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Prát Sim VI_14_MS Constitucional

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR Presidente do egrégio tribunal de justiça do estado X
MÉVIO DE TAL, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador do RG nº ..., inscrito no CPF/MF sob o nº ..., residente e domiciliado na Rua____, Bairro____, Cidade ......., Estado X, por seu advogado que esta subscreve, conforme instrumento de mandato em anexo, com endereço para fins de intimações e notificações na Av. ..., nº..., Bairro..., Município ..., Estado X, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no inciso LXIX do art. 5.º da Constituição Federal de 1988, art. 282 do Código de Processo Civil e em conformidade com o art. 1.º e seguintes da Lei 12.016/2009, impetrar o presente 
MANDADO DE SEGURANÇA
COM PEDIDO DE MEDIDA LIMINAR
pelo rito especial da Lei 12.016/09 contra ato praticado pelo GOVERNADOR DO ESTADO X, Sr ....., ou quem o substitua, com endereço na Av. ..., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
DA CONCESSÃO DA LIMINAR
O inciso III, do artigo 7° da Lei 12.016/09, estabelece os pressupostos para a concessão da liminar, quais sejam: a relevância do direito invocado e a ineficácia da medida, se deferida somente ao final.
Em outras palavras, para a concessão da liminar devem concorrer os dois requisitos legais: a relevância dos motivos em que se assenta o pedido na inicial e a possibilidade da ocorrência de lesão irreparável ao direito do impetrante se vier a ser reconhecido na decisão de mérito. É o que a doutrina e a jurisprudência denominam de “fumus boni iuris” e “periculum in mora”.
Diante do exposto acima, não há dúvidas sobre a relevância dos motivos em que se assenta o pedido da impetrante, uma vez que a narrativa fática expendida e os documentos probatórios anexados à presente exordial evidenciam lesão ao direito líquido e certo do impetrante à candidatura em concurso público, eis que fora imposta, por determinação do impetrado, restrição descabida e irrazoável à idade máxima dos candidatos ao certame. 
Uma vez suprido o pressuposto do “fumus boni iuris”, também se verifica a presença do perigo da demora, posto que há possibilidade de ineficácia da medida concessiva, caso concedida somente ao final da demanda, porquanto o Impetrante será privado de participar do concurso pretendido, eis que o prazo para inscrição no concurso público em questão escorre, vindo a encerrar-se no dia ... 
Destarte, havendo a coexistência dos pressupostos ensejadores da liminar, impõe-se, como verdadeiro instrumento de justiça, sua concessão, para fins de assegurar ao Impetrante o direito de participar do concurso público pretendido.
DOS FATOS
O Impetrante, atualmente com quarenta e dois anos de idade, pretendendo candidatar-se a cargo público mediante concurso, foi surpreendido com a previsão do edital do concurso, o qual estabelece para inscrição dos candidatos a idade máxima de 25 (vinte e cinco) anos.
Tal previsão impede que o ora Impetrante possa fazer a sua inscrição para se candidatar ao cargo em questão.
Inconformado, apresentou requerimento ao responsável pelo concurso, ora Impetrado, que aduziu o interesse público, tendo em vista que, quanto mais jovem for o candidato, maior tempo permanecerá no serviço público se aprovado no certame, o que permitirá um menor déficit nas prestações previdenciárias.
Desta feita, não restou outra alternativa ao Impetrante senão escudar-se perante o Poder Judiciário.
DOS FUNDAMENTOS
DA ILEGALIDADE DA RESTRIÇÃO DA IDADE SEM RESPALDO LEGAL
A conduta ora impugnada em juízo é flagrantemente lesiva a direito líquido e certo do Impetrante, não encontrando amparo na ordem jurídica, havendo, pois, de ser afastada pelo Poder Judiciário.
O artigo 37, I da Constituição Federal estabelece que os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
Como se verifica, decorre do texto constitucional que os requisitos para o acesso aos cargos públicos são somente aqueles que estiverem estabelecidos em lei. Dito de outra forma, por imposição constitucional, a lei é a espécie normativa habilitada a exigir requisitos para o acesso aos cargos públicos.
No presente caso, tem-se que a lei de regência do cargo pretendido pelo Impetrante não estabelece idade mínima para acesso ao cargo, decorrendo tal exigência de mera previsão do edital do concurso.
Ocorre que, por imposição constitucional, edital de concurso não é fonte normativa autorizada a impor aos candidatos exigências que não estejam prevista em lei, se demonstrando flagrantemente inconstitucional a conduta ora impugnada em juízo!
Vale registrar que é pacífico o entendimento do Supremo Tribunal Federal no sentido de que candidatos a cargos públicos somente podem ser submetidos aos requisitos previstos em lei.
Exatamente por entender que edital de concurso não pode impor exigência que não esteja prevista na lei, o STF, em caso similar, sumulou entendimento de que somente por lei se pode submeter candidato a exame de psicoteste, in verbis:
Súmula 686/STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.
Mutatis mutandis, é exatamente o mesmo caso dos autos, eis que se tem, aqui, exigência prevista em edital que não encontra suporte na lei de regência do cargo.
Cabe ponderar que manter a conduta administrativa equivaleria a conferir maior autoridade normativa a um mero edital do que à própria lei, em detrimento de expressa imposição constitucional, o que terminaria comprometendo a própria força normativa da Constituição.
Nesse sentido, oportunas as lições de Maria Cecília Mendes Borges: 
“O edital é a peça mais importante do certame, na medida em que fixa, a priori, as regras a que se submeterão tanto candidatos quanto administração pública. Embora se possa considerá-lo a lei do concurso, essa normatização deve obediência aos princípios constitucionais, às normas administrativas, especialmente a razoabilidade, bem como às especificidades do concurso e da função pública que se pretende preencher, o que nem sempre se tem verificado na prática administrativa (...) Há um arcabouço principiológico do concurso público, a moldura dentro da qual o procedimento deve se realizar em todos os entes federativos do Estado brasileiro, consubstanciado nos princípios da legalidade ou, avançando, da juridicidade — a lei fornece os parâmetros para aferição da legalidade, enquanto a Constituição anuncia os princípios da administração pública que consubstanciam os parâmetros de aferição da juridicidade —, da ampla acessibilidade às funções públicas, da impessoalidade — corolário do princípio da isonomia —, da eficiência, da moralidade administrativa, da publicidade, da motivação, da proporcionalidade e da razoabilidade”. (destaque nosso)
(BORGES, Maria Cecília Mendes. Editais de concursos públicos e seus elementos padrões diante dos princípios constitucionais. Disponível em < http://revista.tce.mg.gov.br/Content/Upload/Materia/
391.pdf> Acesso em 18 de nov. de 2012).
Dessa forma, sendo evidente que o edital não poderia exigir idade mínima para o concurso, o Impetrante pondera ser o caso de obtenção da tutela jurisdicional.
Ad argumentandum, ainda que houvesse previsão na lei, cabe ponderar que, conforme pacífico entendimento do STF, consolidado na Súmula 683 da Corte, o limite de idade para inscrição em concurso público só se legitima quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido, o que não se verifica no caso dos autos.
Como registrado pela autoridade coatora, na resposta ao requerimento administrativo formulado pelo Impetrante, a idade mínima exigida in casu nada tem a ver com as atribuições do cargo, estando motivada por interesse estatal de natureza previdenciária e orçamentária, o que, por evidente, não encontra respaldo na ordem jurídica.
Aliás, a tese de prejuízo com a aposentação precoce é extremamente frágil, pois a contraprestação que os candidatos aprovados proporcionarão ao Estado envolve maisa qualidade do que a quantidade do serviço prestado. 
A questão encontra-se pacificada no Pretório Excelso, como se pode constatar das ementas transcritas a seguir:
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. CONCURSO PÚBLICO. MÉDICO DA POLÍCIA MILITAR. EXIGÊNCIA DE IDADE MÁXIMA. VEDAÇÃO. AUSÊNCIA DE RAZOABILIDADE. A lei pode limitar o acesso a cargos públicos, desde que as exigências sejam razoáveis e não violem o art. 7º, XXX, da Constituição. Entretanto, não se pode exigir, para o exercício do cargo de médico da Polícia Militar, que o candidato seja jovem e tenha vigor físico, uma vez que tais atributos não são indispensáveis ao exercício das atribuições do cargo. Agravo regimental a que se nega provimento.
(destaque nosso)
AI 486439 AgR / RJ, AG. REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO, Relator(a):  Min. JOAQUIM BARBOSA
Julgamento:  19/08/2008, Órgão Julgador:  Segunda Turma
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. CONCURSO PÚBLICO. LEI 7.289/1984 DO DISTRITO FEDERAL. LIMITAÇÃO DE IDADE APENAS EM EDITAL. IMPOSSIBILIDADE. A fixação do limite de idade via edital não tem o condão de suprir a exigência constitucional de que tal requisito seja estabelecido por lei. Agravo regimental a que se nega provimento. (destaque nosso)
RE 559823 AgR / DF, AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a):  Min. JOAQUIM BARBOSA,
Julgamento: 27/11/2007, Órgão Julgador:  Segunda Turma
No mesmo sentido, a jurisprudência do E. Tribunal do Rio de Janeiro:
EMENTA - AGRAVO DE INSTRUMENTO - DECISÃO MONOCRÁTICA - OBRIGAÇÃO DE FAZER - ANTECIPAÇÃO DE TUTELA - CONCURSOPÚBLICO - CANDIDATA REPROVADA EM EXAME DOCUMENTAL EM RAZÃO DA IDADE IMPOSSIBILIDADE DE LIMITAÇÃO ATRAVÉS DE EDITAL OU REGULAMENTO - NECESSIDADE DE PREVISÃO LEGAL - PRESENÇA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES PARA CONCESSÃO DA TUTELA ANTECIPADA - RISCO DE DANO IRREPARÁVEL OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO - DEFERIMENTO DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA PARA QUE A AUTORA SEJA MATRICULADA NO CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS INOCORÊNCIA DE IRREVERSIBILIDADE DOS EFEITOS DA DECISÃO ANTECIPATÓRIA EM RAZÃO DA VEDAÇÃO DE QUE TRATA O ARTIGO 1º DA LEI 9.494/97 C/C ART. 7º DA LEI 12.016/09 - PROVIMENTO AO RECURSO NA FORMA DO ARTIGO 557, §1º-A, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. (destaque nosso)
Agravo de Instrumento nº 0019492-56.2012.8.19.0000, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Décima Segunda Câmara Cível, Rel. Des. Mario Guimarães Neto, Julgamento: 29/10/2012 
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO A QUE SE NEGOU SEGUIMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA, COM PLEITO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA PARA MANUTENÇÃO DA AUTORA EM CONCURSO PARA ESTÁGIO PROBATÓRIO NO CARGO DE MÉDICO DA POLÍCIA MILITAR. ANTIJURÍDICA EXCLUSÃO FUNDADA NA LIMITAÇÃO EDITALÍCIA DA IDADE PARA INGRESSO, COM AMPARO APENAS EM DECRETO ESTADUAL. RESERVA DE LEI EM SENTIDO ESTRITO. PREVISÃO DOS ARTS. 42, §1º E 142, §3º, X, DA CONSTITUIÇÃO. REVERSIBILIDADE DA DECISÃO, EM VISTA DA VEDAÇÃO AO PAGAMENTO DE VERBA TRANSITÓRIA CONTIDA NO ART. 7º, §2º, DA LEI 12.016/09. PRECEDENTES DO STJ, INDICANDO A NECESSIDADE DE LEI EM SENTIDO FORMAL PARA INSTITUIR-SE A LIMITAÇÃO DE IDADE MÁXIMA DE INGRESSO. DESPROVIMENTO DO AGRAVO INTERNO
(destaque nosso)
Agravo de Instrumento nº 0052593-21.2011.8.19.0000, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Terceira Câmara Cível, Rel. Des. Luis Fernando de Carvalho, Julgamento: 26/10/2011
Assim, a exigência de idade mínima no presente caso não encontra suporta na ordem jurídica e há de ser afastada pelo Poder Judiciário.
III - DO PEDIDO 
Em razão de todo o exposto, requer a este Egrégio Tribunal:
a) A concessão da liminar para suspender o ato até o julgamento do mandamus, tornando-a definitiva na ciência;
b) Seja dada ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica (PGE);
c) A intimação do MP;
d) A condenação às custas processuais.
 
VALOR DA CAUSA
Dá à causa o valor de R$ ... (art. 258, CPC).
Nestes termos,
Pede deferimento,
Rio de Janeiro, ... de ........ de 2012.
____________________________
Nome do advogado – OAB/RJ nº ....

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