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Práticas Médicas II – 5º período Ginecologia e obstetrícia Denise Matos – Turma 108 Aula dia 17/02/2021 Prof. Stanley ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL CONCEITOS FUNDAMENTAIS • Conceito: conjunto de cuidados multidisciplinar destinados a mulher e ao feto que viam oferecer desenvolvimento saudável da gestação, permitindo o parto de um RN saudável sem impacto para a saúde materna. • Objetivos: Prevenção, diagnóstico e tratamento: doenças próprias da gestação e afecções clinicas intercorrentes • Evitar complicações maternas mais adiante na gravidez • Evitar repercussões danosas à saúde e ao desenvolvimento do feto Proporcionar o menor desconforto possível à gravida: esclarecer e minimizar, quando possível, os transtornos próprios da gravidez Orientar e alertar sobre hábitos de vida, procedimentos e drogas que podem ser danosos para o feto e gravidez. Proporcionar apoio psicológico para a gravidez e preparo (técnico e emocional) para o parto. • Requisitos médicos básicos Conhecimento das adaptações do organismo materno à gravidez (adequada valorização das queixas -> tratamento adequado) Conhecimento da fisiopatologia das doenças intercorrentes: condução adequada da gravidez, analisando a possibilidade de interrupção de a sua continuidade puser em riscos a vida da mãe ou do feto. Conhecimento da psicodinâmica da grávida: propiciando amparo afetivo na condução técnica de suas queixas. “A assistência pré-natal deveria ser individualizada e tarefa para os mais experientes, mais interessados e com maiores conhecimentos, e não da forma usual, massificada e descuidada, deita por indivíduos apressados, com pouca vivência e inexperientes” • Início, número e intervalo entre consultas: Início: deve ser preferencialmente precoce; entre 10-12 semanas; o mais breve possível diante do diagnóstico de gravidez; identificar risco (estratificação) para estabelecer as recomendações adequadas. Número de consultas: 7 a 10 (FEBRASGO) • Mensais até a 32ª semana • Quinzenais até a 33ª/37ª semana • Semanais ao atingir o termo (37 a 41 semanas) e até o parto. Número mínimo de consultas: 6 (OMS); 1 no 1º trimestre, 2 no 2º trimestre e 3 no 3º trimestre OBS: segunda consulta do pré-natal deve ser realizada no máximo 15 dias após a primeira., para avaliar resultados dos exames e adotar medidas necessárias. Há uma relação entre o início precoce e o número e a regularidade das consultas com bons resultados materno e perinatal. A quantidade de consultas pode varias de acordo com a demanda da paciente (risco etc) AVALIAÇÃO DE RISCO • Avaliação de risco deve ser realizada desde a 1ª consulta e atualizada (reavaliada) nas consultas seguintes; buscando avaliar o mais precocemente possível anormalidades clinicas e obstétricas. • A partir da anamnese e exame clinico, aliada aos exames complementares. • Presença de fatores de risco determina encaminhamento ao pré-natal de alto risco. • Fatores geradores de risco gravídico Características biopsiquicas e socioculturais: idade (<16 ou >35); estatura < 1,45m; peso < 40 kg ou > 75 kg; aumento de peso menor de 7 KG até a 35 semana; solteira; instabilidade familiar; baixa renda familiar; < 3 consultas até a 35ª semana; hábitos de vida -> fumo, álcool, drogas História reprodutiva desfavorável: infertilidade. Ultimo parto há mais de 5 anos; aborto iterativo; restrição de crescimento intrauterino; partos prematuros; morte perinatal; RN malformado; multi ou nuliparidade; síndrome hipertensiva ou hemorrágica; cirurgia uterina previa. Intercorrências clinicas: cardiopatia, pneumopatia, hemopatia, HAS, endocrinopatia, epilepsia, neuropatias, uropatias (doença inflamatória pélvica, infecção do trato urinário); ginecopatias; imunopatias. Intercorrências obstétricas na gravidez atual: crescimento uterino anormal; restrição de crescimento intrauterino; alterações sistema amniótico; ruptura prematura das membranas; trabalho de parto prematuro; pré-eclâmpsia; síndrome hemorrágica; isso-imunização; pós-datismo. • O IDEAL seria um pré-natal cuidadoso (de alto risco) para todas as pacientes; todas as gravidezes possuem riscos. • Fatores de risco que devem indicar encaminhamento para Uni- dade de Urgência/Emergência: Síndromes hemorrágicas, Suspeita de eclampsia, Crise hipertensiva (pa >160x110), Aminiorrexe prematura, Hemoglobina < 8, Trabalho de parto prematuro, Suspeita/diagnóstico de abdome agudo, Práticas Médicas II – 5º período Ginecologia e obstetrícia Denise Matos – Turma 108 Aula dia 17/02/2021 Prof. Stanley Cefaleia intensa e súbita. SEMIOLOGIA (PRIMEIRA CONSULTA) • Anamnese e exame físico devem ser detalhados, abrangendo o maior número possível de informações. DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ (CLINICO E LABORATORIAL) • Sinais de presunção: atraso menstrual, amenorreia. Investigar cronologia. Manifestações clínicas e anatômicas Clinicas: náuseas e vômitos, tonturas, sonolências, polaciúria, nictúria, alterações do apetite; sialorreia. Anatômicas: aumento das mamas, presença de tubérculos de Montgomery, colostro; sinal de Jacquemier/Chadwich Sinal de Jacquemier: um dos primeiros sinais de gravidez.; consiste na alteração da coloração dos genitais (vulva, vagina e colo do útero) para uma cor mais azulada; causada pelo aumento do fluxo sanguíneo naquela área e a decorrente congestão venosa. • Sinais de probabilidade: aumento do útero; Sinal de Hegar; sinal de Nobile-Budin; teste laboratorial positivo (B-HCG) Sinal de Hegar: amolecimento do istmo uterino percebido por meio do exame de toque ginecológico; consistência semelhante à labial. Quando não grávida, consistência semelhante à ponta do nariz. Sinal de Nobile-Budin: abaulamento do útero gravídico ao toque do fundo de saco; corpo amolecido e globoso • Sinais de certeza: ausculta de batimentos cardíacos fetais (BCFs); percepção de mvoimentos fetais (MFs); observação do embrião em US. ANAMNESE • Gravidez atual: investigar data da última menstruação; tipo menstrual; motivação (planejada ou não oportuna) -> estabelecer idade gestacional e data provável do parto. • Antecedentes obstétricos: gesta/paridade; intercorrências; tipos de parto (vaginal/cesáreo); complicações • Avaliação ginecológica: vida sexual e DSTs; uso de contracepção (método, duração, etc); último exame preventivo; queixa genitais atuais. • Hábitos de vida: tabagismo, etilismo, drogas ilícitas, ocupação habitual. • Antecedentes mórbidos pessoais: alergias (fatores ambientais, asma brônquica, medicamentos, outras atopias), doenças relevantes passadas ou atuais (investigar tratamento); cirurgias prévias (uro ou ginecológicas) e eventuais traumas, especialmente da bacia. • Antecedentes familiares: gemelidade dizigótica na linhagem materna; diabetes melitus; outras doenças de caráter hereditário. EXAMES COMPLEMENTARES • Hemograma, tipagem (ABO/Rh), glicemia em jejum, sumario de urina, CDRL, Hbs-Ag, IgM e IgG para T/R/CMV, TGO/TGP, TSH/T4 livres; US entre a 11ª e 14ª semana, teste anti HIV I e II, outros exames eventuais, específicos. PRESCRIÇÕES/ORIENTAÇÕES • Ac. Fólico 5mg/dia até 14ª semana • Suplemento vitamínico-mineral para gestantes com carência alimentar (S04Fe 50-100 mg/dia) • TT/Dt a partir de 4-5 meses. dTpa entre 27-36 sem; outras (influenza, hepatites A/B) • Sintomáticos/ Apoio psicológico • Orientações sobre alimentação, repouso, atividade física. • Nutrição: dieta hiperproteica e hipocalórica (hipoglicídica e hipolipídica) • Habito de vida: alimentação moderada a intervalos curtos e regulares, sendo leve pela noite, evitar deitar logo após refeições; atividade física moderada; atividade sexual normal; evitar duchas vaginais; uso se sutiã e evitar sucção do mamilo; estão proscritosfumo, álcool e outras drogas. CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL (IG) E DA DATA PROVÁVEL DE PARTO (DDP) • Clínica: data da última menstruação; ausculta batimentos fetais, início da percepção dos movimentos fetais; AFU • Ultrassonográfica: medidas do saco gestacional; CCN, DBP e CF • Regra de Nagele: determina IG; baseada na data da última menstruação; somar o número de dias corridos desde a data da última menstruação até o dia no qual está sendo avaliada a IG e dividir por 7; • USG: permite calcular a idade gestacional.; a melhor US para cálculo é a realizada no 1º trimestre. • Calculo da data provável do parto (DDP): soma-se 7 aos dias da DUM e 9 ao número referente ao mês em que a DUM ocorreu. EXAME FÍSICO: • Deve ser completo, abrangendo dados vitais, enfatizando para paciente sobre alterações fisiológicas da gestação, inclusive as que ainda poderão surgir. • Geral: realizar exame físico geral suscinto, mas completo (estado geral; PA; peso; edema; ausculta cardio-pulmonar) Práticas Médicas II – 5º período Ginecologia e obstetrícia Denise Matos – Turma 108 Aula dia 17/02/2021 Prof. Stanley • Obstétrico: inspeção, palpação (manobra de Leopold), ausculta fetal, toque combinado ao exame ginecológico. Manobra de Leopold • Ginecológico: exame das mamas e dos genitais (especular e citologia) • IMPORTANTE: cálculo do IMC e estimativa de ganho de peso; exame físico obstétrico e exame físico ginecológico. CÁLCULO DE IMC E ESTIMATIVA DE GANHO DE PESO: BASE PARA FUTURAS ORIENTAÇÕES SOBRE HÁBITOS DE VIDA • Ganho de peso: habitual na gravidez; mas não devem ultrapassar os parâmetros esperados por representar mais riscos à saúde da gestante e do feto. • Utiliza-se como referência o IMC antes da gestação EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO • Inspeção: abdome globoso ou ovoide; alterações na pele (estrias); hiperpigmentação da linha alba (linha nigra). • Palpação: objetiva avaliar o útero e suas possíveis alterações de tônus e superfície e determinar apresentação, situação, posição e insinuação fetal com a manobra de Leopold-Zweifel. Alteração do tônus: hipertonia -> pode indicar descolamento prematuro da placenta Alteração da superfície: irregularidades -> pode indicar miomas • Manobra de Leopold-Zweifel.: determina a: 1 situação fetal (relação entre o maior diâmetro fetal e o maior diâmetro materno; longitudinal ou transversa); 2 a posição (posição do dorso fetal em relação ao lado direito ou esquerdo da mãe); 3 a apresentação (grau de penetração do feto na bacia; cefálica, pélvica ou córmica); e 4 a insinuação (o quanto o feto esta preenchendo a pelve materna) • Ausculta dos batimentos cardiofetais (BCF): melhor realizada após a manobra de Leopold; pois é melhor escutada na região dorsal do feto (dado entregue pela manobra). Ouvidos em torno da 12ª semana (com o Sonar) e da 20ª semana (com o Pinard). Sinal de certeza de gravidez Normal: 120-160 bpm Ausência: indica investigação de óbito fetal (afastar condições que prejudicam a ausculta como obesidade e dificuldade em encontrar o dorso). • Mensuração da altura uterina: avaliar o crescimento fetal de acordo com a IG, diagnosticando crescimentos acima ou abaixo do esperado. Deve ser realizado com a gestante em decúbito dorsal com abdome descoberto; delimita-se borda superior da sínfise púbica, marca-se 0cm na fita métrica, realiza-se a leitura da fita até atingir o fundo uterino. Medida verificada em cm deve ser anotada no cartão gestacional e colocada na curva de valores Repetir em cada consulta Existe correlação entre medica de altura uterina e IG, entretanto, não é o método indicado para cálculo da IG. Utiliza-se para avaliar se o crescimento fetal está adequado de acordo com a IG. Práticas Médicas II – 5º período Ginecologia e obstetrícia Denise Matos – Turma 108 Aula dia 17/02/2021 Prof. Stanley Alterações que determinam Aumento da altura uterina: polidrâmnio, gemelaridade, macrossomia, etc Alterações que determinam altura uterina reduzida: oligodramnio, restrição de crescimento, óbito fetal, etc. EXAME FÍSICO GINECOLÓGICO • Mama, abdome (já verificado no obstétrico), inspeção da vulva, toque vaginal e exames especular. • Mamas: na inspeção, percebe-se sinais de prepação das mamas para amamentação. Aumento de volume, sinal de Hunter (aréola gravídica), tubérculos de Montgomery e rede de Haller (todos sinais de presunção de gravidez). Avaliar presença de mamilos invertidos ou pouco desenvolvidos e orientar a paciente quando a exercícios para expressão dos mesmos. Sinal de Hunter: aréola gravídica; surgimento de aréola secundaria menos pigmentada e de limites imprecisos. Tubérculos de Montgomery: pápulas na área da aréola principal; decorrentes de glândulas mamarias acessórias ou sebáceas hipertrofiadas. Rede de Haller: trama de vasos venosos da pele mais evidenciada -> MELHOR CIRCULAÇÃO DA MAMA. • Toque vaginal: apenas quando necessário; não representa risco a saúde fetal. Objetivo: diagnostico de gestação, analisar pelvimetria, analisar esvaecimento e dilatação do colo uterino. Pelvimetria: influencia no prognostico do parto (vaginal ou não), pelo cálculo do diâmetro da pelve. • Exame especular: realizado na 1ª consulta para preventivo, caso a paciente não tenha feito no último ano; realizar quando houver queixa de perda de líquido amniótico, leucorreia ou sangramento; permite caracterizar a parede vaginal e uterina SISTEMATIZAÇÃO DIAGNOSTICA: • Diagnostico obstétrico de normalidade (DON) • Diagnostico obstétrico Patológico Pregresso (DOPP) • Diagnostico Obstétrico Patológico Atual (DOPA) • Diagnostico Ginecológico (DG) • Diagnóstico Clínico-Cirúrgico (GCG) ORIENTAÇÕES GERAIS E QUEIXAS COMUNS • Dialogo sobre gravidez e alterações fisiológicas; esclarecer sobre queixas comuns Queixas mais comuns: náuseas, azia, câimbras, dores lombares e pélvicas, obstipação, veias varicosas e edema. Intervenções: ORIENTAÇÕES GERAIS: • Evitar duchas vaginais: aumentam taxas de vaginose • Evitar esforço físico extenuante • Evitar radiação ionizante • Não há restrição para atividade sexual • Drogas e álcool devem ser suspensos • Medicamentos devem ser utilizados apenas sob prescrição Práticas Médicas II – 5º período Ginecologia e obstetrícia Denise Matos – Turma 108 Aula dia 17/02/2021 Prof. Stanley • Sinais de alarme: procurar atendimento médico para devida avaliação Perda de liquido Sangramento genital Redução dos movimentos fetais OLIGOELEMENTOS • Orientações e prescrição de suplementação de micronutrientes que contribuem para uma boa saúde da gestante e do feto. • Ferro: suplementação reduz em 70% o risco de anemia na gestação e puerpério. Recomenda-se ingesta de 40mg/dia de ferro elementar (200mg de sulfato ferroso), 1 hora antes das refeições devendo à mesmo ser mantida por 3 meses no pós- parto ou pós-aborto. • Ácido fólico (vitamina B9): contribui para o fechamento do tubo neural que acontece na 6ª semana de gestação. fundamento da prevenção de defeitos de fechamento de tubo neural. Recomenda-se 0,4-0,8mg/dia de ácido fólico 1 mês antes da gravidez até a 12ª semana de gestação População de alto risco: 5mg/dia. Defeitos no tubo neural: espinha bífida, meningomielocele, acrania, anencefalia, meningocele, Encefalocele • Calcio: recomenda-se suplementação em populações com deficiência do mesmo e nas mulheres com risco de desenvolver hipertensão e pré-eclampsia. 1,5-2g de cálcio diariamente, ressaltando que a gestante precisa ter cerca de 30g de cálcio por dia para garantir uma boa formação do esqueleto fetal. EXAMES COMPLEMENTARES • Objetiva identificar e diagnosticar problemas de forma precoce para abordá-los adequadamente e garantir uma boa assistência a mãe e ao bebe.• Exames a serem pedido no 1º trimestre: tipagem sanguínea (abo/rh) e teste de coombs indireto se indicado; hemograma completo; glicemia de jejum; urina i com urocultura/antibiograma; sorologias: rubéola, toxoplasmose; sífilis, citomegalovírus, hepatite b, hepatite c e hiv; tsh; protoparasitológico de fezes (ppf); colpocitologia oncológica; ultrassonografia morfológica de 1º trimestre com perfil; bioquímico. • Exames a serem pedidos no 2º semestre: hemograma completo; teste de tolerância oral à glicose (ttog) de 75 g; sorologias: toxoplasmose e sífilis; ultrassonografia morfológica de 2º trimestre com dopplerfluxometria colorida das artérias uterinas maternas e avaliação do colo por via vaginal. • Exames a serem pedidos no 3º semestre: hemograma completo; sorologias: sífilis, toxoplasmose, hepatite b e hiv; urina i com urocultura/antibiograma. cultura seletiva para estreptococo hemolítico de introito vaginal e perianal; ultrassonografia obstétrica com dopplerfluxometria colorida; ecocardiografia fetal; cardiotocografia basal. • Tipagem sanguínea: objetiva selecionar pacientes com risco de isoimunização Rh (gestantes Rh negativo com parceiro Rh positivo) -> se Coombs indireto por positivo, gestante deve ser encaminhada para pre-natal de risco. • Hemograma: eritrograma, avaliar hemoglobina e investigar anemias; leucograma costuma estar aumentado na segunda metade da gravidez; plaquetas apresentam tendência a queda. • Glicemia em jejum: solicitada para todoas gestante na primeira consulta; investigar diabetes gestacional. • Urina tipo I e urocultura: urina tipo 1 no pre-natal de baixo risco; urocultura em caso de piúria, bacteriúria ou hematúria, ou para rastrear bacteriúria assintomática e evitar possível pielonefrite. • Rubéola: rastreio da imunidade da gestante para rubéola no inicio do pre-natal; iGg positivo tem risco mínimo de transmissão vertical; iGg negativo são suscetíveis; vacinar após parto (não é permitido durante a gravidez). • Toxoplasmose: investigar imunidade, infecção aguda, infecção antiga; e orientar quanto a prevenção. • Sífilis: diagnostico no 1º trimestre permite tratamento até 30 dias antes do parto. Práticas Médicas II – 5º período Ginecologia e obstetrícia Denise Matos – Turma 108 Aula dia 17/02/2021 Prof. Stanley • Citomegalovirus: não há consenso para tal investigação; diagnostico difícil, infecções podem ocorrer por reativação e não há tratamento que previna a infecção fetal. • Hepatites B e C: se negativo, repetir no 3º trimestre; se positivo, pesquisar outros antígenos e anticorpos; c é reservado para gestante de risco. • HIV: recomenda-se sorologia durante o pre-natal e repetição no final da gravidez. • TSH: busca diagnostico clinico de doenças da tireoide, que podem ter seus sintomas confundidos com os da gravidez. • Paratologico de fezes: solicitado em pacientes com anemia ou população de risco. • Cultura de estreptococos (GBS): fazem parte da microbiota natural vaginal e intestinal; entretanto, está associado ao aumento da morbimortalidade perinatal, podendo ser transmitida ao RN levando a pneumonia, septicemia e meningite. Exame deve ser realizado por volta da 35ª semana coletando culta do introito vaginal e perianal, para que seja realizada profilaxia adequada intraparto. • Rastreamento de cromossomopatia fetal: feito pelo teste de DNA livre fetal, realizado em pacientes com 10 semanas de gestação ou mais; identifica síndromes de Down, Patau e Edwards, e alterações nos cromossomos sexuais síndromes de Turner e Kleinefelter. EXAMES ULTRASSONOGRÁFICOS • Não existem estudos que comprovem benefícios para morbimortalidade; entretanto, trata-se de um exame de rotina para investigar bem estar fetal, restrição do crescimento fetal (caso haja) e avaliação e complicações clínicas. Exame não traz malefícios. • USG inicial: determina IG com maior precisão; importante para avaliar gestação múltipla e viabilidade fetal; detecção precoce e manejo de condições que possam se apresentar no início da gravidez. • USG 1º trimestre: entre 11ª e 14ª semanas; triagem de cromossomopatias (avaliação do osso nasal), avaliar transluscência nucal e presença do ducto venoso). • USG 2º trimestre: 20ª e 24ª semanas; avaliar todos os sistemas do feto e identificar possíveis mal-formações; estudo do fluxo das artérias uterinas (identificar mulheres com risco de pré-eclampsia); identificar fetos com maior risco de crescimento restrito; medir colo e estimar risco de parto prematuro (avaliar indicação do uso de progesterona). • USG 3º trimestre: entre 34 semanas; avaliar crescimento fetal, quantidade de líquido amniótico e placenta. VACINAS • Profilaxia para doenças infecciosas. • Vacinas que utilizam vírus vivo: contraindicadas pelo risco de transmissão fetal • Vacinas de vírus inativado: consideradas mais seguras após o 4º mês da gestação • Toxoides: permitidos; ex vacina antitetânica. • Vacinação de rotina: Hepatite A, Hepatite B, Influenza (inativada); dT (difteria + tétano), DTPa (tríplice bacteriana: difteria, tétano e coqueluche). • Vacinação especial: meningocócica e raiva. Práticas Médicas II – 5º período Ginecologia e obstetrícia Denise Matos – Turma 108 Aula dia 17/02/2021 Prof. Stanley CONSULTAS SUBSEQUENTES • Avaliação suscinta do tratamento das queixas anteriores • Avaliar resultado dos exames solicitados • Avaliação materna e do desenvolvimento fetal: Aferir PA e peso; analisar coloração das mucosas; presença de edemas. Exame obstétrico: altura do fundo de utero; estática fetal, ausculta dos BCF, etc... • Atualização da avaliação do risco gravídico SOLICITAÇÃO DE EXAMES COMPLEMENTARES • US morfológico de 2º trimestre (22-24 semanas); US 34-36 semanas (eventual) • Hemograma (eritro), EAS, sorologia para lues e Anti-HIV (2º e 3º trimestre) • Outros: IgM d IgG (quando IgG foi negativa no exame anterior); glicemia (TOTG-S 28ª semana); doppler obstétrico (24-8 semana, artérias uterinas e umbilical; 34-38 semana, umbilical e cerebral media); coombs indireto nas Rh negativo não sensibilizadas. QUEIXAS COMUM NA GRAVIDEZ • Náuseas e vômitos: questionar e corrigir habito alimentar; sugerir alimentos secos e sólidos ricos em carboidrato desjejum; fracionado das refeições em 6 diárias; antieméticos. Medicamentos: dimenidrato, bromoprida, metoclopramida, meclizina. • Pirose (azia, queimação): fracionamento das refeições, evitar deitar após as refeições, leite gelado; medicações hidróxido de alumínio 1h após refeições 3º trimestre; cimetidina, pantoprazol • Constipação intestinal: adequação da dieta. Medicação: laxativo, concentrado de fibras vegetais, óleo mineral. • Hemorroidas: alimentação adequada (fibras), banho de assento com água morna. Medicação: supositório, pomada corticoide e analgésica; tratamento cirúrgico excepcional • Varicosidades: evitar ortostatismo, movimentar MMII, repouso com MMII elevados; uso de meias-calças elásticas • Câimbras: esticar pé ao acordar, evitar ingesta de fosforo, hiperextensão do membro nas crises, massagem ou calor local; • Leucorreias: normais; caso haja alteração do aspecto, odor ou sintomas associados, investigar etiologia. • Alterações de adaptação (fisiológicas) Palpitações e FC/ lipotimia (vasodilatação/hipoglicemia) Gengivite/gengivorragia (epúlide) Sialorreia: ext. beladona (Atroveran) 10 mg 3x/dia, eventualmente Edema/poliaciúria, nictúria, insônia ou hipersonia Dispneia/obstrução nasal/ epistaxe Dores abdominais (útero), lombares e quadril (lordose) ESCLARECIMENTOS DA CONSULTA DO ÚLTIMO MÊS • Orientar acerca das limitações de atividades físicas e sexuais • Falar sobre fase do pré-parto • Esclarecer sobre perda do tampão mucoso, sinal de parto e perda de liquido • Informar como reconhecero início de trabalho de parto, para dirigir-se a maternidade para exame • Orientar sobre alimentação em pródromos e início do trabalho de parto • Falar sobre duração do trabalho de parto e as características da dor.
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