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Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) @med.resumosdabhia A ICC ocorre quando o coração é incapaz de bombear o sangue em uma proporção suficiente para atender às demandas metabólicas dos tecidos, ou é capaz disso apenas na presença de uma pressão de enchimento elevada. Ela é o estágio final comum de muitas formas de cardiopatia crônica, frequentemente se desenvolvendo de modo insidioso devido aos efeitos cumulativos da sobrecarga crônica de trabalho (hipertensão) ou da cardiopatia isquêmica (após infarto do miocárdio com lesão cardíaca). Entretanto, os estresses hemodinâmicos agudos, tais como sobrecarga líquida, disfunção valvar súbita ou infarto do miocárdio, podem precipitar a ICC súbita. Quando a carga de trabalho aumenta ou a função cardíaca está comprometida, vários mecanismos fisiológicos mantêm a pressão arterial e perfusão dos órgãos: • Mecanismo de Frank-Starling; • Adaptações miocárdias; • Ativação dos sistemas neuro-humorais para aumentar a função cardíaca e/ou regular volumes e pressões de enchimento. Esses mecanismos adaptativos podem ser adequados para manter o débito cardíaco normal em face de transtornos agudos, porém a capacidade desses mecanismos em manter o desempenho cardíaco pode, com o tempo, ser excedida. Cada vez mais, a insuficiência cardíaca é reconhecida como o resultado da incapacidade de a câmara cardíaca expandir-se e ser preenchida de modo suficiente durante a diástole (disfunção diastólica) devido a, por exemplo, hipertrofia do ventrículo esquerdo, fibrose miocárdica, pericardite constritiva, ou deposição de amiloide. Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) @med.resumosdabhia → Hipertrofia Cardíaca: O aumento persistente do trabalho mecânico devido à sobrecarga de pressão ou volume ou a sinais tróficos leva ao aumento do tamanho dos miócitos (hipertrofia); cumulativamente, isso aumenta o tamanho e o peso do coração. A. Hipertrofia por pressão devido a obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo. O ventrículo esquerdo está na parte inferior direita dessa vista apical das quatro câmaras do coração. B. Hipertrofia do ventrículo esquerdo com e sem dilatação, vista em cortes transversais do coração. Comparados com o coração normal (centro), os corações hipertrofiados por pressão (à esquerda e em A) apresentam massa aumentada e uma parede espessa do ventrículo esquerdo, enquanto o coração hipertrofiado e dilatado (à direita) apresenta massa aumentada e uma espessura de parede normal. As alterações moleculares e celulares nos corações hipertrofiados que inicialmente medeiam a função aumentada podem contribuir para o desenvolvimento da insuficiência cardíaca. Isso pode ocorrer em função: • Do metabolismo anormal do miocárdio. • Das alterações na utilização intracelular dos íons cálcio. • Da apoptose dos miócitos. •Da reprogramação da expressão gênica, que pode ocorrer, em parte, através de alterações na expressão de miRNAs, pequenos RNAs não codificantes que inibem a expressão gênica. Seja qual for a sua base, a ICC é caracterizada por graus variáveis de débito cardíaco e perfusão tecidual reduzidos, bem como pelo represamento do sangue no sistema venoso de capacitância. Como resultado, muitos aspectos clínicos significativos e alterações morfológicas observados na ICC são, na verdade, decorrentes de lesões induzidas pela hipóxia e congestão nos tecidos distantes do coração. O sistema cardiovascular é um circuito fechado. Então, embora a insuficiência do lado direito ou esquerdo possa ocorrer de modo independente, a insuficiência de um lado (particularmente do lado esquerdo) frequentemente resulta em esforço excessivo do outro, provocando a insuficiência cardíaca global.
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