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Juliana Duó 3ª Série- Ciclo básico Grupo C Depressão na população idosa Definição Depressão (CID 10 – F33) é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite. Transição epidemiológica APS como porta de entrada Cerca de 50 a 60% dos casos, não são detectados, tornando a depressão sub-diagnosticada e sub-tratada Importância desse estudo Epidemiologia Estudo desenvolvido nos anos 90 colocou a depressão como a quarta causa específica de incapacitação Em 2020, será a segunda causa nos países desenvolvidos e a primeira causa nos países em desenvolvimento. Prevalência população em geral: varia de 3 a 11% e é duas vezes maior entre as mulheres do que entre os homens. Prevalência na população idosa: cerca de 15% Nas Instituições de Longa Permanência: cerca de 50%, dos residentes são portadores de algum problema psiquiátrico. É a doença psiquiátrica mais comum que leva ao suicídio Os idosos formam o grupo etário, que com mais frequência, se suicida. Costumam utilizar os meios mais letais e suicídios latentes ou passivos (abandono de tratamento e recusa alimentar). Fatores de risco Uma investigação apurada e uma escuta qualificada da história de vida do sujeito, atual e pregressa, bem como seu contexto familiar e social, para termos uma compreensão dinâmica da situação vivenciada pelo sujeito que possa subsidiar a construção de um projeto terapêutico adequado Fatores que favorecem o surgimento da depressão Uso de medicamentos Doença dolorosa Doença incapacitante Institucionalização Morte de pessoas próximas Antecedentes depressivos prévios Abandono Maus tratos Fatores que sugerem um perfil suicida Sexo masculino Viver só Doença depressiva severa Inquietude psicomotora importante Perda recente do cônjuge Institucionalização Dependente de cuidados de longa duração Etilismo Sentimentos de culpa excessiva Doença médica severa, dolorosa, incapacitante Fatores que podem agravar a depressão • Sintomas psicóticos como alucinações. • Uso de álcool. • Risco ou tentativa de suicídio. • Repercussão grave sobre uma doença somática associada. • Não responde às doses habituais de um fármaco no tempo esperado. • Transtorno de personalidade. • Ausência de apoio social. • Efeitos secundários que impedem a continuação do uso do medicamento. • A pessoa não aceita o diagnóstico e por isso não adere às recomendações terapêuticas. • Presença de pluripatologias psiquiátrica. Avaliação Multidimensional Rápida da Pessoa Idosa Escala de Depressão Geriátrica Uma avaliação breve do estado de humor, que por meio de uma pergunta levanta a suspeita de depressão Confirma a suspeita de depressão e pode ser feita por qualquer profissional da Atenção Básica Diagnóstico Escala de Depressão Geriátrica Sinais e sintomas Diagnóstico diferencial Visa: à promoção da saúde e a reabilitação psicossocial; à prevenção de recorrências, a piora de outras doenças presentes e do suicídio; a melhora cognitiva e funcional; e ajuda para que a pessoa idosa possa lidar com suas dificuldades. Tratamento Orientação Acompanhamento Psicoterapia Farmacoterapia Acompanhamento individual Tratamento Oficinas terapêuticas, oficinas expressivas, oficinas de geração de renda, oficinas culturais, grupos terapêuticos, grupos operativos, atividades esportivas, atividades de suporte social, grupos de leitura e debate etc. Atendimento em grupo Atividades comunitárias Tratamento Festas comunitárias, caminhadas com grupos da comunidade, participação em eventos e grupos dos centros comunitários com objetivo de propiciar a construção de laços e trocas sociais; a integração do serviço de saúde e do usuário com a família, a comunidade e a sociedade em geral Paciente do sexo feminino, 81 anos, branca, aposentada, natural de Goiânia-GO, procedente e residente em Brasília-DF. A filha procurou geriatra com relato de esquecimento frequente da mãe, nos últimos meses. Informou também que ela tem apresentado menos apetite, insônia e falta de interesse nas atividades das quais sempre gostou de participar. Relata que percebeu início desses sinais pouco depois do falecimento do seu marido, há 7 meses. Nega dificuldades nas atividades diárias e de cuidado pessoal. Afirma utilizar Levotiroxina Sódica de 75mg, 1x ao dia, para tratamento de Hipotireoidismo de Hashimoto, diagnosticado aos 12 anos de idade. Nega diagnóstico prévio de outras doenças crônicas ou quadros agudos recentes, bem como o uso de outros medicamentos. Informa que a paciente mora sozinha e que os filhos intercalam as visitas desde que o marido faleceu. Caso clínico https://www.sanarmed.com/casos-clinicos-as-especificidades-da-depressao-no-idoso-ligas Ao exame físico, a paciente encontrava-se em bom estado geral, lúcida e orientada no tempo e no espaço, afebril, acianótica, anictérica e hidratada. Sem alterações nos exames dos aparelhos cardiovascular, respiratório e neurológico. Abdome normal, sem abaulamentos ou retrações, ruídos hidroaéreos audíveis e normais. Foram realizados, então, os testes direcionados para a Avaliação Geriátrica Ampla. A paciente mostrou resultados de normalidade nos testes de equilíbrio, mobilidade e risco de quedas, bem como na avaliação de sarcopenia. No teste de fluência verbal, falou 14 animais, sequencialmente, em 1 min. No Miniexame do Estado Mental, a pontuação obtida foi de 22 pontos. Na Escala de Depressão Geriátrica, a paciente fez 7/15 pontos. No teste do desenho do relógio, todos os aspectos avaliados foram bem atendidos. Não foram identificadas quaisquer deficiências sensoriais ou prejuízo para as atividades básicas da vida, mostrando-se com alto grau de funcionalidade. Após conversa com a filha que a acompanhava e com a paciente, a principal suspeita diagnóstica foi de depressão. Foi explicado para a filha a importância do cuidado e da atenção da família para o idoso nessa fase e, também, foi recomendado que os filhos se reorganizassem para evitar deixá-la sozinha. Foi prescrito tratamento com Citalopram, 20mg/dia 1 comprimido pela manhã, e a paciente foi encaminhada para acompanhamento com psicólogo, após alta. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília : Ministério da Saúde, 2006. 192 p. il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n. 19) Alvarenga, Márcia Regina Martins, Maria Amélia de Campos Oliveira, and Odival Faccenda. "Sintomas depressivos em idosos: análise dos itens da Escala de Depressão Geriátrica." Acta Paulista de Enfermagem 25.4 (2012): 497-503. Stella, Florindo, et al. "Depressão no idoso: diagnóstico, tratamento e benefícios da atividade física." Motriz 8.3 (2002): 91-98. Referências
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