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Morfologia vegetal

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1 
 
INTRODUÇÃO 
 
 A Morfologia Vegetal é uma ciência que tem 219 anos e 
originou-se na Alemanha, em 1790, quando o poeta, 
dramaturgo e cientista Johan Wolfgang von Goethe, publicou 
o livro “Versuch die Metamorphose der Pflanzen zu erklären” 
-“Uma tentativa de explicar a Metamorfose de Plantas”. 
 
 A disciplina Morfologia Vegetal apresenta interface 
com outras áreas do conhecimento sobre os vegetais, como a 
Sistemática, Ecologia, Genética, Fisiologia e Evolução. 
Porém os seus princípios transcendem os limites com as 
disciplinas relacionadas. 
 
 Tem havido uma tendência em confundir Morfologia 
Vegetal com Fitografia. A Fitografia refere-se à “botânica 
descritiva”, ou seja, a denominação de nomes de plantas 
e/ou partes das plantas. Ao contrário, a Morfologia Vegetal 
procura compreender o denominador comum ou o fator que liga 
as diferentes formas. Assim, na sua essência, a Morfologia 
Vegetal é uma disciplina comparativa voltada para a conexão 
ou ligação entre características e não na expressão isolada 
das mesmas. 
 
 É claro que para compreender e comparar formas 
diferentes, é necessário conhece-las. Assim, na presente 
disciplina de "Morfologia de Plantas Vasculares", iremos 
conhecer e comparar as diferentes formas dos órgãos 
vegetativos e reprodutivos dos vegetais. 
 
 
2 
 
MORFOLOGIA EXTERNA DA RAIZ 
 De acordo com sua origem as raízes podem ser 
classificadas em: 
A. Raízes normais- quando se originam da radícula do 
embrião. Ex: raiz principal e suas ramificações. 
 
Figura 1. Germinação da semente de feijão (Phaseolus vulgaris- Fabaceae). 
 
B- Raízes adventícias: quando não se originam da radícula 
do embrião e nem de suas ramificações, podendo originar-se 
a partir de caules e folhas. 
 
Figura 2. Raízes adventícias no caule de milho (Zea mays – Gramineae) 
. 
3 
 
1.Organização Básica 
Independente de sua origem, as raízes apresentam a 
seguinte organização básica: 
 
Figura 3. Organização básica da raiz. 
 
1.1. Coifa ou Caliptra: estrutura em forma de dedal que 
reveste o ápice vegetativo da raiz (meristema apical), 
protegendo-o contra o atrito com o solo e da 
transpiração excessiva. 
 
 Presente nas raízes de todas as plantas, exceto 
algumas parasitas, a coifa também tem função de 
controlar o gravitropismo da raiz através da transmissão 
de estímulos gravitacionais à membrana plasmática, pois 
suas células apresentam grãos de amido especiais 
denominados estatólitos, que “indicam” a direção da 
gravidade. 
4 
 
 É formada continuamente pelas células iniciais 
apicais (meristema apical da raiz), substituindo as 
células mais velhas (mais externas), quando estas 
morrem. 
 
1.2. Zona Lisa ou de Crescimento: região meristemática que 
apresenta uma zona com divisões celulares intensas e outra 
de alongamento celular, onde as divisões são raras. Esta 
região promove o crescimento em comprimento da raiz. 
 
1.3. Zona Pilífera ou dos Pelos Absorventes: possui os 
pelos radiculares que são prolongamentos das células 
epidérmicas os quais aumentam muito a superfície de 
absorção da raiz. É a região radicular mais ativa na 
absorção de água e sais do solo. Os pelos absorventes podem 
ser microscópicos ou atingir até aproximadamente 1cm de 
comprimento, podendo estar ausentes em algumas plantas 
aquáticas como o aguapé (Eichornia sp. - Ponteridaceae). O 
tempo de vida dos pelos absorventes é curto, mas o ápice 
radicular em crescimento continua produzindo constantemente 
novos pelos. 
 
1.4. Zona de Ramificação ou das Raízes Secundárias: região 
na qual se formam as raízes secundárias. Com a queda dos 
pelos absorventes a zona de absorção começa a formar raízes 
secundárias, transformando-se em zona de ramificação. As 
raízes secundárias têm origem endógena e sua estrutura é 
igual à da raiz primária. As raízes secundárias podem 
ramificar-se dando origem a raízes terciárias e assim 
sucessivamente. 
 
1.5. Zona de Transição ou Colo: região de transição entre a 
raiz e o caule. 
5 
 
2. Características gerais das raízes 
 Corpo não segmentado em nó e entrenó 
 Sem folhas ou gemas (com exceção das raízes gemíferas) 
 Geralmente subterrâneas 
 Geralmente aclorofiladas 
 Geralmente com gravitropismo positivo 
 Crescimento subterminal 
 
3. Funções 
 Fixação da planta 
 Absorção e condução de água e sais minerais 
 Podem ainda desempenhar função de reserva de substâncias 
nutritivas e aeração. 
 
4.Sistemas Radiculares 
 O conjunto de raízes de uma planta é denominado 
sistema radicular ou radical e pode ser de três tipos 
básicos: 
4.1. Sistema Radicular Axial ou Pivotante: é aquele que 
apresenta a raiz principal muito desenvolvida com raízes 
secundárias pouco desenvolvidas em relação à principal. Ex: 
dicotiledôneas herbáceas como o dente-de-leão (Taraxacum 
officinale - Asteraceae). 
 
4.2. Sistema Radicular Fasciculado: sistema radicular em 
que a raiz principal atrofia precocemente, no início do 
desenvolvimento, sendo substituída por raízes adventícias 
que partem da base do caule. Este sistema radicular é 
superficial e as raízes têm espessuras semelhantes. Ex: 
6 
 
comum nas monocotiledôneas como o milho (Zea mays L.-
Gramineae)e Lolium multiflorum (Gramineae) 
 
4.3. Sistema Radicular Ramificado: é aquele em que a raiz 
principal se ramifica desde a base e as raízes secundárias 
desenvolvem-se tanto quanto a primária, não sendo possível 
distingui-las. Ex: muitas dicotiledôneas subarbustivas, 
arbustivas e arbóreas. 
 
Figura 4. A. Sistema radicular fasciculado de monocotiledônea; B. Sistema radicular axial de 
Phyllantus niruri (quebra-pedra); C. Sistema radicular ramificado de uma dicotiledônea 
arbustiva 
 
5. Adaptações Radiculares 
 
5.1. Raízes Tuberosas: raízes dilatadas, adaptadas a 
acumular substâncias de reserva. Podem ser: 
 a. Axial Tuberosa: Quando é a raiz principal que 
acumula substâncias de reserva. Ex: beterraba (Beta 
vulgaris - Chenopodiaceae), cenoura (Daucus carota L.- 
Umbeliferae), nabo (Brassica napus - Cruciferae), rabanete 
(Raphanus sativus L.- Cruciferae). 
 
 b. Secundária Tuberosa: Quando são as raízes 
secundárias que acumulam substâncias de reserva. Ex. 
batata-doce (Ipomoea batatas Lam.- Convolvulaceae). 
7 
 
 c. Adventícia Tuberosa: Quando o acúmulo de 
substâncias de reserva se dá em raízes adventícias. Ex. 
Dioscorea bulbifera (cará-do-ar - Dioscoreaceae). 
 
 
Figura 5. Raízes Tuberosas: A. Raiz axial tuberosa de Daucus carota (cenoura); B. Raiz 
secundária tuberosa de Ipomoea batatas (batata-doce); C. Raiz adventícea tuberosa de 
Dioscorea bulbifera (cará-do-ar); 
 
5.2. Grampiformes ou Aderentes: raízes adventícias em forma 
de grampo que fixam a planta trepadeira a um suporte que 
pode ou não ser outra planta. Ex. Hera (Ficus sp.- 
Moraceae). 
 
5.3. Raízes Respiratórias: raízes características de 
plantas aquáticas ou ocorrentes em regiões pantanosas. 
Plantas aquáticas flutuantes como Ludwigia sp (Onagraceae), 
além de raízes secundárias finas e ramificadas, possuem 
raízes menos numerosas, curtas e grossas as quais são ricas 
em tecido armazenador de ar (aerênquima). Plantas de 
ambiente lodoso como o mangue-branco (Avicenia tomentosa - 
Verbeneceae), podem apresentar pneumatóforos, raízes com 
geotropismo negativo que se formam na face superior de 
raízes laterais e apresentam inúmeras lenticelas 
(pneumatódios) funcionando como órgãos de respiração. 
 
8 
 
 
Figura 6. A. Raiz grampiforme de Ficus pumila(hera); B. Raiz respiratória de Jussiaea natans; C. 
Pneumatóforo de Avicenia tomentosa. 
 
5.4. Raízes Suporte: raízes adventícias que brotam do caule 
e dirigem-se para o solo aumentando, assim, a área de 
sustentação da planta. É comum em plantas que têm um 
sistema radicular superficial (como em muitas gramíneas) e 
em plantas de ambiente lodoso. Ex: milho (Zea mays - 
Gramineae). 
OBS. As estruturas que ocorrem no mangue-vermelho 
(Rhizophora mangle - Rhizophoraceae)e que eram chamadas de 
“raízes suporte” descobriu-se que na verdade são caules com 
geotropismo positivo que crescem em direção ao solo, 
transportando raízes adventíceas em seu ápice. Por esta 
razão estas estruturas foram chamadas de rizóforos 
(Fig.7B), isto é, ramos que transportam raízes, em 
homologia com as Pteridófitas. 
 
Figura 7. A. Raízes suporte de Zea mays (milho); B. Rizóforos de Rhizophora mangle. 
9 
 
5.5. Raízes Tabulares: considerada por alguns autores como 
um tipo de raiz suporte, as raízes tabulares partem da base 
do caule e atingem grande desenvolvimento, tomando forma de 
tábuas perpendiculares ao solo. Ocorrem principalmente em 
árvores de grande porte que habitam matas tropicais úmidas 
e acredita-se que tenham função de suporte e de aumentar a 
superfície de respiração. Ex: Andiroba (Carapa guianensis - 
Meliaceae), Mora excelsa Benthan (Leguminoseae). 
 
5.6. Raízes Estranguladoras ou Cinturas: raízes adventícias 
que abraçam outro vegetal que serve de suporte, podendo 
matá-lo por impedir o crescimento em espessura do caule da 
planta hospedeira. Ex: mata-pau (Ficus sp.-Moraceae). 
 
 
 
Figura 8. A. Raiz tabular de Mora excelsa; D. Raiz estranguladora de Ficus sp. (mata-pau). 
 
5.7. Raízes Sugadoras ou Haustórios: raízes adventícias 
altamente modificadas, presentes em plantas parasitas. 
Apresentam-se como finos filamentos que partem de um órgão 
de contato, o apressório, e penetram na planta hospedeira 
sugando-a. Ex: erva-de-passarinho (Struthanthus vulgaris - 
Loranthaceae), cipó-chumbo (Cuscuta epithymum - 
Convolvulaceae), Cassytha filiformis (Lauraceae). 
10 
 
 
 
 
 
Figura 9. A. Ramo de Struthanthus vulgaris; B e C. Detalhe de haustório de Struthanthus 
vulgaris: B. Detalhe do apressório; C. Seção longitudinal do caule hospedeiro passando 
evidenciando filamentos haustoriais 
 
 
11 
 
MORFOLOGIA EXTERNA DO CAULE 
 
1.ORGANIZAÇÃO BÁSICA 
 
 
Figura 1. Organização geral do caule 
 
 
1.1. Nó: região levemente dilatada, de onde partem as 
folhas e ramos os quais se formam pelo desenvolvimento de 
gemas laterais ou axilares. 
 
1.2. Entrenó: região caulinar entre dois nós sucessivos. 
 
1.3. Gema Terminal ou Apical: região situada no ápice 
caulinar que promove o crescimento em comprimento do caule, 
podendo produzir ramo folioso ou florífero. É constituída 
pelo ponto vegetativo (meristema apical) e primórdios 
foliares. 
 
1.4. Gema Lateral ou Axilar: situada na axila das folhas 
(uma ou mais) é semelhante à gema apical. 
 Normalmente a gema apical é mais ativa e as laterais 
permanecem dormentes (ou latentes) pela dominância apical 
exercida pela primeira, através de hormônios do grupo das 
12 
 
auxinas. À medida que à distância entre o ápice caulinar e 
as gemas laterais aumenta, a influência exercida pela gema 
apical diminui e as gemas laterais podem se desenvolver 
formando ramos. Por esta razão a poda de ápices caulinares 
praticada por jardineiros resulta em plantas mais 
ramificadas. 
 
 Tanto as gemas apicais quanto as laterais podem ser 
nuas ou protegidas por folhas modificadas, escamiformes, 
denominadas catáfilos. 
 
 
2. Características Gerais: 
 Corpo dividido em nó e entrenó 
 Presença de folhas e gemas. 
 Geralmente aéreos. 
 Geralmente com geotropismo negativo e fototropismo 
positivo. 
 Clorofilados ou não. 
 
3. Funções: 
 Produção e suporte de folhas, ramos e flores. 
 Condução. 
 Crescimento e propagação vegetativa 
 Fotossíntese e reserva de alimentos (às vezes). 
 
4. Tipos de Caule 
 
4.1. Eretos 
 a. Haste: caule delicado, pouco lenhoso, pouco 
resistente, ramificado. Ex: maioria das ervas e 
subarbustos. 
 b. Tronco: lenhoso, resistente, cilíndrico, 
ramificado. EX: árvores e arbustos. 
13 
 
 
 
 
Figura 2. A. Caule do tipo haste de Piriqueta sp (Turneraceae); B. Caule do tipo tronco. 
 
c. Colmo: cilíndrico, não lenhoso, geralmente não 
ramificado, com nós e entrenós bem marcantes. Pode ser: 
 - Cheio: Ex: cana-de-açúcar (Saccharum oficinarum 
–Gramineae), milho (Zea mays L.-Gramineae). 
 - Oco: Ex: bambú (Bambusa sp. –Gramineae), bambu-
mossô (Phyllostachys pubescens–Gramineae). 
 
 
Figura 3. A. Colmo cheio de Saccharum officinarum (cana-de-açúcar); B. Detalhe de corte 
longitudinal de colmo de S. officinarum; C. Detalhe de colmo oco de Bambusa sp. (bambú); D. 
Estipe de Lantana commersonii; E. Estipe de Carica papaya (mamoeiro); 
 
14 
 
 d. Estipe: não lenhoso, resistente, cilíndrico, 
geralmente sem ramificações, com um capitel de folhas na 
extremidade. Ex: mamoeiro (Carica papaya L.-Caricaceae) e 
palmeiras em geral como por exemplo Lantania commersonii 
(Palmae). 
 
4.2. Rastejante, Sarmento ou Prostrado: caules que crescem 
apoiados e paralelos ao solo, com ou sem raízes de trechos 
em trechos. Ex: abóbora (Curcubita pepo L.-Cucurbitaceae), 
melancia (Citrullus vulgaris-Cucurbitaceae), corda-de-viola 
(Ipomoea pés-caprae - Convolvulaceae). 
 
 
4.3. Trepadores: caules que sobem num suporte por meio de 
estruturas de fixação como gavinhas e raízes grampiformes, 
ou a ele se enroscam (caules volúveis). Os caules volúveis 
podem ser: 
 
- Sinistrorso: enrolam-se para a esquerda ao passar 
atrás do suporte. Ex: campânula (Pharbites sp.-
Convolvulaceae). 
 
- Dextrorso: enrolam-se para a direita ao passar atrás 
do suporte. Ex: cará-do-ar (Dioscorea bulbifera- 
Dioscoreaceae). 
 
Figura 4. A. Caule rastejante de Ipomoea nill; B. Caule volúvel sinistrorso de Pharbites sp.; C. 
Caule volúvel dextrorso de Lonicera caprifolium. 
 
15 
 
5. Adaptações Caulinares 
 
5.1. Estolão ou Estolho: caule que cresce apoiado ao solo 
ou abaixo dele. Origina-se de uma gema lateral e assegura a 
reprodução vegetativa em algumas espécies. Ex: morango 
(Fragaria vesca L.-Rosaceae). 
 
 
Figura 5. A. Estolão de Fragaria vesca (morango); B.Rizoma de Sansevieria 
trifasciata (espada-de-São Jorge). 
 
5.2. Rizoma: caule geralmente subterrâneo mais ou menos 
espesso, de crescimento horizontal, que de espaço em espaço 
emite folhas ou ramos aéreos foliosos ou floríferos. Pode 
ter crescimento simpodial como a bananeira (Musa 
paradisíaca-Musaceae), espada-de-São Jorge (Sansevieria 
trifasciata-Liliaceae), biri-biri (Canna indica-Cannaceae), 
ou monopodial como em Hydrocotile sp. (Umbelliferae). 
 
5.3. Bulbo: caule subterrâneo modificado, constituído por 
um eixo aproximadamente triangular denominado prato, de 
onde parte o botão vegetativo (gema apical). Este prato é 
rodeado por folhas modificadas (catáfilos) que, em geral, 
acumulam substâncias de reserva. O bulbo pode ser: 
 5.3.1 Simples Tunicado: Ex: cebola (Allium cepa - 
Liliaceae). 
16 
 
 5.3.2. Composto: formado por vários bulbilhos. Ex: 
alho (Allium sativum - Liliaceae). 
 
 
Figura 6. A – B. Bulbo simples tunicado de Allium cepa (cebola); C. Bulbo 
composto de Allium sativum (alho). 
 
 5.3.3. Escamoso: Ex: lírio (Lilium longiflorum-
Liliaceae) 
 
Figura7. Bulbo escamoso de Lilium longiflorum; A. 
vista superficial; B. Corte longitudinal. 
 
 5.3.4. Sólido: Ex: falsa-tiririca (Hypoxis decumbens 
L.-Hypoxidaceae). 
 
 
Figura 8. A - Bulbo sólido de Hypoxis decumbens; B- Corte longitudinal do 
bulbo de H. decumbens. 
 
17 
 
5.4. Tubérculo: caule modificado, geralmente ovóide, dotado 
de reservas nutritivas como o amido. Pode ser subterrâneo e 
desenvolver-se na porção terminal de ramos caulinares 
longos e finos. Ex: batata-inglesa (Solanum tuberosum - 
Solanaceae). 
 
Figura 9. Tubérculo de Solanum tuberosum (batata inglesa). 
 
5.5. Cladódio e Filocládio: caules modificados com função 
fotossintetizante presente em plantas áfilas (sem folhas) 
ou com folhas reduzidas (a espinhos, por exemplo). O 
cladódio tem crescimento indeterminado enquanto o 
filocládio tem crescimento determinado, formando ramos 
curtos (braquiblastos). 
 Este tipo de caule ocorre em várias famílias, sendo 
seus portadores muito utilizados como plantas ornamentais. 
Pode-se citar como exemplo de filocládio Semele andrógina 
(Liliaceae – Fig. 10A-B), Ruscus hypoglossum (Liliaceae- 
Fig. 10C) e Opuntia elata (Cactaceae – Fig. 10E).São 
exemplos de cladódio: Homalocladium platycladum 
(Polygonaceae – Fig. 10D), Euphorbia heptagona 
(Euphorbiaceae – Fig. 10F. 
 
18 
 
 
 
Figura 10. Cladódio e Filocládio: A. Ramo caulinar de Semele androgyna; B. detalhe de 
filocládio de S. androgyna; C. Filocládio de Ruscus hypoglossum; D. Cladódio de Homalocladium 
platycladium; E. Filocládio de Opuntia elata (Cactaceae); F. Cladódio de Euphorbia heptagona 
(Euphorbiaceae); 
 
5.6. Xilopódio: sistema subterrâneo lignificado podendo ser 
parcialmente formado pelo caule e pela raiz. É comum em 
diversas espécies que habitam os cerrados e campos 
brasileiros, ambientes que apresentam uma estação seca 
definida ou que sofrem queimadas naturais freqüentes. Após 
a seca ou queimada, os xilopódios rebrotam formando ramos 
com folhas e flores. Ex: Gomphrena prostrata Mart. 
(Amaranthaceae – Fig.11A) e Casselia chamoedryfolia 
(Verbenaceae – Fig. 11B). 
19 
 
 
Figura 11. A. Xilopódio de Gomphrena prostrata; B. Xilopódio de Casselia 
chamoedryfolia; 
 
 
6. TIPOS PRINCIPAIS DE RAMIFICAÇÃO CAULINAR 
6.1. Ramificação Monopodial: eixo principal se desenvolve 
pela atividade de uma única gema (gema apical). Ex. 
Pinheiro (Pinnus sp.). 
 
Figura 12. Ramificação Monopodial 
 
6.2. Ramificação Simpodial: eixo principal formado pela 
atividade sucessiva de várias gemas. A gema terminal tem 
curta duração, sendo substituída por uma gema lateral. Ex. 
árvores em geral como a mangueira (Mangifera indica L.). 
 
Figura 13. Ramificação Simpodial. 
 
20 
 
 
6.3. Ramificação Dicotômica ou em Dicásio: duas gemas 
laterais do caule principal crescem mais que a gema 
terminal formando ramos e assim sucessivamente. Ex. algumas 
dicotiledôneas principalmente herbáceas. 
 
 
Figura 14. Ramificação Dicotômica. 
 
 A arquitetura final das árvores pode ser resultado de 
vários tipos diferentes de crescimento e ramificação que 
podem se alternar dependendo da fase do desenvolvimento da 
planta além de poder ser influenciada pelo ambiente no qual 
a planta se desenvolve. 
 A Figura 15 apresenta modelos de ramificação arbórea 
de Fremontodendron sp. com tronco e ramos de 
desenvolvimento simpodial e dois indivíduos de uma mesma 
espécie (Arbutus sp.) crescendo no sol e na sombra. No sol, 
a espécie desenvolve tronco monopodial e ramos dicotômicos 
enquanto que na sombra o tronco apresenta desenvolvimento 
monopodial com ramos simpodiais. 
 
Figura 15. Modelos de ramificação arbórea: A. Tronco e ramos simpodiais de Fremotodendron 
sp.; B. Tronco monopodial e ramos dicotômicos de Arbutus sp. crescendo sob sol pleno; C. 
Tronco monopodial e ramos simpodiais de Arbutus sp. crescendo na sombra. 
 
 
 
21 
 
MORFOLOGIA EXTERNA DA FOLHA 
 
 A folha é uma expansão lateral e laminar do caule que 
tem como função: fotossíntese, transpiração, respiração e 
condução. Ao contrário do caule e da raiz, a folha 
caracteriza-se por apresentar crescimento determinado pois, 
na grande maioria delas, o tecido meristemático está 
presente somente quando jovem. 
 
1.ORGANIZAÇÃO BÁSICA (Fig.10A-B) 
 
1.1. LIMBO ou LÂMINA: parte geralmente laminar e expandida 
da folha, que possibilita o melhor aproveitamento na 
captação de luz e gás carbônico. 
 
 
Figura 1. Organização básica da folha: A. Ramo de Apeiba tibourbou, evidenciando as partes da folha 
de uma dicotiledônea; B. Ramo de Tradescantia pallida evidenciando folha de monocotiledônea. 
 
1.2. PECÍOLO: haste sustentadora do limbo foliar que 
desempenha importante papel na exposição da lâmina foliar à 
luz (fototropismo). 
 
1.3. ESTÍPULAS: apêndices geralmente laminares e em número 
de dois, que se formam de cada lado da base do pecíolo. 
Típico das folhas de dicotiledôneas, as estípulas variam 
muito em forma e tamanho. 
22 
 
 
1.4. BAINHA: parte basal e alargada do limbo ou do pecíolo 
que abraça o caule. Estrutura típica das folhas de 
monocotiledôneas. 
 
 As folhas apresentam uma grande variedade de forma e 
tamanho, ajudando com freqüência na identificação de 
plantas. Embora seja possível encontrar na literatura 
muitas tentativas no sentido de criar termos que possam 
descrever da maneira mais precisa possível a grande 
variedade de formas das folhas, até hoje não existe uma 
classificação que consiga incluir de forma satisfatória 
todos os tipos foliares. Assim, quando se vai descrever uma 
determinada folha, deve-se utilizar, na medida do possível, 
a nomenclatura já existente (e que é farta), dando ênfase 
para as características mais marcantes que a folha 
apresenta e, se necessário, descrever as formas e 
estruturas não encontradas na literatura, evitando-se criar 
novos nomes. 
A seguir é apresentado um resumo da nomenclatura 
morfológica da folha, com a definição de cada termo e, 
sempre que possível, com exemplos ilustrativos. 
 
 
NOMENCLATURA MORFOLÓGICA DA FOLHA 
 
QUANTO À SUPERFÍCIE: 
 
1- GLABRA: quando, a olho nu, a folha é desprovida de 
tricomas, ou seja, sem pelos. Ex: Ficus retusa (Moraceae). 
2- PILOSA: quando é revestida por tricomas. 
3- LISA: sem acidentes ou rugosidades 
4- RUGOSA: enrugada, com acidentes. 
 
 
23 
 
QUANTO À CONSISTÊNCIA DO LIMBO FOLIAR 
 
1. CARNOSA ou SUCULENTA: folha espessa, rica em tecidos 
armazenadores de água. Este tipo de folha geralmente ocorre 
em plantas adaptadas à ambientes onde a água é escassa, 
podendo também ocorrer em espécies adaptadas à ambientes 
salinos. Ex: dedo-de-moça (Sedum pachyphylum – 
Crassulaceae). 
 
2. CORIÁCEA: folha de consistência dura como o couro, 
resistente ao murchamento, rica em tecidos de sustentação. 
Este tipo de folha ocorre em muitas espécies adaptadas à 
ambientes secos ou periodicamente secos, com alta 
incidência de luz, como nos cerrados. Ex: lixeira 
(Curatella americana L. – Dileniaceae). 
 
3. MEMBRANÁCEA: folha delicada, que murcha com facilidade. 
Comum em espécies anuais e ruderais. Ex: guizo-de-cascavel 
(Crotalaria retusa L. – Leguminosae/Papilionoideae). 
 
 
QUANTO À DIVISÃO DO LIMBO FOLIAR 
 
1. FOLHA SIMPLES: quando apresenta limbo inteiro, não 
dividido. 
 
2. FOLHA COMPOSTA: quando apresenta o limbo dividido. Nesse 
caso, cada uma das partes da folha composta é denominada de 
folíolo. 
 Do ponto de vista ecológico, uma folha com limbo 
grande está mais adaptadapara o aproveitamento da luz mas, 
por ter maior área de exposição ao ambiente, sofre com os 
efeitos do aquecimento e transpiração excessivos. A folha 
composta, cujo limbo é dividido em folíolos, sofre menos 
24 
 
estes efeitos já que cada folíolo funciona como uma pequena 
folha. 
 As folhas compostas podem apresentar o limbo dividido 
em diversos graus e de diferentes formas, podendo ser 
classificadas em: 
 
2.1. BIFOLIOLADA: com dois folíolos. Ex: jatobá (Hymenaea 
courbaril L.– Leguminosae/Caesalpinioideae- Fig. 2A) 
 
2.4. TRIFOLIOLADA: com três folíolos.simples. A folha 
trifoliolada pode ser palmadamente trifoliolada como em 
Chorysia ternata (Bignoniaceae) ou pinadamente trifoliolada 
como em Rhus diversicolor (Anacardiaceae – Fig. 2B), 
Crotalaria mucronata (Fabaceae). 
 
 
 
 
 
Figura 2. A. Folha bifoliolada de Hymenaea courbaril; B. Folha pinadamente trifoliolada de Rhus 
diversicolor 
 
 
2.7. PALMADA, PALMATICOMPOSTA ou DIGITADA: com mais de três 
folíolos partindo de um ponto comum. Ex: Pseudobombax 
grandiflorum (Bombacaceae – Fig.3). 
25 
 
 
 
Figura 3. Folha composta palmada de Psedobombax grandiflorum. 
 
 
2.9. PINADA ou PINATICOMPOSTA: com mais de três folíolos 
distribuídos oposta ou alternadamente ao longo de um eixo 
comum denominado raque. A folha composta pinada pode ser 
paripinada quando termina com um par de folíolos (Ex: 
Cedrella sp – Meliaceae – Fig. 4A) ou imparipinada quando 
termina com um único folíolo (Ex: Simarouba sp. – 
Simaroubaceae – Fig.4B). 
 
 
Figura 4. A. Folha composta paripinada de Cedrella SP; B. Folha composta imparipinada de 
Simarouba sp.; 
26 
 
2.10. DUPLAMENTE COMPOSTAS ou RECOMPOSTAS: folhas cujos 
folíolos também são compostos, divididos em foliólulos. 
Exemplo de folhas recompostas: 
 
2.10.1. BIGEMINADA: com duas ordens de folíolos, cada 
uma bifoliolada. Ex: pau-alho (Goldmania sp – 
Leguminosae/Mimosoideae- Fig. 5A) 
 
2.10.2. BITERNADA: com duas ordens de folíolos, cada 
uma trifoliolada. Ex: Leea guineense (Leeaceae – Fig. 
5B). 
 
2.10.3. BIPALMADA (Fig.5C): com duas ordens de 
folíolos, cada uma palmada. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5. A. Folha bigeminada; B. Folha biternada; C. Folha bipalmada 
 
 
27 
 
2.10.4. BIPINADA: com duas ordens de folíolos, cada 
uma pinada. Ex: Adenanthera pavonina (Leguminosae/ 
Mimosoideae – Fig.6). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6. Folha bipinada de Adenanthera pavonina. 
 
 
28 
 
2.10.5. TRIPINADA:com três ordens de folíolos, cada 
uma pinada. Numa folha várias vezes pinada, nem todos 
os folíolos e foliólulos são igualmente divididos, 
podendo ocorrer variações ao longo da raque. Um 
exemplo é a folha de Moringa oleifera (Moringaceae – 
Fig. 7) que podem apresentar folíolos até quarta ordem 
em alguns pontos. 
 
 
 
 
Figura 7. Folha Composta tripinada de Moringa oleifera 
29 
 
3. FOLHAS FENDIDAS OU PARTIDAS 
 Entre as folhas com limbo inteiro (simples) e as 
folhas com limbo dividido em folíolos (compostas), existem 
folhas com limbo mais ou menos recortado, formando 
reentrâncias com diferentes graus de profundidade que são 
denominadas de folhas fendidas ou partidas. 
 
 Estas folhas são consideradas simples, já que o limbo 
não é completamente dividido, e apresentam os bordos 
sulcados em diferentes graus, podendo os sulcos ou 
reentrâncias atingirem de ¼ a mais de ¾ da distância entre 
a margem e a nervura central. 
 
 Embora a maioria da literatura sobre morfologia foliar 
faça distinção entre folhas fendidas e partidas, levando-se 
em consideração a profundidade dos sulcos, aqui optou-se 
por juntá-las já que na prática é muito difícil diferencia-
las. Além disso, a maioria destas folhas não é regularmente 
sulcada, o que dificulta sua classificação. 
 
Dentre as folhas com limbo fendido ou partido pode-se 
reconhecer vários tipos com base principalmente na forma e 
disposição dos sulcos. São eles: 
 
3.1. LOBADA: folha com dentes largos e arredondados que 
podem chegar até ¼ da distância entre a margem e a nervura 
central. Ex: Pelargonium sp. (Geraniaceae - Fig. 8A). 
 
3.2. BIPARTIDA: folha sulcada no ápice, formando dois 
lobos. Ex. Bauhinia forficata (Leguminosae/Caesalpinioideae 
– Fig. 8B). 
 
3.3. TRIPARTIDA: folha que apresenta dois sulcos formando 
três lobos. EX: xixá (Sterculia chicha – Sterculiaceae – 
Fig.8C). 
30 
 
3.4. PALMATIPARTIDA ou PALMATÍFIDA: folha suavemente 
partida na forma da palma da mão. Ex: Echinocystis lobatus 
(Curcubitaceae – Fig. 8D). 
 
Figura 8. A. Folha lobada de Pelargonium sp.; B. Folha bipartida de Bauhinia forficata; C. 
Folha tripartida de Steculia chicha; D. Folha palmatipartida de Echinocystis lobatus 
 
3.5. PALMATISSECTA: folha profundamente partida na forma da 
palma da mão. Ex: begônia (Begonia heracleifolia- 
Begoniaceae - Fig.9A), embaúba (Cecropia pachystachia – 
Cecropiaceae – Fig.9B). 
 
3.6. PINATIPARTIDA ou PINATÍFIDA: folha suavemente partida 
de forma pinada ou seja, forma de uma pena. Ex: Alocasia 
portei (Araceae – Fig.9C). 
 
3.7. PINATISSECTA: folha profundamente partida na forma de 
uma pena. Ex: fruta-pão (Artocarpus altilis – Moraceae – 
Fig.9D). 
 
Figura 9. A. Folha palmatissecta de Begonia heracleifolia; B. Folha palmatissecta de Cecropia 
pachystachia; C. Folha pinatipartida de Alocasia portei; D. Folha pinatissecta de Artocarpus 
altilis; 
31 
 
3.8. RUNCINADA: folha lacerada cujos recortes podem ser 
arqueados para base ou para o ápice. Ex: Cichorium intybus 
(Compositae – Fig.10A). 
 
3.9. LACERADA: folha partida em recortes irregulares, 
parecendo rasgada. Ex: Taraxacum officinale (Compositae – 
Fig.10B). 
 
3.10. LACINIADA: folha profundamente partida formando 
segmentos estreitos e longos em forma de fitas ou tiras. 
Ex: Ipomoea quamoclit (Convolvulaceae – Fig.10C). 
 
3.11. PEDATISSECTA ou PEDADA: folha partida de tal forma 
que os segmentos ficam quase em linha horizontal como os 
dedos do pé. Ex: Arisaema sp. (Araceae – Fig.10D). 
 
 
 
Figura 10. A. Folha runcinada de Cichorium intibus; B. Folha lacerada de Taraxacum 
officinale; C. Folha laciniada de Ipomoea quamoclit; D. Folha pedatissecta de Arisaema sp. 
 
 
QUANTO À FORMA DO LIMBO FOLIAR 
A denominação dada à forma do limbo geralmente mostra 
a que formas conhecidas as folhas se assemelham. Portanto, 
ao se tentar classificar uma determinada folha deve-se 
levar em consideração suas características morfológicas 
32 
 
mais marcantes que podem ser uma combinação da forma do 
limbo, do ápice e da base foliar. 
 A seguir são apresentadas os principais tipos de forma 
foliares: 
 
1. ACICULAR: forma de agulha, longa, fina e pontiaguda. Ex: 
Pinus sp. (Pinaceae – Fig, 11A). 
 
2. SUBULADA: cilíndrica estreitando-se para o ápice. Ex: 
cebola (Allium cepa – Liliaceae – Fig. 11B). 
3. LANCEOLADA: forma de lança; mais longa que larga, 
estreitando-se para o ápice (Fig. 11C). 
 
4. OBLANCEOLADA: forma de lança invertida, com a parte mais 
estreita na base (Fig. 11D). 
 
Figura 11. A. Folha acicular de Pinus sp.; B. Folha subulada de Allium cepa; C. Folha 
lanceolada; D. Folha oblanceolada; 
 
5. ENSIFORME: forma de espada. Ex: espada-de-São Jorge 
(Sansevieria sp. – Agavaceae – Fig. 12A). 
 
6. FALCIFORME: em forma de foice (Fig. 12B). 
 
7. ESPATULADA: em forma de espátula (Fig. 12C). 
 
8. LIGULADA: em forma de língua (Fig. 12D). 
33 
 
 
 
Figura 12. A. Folha ensiforme deSansevieria trifasciata; B. Folha falciforme; C. 
Folha espatulada; D. Folha ligulada. 
 
9. SAGITIFORME ou SAGITADA: em forma de seta, com dois 
lobos basais voltados para baixo, podendo ser retos ou 
ligeiramente encurvados (Fig. 13A). 
 
10. HASTIFORME ou HASTADA: triangular, com dois lobos 
basais voltados para o lado (Fig. 13B). 
 
11. AURICULIFORME: com dois lobos basais em forma de 
orelha. Ex: Anthurium signatum (Araceae – Fig. 13C). 
 
Figura 13. A. Folha sagitada; B. Folha hastiforme; C. Folha auriculiforme de Anthurium 
signatum. 
 
34 
 
12. LIRADA: em forma de lira, ou seja, com um grande lobo 
terminal e pequenos lobos basais. Ex: Salvia lyrata 
(Labiatae – Fig. 14A). 
 
13. OVADA: em forma de ovo. Ex: Bixa sp. (Bixaceae – Fig. 
14B) 
 
14. OBOVADA: forma de ovo invertida. Ex: Clusia sp. 
(Clusiaceae – Fig. 14C). 
 
 
 
Figura 14. A. Folha lirada de Salvia lyrata; B. Folha ovada de Bixa sp.; C. Folha 
obovada de Clusia sp. 
 
 
15. CORDIFORME: forma de coração, mais larga na base. Ex: 
Hibiscus pernambucensis (Malvaceae – Fig. 15A). 
 
16. OBCORDIFORME: forma de coração invertido (Fig. 15B). 
 
17. FLABELIFORME: em forma de leque. Ex: Ginkgo biloba 
(Ginkkgoales – Fig. 15C). 
 
35 
 
 
 
Figura 15. A. Folha cordiforme de Hibiscus pernambucensis; B. Folha obcordiforme; C. 
Folha flabeliforme de Ginkgo biloba. 
 
 
18. RENIFORME: forma de rim. Ex: Centella asiática 
(Umbeliferae – Fig. 16A). 
 
19. PANDURIFORME: em forma de violino ou rabeca (Fig. 16B). 
 
20. OBLONGA: forma mais longa que larga, com os bordos 
quase paralelos (Fig. 16C). 
 
 
 
Figura 16. A. Folha reniforme de Centella asiatica; B. Folha panduriforme; C. Folha 
oblonga 
 
 
36 
 
21. ELÍPTICA: forma de elipse, mais larga no meio. 
Comprimento equivalente à duas vezes a largura. Ex: 
Cinnamodendrom sp. (Canelaceae – Fig. 17A). 
 
22. DELTÓIDE: em forma de delta ou triângulo isósceles. O 
ápice da folha corresponde ao ápice do triângulo (Fig. 
17B). 
 
23. OBDELTÓIDE: forma de delta ou triângulo isósceles 
invertido. A base da folha corresponde ao ápice do 
triângulo. (Fig. 17C). 
 
24. ROMBOIDAL: em forma de losango ou rombo. Eixo mais 
largo localizado na metade do comprimento da folha (Fig. 
17D). 
 
 
 
Figura 17. A. Folha elíptica de Cinnamodendrom sp.; B. Folha deltóide; C. Folha 
obdeltóide; D. Folha romboidal 
 
25. “TRULLATE” (forma de pá de pedreiro): eixo mais largo 
localizado abaixo da metade do comprimento da folha 
(Fig.18A). 
 
26. “OBTRULLATE”: forma de pá de pedreiro invertida 
(Fig.18B). 
37 
 
 
27. ORBICULAR: forma mais ou menos circular (Fig. 18C). 
 
28. ASSIMÉTRICA: com dois lados desiguais, sem plano de 
simetria. Ex: Begônia sp. (Begoniaceae – Fig. 18D). 
 
 
 
Figura 18. A. Folha em forma de “pá de pedreiro” (“trullate”); B. Folha “obtrullate”; C. 
Folha orbicular; D. Folha assimétrica. 
 
29. ESCAMIFORME: forma e aspecto de escama (Fig. 4B). 
 
 
QUANTO À MARGEM OU BORDO DA LÂMINA FOLIAR 
 
1. INTEIRA ou LISA: sem reentrâncias ou divisões. Ex: Ficus 
retusa (Moraceae – Fig. 19A). 
 
2. ACULEADA: provida de espinhos; espinescente. Ex: Ilex 
aquifolium (Aquifoliaceae – Fig. 19B). 
 
3. CILIADA: circundada por tricomas (Fig. 19C). 
 
4. CRENADA: com reentrâncias arredondadas regularmente 
dispostas. Ex: violeta-africana (Saintpaulia ionantha. – 
Gesneriaceae – Fig. 19D). 
38 
 
 
 
 
Figura 19. Margens foliares: A. lisa; B. aculeada; C. ciliada; D. crenada 
 
5. CRENULADA: como a margem crenada, só que com 
reentrâncias pequenas. Diminutivo de crenada. (Fig. 20A). 
 
6. DENTADA ou DENTEADA: com dentes regulares, não 
inclinados, ou seja, formando ângulo reto com a nervura 
principal (Fig.20B). 
 
7. DENTICULADA: diminutivo de dentada (Fig. 20C). 
 
8. IRREGULARMENTE DENTADA: como a margem dentada, só que 
com dentes irregulares (Fig. 20D). 
 
 
Figura 20. Margens foliares: A. crenulada; B. dentada; C. denticulada; D. 
irregularmente dentada. 
 
39 
 
9. SERREADA: com dentes agudos e inclinados para o ápice da 
folha, como os de uma serra (Fig. 21A). 
 
10. SERRULADA: diminutivo de serreada (Fig. 21B). 
 
11. DUPLAMENTE SERREADA: serreada com dentes duplos (Fig. 
21C). 
 
12. CRISPADA: margens divididas e torcidas em mais de um 
plano, dando a aparência de encrespada. Ex: árvore-da-
felicidade (Polyscias sp. – Araliaceae – Fig. 21D). 
 
 
 
 
Figura 21. Margens foliares: A. serreada; B. serrulada; C. duplamente serreada; D. 
crispada. 
 
 
13. ONDULADA: margem suavemente ondulada no plano vertical 
(Fig. 22A). 
 
14. SINUOSA: margem suavemente ondulada no plano horizontal 
(Fig. 22B). 
 
15. REVOLUTA: margem enrolada para baixo (Fig. 22C). 
 
16. INVOLUTA: margem enrolada para cima (Fig. 22D). 
40 
 
 
 
Figura 22. Margens foliares: A. ondulada; B. sinuosa; C. revoluta; D. involuta. 
 
 
QUANTO AO ÁPICE DA LÂMINA FOLIAR (Figs. 23-25) 
 
1. ACUMINADO: margens retas a convexas, terminando em 
ângulo menor que 45
o
; ponta; excessivamente agudo. 
 
2. AGUDO: margens retas a convexas, terminando em ângulo 
agudo de 45
o
 a 90
o
. 
 
3. APICULADO: terminando em ponta pequena, aguda e 
flexível. 
 
4. CUSPIDADO:terminando em ponta aguda e resistente. 
 
5. ARISTADO ou CAUDADO: terminando subitamente em ponta 
fina e longa. Ex: Ficus religiosa (Moraceae). 
 
 
ACUMINADO AGUDO APICULADO CUSPIDADO ARISTADO 
 
Figura 23. Ápices foliares. 
 
 
41 
 
6. CIRROSO: terminando em ponta fina, longa e curvada como 
se fosse uma gavinha ou cirro. 
 
7. MUCRONADO: terminando subitamente em ponta curta, dura e 
isolada. 
 
8. OBTUSO: terminando em ângulo obtuso, maior que 90o. 
 
9. RETUSO: obtuso, com uma reentrância pouco profunda. 
 
10. ARREDONDADO: formando um arco suave. 
 
CIRROSO MUCRONADO OBTUSO RETUSO ARREDONDADO 
Figura 24. Ápices foliares. 
 
11. TRUNCADO: ápice parecendo ter sido cortado 
transversalmente. 
 
13. EMARGINADO: ápice arredondado ou truncado, com uma 
reentrância pouco profunda. 
 
14. ACULEADO: terminando num acúleo coriáceo e duro. 
 
15: OBCORDADO: terminando numa reentrância profunda. Forma 
de coração invertido. 
 
TRUNCADO EMARGINADO ACULEADO OBCORDADO 
 
Figura 25. Ápices foliares. 
 
42 
 
QUANTO À BASE DA LÂMINA FOLIAR (Figs. 26-28) 
 
1.CUNEADA ou CUNEIFORME: em forma de cunha; base de bordos 
retos, convergentes. 
 
2. ATENUADA: estreitando-se gradualmente. 
 
3. AURICULADA: terminando em apêndices arredondados, em 
forma de orelha. 
 
4. CORDADA: base reentrante, com lobos arredondados. 
 
CUNEADA ATENUADA AURICULADA CORDADA 
Figura 26. Bases foliares. 
 
5. RENIFORME: base reentrante, em forma de rim. 
 
6. SAGITADA: base reentrante, com lobos pontiagudos 
voltados para baixo. 
 
7. HASTADA: com lobos agudos, voltados para o lado. 
 
8. OBLÍQUA: terminando em lados desiguais, assimétricos. 
 
 
RENIFORME SAGITADA HASTADA OBLÍQUA 
 
Figura 27. Bases foliares. 
43 
 
9. OBTUSA: terminando em ângulo obtuso. 
 
10. TRUNCADA: base parecendo ter sido cortada 
transversalmente. 
 
11. PELTADA: quando o pecíolo se insere no meio da lâmina 
foliar. 
 
OBTUSA TRUNCADA PELTADA 
 
Figura 28. Bases foliares. 
 
 
QUANTO À VENAÇÃO OU NERVAÇÃO 
 
 A maioria das folhas apresenta uma rede bastante 
ramificada detecido vascular formando veias ou nervuras, 
as quais têm função de condução de substâncias e de 
sustentação do limbo foliar. O padrão de distribuição das 
nervuras é denominado de venação ou nervação e é definido 
com base nas nervuras visíveis externamente na folha. 
 
 As folhas podem apresentar uma ou mais nervuras 
principais, também chamadas de nervuras primárias, das 
quais partem nervuras secundárias, de menor porte. 
 Os principais tipos de venação conhecidos, com base 
nas nervuras visíveis a olho nu são: 
 
1. UNINÉRVEA ou HIFÓDROMA: quando somente a nervura 
primária é visível, estando as secundárias ausentes ou 
imersas no mesofilo. Ex: Talinum paniculatum (João Gomes –
Portulacaceae, Fig. 29A). 
44 
 
 
2. PENINÉRVEA ou PINADA: com nervuras secundárias partindo 
pinadamente da única nervura primária, ao longo de toda sua 
extensão Pode-se reconhecer dois tipos de venação pinada: 
 
a. CRASPEDÓDROMA: quando as nervuras secundárias 
terminam na margem ou bordo foliar. Ex: Ulmus rubra 
(Ulmaceae – Fig. 29B). 
 
b. CAMPTÓDROMA: quando as nervuras secundárias formam 
arcos proeminentes e não terminam na margem foliar. Ex: 
abricó (Mammea americana – Clusiaceae – Fig. 29C). 
 
3. PALMINÉRVEA, ACTINÓDROMA ou PALMATINÉRVEA: quando três 
ou mais nervuras primárias divergem radialmente partindo de 
um único ponto. Ex: Fastia japonica (Araliaceae – Fig. 29-
D). 
 
 
A B C D 
 
Figura 29. A. Folha uninérvea de Talinum paniculatum (João-Gomes); B. Venação 
peninérvea craspedódroma de Ulmus rubra; C. Venação peninérvea camptódroma de 
Mammea americana - abricó; D. Venação palminérvea de Fastia japônica. 
 
45 
 
4. PALMATIPINADA: tipo intermediário entre a venação pinada 
e a palmada, onde a porção inferior da folha apresenta 
nervuras de disposição palmada, sendo o restante pinado. 
Ex: pente-de-macaco (Apeiba tibourbou Aubl. – Tiliaceae – 
Fig. 30A). 
 
5. CURVINÉRVEA OU ACRÓDROMA: quando duas ou mais nervuras 
primárias ou secundárias bem desenvolvidas prolongam-se em 
arcos convergentes em direção ao ápice da folha. Ex: Pilea 
pumila (Urticaceae – Fig. 30B). 
 
6. PARALELINÉRVEA ou PARALELÓDROMA: quando duas ou mais 
nervuras primárias ou secundárias bem desenvolvidas e 
originadas na base da folha, correm paralelas até o ápice, 
onde convergem. Ex: Eleusine indica (Gramineae – Fig. 30C). 
 
A B C 
 
Figura 30. A. Venação palmatipinada de Apeiba tibourbou; B. 
Venação curvinérvea de Pilea pumila ; C. Venação paralelinérvea de 
Eleusine indica. 
 
QUANTO À INSERÇÃO NO CAULE 
 
1. PECIOLADA:com pecíolo (Fig. 31A). 
 
2. SÉSSIL: sem pecíolo (Fig. 31B). 
46 
 
3. INVAGINANTE: com bainha que envolve o caule em grande 
extensão (Fig 31C). 
 
4. DECURRENTE: quando a base da folha se estende ao longo 
do caule sem abraça-lo (Fig. 31D). 
 
5. AMPLEXICAULE: folha séssil que apresenta a base do limbo 
foliar abraçando o caule. Ex: serralha (Sonchus oleraceous 
– Compositae – Fig. 31E). 
 
6. PERFOLIADA ou PERFOLHADA: quando a base do limbo foliar 
desenvolve-se circundando o caule de tal modo que este 
parece atravessar a folha. Ex: Specularia sp. (Fig. 31F). 
 
7. ADUNADA: folhas opostas, sésseis, soldadas por suas 
bases, aparentando ter sido perfuradas pelo caule. Ex: 
barbasco (Buddleja brasiliensis – Apocynaceae – Fig. 31G). 
 
8. OCREADA: provida de ócrea, ou seja, formação com aspecto 
de bainha que envolve o caule, formada pelo concrescimento 
das estípulas (Fig. 31H). 
 
 
 
Figura 31. Tipos de inserção da folha ao caule: A. Peciolada; B. Séssil; C. Invaginante; D. Decurrente; 
E. Amplexicaule (Sonchus oleraceus); F. Perfoliada (Specularia sp.); G. Aduanada (Buddleja 
brasiliensis); H. Ocreada. 
47 
 
QUANTO À DISPOSIÇÃO NO CAULE 
 
 O estudo da disposição das folhas no caule é 
denominado de filotaxia. Os principais tipos de filotaxia 
são: 
 
1. ALTERNA: com uma única folha por nó. Ex: Sida acuta 
(Malvaceae – Fig. 32A). 
 
2. OPOSTA: com duas folhas em cada nó, dispostas uma em 
frente à outra. A filotaxia oposta pode ser: 
 
 a. OPOSTA CRUZADA ou DECUSSADA: quando cada par de 
folhas cruza-se em ângulo reto com o par seguinte. Ex: 
Salvia urticifolia (Labiateae – Fig. 32B); porção proximal 
(basal) dos ramos de Eucalyptus globulus (Myrtaceae – Fig. 
32C). 
 
 b. OPOSTA DÍSTICA: quando os pares são superpostos. 
Ex: porção distal (apical) dos ramos de Eucalyptus globulus 
(Fig.32C). 
 
3. VERTICILADA: com três ou mais folhas em cada nó, 
partindo de pontos diferentes. Ex: Peperomia pulchilla 
(Fig. 32D). 
 
4. GEMINADA: com um par de folhas em cada nó, saindo de um 
mesmo ponto. Ex: Solanum jamaicensis (Solanaceae – Fig. 
32E). 
 
6. ROSULADA ou ROSETADA: quando as folhas estão muito 
juntas por ocorrer entrenós curtos, dando a impressão de 
que todas as folhas partem de um mesmo nó: aspecto de 
roseta. Ex: Capsella bursa-pastoris (Cruciferae – Fig. 
32F). 
48 
 
5. FASCICULADA: com três ou mais folhas em cada nó, 
partindo de um mesmo ponto, isto é, reunidas em feixes. Ex: 
cuia (Crescentia cujete – Bignoniaceae – Fig. 32G). 
 
 
Figura 32. Tipos de Filotaxia: A. Alterna em Sida acuta (Malvaceae); B. Oposta cruzada em 
Salvia urticifolia (Labiateae); C. Oposta cruzada na porção basal (proximal) e posta dística na 
porção apical (distal) de um ramo de Eucalyptus globulus (Myrtaceae); D. Verticilada em 
Peperomia pulchilla; E. Geminada em Solanum jamaisensis (Solanaceae); F. Rosulada em 
Capsella bursa-pastoris (Cruciferae); G. Fasciculada em Crescentia cujete (Bignoniaceae). 
49 
 
 
FOLHAS REDUZIDAS OU MODIFICADAS 
 
1. COTILÉDONES: folha primordial ou embrionária. A primeira 
folha da planta. Ex: Ipê-mandioca (Cybistax 
antissyphilitica - Bignoniaceae – Fig.33A); feijão 
(Phaseolus vulgaris - Leguminosae/Papilionoideae – Fig. 
33B). 
 
 
 
Figura 33. A. Cotilédone foliáceo de Cybistax antisyphilitica; B. Cotilédone carnoso de 
Phaseolus vulgaris. (co = cotilédone, ep = epicótilo, hi = hipocótilo, ra = raiz). 
 
 
2. CATÁFILOS: folhas reduzidas, escamiformes, geralmente 
aclorofiladas. Podem ser encontradas protegendo gemas 
apicaiS e laterais como em Fastia japonica (Fig. 34B); em 
caules aéreos substituindo as folhas normais como em 
Casuarina equisetifolia (Casuarinaceae – Fig. 34A) ou em 
caules subterrâneos como na orquídea Polystachia pubescens 
(Orquidaceae – Fig. 34C) 
50 
 
 
Figura 34. A. Catáfilos de Casuarina equisetifolia; B. Catáfilos de Fastia japonica; C. 
Catáfilos no bulbo de Polystachya pubescens; ( c = caule, ct = catáfilo, , fo = folha). 
 
 
3. HIPSÓFILOS: folhas modificadas, situadas entre as folhas 
normais (nomófilos) e as flores. Podem ser: 
 
a- BRÁCTEA: Ex: Heliconia peruviana (Fig. 35A); 
primavera (Bougainvillea sp. Nictaginaceae – Fig.35B). 
 
 
 
Figura 35. A. Bráctea de Heliconia peruviana; B. Bráctea de Boungainvillea 
sp. (br = bráctea, ca = caule, fl = flor). 
 
b- ESPATA: Ex. espécies da família Araceae como 
Spathyphillum sp (Fig.36A) e Monstera deliciosa (Fig. 
36B). 
 
51 
 
 
Figura 36. A. Espata de Spathyphyllum sp.; B. Espata de Monstera deliciosa (es = espata, in = 
inflorescência). 
 
4. FOLHAS CARNÍVORAS: folhas ou partes foliares modificadas 
que aprisionam e digerem pequenos animais. São exemplos de 
gêneros de plantas carnívoras: 
 
- Sarracenia e Nepenthes: plantas que apresentam a folha ou 
parte da folha modificada numa estrutura em forma de jarra, 
denominada ascídio. Ex: Sarraceniaflava (Sarraceniaceae – 
Fig. 37A) e Nepenthes coccinea (Nepenthaceae – Fig. 37B). 
 
 
Figura 37. A. Ascídeo de Sarracenia flava; B. Ascídeo de Nepenthes coccinea ( as = ascídeo, 
 lf = lâmina foliar). 
52 
 
 
- Utricularia: gênero de planta aquática com folhas 
submersas profundamente modificadas em forma de urna, 
denominadas de utrículo. Ex.: Utricularia minor 
(Lentibulariaceae, Fig. 38 A-B). 
 
- Dionaea: planta também pertencente à família Droseraceae, 
cujas folhas apresentam-se divididas em duas metades com 
bordo fimbriado, que se fecham rapidamente quando um inseto 
pousa sobre ela, aprisionando-o em seu interior. Ex: 
Dionaea muscipula (Droseraceae, Fig. 38C). 
 
 
Figura 38. A.. Ramo submerso de Utricularia minor; B. Detalhe de utrículo de Utricularia 
minor; C. Folha de Dionaea muscipula ( e = emergência, fi = folha insetívora, t = tricomas, tg 
= tricoma glandular, ut = utrículo, va = válvula). 
 
 
- Drosera: pequena planta herbácea de ambientes úmidos, 
pertencente à família Droseraceae, cujas folhas rosetadas 
apresentam longos tricomas glandulares que secretam uma 
substância viscosa, à qual ficam presos os insetos que aí 
pousam. 
 
 
53 
 
MODIFICAÇÕES DE RAÍZES CAULES E FOLHAS 
 
1. ESPINHOS 
 Estruturas endurecidas e pontiagudas, geralmente 
lignificadas e vascularizadas que se formam por modificação 
total ou parcial de órgãos vegetais. 
 Os espinhos podem ser modificações de: 
- Raízes laterais como ocorre no buriti (Mauritia sp - 
Palmae); 
- Caules e ramos caulinares como em Prunus spinosa 
(Rosaceae, Fig. 39A), Carissa bispinosa (Apocynaceae, Fig. 
39B), Balanitis aegyptiaca (Balanitiaceae, Fig. 39C), Ulex 
europeus (Leguminosae, Fig.39D) e muitas espécies do gênero 
Citrus (Rutaceae). 
 Podem também se formar por modificação total de folhas 
como em Ulex europeus (Fig 39D) ou partes foliares como: 
- Pecíolos: Ex: Ribes uva-crispa (Saxifragaceae – Fig. 39E) 
- Folíolos: Ex: Desmoncus horridus (Palmae – Fig. 39F). 
- Estípulas: Ex: Acácia paradoxa (Leguminosae – Fig. 39G). 
 
2. ACÚLEOS 
 São emergências rígidas e pontiagudas semelhantes à 
espinhos, só que têm origem epidérmica e, portanto, não são 
vascularizadas e geralmente não têm posição definida, sendo 
facilmente destacáveis. Ex: acúleo caulinar de Rosa sp 
(Rosaceae - Fig.39H), acúleo foliar de Solanum reflexum 
(Solanaceae - Fig.39I). 
 
54 
 
 
Figura 39. Espinhos e Acúleos: A. Espinho caulinar de Prunus spinosa; B. Espinho caulinar de 
Carissa bispinosa; C. Espinho caulinar de Balanites aegyptiaca; D. Espinho caulinar e foliar de Ulex 
europaeus; E. Espinho peciolar de Ribes uva-crispa; F. Espinho foliolar de Desmoncus sp.; G. Espinho 
estipular de Acacia paradoxa; H. Acúleo caulinar de Rosa sp.; I. Acúleos foliares de Solanum reflexum. 
 
3. GAVINHAS 
 Estruturas filamentosas que são sensíveis ao estímulo 
de contato, enrolando-se em torno de um suporte e 
possibilitando, desta maneira, que a planta fique ereta. 
55 
 
Como os espinhos, as gavinhas podem se desenvolver 
por modificação total de órgãos como ocorre com os ramos 
caulinares de chuchu (Sechium edule - Cucurbitaceae, 
Fig.40A), Cissus quadrangularis (Vitaceae, Fig. 40B), uva 
(Vitis vinifera - Vitaceae) e maracujá (Passiflora sp.- 
Passifloraceae); com as folhas de Lathyrus aphaca 
(Leguminosae/Faboideae - Fig. 40C) e com raízes adventícias 
de Vanilla sp. (Orquidaceae) ou por modificação de partes 
foliares como os folíolos de Pirostegia venusta 
(Bignoniaceae, Fig. 40D), com a raque de Cleomatis montana 
(Ranunculaceae, Fig. 40E), e a estípula de Smilax 
lancaefolia (Liliaceae, Fig. 40F). 
 
 
 
 
 
Figura 40. Gavinhas: A. Gavinha caulinar de Sechium edule (chuchú); B. Gavinha caulinar de Cissus 
quadrangularis; C. Gavinha foliar de Lathyrus apliaca; D. Gavinha foliolar de Pirostegia venusta (cipó-
de-São João); E. Gavinha da raque de Clematis montana; F. Gavinha estipular de Smilax lancaefolia. 
 
 
56 
 
4. DOMÁCIAS 
 São formações ou transformações que ocorrem em algumas 
partes vegetais e que servem de habitação à pequenos 
animais que vivem em simbiose com a planta. 
 As domácias ocorrem principalmente em caules e folhas 
e podem apresentar-se sob as mais variadas formas como tufo 
de pelos, cavidades, bolsas, sacos ou depressões. Estas 
estruturas são encontradas principalmente em plantas 
lenhosas arbustivas e arbóreas de regiões tropicais e 
subtropicais, podendo também ser encontradas em plantas de 
regiões frias, mas até o momento nunca foram descritas em 
plantas de ambientes permanentemente secos. 
De acordo com o tipo de animal que ocupa a domácia, 
esta pode receber uma denominação especial como por exemplo 
acarodomácia (quando são ocupadas por ácaros) e 
mirmecodomácia (quando ocupada por formigas). Nas florestas 
tropicais úmidas a mirmecodomácia é o tipo mais comum 
ocorrendo por exemplo na embaúba (Cecropia sp - Moraceae) 
sob a forma de cavidade no centro do caule (caule 
fistuloso); em Tococa guianensis (Melastomataceae, Fig.41A) 
que apresenta bolsas intumescidas na base da lâmina foliar 
e em Cordia nodosa (Boraginaceae – Fig. 41B-D) cujas bolsas 
lignificadas têm origem provavelmente de modificação 
caulinar. 
 
5. GALHAS 
 Estruturas que se formam como respostas à danos 
ocasionados pela ocupação da planta por animais como 
nematóides e vários tipos de insetos. As galhas podem 
apresentar diferentes formas sendo cada uma delas, típica 
do ataque de uma determinada espécies animal em uma 
determinada espécie de planta. Uma mesma espécie vegetal 
57 
 
pode desenvolver diferentes tipos de galha dependendo do 
animal galhador. Ex: Quercus sp. (Fig. 41E-F). 
 
Figura 41. Domácias e Galhas: A. Mirmecodomácia da folha de Tococa guianensis; B - D. 
Mirmecodomácia de Cordia nodosa: B. Aspecto geral do ramo; C. Detalhe da domácia 
caulinar; D. Domácia aberta longitudinalmente; E. Galha foliar de Quercus sp. causada por 
Neuroterus quercusbaccarum; F. Galha caulinar de Quercus sp. causada por Andricus kollari 
(ca = caule, cp = cicatriz peciolar, gl = galha, fo = folha, md = mirmecodomácia, pe = pecíolo). 
58 
 
 
MORFOLOGIA DA FLOR 
 
 A flor, presente apenas no grupo das Angiospermae 
(Magnoliophyta), é considerada um ramo caulinar 
profundamente modificado formando o eixo de sustentação da 
flor que é denominado de pedúnculo. O pedúnculo tem o ápice 
dilatado formando o receptáculo floral, no qual se inserem 
folhas também profundamente modificadas, sendo algumas 
estéreis e outras férteis. As folhas estéreis (sépalas e 
pétalas) têm função de proteção dos órgãos reprodutivos ou 
de atração de polinizadores enquanto que as folhas férteis 
formam os órgãos sexuais masculino(androceu) e feminino 
(gineceu).Figura 1. 
 
 
Figura 1. Estrutura externa da flor 
 
 Na maioria das espécies vegetais, as folhas estéreis e 
férteis se inserem no receptáculo floral formando círculos 
ou verticilos florais e, nesse caso, a flor é considerada 
59 
 
cíclica (Figura 2). Quando as folhas estéreis e férteis se 
dispõem no receptáculo floral formando uma espiral 
contínua, as flores são chamadas de acíclicas, que é um 
caráter morfológico considerado menos evoluído (mais 
antigo) entre os vegetais, como ocorre na Victoria regia 
(Figuras 3). 
 
 
 
Figura 2. Diagrama de uma flor 
cíclica 
Figura 3. Diagrama de uma flor 
acíclica 
 
VERTICILOS FLORAIS 
Os verticilos florais podem ser divididos em 
externos e internos. 
1. Verticilos Florais Externos: também denominadode 
perianto, são formados pelo cálice (conjunto de sépalas) 
e corola (conjunto de pétalas). 
Quando sépalas e pétalas são muito parecidas, elas 
são chamadas de tépalas e o perianto recebe a 
denominação de perigônio,como ocorre nas Liliaceae. 
 
 
2. Verticilos Florais Internos: também chamados de 
reprodutores, compreendem o androceu e gineceu. 
60 
 
 2.1. ANDROCEU: órgão reprodutor masculino da flor, 
formado pelo conjunto de estames (Figura 4). Cada estame 
é formado por: 
a- FILETE: haste que sustenta a antera. 
 b- CONECTIVO: tecido que une as duas tecas e 
onde se insere o filete. 
 c- ANTERA: porção dilatada, geralmente com 
duas tecas, onde são formados os grãos de pólen. 
 
Figura 4. Esquema de um estame. 
 
A antera é revestida por tecido epidérmico 
denominado exotécio e apresenta uma camada sub-
epidérmica denominada endotécio. O endotécio normalmente 
apresenta células com paredes espessadas e está 
relacionado com a deiscência, ou seja, a abertura da 
antera para eliminar os grãos de pólen. 
A antera jovem geralmente tem 4 sacos polínicos 
(microsporângios) dispostos aos pares, os quais contêm 
as células-mãe dos grãos de pólen (Figura 5). Cada saco 
polínico é revestido por uma camada de células 
denominada de tapete, que tem função de nutrir os grãos-
de-pólen. 
61 
 
 
Figura 5. Corte transversal da antera jovem de Apeiba tibourbou (Fam. 
Tiliaceae) 
 
 Na antera madura os sacos polínicos fundem-se 
lateralmente formando dois sacos que contém os grãos de 
pólen maduros (Figura 6). 
 
 
Figura 6. Microfotografia do corte transversal da antera madura de 
Lulium pumilum (Liliaceae) – (Fonte: Laboratório de Anatomia 
Vegetal, IBILCE-UNESP) 
 
62 
 
Os grãos de pólen são liberados da antera pelo 
mecanismo de deiscência (Figura 7) que pode ser: 
longitudinal (através de uma fenda longitudinal em cada 
teca) valvar (através de pequenas valvas) ou poricida 
(através de poros apicais). 
 
Figura 7. a) Secção transversal de uma antera madura evidenciando as 
duas tecas e os quatro sacos polínicos. b) antera com deiscência 
longitudinal; c) antera com deiscência transversal; antera com 
deiscência poricida (seta indicando poro); e)antera com deiscência 
valvar (Fonte: Spichiger et al. 2000) 
 
d- GRÃO DE PÓLEN (micrósporo ou esporo masculino): 
corpúsculo que dará origem aos gametas masculinos 
(Figuras 8 e 9). É formado por: 
- EXINA: membrana externa que pode ser lisa ou 
apresentar configurações. Possui poros por onde passa o 
tubo polínico. 
- INTINA: membrana interna. 
63 
 
- MACRONÚCLEO ou NÚCLEO VEGETATIVO: formador do 
tubo polínico . 
- MICRONÚCLEO OU NÚCLEO REPRODUTIVO: formador dos 
microgametas. 
 
Figura 8. Grão de pólen de 
Curcubita pepo 
Figura 9. Grão de pólen, mostrando a exina e 
os núcleos vegetativo e germinativo 
 
 
 2.2. GINECEU: Órgão reprodutor feminino da flor, 
formado por uma ou mais pistilos. O pistilo é a unidade 
morfológica do gineceu e é formado por uma ou mais 
folhas carpelares. As folhas carpelares são estruturas 
foliares profundamente modificadas, com função de 
proteger o óvulo, o qual contem o gameta feminino 
(Figura 10). Cada pistilo é formado por: 
 
Figura 10. Gineceu 
 
 a - ESTIGMA: parte superior do estilete, adaptada a 
receber o grão de pólen. É revestido por uma epiderme 
64 
 
glandular que secreta o fluido estigmático, composto de 
açúcares, óleos e aminoácidos. Essa epiderme pode ser 
papilosa, possuir tricomas curtos e densos como em 
Hibiscus sp.(Figura 11), ou longos e ramificados como 
nas gramíneas e outras plantas polinizadas pelo vento. 
 A estrutura do estigma está diretamente relacionada 
com o tipo de polinização e tanto estigma quanto 
estilete, têm características histológicas e 
fisiológicas especiais para facilitar a germinação do 
grão de pólen e a penetração do tubo polínico. 
 
b- ESTILETE: parte tubular, mais ou menos alongada 
que faz ligação entre o ovário e o estigma. O estilete é 
revestido internamente por um tecido especializado, o 
tecido transmissor, que tem a função de alimentar o tubo 
polínico durante seu crescimento. 
 O estilete pode ser oco ou maciço. Quando é oco, o 
tubo polínico cresce entre as papilas do tecido 
transmissor que reveste internamente o estilete. Quando 
é maciço, o tubo polínico secreta enzimas capazes de 
desintegrar a lamela média, crescendo, então, entre as 
células do tecido transmissor. 
 
c- OVÁRIO: parte basal, dilatada, com função de 
proteger os óvulos, os quais contém o gameta feminino, a 
oosfera. Os óvulos formam-se nos bordos ou margens das 
folhas carpelares e prendem-se à parede do ovário 
através de um tecido denominado placenta. 
 
Por ter origem foliar, o ovário apresenta epiderme 
abaxial ou externa, mesofilo e epiderme adaxial ou interna. 
65 
 
A epiderme, principalmente a externa, pode apresentar 
estômatos e tricomas dos mais variados tipos. 
O mesofilo carpelar geralmente é indiferenciado e os 
feixes vasculares geralmente são concêntricos, encontrando-
se imersos no mesofilo. 
 
d- ÓVULO (Figura 11): é formado por: 
- FUNÍCULO: cordão que une o óvulo à placenta. 
- HILO: região de inserção do funículo ao óvulo. 
- CALAZA: região de união do nucelo com os 
tegumentos do óvulo. 
- TEGUMENTOS EXTERNO e INTERNO: formados por uma ou 
mais camadas de células que envolvem o nucelo, deixando 
uma abertura denominada micrópila, por onde penetra o 
tubo polínico. Após a fecundação os tegumentos do óvulo 
darão origem aos tegumentos da semente. 
- NUCELO: tecido nutritivo que envolve o saco 
embrionário. 
- SACO EMBRIONÁRIO: corresponde ao esporo feminino 
das plantas superiores (macrósporo) e é formado por 6 
células e 2 núcleos. 
- OOSFERA: gameta feminino que após a fecundação 
irá formar o embrião da semente. 
 - SINÉRGIDES e ANTÍPODAS: células acessórias. 
 - NÚCLEOS POLARES: darão origem ao endosperma da 
semente após a fecundação. 
66 
 
 
Figura 11. Estrutura de um óvulo anátropo 
 
NOMENCLATURA FLORAL 
1- QUANTO À PRESENÇA DE PEDÚNCULO 
 a. Pedunculada: com pedúnculo 
 b. Séssil: sem pedúnculo 
 
2- QUANTO AO NÚMERO DE PEÇAS DO PERIANTO 
 a. Aclamídea, aperiantada ou nua: sem os dois 
verticilos florais externos. Ex.: Gramíneas 
 b. Monoclamídea, monoperiantada ou haploclamídea: 
ausência de um dos verticilos florais externos. Ex: 
Ricinus comunnis. 
 
 c. Diclamídea, diperiantada ou diploclamídea: com 
os dois verticilos florais externos. Ex: Alamanda sp 
 d. Triclamídea: com três verticilos florais. Ex: 
Hibiscus sp. 
67 
 
 
3- QUANTO À HOMOGENEIDADE DO PERIANTO: 
 a. Homoclamídea: sépalas e pétalas iguais em 
número, cor e forma, sendo chamadas de tépalas. 
Hemerocallis sp (lírio). 
 b. Heteroclamídea: sépalas e pétalas diferentes 
entre si. Ex. Hibiscus sp. 
 
4- QUANTO À SIMETRIA 
 a. Actinomorfa: com vários planos de simetria 
(simetria radiada). Ex: Hibiscus sp. 
 b. Zigomorfa: com um plano de simetria (simetria 
bilateral). Ex: Família Orquidaceae e Fabaceae 
 c. Assimétrica: sem plano de simetria. 
 
5- QUANTO À SOLDADURA DAS SÉPALAS 
 a. Gamossépala ou Sinssépala: com sépalas fundidas. 
 b. Dialissépala ou Corissépala: com sépalas livres. 
 
6- QUANTO À SOLDADURA DAS PÉTALAS 
 a. Gamopétala ou Simpétala: com pétalas fundidas. 
 b. Dialipétala ou Coripétala: com pétalas livres. 
 
7- QUANTO AO NÚMERO DE PÉTALAS E SÉPALAS 
 a. Trímera: com três ou múltiplos de três. Ex: 
Monocotiledôneas. 
 b. Tetrâmera:com quatro ou múltiplo de quatro 
 c. Pentâmera: com cinco ou múltiplo de cinco 
68 
 
 
8- QUANTO AO SEXO 
 a. Flor Unissexual ou diclina (origem grega: clino 
= leito, repouso): flores que apresentam apenas um dos 
órgãos reprodutores, podendo ser unissexual feminina 
quando apresenta apenas gineceu ou unissexual masculina 
quando apresenta apenas androceu. 
 
Figura 12. Flor unissexual feminina Figura 13. Flor unissexual masculina 
 
 Quando uma espécie apresenta flores diclinas 
(unissexuais) ela pode ser: 
 - Monóicas: quando as flores unissexuais ocorrem no 
mesmo indivíduo (Ex: Ricinus communis). 
 - Dióicas: quando as flores unissexuais ocorrem em 
indivíduos diferentes. Nesse caso a espécie apresenta 
indivíduos masculinos e indivíduos femininos. 
 
Figura 14. Planta Monóica Figura 15. Planta Dióica 
69 
 
 b. Flor Hermafrodita ou Monoclina: apresenta 
androceu e gineceu. As plantas que apresentam flores 
monoclinas são denominadas hermafroditas. Ex: Hibiscus 
sp. 
 
Figura 16. Planta hermafrodita: que apresenta flores monoclinas 
 
 c. Estéril ou neutra: sem androceu e gineceu. As 
flores estéreis geralmente ocorrem associadas à 
inflorescências e podem ter função de atrair 
polinizadores. 
Ex: Arum sp. 
 
NOMENCLATURA RELATIVA AO ANDROCEU 
1. QUANTO À SOLDADURA DOS ESTAMES O ANDROCEU PODE SER: 
 a- Dialiastêmone: estames livres entre si. 
 b- Gamostêmone: estames soldados. O androceu 
gamostêmone pode ser: 
 - Monadelfo: filetes soldados em um único 
feixe, formando um prolongamento do eixo floral que 
sustenta as anteras e é denominado andróforo. Quando 
esta estrutura é formada pelo androceu e gineceu, é 
70 
 
denominada androginóforo ou ginandróforo. Ex: 
representantes da família Malvaceae, como o Hibiscus sp. 
 - Diadelfo: filetes soldados em dois feixes ou 
em um feixe e um estame. 
 - Triadelfos: filetes soldados em três feixes. 
 - Poliadelfos: filetes soldados em mais de 
três feixes. 
 
NOMENCLATURA RELATIVA AO GINECEU 
1. QUANTO À SOLDADURA DOS CARPELOS: 
 a. Dialicarpelar ou Apocárpico: carpelos livres 
entre si. Ex: Fragaria vesca (morango). 
 b. Gamocarpelar ou Sincárpico: carpelos fundidos. 
Ex: Hibiscus sp. 
 
2. QUANTO AO NÚMERO DE CARPELOS: 
 a. Unicarpelar: formado por uma única folha 
carpelar. 
 b. Bicarpelar: formado por duas folhas carpelares 
 c. Tricarpelar: formado por três folhas carpelares 
 d. Pluricarpelar: formado por mais de três folhas 
carpelares 
 
3. QUANTO AO NÚMERO DE LOJAS OU LÓCULOS: 
 a. Unilocular: com um só lóculo 
 b. Bilocular: com dois lóculos 
 c. Trilocular: com três lóculos 
 d. Plurilocular: com mais de três lóculos 
 
71 
 
 
Figura 17. Cortes transversais evidenciando os tipos de ovários de acordo com o 
número de lóculos. 
 
4. QUANTO À POSIÇÃO QUE OCUPA, O OVÁRIO PODE SER: 
 a. Súpero: verticilos florais inseridos abaixo do 
ovário. Neste caso a flor é denominada hipógina.Ex: 
Apeiba tibourbou. 
 b. Ínfero: verticilos florais inseridos acima do 
ovário que fica localizado numa escavação do receptáculo 
floral. Neste caso a flor é denominada epígina. Ex: 
Fuchisia sp. 
 c. Semi-ínfero:verticilos florais inseridos na 
região mediana do ovário. Neste caso a flor é denominada 
perígina. Ex: Tibouchina sp. 
72 
 
 
Figura 18. Tipos de flores segundo a disposição relativa dos verticilos florais: a. flor hipógina , com 
ovário súpero; b. flor perígina, com ovário semi-ínfero; c. flor epígina, com ovário ínfero. 
 
5. QUANTO À PLACENTAÇÃO 
 A placentação é a maneira como se dispõe a placenta 
(ou placentas) e consequentemente os óvulos ( e mais 
tarde as sementes) no ovário. Depende principalmente do 
número de folhas carpelares de como elas se fundiram 
para formar o ovário. Os principais tipos de placentação 
são (Figura 14): 
 a. Parietal: quando os óvulos se encontram presos à 
parede do ovário que é uni ou pluricarpelar e 
unilocular. 
 b. Axilar: quando num gineceu sincárpico, 
plurilocular, os óvulos se inserem nos bordos de cada 
carpelo, na porção central do ovário. 
 c. Axial ou Central livre: quando os óvulos se 
inserem sobre um eixo central em um ovário sincárpico, 
unilocular. 
 
73 
 
 
Figura 19. Principais tipos de placentação: A. parietal; B. axilar; C e D. axial ou 
central livre 
(fonte: http://www.bcb.uwc.ac.za/ecotree/flowers/flowerparts2.htm) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
74 
 
INFLORESCÊNCIA 
 É o conjunto de flores ou qualquer sistema de 
ramificação terminando em flores. As inflorescências 
podem ser axilares, quando se formam na axila de 
folhas,opostas às folhas quando se formam no lado oposto 
a elas, ou terminais, quando ocorrem no final de um 
ramo. 
 
 
 Elas também podem ser simples, quando o pedúnculo 
principal produz ramos (pedicelos) com uma flor, ou 
compostas, quando os pedicelos se ramificam. 
 
 
 
75 
 
1. INFLORESCÊNCIAS SIMPLES, INDEFINIDAS (Racemosas ou 
Racimosas): resultante de um sistema de ramificação 
monopodial, ou seja, cujo eixo principal (pedúnculo), 
desenvolve-se pela atividade de uma única gema, sendo 
cada ramificação do pedúnculo denominada de pedicelo. 
 
1.1. Cacho ou Racemo: flores situadas em pedicelos 
saindo de diversos níveis do pedúnculo principal, e 
atingindo diferentes alturas. Ex: Crotalaria retusa 
(Leguminoseae) 
 
1.2. Corimbo: pedicelos saindo de diversos níveis do 
pedúnculo principal, com as flores atingindo 
aproximadamente a mesma altura. Ex. Spathodea 
sp.(Bignoniaceae). 
 
 
Cacho Corimbo 
 
1.3. Espiga: Flores sésseis situadas em várias alturas 
do pedúnculo principal. Ex: Zea mays (Gramineae). 
 
76 
 
1.4. Espádice: variação da espiga em que o eixo 
principal é mais carnoso. As flores geralmente são 
unissexuais e o conjunto é envolvido por uma folha 
modificada (hipsófilo), denominada espata. Ex. Anthurium 
sp.(Araceae). 
 
Espiga Espiguilha Espádice 
 
1.5. Umbela: pedicelos saem do mesmo ponto do pedúnculo 
principal e as flores atingem aproximadamente a mesma 
altura. Inflorescência típica da família Umbeliferae. 
Ex. Pimpinella anisum (erva-doce), Coriandrum 
sp.(coentro). 
 
1.6. Capítulo: quando o pedúnculo se alarga na 
extremidade superior, formando um receptáculo côncavo, 
plano ou convexo, onde as flores sésseis, se inserem 
muito próximas umas das outras. Este receptáculo é 
rodeado por um conjunto de brácteas. Inflorescência 
típica da família Compositae. Ex. Helianthus annuus 
(girassol), Chrysanthemum sp. (margarida), Lactuca 
sp.(alface), Matricaria sp.(camomila). 
 
77 
 
 
 
Umbela Capítulo 
 
 
2. INFLORESCÊNCIAS SIMPLES, DEFINIDAS (CIMOSAS): 
2.1. Monocásio ou Cimeira Unípara: resultante de um sistema 
de ramificação simpodial, ou seja, o eixo principal é 
formado pela atividade sucessiva de várias gemas quando o 
eixo principal e os secundários terminam com uma flor. A 
inflorescência do tipo monocásio pode ser: 
 a. Escorpióide (cincino): quando os eixos 
secundários saem sempre do mesmo lado. Ex: Myosotis 
(Fam. Boraginaceae). 
 b. Helicóide: eixos secundários saem em lados 
alternados. Ex: Hemerocallis (açucena-amarela), Lilium 
candidum (Lírio). 
 
Monocásio Escorpióide Monocásio Helicóide 
78 
 
 
 
2.2. Dicásio ou Cimeira Bípara: eixo floral com 
ramificação em dicásio. Ex: Begonia sp.(Begoniaceae). 
 
Cimeira Bípara (Dicásio) 
 
2.3. Pleiocásio ou Cimeira Multípara: o eixo principal 
termina numa flore dele partem vários eixos secundários 
que também terminam numa flor, os quais podem, 
igualmente, originar vários eixos. Ex: Ixora sp. 
(alfinete - Rubiaceae). 
 
2.4. Glomérulo: flores muito próximas entre si, 
aglomeradas de forma mais ou menos globosa. Ex. Leonotis 
nepetaefolia (cordão-de-frade), Boheria sp (Rubiaceae). 
 
2.5. Ciátio: Uma flor feminina nua, pedicelada, rodeada 
por várias flores masculinas, cada uma com um único 
estame articulado com o pedicelo. Todo o conjunto é 
rodeado por um cálice de brácteas. Ex. Euphorbia 
splendens (coroa-de-Cristo). 
 
79 
 
2.6. Sicônio: o receptáculo floral é suculento e 
escavado, formando uma urna provida de poro apical, ou 
em forma de taça quase fechada, onde se inserem as 
flores unissexuais. Ex. Ficus carica (figo). 
 
 
3. INFLORESCÊNCIAS COMPOSTAS 
As inflorescências compostas podem ser: 
 - Homogêneas: quando o eixo principal e os 
secundários apresentam o mesmo tipo de ramificação. Ex: 
Cacho de cachos (Panícula), Umbela de umbelas 
(Petroselinum crispum, salsa), corimbo de corimbos. 
 
 
Cacho de cachos 
(Panícula) Corimbo de corimbos 
 
 
 - Heterogêneas: quando apresentam diferentes 
tipos de ramificação. Ex: dicásio de ciátios (Euphorbia 
splendens, coroa-de-Cristo, cacho de dicasios. 
80 
 
 
Cacho de dicásios 
 
 
81 
 
IV.POLINIZAÇÃO 
 
 A polinização é o transporte do grão-de-pólen da 
antera até o estigma, processo que normalmente necessita 
de um agente polinizador. 
 Na maior parte das espécies, para que a polinização 
ocorra é necessário abertura das flores para expor os 
órgãos reprodutores. O processo de abertura das flores é 
denominado antese e inicia-se com o afastamento 
gradativo das sépalas e pétalas do botão floral, expondo 
os órgãos masculinos e femininos da flor. 
 A antese pode ocorrer durante o dia ou à noite, e 
termina quando o pólen já foi liberado e o estigma não 
está mais receptivo. 
 
 
1. TIPOS DE POLINIZAÇÃO 
 
 a. Autopolinização ou Autogamia (auto = mesmo, 
próprio): quando o pólen de uma flor é transportado para 
o estigma da mesma flor. 
 
 b. Polinização Cruzada ou Alogamia (alo = outro, 
estranho) quando o pólen de uma flor é transportado para 
o estigma de uma outra flor. Pode-se distinguir dois 
tipos de alogamia: 
 - Geitonogamia (geito = vizinho, próximo): 
quando o pólen de uma flor é transportado para o estigma 
de uma outra flor do mesmo indivíduo. 
82 
 
 - Xenogamia (xeno = estrangeiro): quando o 
pólen de uma flor é transportado para o estigma da flor 
de um outro indivíduo. 
 
2. ADAPTAÇÕES À POLINIZAÇÃO 
 A polinização pode ser levada a termo por agentes 
abióticos (água e vento) ou bióticos (insetos, pássaros, 
morcegos, homem) e o conjunto de características 
adaptativas que as flores apresentam para serem 
polinizadas por determinado agente é denominado síndrome 
de polinização. 
 
2.1. Anemofilia (polinização pelo vento; anemo = vento; 
filia = afinidade, apego): As plantas polinizadas pelo 
vento são chamadas de anemófilas e podem apresentar a 
seguinte síndrome: 
 Perianto nulo ou quase nulo; 
 Sem cor, sem aroma, sem néctar; 
 Superprodução de pólen; 
 Grão-de-pólen pequeno, farinhoso (seco), leve; 
 Estames com filetes compridos e flexíveis; 
 Estigma plumoso, de grande superfície; 
 Redução no número de óvulos. 
 
2.2. Hidrofilia: Plantas cujo agente polinizador é a 
água. Esta adaptação é considerada uma condição derivada 
para as plantas superiores. Os casos de hidrofilia são 
muito particulares, não apresentando adaptações comuns 
que constituam uma síndrome. 
83 
 
 A hidrofilia pode ocorrer na superfície da água ou 
dentro dela: 
 2.2.1. Epihidrofilia: Polinização na superfície da 
água. Nesse tipo de polinização geralmente o pólen é 
liberado na água e flutua até atingir o estigma que está 
exposto como, por exemplo, em Ruppia, Callitriche, 
Vallisneria, Lemna e 
Elodea. 
 2.2.2. Hipohidrofilia: Polinização dentro da água. A 
ocorrência de polinização dentro da água é registrada para 
poucas plantas como, por exemplo, em Najas, Halophila e 
Zostera. Nesses casos, geralmente o grão de pólen é longo e 
se enrosca nos estigmas, havendo um rápido crescimento do 
tubo polínico. 
 
2.3. Zoofilia (polinização feita por animais). 
 As plantas utilizam diferentes tipos de animais, tais 
como insetos, aves e mamíferos para o transporte do pólen. 
Esses animais, por outro lado, desenvolveram estruturas 
eficientes para a extração e utilização das recompensas 
oferecidas pelas flores (recursos florais). 
 Um atrativo floral para ser eficiente deve provocar no 
visitante, uma reação que geralmente está associada aos 
três sistemas principais de instintos: alimentar, sexual e 
criação do ninho. Os atrativos podem ser visuais (cor, 
forma, tamanho) ou olfativos (odor) e os recursos florais 
incluem: pólen, néctar, óleo, resina, tecido alimentar, 
abrigo e local para acasalar. 
 
 2.3.1. Entomofilia (polinização feita por insetos; 
entomo = inseto): As plantas entomófilas podem apresentar 
84 
 
especificidade na adaptação da flor de acordo com o tipo de 
inseto polinizador, caracterizando várias síndromes como: 
 
a. Síndrome de Melitofilia (polinização por abelhas): é 
o tipo mais frequente de entomofilia e as plantas 
melitófilas podem apresentar. 
 Flores perfumadas e com cores vivas (geralmente 
brancas, amarelas ou azuis); 
 Guias de néctar geralmente presentes; 
 Presença de nectários escondidos; 
 Pequena produção de pólen quando comparada com as 
plantas anemófilas; 
 Pólen pegajoso e, às vezes, comestível; 
 Muitos óvulos. 
 
b. Síndrome de Cantarofilia (polinização por besouros). 
As plantas cantarófilas podem apresentar: 
 Antese diurna; 
 Flores geralmente grandes, isoladas e actinomorfas; 
 Flores pouco atrativas, com cores foscas (geralmente 
brancas ou esverdeadas); 
 Pétalas e sépalas geralmente carnosas; 
 Odor forte; 
 Órgãos sexuais expostos; 
 Pólen e néctar de fácil acesso; 
 Geralmente com muito pólen e pouco néctar. 
 
85 
 
c. Síndrome de Miofilia (polinização por dípteros, 
principalmente moscas). As plantas miófilas podem 
apresentar: 
 Antese diurna; 
 Odor fraco ou ausente; 
 Flores geralmente pequenas, actinomorfas, 
amarelas,brancas ou azuis, reunidas em inflorescências; 
 Geralmente com pouco néctar; 
 Órgãos sexuais escondidos. 
 
d. Síndrome de Sapromiofilia (polinização por moscas 
varejeiras): 
 Antese diurna; 
 Odor forte lembrando carne em putrefação; 
 Colorido escuro, castanho, púrpura; 
 Flores geralmente com tricomas e apêndices nas partes 
internas, que funcionam como área de apreensão; 
 Flores em geral isoladas, órgãos sexuais escondidos; 
 Néctar (quando presente) e pólen em geral escondidos. 
 
d. Síndrome de Pisicofilia (polinização por borboletas): 
 Antese diurna, não fechando à noite; 
 Odor fraco geralmente fresco, agradável; 
 Colorido vivo, incluindo vermelho puro; 
 Flores eretas, radiais, achatadas na parte superior da 
corola; 
 Muito néctar, que é escondido em tubos ou esporas; 
86 
 
 Guias de néctar simples ou fendas adaptadas à probóscide 
 
e. Síndrome de Falenofilia ou Esfingofilia (polinização 
por mariposas): 
 Antese noturna ou crepuscular, com as flores geralmente 
fechadas durante o dia; 
 Forte perfume adocicado; 
 Flores brancas ou levemente coloridas; horizontais ou 
pêndulas; 
 Lobos da corola profundamente recortados

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