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Atividade de Empresarial II 1ª QUESTÃO: Maria e Alice, doceiras de boa qualidade, resolveram se unir com o objetivo de comercializar doces para festas, criando uma página em uma rede social sob o nome de “Doce Alegria”, administrada por Alice, onde constam sua logomarca, os telefones de contato e nomes de ambas, além de fotos de divulgação de seus produtos. Posteriormente, a dupla passou por um período de dificuldades financeiras e deixou de pagar uma obrigação assumida com o Depósito e Comércio de Alimentos Ltda., de quem compravam os insumos necessários à confecção dos doces. Desta forma, o depósito ingressou com ação de cobrança contra a Maria, que lhe procura na condição de advogado. A) Explique a Maria sobre a sua situação processual no polo passivo da ação, uma vez que a ação fora intentada apenas contra ela e não contra Alice e/ou a sociedade Doce Alegria? A situação em questão depende de um requisito primordial: a devida formalização da sociedade, o que, aparentemente, a “Doce Alegria” não configura, pois os informativos concedidos à priori na questão apontam apenas a formação de uma sociedade em comum, coma mera divulgação por meio on-line, ou seja, não formalizada, trazendo notória diferença para o contexto abarcado. O artigo 1.024 do Código Civil elenca que os bens sociais devem ser executados de forma prioritária em relação aos bens dos sócios, ou seja, a ação deveria recair mediante a sociedade Doce Alegria, caso as sócias comprovem por meio de documentação legal ou terceiros comprovem a sua existência por qualquer meio de prova, a exemplo da rede social em questão, na qual os trabalhos da sociedade eram divulgados, com fundamento no artigo. 987 do CC. Portanto, caso consiga tal comprovação, Maria poderá arguir a preliminar de legitimidade na ação, em virtude de se tratar de cobrança acerca de dívidas advindas da sociedade. A sociedade em comum (art. 986, CC), impõe a responsabilidade de modo ilimitado, bem como solidária entre os sócios, conforme expõe o artigo 990 do Código Civil, porém, observando que a obrigação é subsidiária quando imposta à sociedade de modo geral, sendo o sócio que contratou o responsável direto, porém, na questão acima não há delimitação de quem seria a sócia a ser atribuída de modo direto com a responsabilidade, ou seja, qualquer sócia pode responder integralmente pela ação. Desta forma, caso Maria não conseguisse comprovar a existência da sociedade, seja por meios próprios ou por terceiro, o correto seria tanto Maria quanto Alice participarem do polo passivo na sociedade, visto que, por se tratar de sociedade em comum, ocorre a afetação dos bens mediante o patrimônio social, ou seja, os sócios responderão pelas responsabilidades advindas em nome da sociedade, a ação pode recair sobre ambas. B) Qual o patrimônio que o Depósito e Comércio de Alimentos Ltda. poderá executar de modo a reaver seu crédito? Caso Maria comprove a existência da sociedade, a execução recairá sobre o patrimônio especial, de acordo com o artigo 988 do Código Civil. Porém, caso não consiga tal comprovação, recairá sobre os bens de Maria e Alice, nos moldes do artigo 990 do CC. 2ª QUESTÃO: A sociedade limitada Salão de Beleza Ltda. possui capital social de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), porém, após terem integralizado apenas 10% desse valor, os seus sócios pretendem reduzir o capital social para o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Atualmente a sociedade não tem dívidas em mora, pois paga pontualmente seus credores a título sucessivo. Com base no cenário acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. A) Qual a justificativa prevista na legislação aplicável para a pretendida redução e qual o procedimento e quórum necessário a ser adotado? (0,75pts) A redução de capital só é admitida perante duas hipóteses, conforme o art. 1.082 do Código Civil estipula em seus incisos I e II, em que pesa a diminuição mediante perdas irreparáveis, quando o capital estiver integralizado, ou quando o capital social for excessivo em relação ao objeto da sociedade, no caso alhures observa- se que o inciso II é aplicável, portanto, a redução está correta, visto que o objeto social foi integralizado em percentual muito inferior ao capital social, somente 10%, o que poderia, futuramente, caso a empresa viesse obter perdas irreparáveis, ocasionar a redução de capital pela primeira hipótese elencada no artigo correspondente. O procedimento necessário consiste nas determinações contidas no Código Civil, nos artigos 1.076 e 1.071, incisos V e I, respectivamente, de modo que haja o quórum de, no mínimo, ¾ do capital social, tendo em vista modificação do contrato social em virtude da incompatibilidade com o objeto. B) Nesse caso, há necessidade de notificar os credores sobre a redução do capital? (0,75pts) Sim, há necessidade. Entre os procedimentos apontados na questão anterior, há também a necessidade de publicação de ata que delibere acerca da redução do capital para que se dê por eficaz tal almejo, de modo que em prazo correspondente a 90 dias, após a publicação da ata, os credores quirografários da sociedade possam manifestar-se quanto à redução ou não deste capital, pois em alguns casos há diminuição com o intuito de fraudar credores - em situações futuras, caso não haja, no momento da redução, dívidas em mora. O Código Civil determina tal necessidade em seu artigo 1.084, §§ 1º e 2º. ATENÇÃO: Empregue os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente. A mera citação de dispositivos legais e/ou a cópia da apostila não serão pontuados.
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