência ou mora está regulada pelo Código Civil, nos Artigos 389 a 420, estabelecendo diretrizes aplicáveis nos casos de inexecução de uma obrigação, suprindo as omissões das disposições específicas de cada tipo de obrigação. 
 
O Art. 389 do Código Civil diz que: "Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado", ou seja, todo aquele que, de alguma forma, deixar de cumprir devidamente uma obrigação deverá pagar ao credor uma indenização referente às perdas e danos que este sofreu. 
Nos contratos bilaterais, responde cada uma das partes por culpa. Estabelece o Art. 392, do CC de 2002, que "Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei". 
 
Se o inadimplemento resultar da parte a quem favorece o contrato (a quem interessa a realização do contrato), não há que se falar em dolo, mas esta responderá pelo ressarcimento dos eventuais danos que culposamente venha a causar. 
 
Em relação aos contratos bilaterais, cada uma das partes responderá culposamente pelo dano que causar, devendo indenizar ao lesado. Assim, a parte não estará obrigada a reparar os danos resultantes de uma inexecução por ela causada se não houve dolo, imprudência, negligência ou imperícia (o que caracteriza culpa) dela. 
 
Além disso, determina o Art. 393 (CC): "O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir". 
 
É possível dizer que o caso fortuito e a força maior são excludentes da responsabilidade de quem deixa de cumprir o contrato. 
 
Mas, não se deve entender como sinônimos a ausência de culpa o caso fortuito e força maior. Em se tratando da ausência de culpa basta ao inadimplente provar que não agiu de forma que causasse o dano, enquanto no caso fortuito e força maior, além de provar que agiu prudentemente o inadimplente deve ainda provar que não era possível prever nem evitar o dano. 
 
O Art. 389 (CC) determina que o inadimplente responde por perdas e danos, ou seja, está sujeito a indenizar os prejuízos que causou à outra parte, mas o Art. 402 (CC) estabelece que, salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. 
 
Além das perdas e danos, sejam relativas ao dano emergente ou ao lucro cessante, o Código Civil prevê ainda a figura dos juros moratórios, como disposto no Art. 406: "Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional". 
 
Mas nem sempre que a prestação deixa de ser efetuada significa que houve não- cumprimento. Por exemplo: o direito do credor prescreveu ou ele remitiu a dívida. 
 
Portanto, só há não cumprimento quando, não tendo sido a obrigação extinta por outra causa, a prestação do devedor não é efetuada nem pelo próprio, nem por terceiros. 
 
Quando a inexecução deriva de culpa lato sensu do devedor, diz-se que é hipótese de inadimplemento culposo, que enseja ao credor o direito de acionar o Judiciário para pleitear o cumprimento forçado da obrigação, ou, na sua impossibilidade, a indenização cabível. 
 
O devedor não responde pelos danos causados ao credor em razão da inexecução decorrente de fato a ele não imputável, a não ser que tenha expressamente por eles se responsabilizado. 
 
Existem duas modalidades de inadimplemento: absoluto e relativo. 
 
O inadimplemento será absoluto quando a obrigação não foi cumprida em tempo, forma e lugar, convencionados e não mais poderá sê-lo. 
 
Exemplo: uma pessoa contrata uma orquestra para um baile e os músicos deixam de comparecer ao evento. De nada adiantará ao organizador da festa que a orquestra se disponha a no dia seguinte. 
 
O inadimplemento será relativo quando apesar de a obrigação não ter sido cumprida no tempo, forma e lugar convencionados, a obrigação ainda pode ser cumprida, e ainda é útil para o credor. 
 
Exemplo: o pagamento das obrigações em dinheiro, acompanhado dos acréscimos devidos pela desvalorização da moeda e outros ônus derivados da mora. 
 
O critério da utilidade vem consagrado no § único do art. 395 (CC): “Se a prestação,por causa da mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitala, e exigir satisfação de perdas e danos.” 
 
4. Inadimplemento Relativo das Obrigações 
 
Após a oportuna distinção de suas modalidades (inadimplemento absoluto e inadimplemento relativo), passemos à análise desta última modalidade. 
 
O inadimplemento relativo diz respeito à obrigação que ainda pode ser cumprida, considerando a sua utilidade para o credor. 
 
O instrumento para o credor para cobrar a execução da prestação que ainda pode ser cumprida é denominado de mora. 
 
O instituto da mora vem regulado no Código Civil em seu Art. 364, o qual consigna que “Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebe-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou convenção estabelecer”. 
 
Não obstante a clareza da definição legal, a doutrina complementa afirmando que é o descumprimento da prestação por culpa do devedor (mora solvendi) ou o seu não recebimento pelo credor (mora accipiendi), no tempo, lugar ou forma convencionados. 
 
5. Mora do Devedor (mora solvendi ou mora debitoris) 
 
Num primeiro momento, poderemos afirmar que para configurar a mora, é preciso que a obrigação não tenha sido cumprida em seu termo. 
 
Para se considerar em mora o devedor é fundamental que este tenha atuado com culpa. Ausente a culpa do devedor para o descumprimento da obrigação, não há que se falar em mora. 
 
Assim, o simples atraso no cumprimento da obrigação (elemento objetivo) não tipifica a mora do devedor. Há que existir a culpa (elemento subjetivo). 
 
O Art. 396 (CC) dispõe: “Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora”. 
 
Já o Art. 393 (CC), admite a responsabilização do devedor, mesmo em caso fortuito ou força maior, se expressamente assumiu os riscos de tais eventos. 
 
O Art. 246 (CC), específico nas obrigações de dar coisa incerta, responsabiliza o devedor mesmo em se tratando de caso fortuito ou força maior, enquanto não tiver sido feita a escolha da coisa (concentração). 
 
 No tocante aos efeitos da mora debitoris, ou mora sovendi, transcrevemos abaixo o Art. 395 do Código Civil: “Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.” 
 
Assim, em síntese, a caracterização da mora responsabiliza o devedor a suportar os prejuízos a que a sua mora der causa. 
 
6. Constituição da Mora do Devedor 
 
Quanto ao exato momento da constituição em mora do devedor, podemos classificar em três tipos distintos, a saber: 
 
 Mora Ex Re vem regulada pelo caput do Art. 397 do Código Civil, o qual dispõe que “O inadimplemento da obrigação positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor.” A mora ex re, também denominada pela terminologia mora automática, verifica-se nas obrigações líquidas e certas, com termo determinado para o seu integral cumprimento. Neste tipo de mora, verificado o termo da obrigação, o simples advento do dies ad quem (dia seguinte) é suficiente para constituir o devedor em mora. Nas obrigações de cunho negativo, na qual o devedor se compromete a abster-se de praticar um determinado ato, este estará em mora a partir do momento que praticá-lo indevidamente. 
 Mora Ex Persona no parágrafo único do Art. 397 (CC) encontramos a definição do momento da constituição da mora ex persona, não se verifica nas obrigações líquidas e certas, reduzidas à termo, mas sim, naquelas em que não há prazo determinado para o seu cumprimento pelo devedor: “não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial”. Desta forma, sempre que estivermos diante de uma obrigação com prazo indeterminado, o devedor deverá ser constituído em mora mediante interpelação judicial ou extrajudical. Por interpelação judicial entendamos citação, intimação ou notificação judicial. Por interpelação extrajudicial, notificação extrajudicial, protesto, carta registrada com aviso de recebimento, telegrama, etc, qualquer meio que não envolva o Poder Judiciário, lícito, capaz de comprovar de forma inequívoca a ciência do devedor quanto a insatisfação do credor com relação a obrigação não cumprida em seu tempo. 
 
 Obrigação por Ato Ilícito considerar-se-á em mora o devedor, a partir do exato momento em que o devedor praticou (ou deixou de praticar) o ato ilícito. É o que determina o Art. 398 do Código Civil, quando consigna que “nas obrigações provenientes de atos ilícitos, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou”. Exemplo muito comum diz respeito as ações indenizatórias movidas por profissionais contra seus ex
empregadores pleiteando a reparação de danos materiais e morais sob a alegação de incapacidade (total ou parcial) para o trabalho, decorrente de exposição destes a condições e rotinas de trabalho insalubres. Configurado o nexo de causalidade entre o dano do trabalhador e a culpa do ex-empregador, configurado está o ato ilícito, o qual será considerado o termo para início da contagem das perdas e danos, e não a citação válida. 
 
7. Mora do Credor (Mora Accipiendi ou Creditoris) 
 
A mora do devedor é a hipótese mais comum que temos conhecimento em nossos tribunais, sendo a mora do credor, logicamente, mais rara do que esta. A mora do credor é semelhantemente à mora do devedor, também vem conceituada no Art. 394 do Código Civil. Para a lei, considera-se em mora o credor que recusar o pagamento no tempo, lugar e forma convencionados. 
 
A mora do credor e seus efeitos começam da simples recusa injustificada. 
 
Na dívida quérable (apresentação do título pelo credor) não sendo nem mesmo necessária a oferta do devedor, pois deve ele aguardar a presença da cobrança do credor, o princípio é do dies interpellat pro homine. A mora caracteriza-se pelo fato de o credor deixar de cobrar a dívida junto ao devedor. 
 
Mas isso não anula o que dissemos a respeito da utilidade (ou quase necessidade) da consignação. Não vai pretender o devedor, que quer saldar seu débito, esperar indefinidamente até o prazo da prescrição, aguardando iniciativa do credor para opor exceção substancia, imputando, então, de efetivo, a mora do credor. 
 
 
 
É, pois, importantíssimo o efeito liberatório da consignação judicial. É importante acentuar que o devedor não impõe ao credor a aceitação do pagamento. Ele, o devedor, é que tem o direito de liberar-se da obrigação. Tanto que a consignação é meio idôneo de liberação, quando o credor é desconhecido (Art. 335, III; antigo 973, III).” Neste mister, convém reproduzirmos o seu enunciado na íntegra, verbis: 
 
“Art. 400 (CC). “ A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação.” 
 
8. Purgação da Mora 
 
Purgação da mora é o ato pelo qual à parte que lhe nela incorreu retira-lhe os efeitos, seja ela do credor ou do devedor. 
 
Haverá a purga da mora, por exemplo, quando o devedor efetuar o pagamento daquilo que deve ao credor, acrescido dos juros e dos eventuais prejuízos que o seu inadimplemento relativo deu causa. 
 
Por outro lado, haverá a purga da mora quando o credor aceitar o recebimento do pagamento pelo devedor. 
 
A purga da mora ocorrerá, em outras palavras, quando o devedor ou o credor se submetem aos seus efeitos acima elencados, previstos nos Artigos 395 e 400 do Código Civil, respectivamente. 
 
Oportuna a transcrição do Art. 401 do Código Civil: 
 
“Purga-se a mora: 
 
I – por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta; 
 
II – por parte do credor, oferecendo-se este a receber o paamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data. 
 
Por óbvio, insta salientar não ser possível purgar a mora nos casos de inadimplemento absolutode uma obrigação. 
 
Ponto de elevadíssima relevância diz respeito aos efeitos da purgação da mora, a qual gera efeitos para o futuro (ex tunc). A partir da purgação da mora, o devedor ou o credor não estão mais sujeitos aos ônus da mora. 
 
Por derradeiro, no que diz respeito ao exato momento para a purgação da mora, temos duas hipóteses. Em alguns casos, o legislador estabelece o prazo máximo para a purgação da mora, em outros, este prazo é indeterminado, exigindo a análise dos posicionamentos doutrinários mais aceitos por nossos tribunais. 
 
Obviamente, quando o legislador estabelece um prazo para que o devedor (ou credor) purgue a sua mora, aludido prazo deverá ser rigorosamente cumprido pelo interessado, sob pena de perder esta oportunidade e sujeita-la aos efeitos da preclusão do ato. 
 
Exemplo clássico de prazo estabelecido por lei, para purga da mora, diz respeito à alienação fiduciária, na qual, uma vez ajuizada a ação de busca e apreensão pelo credor fiduciário para apreensão do bem alienado em face do devedor inadimplente, o devedor somente poderá purgar a mora se houver pago no mínimo 40%do financiamento, no prazo de 3 dias após a sua citação. 
 
Nos casos em que não há prazo estabelecido por lei, será possível purgar até o prazo para apresentação de contestação, se não houver cláusula resolutória expressa, pois, nesse caso, o advento do termo já constituiu em mora o devedor (dies ad quem).

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