Lei 8.666/93 - Licitação e Princípios

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➢ LICITAÇÃO (Processo administrativo → Objetivos → art. 3º: Princípio da 
impessoalidade. A licitação é um processo administrativo específico que foi prevista no 
art. 37, XXI da CF (nela não se aplica a lei 9784/99, pios tem lei própria). Toda vez que a 
administração pública for comprar ou alugar é necessário que seja feita uma licitação, 
com exceção das hipóteses previstas na lei 8666/93 (dispensa e inexigibilidade de 
licitação). A licitação possui 3 objetivos: 
• Garantir a isonomia – competitividade – art. 3º, §1º, 8.666/93: Não atua 
usando critérios pessoais, ou seja, a todos é dado o mesmo direito de forma 
isonômica. Às vezes é necessário desigualar para poder garantir a isonomia 
(isonomia é igualdade de tratamento entre todos os particulares). Esse princípio 
traz com ele uma noção de competitividade entre os particulares para tratar 
com a administração. Quando o poder público estimula a competição entre os 
particulares, ele tem mais chances de conseguir uma proposta com um valor 
menor. Quanto mais particulares aparecerem, maior a chance de aparecer uma 
proposta com o melhor preço. Lembrando que as empresas, para fazer negócio 
com o poder público, precisam participar de um processo licitatório através de 
um edital. 
• TCU – AC 2434/2011 
• STF – informativo 495 
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• Selecionar a melhor proposta (art. 37, XXI) → Não necessariamente é a mais 
barata, leva em consideração – desde o edital – inúmeros critérios que nem 
sempre tem a ver só com o valor. 
Exemplo: veículos, não tem grande diferença de um vendedor para o outro, pouco importa a 
concessionária, a diferença entre eles vai ser entre quem reduzir a vantagem de lucro pra 
oferecer o menor preço e ganhar a licitação, normalmente as licitações de veículos são de 
menor preço. Se for um veículo especifico do tipo branco 1.0 sai da fabrica por 30 mil reais, 
uma concessionaria vende por 35 mil e outra por 36 mil, então a administração vai escolher 
baseado no preço porque não tem diferença entre as especificidades do carro, é um produto 
basicamente igual no país inteiro. 
Exemplo: compra de material de escritório, faz diferença a qualidade do material, não pode 
comprar uma caneta vagabunda que não escreve ou uma borracha que só borra e não apaga, 
a administração vai colocar no edital que a proposta mais vantajosa é a melhor 
preço/qualidade, e quem for participar vai oferecer uma amostra do material pra 
administração escolher a de melhor custo-benefício, que nem sempre será a mais barata. 
• Promover o desenvolvimento nacional sustentável – art. 3º, §2º, lei 8.666/93 
→ Serão privilegiadas empresas nacionais no caso de empate, o objetivo é 
garantir que no caso de empate, vencerá o produto nacional, é uma forma de 
estimular o desenvolvimento. A mesma coisa quando é de região, se empatar 
entre sul e sudeste e a licitação for feita no norte, vai ganhar a empresa que tem 
a produção aqui no norte. É o caso também das licitações verdes, que compra 
determinado tipo de produto se for reciclado, se for de área de reflorestamento, 
se pagar imposto verde, etc. Ninguém consome mais que a administração 
pública, então se for consumir produtos, têm que dar exemplo para a 
coletividade, comprando de produtores locais e sustentáveis. 
 
 
Princípios. Art. 3º Lei 8.666/93 
1. Vinculação ao instrumento licitatório (Edital) → Art. 41. Toda licitação começa com um 
edital (pregão, concorrência, convite, etc) e nele deve constar todos os itens 
enumerados no art. 40, o objeto, o prazo de entrega, como vai ser a escolha, 
absolutamente TUDO tem que constar no edital. Ele tem anexos, e os dois principais 
anexos são o termo de referência e a minuta do contrato. O art. 40 engloba todos os 
itens do edital. Feita a licitação a administração não pode mais mudar o objeto do 
edital, para que não beneficie alguém, todas as regras do edital vinculam tanto a 
administração quanto o particular que participa da licitação. É uma proteção para 
ambas as partes, o particular se vincula porque a administração não pode exigir nada 
além do edital e o particular não pode obrigar a administração a aceitar o que não está 
previsto no edital. 
OBS: Se a administração precisar de alguma coisa muito específica, deve emitir um laudo 
técnico explicando o porquê de ser daquela marca. 
Termo de Referência: Se a administração quer comprar 10 veículos da cor branca de quatro 
portas 1.0, ele vem minuciosamente detalhado no termo de referência, não tem como vir 
explicado na parte do edital de objeto porque ficaria enorme, então no anexo vem detalhado 
do tapete até o motor do carro. Um edital da obra de construção de uma escola, por exemplo, 
no termo de referência vem o projeto inteiro especificado como vai ser as salas, distribuição 
de banheiro, cantina, etc. 
Minuta do Contrato: É o modelo do contrato a ser celebrado entre as partes. Ele não vai ser 
mais alterado, o participante tem que aceitar o contrato da administração que já foi 
apresentado no edital. 
Art. 41, §1 → Qualquer cidadão pode denunciar alguma ilegalidade no edital, se identificar 
algum direcionamento etc. Em 5 dias antes da data marcada para a abertura dos envelopes se 
protocola uma impugnação ao edital, não precisa ser uma pessoa específica, qualquer um 
pode fazer isso. Se a administração aceitar a impugnação ela vai ter que alterar o edital, vai ter 
que começar o processo tudo de novo. 
2. Julgamento Objetivo → Art. 45. Se o objeto da licitação é a escolha de menor preço ela 
deve ser escolhida como menor preço. Todo edital obrigatoriamente tem uma cláusula 
que fala sobre o julgamento objetivo, onde ele fala que critério será utilizado para que 
a administração diga qual é a proposta mais vantajosa. Isso também serve para os 
órgãos do controle externo. 
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3. Adjudicação compulsória do objeto → art. 50 8.666/93 → Quando o PP faz uma 
licitação, se ficarem 3 empresas nas finais, e a A for a primeira colocada, a 
administração pública tem que celebrar o contrato com ela. O objeto da licitação será 
entregue para o vencedor do certame licitatório. Se a primeira colocada não aceitar, 
obrigatoriamente tem que chamar a segunda colocada. Tem que celebrar contrato de 
acordo com a ordem de vencedores. O objeto da licitação será entregue por meio de 
um contrato com quem for o vencedor do certame licitatório. 
 
MODALIDADES art. 22, lei 8.666/93 e 10520/02 (pregão) 
Concurso e Leilão se escolhem através do objeto porque é diferenciado. 
Quando a licitação vai acontecer, a administração faz um orçamento de quanto aquele 
objeto/serviço custa no mercado para um particular qualquer. De todas as propostas do 
mercado, ela tira uma média aritmética e isso será o preço máximo que a administração vai 
pagar por aquele veículo. A administração não pode pagar um centavo a mais do que a média 
encontrada no mercado. É assim que a administração descobre qual vai ser a modalidade de 
licitação que ela vai fazer, escolhendo o objeto e fazendo a média de preços de mercado. A 
razão de nao pagar mais do que a coleta de preços é porque só pode haver licitação se a 
administração tiver orçamento pra isso, tem que saber se tem dinheiro ou previsão 
orçamentária para comprar. Não se abre licitação se não houver orçamento previsto. 
OBS: não é tipo de licitação, é modalidade, tipo é de julgamento, menor preço etc. 
 
1. Concorrência. §1, art. 22 
Qualquer pessoa interessada desde que possua a documentação e os requisitos para participar 
daquela licitação, ou seja, se for uma licitação de veículos a empresa a participar tem que ser 
uma de veículos. 
Objeto → art. 23. Obra/serviço acima de 3.3M; Compras e outros serviços acima de 1.430.000. 
Prazo → art. 21. §1* §2* Antecedência mínima de 45 dias corridos: empreitada integral; 
melhor técnica; técnica e preço. 30 dias: outros. 
Esse prazo é contadocomo? O prazo mínimo é 45/30 dias antes do dia que a administração 
quer fazer a licitação. Quanto mais próximo é melhor, por causa da inflação. 
 
2. Tomada de Preços. 
Cadastrados ou quem fizer o cadastro 3 dias antes da data publicada. Os cadastrados são os 
que já participaram de alguma licitação anteriormente. A empresa leva os documentos na 
SEAD (âmbito estadual) e já fica cadastrado no sistema da administração. Se não tiver feito 
nenhuma licitação antes a empresa pode ir lá se cadastrar até 3 dias antes da data de início da 
licitação. 
Objeto → obras até 3.3m; compras até 1.430.000. 
Prazo → 30 dias: melhor técnica ou técnica e preço. 15 dias: outros. 
 
3. Convite 
Cadastrados e convidados. Os que fizerem cadastro (3 dias antes) e se convidarem até 24h. Se 
já for cadastrada pode chegar lá com 24h de antecedência fazer o convite. 
Objeto → obras até 330 mil; compras até 176 mil 
Prazo → carta convite. É o único contado em dias úteis. 
 
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TIPOS DE LICITAÇÃO 
1. Empreitada integral → o poder público escolhe fazer quando ele quer que o particular 
entregue para ele uma obra pronta para ser utilizada pela coletividade. O poder público não 
quer fazer licitações menores para o mesmo objeto. Ex: empreitada integral para escola, ele 
quer a escola com porta, escada, elevador, a escola pronta para uso. A construtora na hora de 
apresentar a proposta, ela que compra o elevador, a escada rolante, o ar condicionado fora no 
mercado, e ela se responsabiliza por isso junto ao poder público, é uma forma do poder 
público se poupar desses problemas menores. OBS: Só tem para a modalidade concorrência, 
porque o poder público só faz empreitada integral para obras grandes. 
2. Melhor técnica → art. 46 e art. 13 da lei de licitações (serviços técnicos, profissionais), os 
casos do art. 46 que tratam dos tipos melhor técnica e técnica e preço se aplicam as situações 
do art. 13, chamados de serviço técnicos e especializados. 
Quando o poder público vai contratar melhor técnica: não importa o preço (o menor que 
colocou no edital), o poder público sabe quanto custa, então não importa para ser contratado 
o valor (só tem que ser abaixo do valor que ele deu), o que interessa é quem apresentar 
melhor técnica e abaixo do valor dado pelo preço de mercado que poder público deu a 
cotação, mas a proposta mais vantajosa é a técnica comprovada. 
3. Técnica e preço → o poder público tem que estabelecer qual é o critério utilizado de 
ponderação de um e outro, dito no item do edital de “julgamento objetivo”, no qual deve estar 
dizendo onde vai considerar a técnica até determinado sentido e o outro o preço. 
4. Menor preço → quando é um veículo por exemplo, não diferença o veículo distribuído pro 
sul e pro norte, a diferença vai ser exatamente o preço. 
 
MODALIDADE Quem participa? Qual o objeto? Publicação do edital 
CONCURSO Qualquer interessado - trabalho técnico, 
científico ou artístico, 
ex: capacete do darth 
vader. 
- mediante premiação 
ou remuneração 
45 dias 
LEILÃO 
 
 
Qualquer interessado 
- venda de 
bensmóveis inservíveis 
(não é imprestável). 
- produtos legalmente 
apreendidos ou 
penhorados 
- alienação dos 
imóveis, art. 19 da lei 
de licitações. 
15 dias 
 
5. Leilão → O poder público vai utilizar o leilão para vender o que não tem utilizade para o 
poder público, significa que é inservível, ex: computador, impresora, telefone.. 
- produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ex: leilão da receita federal. O poder 
público não pode vender o que é falsificado, o poder público apreende, mas incinera. 
- O alienação dos imóveis- art. 19- a adm tem um predio que não serve mais, ela tem um 
predio novo mais econômico, ela quer vender, a modalidade é concorrência inversa, a adm. 
quer se desfazer do bem, as pessoas que apresentarem propostas pelo maior preço, a adm. vai 
dar valor mínimo (8 milhões), compra quem oferecer o melhor preço. Duas exceções: só pode 
usar a exceção leilão quando o bem imóvel entrar para o patrimônio público por meio de ação 
judicial e ação de pagamento , se não a adm só pode alienar esse bem por meio de 
concorrência. 
 
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6. Pregão 
- Lei 10.520/2002 → veio muito depois da lei de licitações, tem a intenção de tornar a licitação 
mais rápida, célere, e atinjam de forma mais rápida o objetivo da administração. 
- Bens e Serviços comuns → art. 1, §u. Não se fala de valor, não há limitação mínima nem 
máxima, o critério que ele escolheu para que administração publica faça pregão é o de bens e 
serviços comuns, quando ela quer contratar não precisa exigir técnica, características 
diferenciadas, são bens e serviços usuais no mercado, aquilo que se encontra facilmente sem 
precisar de especificações diferenciadas, por exemplo: materiais de escritório, água mineral. 
Não pode ser de obras e serviços que necessitam de técnica específica e profissional. 
- Pregão eletrônico → é um sistema da união, não pode ter outro porque tem que ser 
inviolável, cada entidade que quer participar recebe uma chave de sistema que acessa 
diretamente a licitação. Permite que participe do sistema licitatório sem estar lá. Tem um 
decreto da união e do Estado dizendo que preferencialmente se deve fazer pregão eletrônico, 
não é obrigatoriamente pois não tem internet pública pra todo mundo, então isso fere o 
princípio da isonomia. 
- Prazo publicação aviso – 8 dias úteis, art. 4º, V → Aviso de pregão. A data do edital também é 
a data de apresentação das propostas, mas o pregão tem uma fase diferenciada que chama 
lances verbais. 
- Lances Verbais, art. 4, VIII → no dia 30 (data limite) dava 450 mil, a administração vai pegar a 
mais barata e também todas que tem 10% a mais da mais barata, entre essas três começam os 
lances verbais, que é uma negociação entre os licitantes, fazendo lances verbais entre a ordem 
definida pelo pregoeiro. Se o pregão é o de menor preço, a intenção é de encontrar o menor 
preço, a proposta mais vantajosa é a de menor preço, como não tem especificação, não tem 
nenhuma outra diferença entre as propostas que não seja o preço 
- Critério menor preço → não tem outro tipo. Depois que escolher o menor preço tem que 
analisar a documentação da empresa, se tiver tudo ok ela vai celebrar o contrato, se não tiver 
ok, ela passa pra segunda mais barata, e a adm pode até tentar diminuir o preço pra ficar 
iguala o da primeira colocada, mas a empresa não é obrigada a aceitar.