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Cuidados de enfermagem no pré-operatório

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Cuidados de Enfermagem no 
Pré-Operatório 
 
As cirurgias de emergência e 
consequentes a traumatismos resultam, na 
maioria das vezes, em internação 
prolongada. Os clientes que estão em 
condição grave ou que são submetidos a 
cirurgias de grande porte e aqueles com 
doenças concomitantes podem precisar de 
cuidados suplementares de suporte de 
outras áreas da saúde, o que pode ser 
coordenado com mais facilidade no 
ambiente hospitalar. O alto nível de 
agudeza dos clientes cirúrgicos internados 
e a maior complexidade dos procedimentos 
impuseram maiores exigências em relação à 
prática da enfermagem nesse contexto 
(American Society of PeriAnesthesia Nurses 
[ASPAN], 2010). 
 
Embora cada ambiente (consultório, 
ambulatório ou internamento) ofereça suas 
próprias vantagens para a prestação de 
assistência ao cliente, todos os clientes 
precisam de avaliação de enfermagem pré-
operatória holística, orientações e 
intervenções de enfermagem para se 
prepararem para a cirurgia. 
 
A comunicação, o trabalho em 
equipe e a avaliação do cliente são cruciais 
para garantir bons resultados para o 
cliente no período perioperatório. As 
normas profissionais de enfermagem 
perioperatória e perianestésica abrangem 
os domínios da resposta comportamental, 
resposta fisiológica e segurança do 
cliente, e são usadas como guias para o 
desenvolvimento de diagnósticos, 
intervenções e planos de enfermagem. 
A enfermagem perioperatória, que 
abrange toda a experiência cirúrgica, 
consiste em três períodos que começam e 
terminam em determinados pontos na 
sequência de eventos da experiência 
cirúrgica. 
O período pré-operatório começa 
quando se toma a decisão de realizar a 
intervenção cirúrgica e termina com a 
transferência do cliente para a sala de 
operação (SO). 
O período intraoperatório começa 
quando o cliente é transferido para a mesa 
cirúrgica na SO e termina com a admissão 
na URPA. 
A enfermagem intraoperatória 
conta com a atuação da 
enfermeira/técnica circulante ou 
enfermeira instrumentador. 
O período pós-operatório começa 
com a admissão do cliente à URPA e 
termina com a avaliação de 
acompanhamento na clínica ou em casa 
(Capítulo 19). 
Cada período perioperatório inclui 
as mais diversas atividades que a 
enfermeira realiza, tanto pelo processo de 
enfermagem quanto pelos Padrões de 
Prática da ASPAN (2010). 
O Perioperative Nursing Data Set 
classifica a prática de enfermagem 
perioperatória em quatro domínios: 
segurança, respostas fisiológicas, 
respostas comportamentais e sistemas de 
cuidados de saúde. Os três primeiros 
domínios refletem fenômenos de 
interesse para enfermeiras peroperatórias 
e são compostos por diagnósticos, 
intervenções e resultados de enfermagem. 
O quarto domínio – sistema de cuidados 
de saúde – consiste em elementos de 
dados estruturais e se concentra em 
processos e resultados clínicos. O modelo 
é usado para descrever a relação dos 
componentes do processo de 
enfermagem com o alcance dos 
resultados ideais para o cliente (Rothrock, 
2010). 
Pré-operatório mediato 
O cliente é submetido a exames que 
auxiliam na confirmação do diagnóstico e 
que auxiliarão o planejamento cirúrgico, o 
tratamento clínico para diminuir os 
sintomas e as precauções necessárias 
para evitar complicações pós-operatórias, 
ou seja, abrange o período desde a 
indicação para a cirurgia até o dia anterior 
à mesma; 
Período imediato 
Corresponde às 24 horas anteriores 
à cirurgia e tem por objetivo preparar o 
cliente para o ato cirúrgico mediante os 
seguintes procedimentos: jejum, limpeza 
intestinal, esvaziamento vesical, preparo 
da pele e aplicação de medicação pré-
anestésica. 
 
 
A decisão de realizar uma cirurgia 
pode basear-se na facilitação do 
diagnóstico (um procedimento 
diagnóstico, como biopsia, laparotomia 
exploratória ou laparoscopia), na cura (p. 
ex., a excisão de um tumor ou de um 
apêndice inflamado) ou no reparo (p. ex., 
reparação de múltiplas feridas). 
A cirurgia pode ser reconstrutiva 
ou estética (como mamoplastia ou lift 
facial), ou paliativa (para aliviar a dor ou 
corrigir um problema – como reduzir um 
tumor para possibilitar o conforto ou 
remover uma vesícula biliar disfuncional). 
Além disso, a cirurgia pode ser de 
reabilitação (p. ex., cirurgia de 
artroplastia total para corrigir uma dor 
incapacitante ou a progressão da 
osteoartrite degenerativa). Também pode 
ser classificada com base no grau de 
urgência envolvido: de emergência, 
urgente, necessária, eletiva e opcional. 
Concomitantes ao aumento das 
cirurgias ambulatoriais (cirurgias que não 
requerem uma estadia noturna em 
internação hospitalar) estão as mudanças 
na prestação de cuidados de saúde e o 
pagamento por esses serviços. Com 
incentivos para reduzir as internações e 
conter os custos, foram criados os 
exames pré-admissão (EPA) diagnósticos 
e o preparo pré-operatório antes da 
admissão. 
Além do hemograma, conferem-se 
as plaquetas (para o ato cirúrgico, 
considera-se aceitável um número de 
plaquetas acima de 50.000, mas há 
exceções. Cada cirurgia tem um nível 
plaquetário adequado). 
Infecções do Trato Urinário 
1. Urina – altamente recomendável. 
2. Urocultura: 
• Sintomáticos 
• ITU de repetição 
• Incontinência/Menopausa 
• Prostatismo 
• Imunodeprimidos 
Muitas instituições têm um 
departamento de serviços pré-cirúrgicos 
para facilitar os EPA e para iniciar o 
processo de avaliação de enfermagem, o 
qual focaliza os dados admissionais, 
como os dados demográficos do cliente, 
histórico de saúde e outras informações 
pertinentes ao procedimento cirúrgico (ou 
seja, os termos de consentimento 
apropriados, exames complementares e 
exames laboratoriais) (Rothrock, 2010). 
Com a cirurgia sendo cada vez mais 
realizada no consultório, no ambulatório 
ou em internação breve (hospital dia), o 
cliente deixa o hospital mais cedo e se 
recupera mais rápido. Essas mudanças 
aumentam a necessidade de orientações 
ao cliente, planejamento de alta, 
preparação para o autocuidado e 
encaminhamento para serviços de 
assistência domiciliar e reabilitação 
(ASPAN, Schick e Windle, 2010). 
Atividades de Enfermagem: 
1. Comece a avaliação pré-operatória 
inicial 
2. Inicie as orientações apropriadas às 
necessidades do cliente 
3. Envolva a família na entrevista 
4. Verifique se os exames 
complementares pré-operatórios 
foram realizados 
5. Verifique a compreensão das 
prescrições pré-operatórias 
específicas dadas pelo cirurgião (ex: 
preparo do intestino, banho pré-
operatório) 
6. Discuta e analise o documento 
sobre o testamento vital 
7. Inicie o planejamento de alta, 
avaliando a necessidade do cliente 
de transporte e cuidados pós-
operatórios 
Admissão ao centro cirúrgico 
1. Reitere a avaliação pré-operatória 
2. Avalie os riscos de complicações 
pós-operatórias 
3. Relate achados inesperados ou 
quaisquer desvios do normal 
4. Verifique se o consentimento 
informado para a cirurgia foi 
assinado 
5. Coordene as orientações ao cliente 
e o plano de cuidados com a equipe 
de enfermagem e outros membros 
6. Reforce as orientações prévias 
7. Explique as fases do período 
peroperatório e expectativas 
8. Responda às perguntas do cliente e 
da família 
Na área de espera 
1. Identifique o cliente 
2. Avalie o estado do cliente, a dor 
subjacente e o estado nutricional 
3. Revise o prontuário do paciente 
4. Verifique o local da cirurgia e se ele 
foi demarcado de acordo com a 
política da instituição 
5. Insira um cateter intravenoso 
6. Administre medicamentos, se 
prescritos 
7. Institua medidas para garantir o 
conforto do cliente 
8. Forneça apoio psicológico 
9. Comunique o estado emocional do 
cliente a outros membros 
pertinentes da equipe de saúde 
 
Clientes submetidos a cirurgia de 
emergência 
As cirurgias de emergência não são 
planejadas e ocorrem com pouco tempo 
para a preparação do cliente ou da equipe 
perioperatória. A natureza imprevisível do 
traumatismo e a cirurgia deemergência 
apresentam desafios únicos para a 
enfermeira durante todo o período 
perioperatório. Nessas situações, é 
importante que a enfermeira se 
comunique com o cliente e com os 
membros da equipe do modo mais calmo 
e eficaz possível. 
Os fatores que afetam os clientes 
que se preparam para se submeter a uma 
cirurgia também se aplicam àqueles 
submetidos à cirurgia de emergência, 
embora esta geralmente tenha um prazo 
muito reduzido. A única oportunidade 
para a avaliação pré-operatória pode 
ocorrer ao mesmo tempo que se realiza a 
reanimação no pronto socorro. 
O exame de inspeção rápida do cliente é 
essencial para identificar todos os locais 
de lesão se a cirurgia de emergência for 
decorrente de um trauma. O cliente, que 
pode ter sofrido uma experiência 
traumática, pode precisar de apoio extra e 
explicações sobre a cirurgia. Para o cliente 
inconsciente, é necessário obter o 
consentimento informado e informações 
essenciais de um familiar, como o 
histórico clínico pertinente e de alergias, 
se disponível. 
O objetivo no período pré-
operatório é que o cliente esteja o mais 
saudável possível. Implementam-se todos 
os esforços para avaliar e tratar os fatores 
de risco que podem contribuir para as 
complicações pós-operatórias e para 
retardar a recuperação. 
Desenvolve-se um plano de ação 
para que potenciais complicações sejam 
evitadas. Antes que qualquer tratamento 
cirúrgico seja iniciado, coleta-se o 
histórico de saúde, realiza-se exame físico 
durante o qual se avaliam os sinais vitais, 
e estabelece-se uma base de dados para 
futuras comparações (Spry, 2009). 
Durante o exame físico, muitos 
fatores que podem afetar o estado do 
cliente submetido a uma cirurgia são 
considerados, como a mobilidade das 
articulações. Considerações genéticas 
também são levadas em conta durante a 
avaliação, para evitar complicações com a 
anestesia (Boxe 17.5). 
Deve-se perguntar ao cliente sobre 
o uso de medicamentos de venda 
controlada ou livre, bem como agentes 
fitoterápicos e outros suplementos; isso 
fornece informações úteis. Deve-se 
determinar o nível de atividade, incluindo 
a quantidade de exercício aeróbico 
regular. Alergias conhecidas a 
medicamentos, alimentos e látex 
poderiam evitar uma resposta anafilática 
(Ewan, Dugué, Mirakian et al., 2010). Os 
clientes podem ter apresentado 
manifestações de alergia ao látex 
anteriormente sem consciência disso. Se o 
cliente afirma que é alérgico a kiwi, 
abacate ou banana, ou não pode encher 
balões de festa, pode haver uma 
associação com a alergia ao látex. 
Fatores de risco 
 Hipovolemia 
 Desidratação ou desequilíbrio 
eletrolítico 
 Deficts nutricionais 
 Extremos etários 
 Infecção e sepse 
 Condições tóxicas 
 Anormalidades imunológicas 
 Doença pulmonar 
 Doença obstrutiva 
 Distúrbio restritivo 
 Infecção respiratória 
 Insuficiência renal ou doença do 
sistema urinário (diminuição da 
função renal, infecção urinária, 
obstrução) 
 Gravidez 
 Doenças cardiovasculares 
 Disfunção endócrina 
 Doença hepática 
 Incapacidade mental ou física 
preexistente 
Os profissionais de saúde também 
devem estar alertas a sinais de maus 
tratos, que podem ocorrer em qualquer 
idade, em ambos os sexos e em qualquer 
faixa socioeconômica, étnica e cultural 
(Buscemi, 2011). Os achados devem ser 
comunicados de acordo com as normas 
vigentes (ver discussão mais aprofundada 
sobre os sinais de maustratos. 
Os exames de sangue, radiografias e 
outros exames complementares são 
solicitados quando indicado por 
informações obtidas a partir do histórico 
de saúde e do exame físico. 
 
A nutrição ideal é um fator essencial 
na promoção da cicatrização e 
resistência à infecção e outras 
complicações cirúrgicas. A avaliação do 
estado nutricional do cliente identifica os 
fatores que podem afetar a evolução 
cirúrgica, como obesidade, perda de peso, 
desnutrição, déficits de nutrientes 
específicos, anormalidades metabólicas e 
efeitos dos medicamentos sobre a 
nutrição. Pode-se determinar as 
necessidades nutricionais pela medida do 
índice de massa corporal e da 
circunferência da cintura. 
Qualquer déficit nutricional deve ser 
corrigido antes da cirurgia para fornecer a 
quantidade adequada de proteínas para o 
reparo tecidual. 
Desidratação, hipovolemia e 
desequilíbrios eletrolíticos podem levar a 
problemas significativos em clientes com 
comorbidades clínicas ou em adultos mais 
velhos. Muitas vezes, é difícil determinar 
a gravidade dos desequilíbrios 
hidroeletrolíticos. Os déficits leves de 
volume podem ser corrigidos durante a 
cirurgia; no entanto, pode ser necessário 
tempo adicional para corrigir déficits 
hidroeletrolíticos significativos a fim de 
promover as melhores condições pré-
operatórias possíveis. A mudança atual 
para técnicas cirúrgicas abdominais mais 
minimamente invasivas tem aumentado a 
necessidade de preparo intestinal. 
A depleção de líquido e eletrólitos 
após o preparo intestinal pode resultar em 
desidratação e desequilíbrios químicos, 
mesmo em clientes cirúrgicos saudáveis. 
Durante a cirurgia, a desidratação e o 
desequilíbrio químico são previstos, 
planejados e tratados de modo a manter o 
cliente em condição estável (Doran, 
2010). O cliente e a família precisam ser 
informados da necessidade de reposição 
de líquidos após a cirurgia. 
A condição da boca é um 
importante fator de saúde a ser avaliado. 
A cárie dentária, as próteses dentárias e 
as próteses parciais são particularmente 
importantes para o anestesiologista, 
porque dentes cariados ou próteses 
dentárias podem se desalojar durante a 
intubação e obstruir as vias respiratórias. 
Isso é especialmente importante para os 
clientes idosos, bem como para aqueles 
que podem não ter recebido atendimento 
odontológico regular. 
A condição da boca também é 
importante porque qualquer infecção 
corporal, mesmo na boca, pode ser uma 
fonte de infecção pós-operatória. 
A ingestão, mesmo moderada, de 
bebida alcoólica antes da cirurgia pode 
enfraquecer o sistema imunológico do 
cliente e aumentar a probabilidade de 
infecções pós-operatórias (Porth e Matfin, 
2009). Além disso, pode comprometer a 
efetividade de alguns medicamentos. 
As pessoas que fazem uso abusivo de 
substâncias psicoativas (lícitas e ilícitas) 
ou bebidas alcoólicas com frequência 
tentam negar ou esconder essa 
informação. Nessas situações, a 
enfermeira que coleta o histórico de saúde 
do cliente precisa fazer perguntas 
francas com paciência, cuidado e 
atitude imparcial. 
Como as pessoas com intoxicação 
aguda são suscetíveis a lesão, a cirurgia é 
adiada, se possível. Se a cirurgia for de 
emergência, utiliza-se bloqueio 
anestésico local, espinal ou regional para 
a cirurgia de pequeno porte (Faulk, Twite, 
Zuk et al., 2010). Em outras situações, 
para evitar vômitos e potencial aspiração, 
insere-se um tubo nasogástrico antes da 
administração de anestesia geral. 
A pessoa com história de alcoolismo 
crônico muitas vezes sofre de desnutrição 
e outros problemas sistêmicos ou 
desequilíbrios metabólicos que 
aumentam o risco cirúrgico. Em clientes 
que são dependentes de bebidas 
alcoólicas, a síndrome de abstinência 
alcoólica pode ser prevista para 2 a 4 dias 
após a última ingestão de bebida alcoólica 
e está associada a uma taxa de 
mortalidade significativa quando ocorre 
no período pós-operatório. 
Esse aumento da taxa de 
mortalidade pode ser decorrente de 
arritmias cardíacas, miocardiopatias e 
tendência hemorrágica observada em 
casos de consumo abusivo de bebidas 
alcoólicas por tempo prolongado (Riddle, 
Bush, Tittle et al., 2010). 
Explique e demonstre ao cliente 
como realizar exercícios respiratórios e 
utilizar o espirômetro de incentivo, se 
indicado, para alcançar a melhor função 
respiratória antes da cirurgia. O potencial 
comprometimento da ventilação durante 
todas as fases do tratamento cirúrgico 
exige uma resposta proativa para 
infecções respiratórias. A cirurgia 
normalmente é adiada em casoseletivos 
se o cliente tiver infecção respiratória. 
Avaliam-se cuidadosamente os 
clientes com doença respiratória 
subjacente (p. ex., asma brônquica, 
doença pulmonar obstrutiva crônica) à 
procura de ameaças atuais à sua condição 
pulmonar. Os clientes também precisam 
ser examinados quanto a comorbidades, 
como infecção pelo vírus da 
imunodeficiência humana e doença de 
Parkinson, que podem afetar a função 
respiratória (West, 2011). 
Solicita-se aos clientes tabagistas 
que parem de fumar 4 a 8 semanas 
antes da cirurgia para reduzir 
significativamente tanto as 
complicações pulmonares quanto o 
retardo na cicatrização. As intervenções 
para o abandono do tabagismo no período 
pré-operatório podem ser efetivas na 
mudança do comportamento de 
tabagismo e na redução da incidência de 
complicações pós-operatórias. 
Tabagistas são mais propensos a 
apresentar cicatrização insatisfatória, 
maior incidência de infecções do local 
cirúrgico e complicações que incluem 
Tromboembolismo Venoso e pneumonia 
(West, 2011). 
No preparo do cliente para a 
intervenção cirúrgica, deve-se assegurar 
que o sistema cardiovascular pode 
suportar as necessidades de oxigênio, 
líquido e nutrição do período 
peroperatório. Se o cliente tiver 
hipertensão arterial não controlada, a 
cirurgia pode ser adiada até que a pressão 
arterial esteja sob controle. Às vezes, o 
tratamento cirúrgico é modificado para 
atender à tolerância cardíaca do cliente. 
Por exemplo, em um cliente com 
obstrução do cólon descendente e doença 
da artéria coronária, pode-se realizar 
colostomia simples temporária, em vez de 
ressecção mais extensa do cólon, que 
exigiria um período prolongado de 
anestesia. 
O objetivo pré-cirúrgico é o 
funcionamento ideal dos sistemas 
urinário e hepático, de modo que os 
medicamentos, agentes anestésicos, 
escórias metabólicas e toxinas sejam 
adequadamente metabolizados e 
eliminados do organismo. O fígado, os 
pulmões e os rins são as vias para a 
eliminação de toxinas e fármacos. 
O fígado é importante na 
biotransformação de compostos 
anestésicos. Distúrbios hepáticos podem 
afetar substancialmente o metabolismo 
desses agentes. A doença hepática aguda 
está associada a taxa de mortalidade 
cirúrgica elevada; portanto, a melhora pré-
operatória da função hepática é uma 
meta. A avaliação cuidadosa pode incluir 
várias provas de função hepática. 
Os rins estão envolvidos na 
excreção de fármacos anestésicos e seus 
metabólitos; portanto, a cirurgia é 
contraindicada se o cliente tiver nefrite 
aguda, insuficiência renal aguda com 
oligúria ou anúria, ou outros problemas 
renais agudos. As exceções incluem 
cirurgias realizadas como medidas de 
salvamento, cirurgias para possibilitar um 
acesso mais fácil para a diálise ou aquelas 
necessárias para melhorar a função 
urinária (ou seja, uropatia obstrutiva ou 
hidronefrose). 
O cliente com diabetes que será 
submetido a uma cirurgia corre risco tanto 
de hipoglicemia quanto de hiperglicemia. 
A hipoglicemia pode se desenvolver 
durante a anestesia ou no período pós-
operatório pela administração inadequada 
de carboidratos ou excessiva de insulina. 
Hiperglicemia, com potencial de aumentar 
o risco de infecção da ferida operatória, 
pode resultar do estresse da cirurgia e, 
consequentemente, provocar aumento 
nos níveis de catecolaminas. 
Outros riscos são a acidose e a 
glicosúria. Embora o risco cirúrgico no 
cliente com diabetes controlado não seja 
maior do que no cliente sem diabetes, o 
controle glicêmico rigoroso (80 a 110 
mg/dℓ) leva a melhores resultados 
(Alvarex et al., 2010). O monitoramento 
frequente dos níveis de glicose no sangue 
é importante antes, durante e depois da 
cirurgia. 
Os clientes que receberam 
corticosteroides correm risco de 
insuficiência suprarrenal. O uso de 
corticosteroides para qualquer fim 
durante o ano anterior deve ser 
comunicado ao anestesiologista e 
cirurgião. O cliente é monitorado em 
busca de sinais de insuficiência 
suprarrenal. 
Os clientes com distúrbios da 
tireoide não controlados estão em risco de 
tireotoxicose (nos distúrbios de 
hipertireoidismo) ou insuficiência 
respiratória (nos distúrbios de 
hipotireoidismo). O cliente com história 
associada de distúrbio da tireoide é 
avaliado no período pré-operatório. 
Uma função importante da 
avaliação pré-operatória é determinar a 
ocorrência de alergias. É especialmente 
importante identificar e documentar 
qualquer sensibilidade a medicamentos 
e reações adversas pregressas (Ascia, 
2011). O cliente é solicitado a identificar 
quaisquer substâncias que precipitaram 
reações alérgicas anteriores, incluindo 
medicamentos, transfusões de sangue, 
agentes de contraste, látex e produtos 
alimentícios, bem como a descrever os 
sinais e sintomas produzidos por essas 
substâncias. 
A imunossupressão é comum no 
tratamento com corticosteroides, 
transplante renal, radioterapia, 
quimioterapia e distúrbios que afetam o 
sistema imune, como a síndrome da 
imunodeficiência adquirida e a leucemia. 
Mesmo os sintomas leves ou uma 
pequena elevação na temperatura devem 
ser investigados. 
A história de medicação é obtida em 
razão das possíveis interações com 
medicamentos que podem ser 
administrados durante a cirurgia e os 
efeitos de algum desses fármacos no 
curso peroperatório do cliente. 
Quaisquer medicamentos que o 
cliente esteja usando ou tenha usado no 
passado são documentados, incluindo as 
preparações de venda livre e agentes 
fitoterápicos, bem como a frequência com 
que eles são usados. Muitos 
medicamentos têm um efeito sobre as 
funções fisiológicas; as interações desses 
medicamentos com os anestésicos podem 
causar problemas graves, como 
hipotensão e colapso circulatório. 
O ácido acetilsalicílico (AAS), um 
medicamento de venda livre comum 
que inibe a agregação plaquetária, deve 
ser descontinuado prudentemente 7 a 
10 dias antes da cirurgia; caso contrário, 
o cliente corre maior risco de 
sangramento (Rothrock, 2010). O uso de 
AAS ou outros medicamentos de venda 
livre é anotado no prontuário do cliente e 
relatado para o anestesiologista e 
cirurgião. O anestesista avalia os 
potenciais efeitos do tratamento 
farmacológico prévio, considerando o 
intervalo de tempo em que o cliente 
utilizou a medicação, a condição física do 
cliente e a natureza da cirurgia proposta 
(Miller et al., 2010). 
A enfermeira deve prever que a 
maioria dos clientes tem reações 
emocionais antes da cirurgia – óbvias ou 
veladas, normais ou anormais. O medo 
pode estar relacionado com o 
desconhecido, com a falta de controle ou 
com a morte. 
Pode ser influenciado pela 
anestesia, dor, complicações, câncer ou 
experiência cirúrgica anterior. A 
ansiedade pré-operatória pode ser uma 
resposta preferencial a uma ameaça ao 
papel do cliente na vida, a uma 
incapacidade permanente ou à perda da 
integridade corporal, ao aumento das 
responsabilidades ou dos ônus sobre os 
membros da família ou à própria vida. 
Preocupações menos óbvias podem ser 
justificadas por experiências anteriores 
com o sistema de saúde e pessoas que o 
cliente tenha conhecido com a mesma 
condição. O sofrimento psíquico 
influencia diretamente o funcionamento 
do corpo. A identificação da ansiedade 
pela equipe de saúde com a orientação de 
apoio em cada momento do processo 
peroperatório ajuda a aliviar a ansiedade 
(Weber e Kelley, 2009). 
As pessoas expressam o medo de 
maneiras diferentes. Alguns clientes 
podem fazer perguntas repetidas, 
independentemente das informações já 
compartilhadas com eles. Outros podem 
afastar-se, evitando deliberadamente a 
comunicação e se envolvendo em 
atividades como ler e assistir a televisão, 
ou falar sobre trivialidades. 
Consequentemente, a enfermeira 
deve ser empática, ouvir atentamente e 
fornecer informações que ajudem a aliviar 
as preocupações. 
Um resultado importante da 
avaliação psicossocial é a determinação 
da extensão e do papel da rede de apoio 
do cliente. 
Avaliam-se a importância e a 
confiabilidadedos sistemas de apoio 
disponíveis. Outras informações, como o 
conhecimento sobre o nível habitual de 
capacidade funcional e das atividades 
diárias típicas, podem ajudar no 
tratamento e na recuperação do cliente. 
Avaliar a disposição do cliente para 
aprender e determinar a melhor 
abordagem para maximizar o 
entendimento fornece a base para as 
orientações pré-operatórias do cliente. 
Isso é de particular importância para os 
clientes que têm atraso de 
desenvolvimento e aqueles com 
comprometimento cognitivo, casos em 
que as orientações e a obtenção do 
consentimento incluem o representante 
legal. 
As crenças espirituais têm uma 
participação importante no modo como as 
pessoas lidam com o medo e com a 
ansiedade. Independentemente da filiação 
religiosa do cliente, as crenças espirituais 
podem ser tão terapêuticas quanto a 
medicação. É necessário esforçar-se 
para ajudar o cliente a obter o apoio 
espiritual que ele solicitar; portanto, a 
enfermeira deve respeitar e apoiar suas 
crenças. Perguntar se o conselheiro 
espiritual do indivíduo está informado 
sobre a cirurgia iminente é uma 
abordagem afetuosa e não ameaçadora. 
Mostrar respeito pelos valores e 
crenças culturais do cliente facilita o 
relacionamento e a confiança. Algumas 
áreas de avaliação incluem a identificação 
do grupo étnico ao qual o cliente pertence 
e os costumes e crenças do cliente a 
respeito da doença e dos profissionais de 
saúde. Alguns grupos étnicos não têm a 
tradição de expressar abertamente seus 
sentimentos com estranhos (Engebretson, 
2011). A enfermeira precisa considerar 
esse padrão de comunicação quando 
avalia a dor. 
Talvez a habilidade mais valiosa à 
disposição da enfermeira seja ouvir 
atentamente o cliente e observar sua 
linguagem corporal, especialmente ao 
conhecer sua história. Informações e dicas 
valiosas podem ser adquiridas por meio 
de habilidades de comunicação e 
entrevista eficazes. Uma enfermeira sem 
pressa, compreensiva e sensível promove 
a confiança por parte do cliente. 
 
 
 
 
 
 
Intervenções de enfermagem pré-
operatórias 
 
As enfermeiras têm 
reconhecido o valor das 
orientações pré-operatórias 
(Rothrock, 2010). As explicações 
e demonstrações para cada 
cliente são individualizadas, 
levando em consideração 
quaisquer preocupações e 
necessidades de aprendizagem 
específicas. Devem ser utilizadas 
múltiplas estratégias de 
orientação (p. ex., verbal, por 
escrito, demonstração de 
retorno), dependendo da 
necessidade e da capacidade do 
cliente. 
As explicações e 
demonstrações pré-operatórias 
são iniciadas o mais cedo 
possível, preferencialmente no 
consultório médico, na clínica ou 
no momento dos EPA, quando os 
exames complementares são 
realizados. Durante os EPA, a 
enfermeira ou médico 
disponibiliza os recursos 
relacionados com as orientações 
ao cliente, como instruções 
escritas (projetadas para serem 
reproduzidas e distribuídas ao 
cliente), recursos audiovisuais e 
números de telefone, para 
garantir que as orientações 
continuem até que o cliente se 
apresente para a intervenção 
cirúrgica. 
Sempre que possível, as 
explicações e demonstrações são 
espaçadas por um período de 
tempo para possibilitar que o 
cliente assimile as informações e 
faça as perguntas que possam 
surgir. 
Frequentemente, as 
sessões de orientações são 
combinadas a vários 
procedimentos de preparação 
para possibilitar um fluxo fácil e 
oportuno de informações. A 
enfermeira deve explicar e fazer 
demonstrações para o cliente 
sobre os procedimentos e 
fornecer tempo suficiente para as 
perguntas. 
As orientações devem ir 
além das descrições do 
procedimento; devem incluir 
explicações sobre as sensações 
que o cliente terá. Informar ao 
cliente que a medicação pré-
operatória trará relaxamento 
antes da cirurgia não é tão eficaz 
quanto também dizer que a 
medicação agirá rapidamente e 
pode resultar em tontura, 
vertigem e sonolência. 
Saber o que esperar ajuda o 
cliente a prever essas reações e a 
alcançar um grau superior de 
relaxamento. Descrições 
excessivamente detalhadas 
podem aumentar a ansiedade; 
portanto, a enfermeira deve ser 
sensível a isso, observando e 
escutando o cliente, e fornecendo 
menos detalhes de acordo com as 
suas necessidades específicas. 
Proteger os clientes de 
lesão é um dos principais papéis 
da enfermeira peroperatória. A 
adesão às práticas recomendadas 
pela AORN e às Metas Nacionais 
de Segurança do Cliente da Joint 
Commission é essencial 
(Rothrock, 2010). Elas se aplicam 
a hospitais, bem como a centros 
de cirurgia ambulatorial e 
instituições que fazem cirurgias 
em consultório (Joint 
Commission, 2012). Os 
pesquisadores estão 
investigando o near miss, ou seja, 
“quase erro”, incidente que quase 
ocorreu no cenário peroperatório, 
mas foi identificado antes – 
potencial evento adverso (Boxe 
17.9). 
A principal finalidade de 
suspender alimentos e líquidos 
antes da cirurgia é evitar a 
aspiração pulmonar. Até 
recentemente, os líquidos e 
alimentos eram restringidos 
desde a noite anterior à cirurgia e 
frequentemente por um tempo 
ainda maior. A American Society 
of Anesthesiologists revisou essa 
prática e fez novas 
recomendações para as pessoas 
saudáveis submetidas a cirurgias 
eletivas. 
As recomendações 
específicas dependem da idade 
do cliente e do tipo de alimento 
ingerido. Por exemplo, os adultos 
podem ser aconselhados a jejuar 
por 8 h após a ingestão de 
alimentos gordurosos e por 4 h 
depois da ingestão de produtos 
lácteos. Clientes saudáveis 
podem tomar líquidos claros até 
2 h antes de um procedimento 
eletivo (Crenshaw, 2011). 
Os enemas não são 
comumente prescritos no pré-
operatório, a menos que o cliente 
seja submetido a uma cirurgia 
abdominal ou pélvica. Nesse 
caso, um enema de limpeza ou 
laxante pode ser prescrito na 
noite anterior à cirurgia e talvez 
repetido na manhã da cirurgia. 
Os objetivos desse preparo 
incluem a visualização 
satisfatória do local cirúrgico, e 
evitar traumas ao intestino ou 
prevenir a contaminação do 
peritônio por material fecal. A 
menos que a condição do cliente 
apresente alguma 
contraindicação, deve-se usar o 
banheiro ou cadeira sanitária em 
vez da comadre para evacuar o 
enema se o cliente estiver 
hospitalizado durante esse 
período. Além disso, podem ser 
prescritos antibióticos para 
reduzir a flora intestinal. 
O objetivo do preparo da 
pele no período pré-operatório é 
reduzir as bactérias sem 
comprometer a integridade da 
pele. Se a cirurgia não for 
realizada em caráter emergencial, 
o cliente pode ser orientado a 
usar um sabão contendo um 
detergente germicida para limpar 
a área de pele durante vários dias 
antes da cirurgia, a fim de reduzir 
a contagem de microrganismos 
na pele; esse preparo pode ser 
realizado em casa. 
Em geral, os pelos não são 
removidos antes da cirurgia, a 
menos que os pelos do local da 
incisão ou em torno dele possam 
interferir no procedimento. Se 
precisarem ser removidos, 
utilizam-se depiladores elétricos 
para uma depilação segura 
imediatamente antes da cirurgia 
(AORN, 2011). Para garantir o 
local correto, o sítio cirúrgico 
normalmente é marcado pelo 
cliente e pelo cirurgião antes do 
procedimento. 
Intervenções de Enfermagem no 
período pré-operatório imediato 
 
Imediatamente antes do 
procedimento, o cliente veste um 
avental hospitalar, que é deixado 
desamarrado e aberto na parte de 
trás. O cliente com cabelos 
longos pode trançá-los, remover 
os acessórios e cobrir a cabeça 
completamente com uma touca 
descartável. A boca é 
inspecionada e removem-se 
próteses ou placas dentárias. Se 
deixados na boca, esses itens 
podem facilmente cair para a 
parte de trás da garganta durante 
a indução da anestesia e causar 
obstrução respiratória. 
Não se utilizam joias na SO; 
alianças de casamento e joias ou 
piercings devem ser removidos 
para evitar lesões. Se um cliente 
se recusar a remover um anel, 
algumas instituições permitem 
que ele seja fixado firmementeao 
dedo com fita adesiva. Todos os 
artigos de valor, incluindo 
dispositivos de assistência, 
próteses dentárias, óculos e 
próteses em geral, são entregues 
aos familiares ou são rotulados 
de modo claro com o nome do 
cliente e armazenados em local 
seguro e protegido de acordo 
com a política da instituição. 
Todos os clientes (exceto 
aqueles com distúrbios 
urológicos) devem urinar 
imediatamente antes de ir para a 
SO. Isso é importante 
principalmente para promover a 
visibilidade anatômica e a 
continência durante a cirurgia 
abdominal baixa. O cateterismo 
urinário é realizado na SO apenas 
quando necessário. 
O uso de medicação pré-
anestésica é mínimo na cirurgia 
realizada em ambulatório ou 
consultório. Se for prescrita, 
normalmente é administrada na 
área de espera pré-operatória. 
Se for administrada 
medicação pré-anestésica, o 
cliente é mantido no leito com as 
grades laterais elevadas, porque 
a medicação pode causar 
tonturas e sonolência. 
Durante esse tempo, a 
enfermeira observa o cliente 
quanto a qualquer reação 
indesejada aos medicamentos. As 
imediações são mantidas 
tranquilas para promover o 
relaxamento. Algumas 
instituições colocam uma música 
clássica calma no ambiente 
(Moradipanah et al., 2009). 
Muitas vezes, a cirurgia é 
adiada ou o seu horário, trocado, 
o que impossibilita a solicitação 
de que uma medicação seja 
administrada em um momento 
específico. Nessas situações, a 
medicação pré-operatória é 
prescrita para “assim que 
chamado à SO”. A enfermeira 
pode deixar o medicamento 
pronto para ser administrado 
assim que receber a ligação da 
equipe da SO. 
Em geral, leva-se de 15 a 
20 min para preparar o cliente 
para a SO. Se a enfermeira 
administrar a medicação antes de 
atender a outros detalhes do 
preparo pré-operatório, o cliente 
terá ao menos o benefício parcial 
da medicação pré-operatória e 
terá um curso anestésico e 
operatório suave. 
A lista de verificação pré-
operatória contém os elementos 
essenciais que devem ser 
verificados no pré-operatório 
(Rothrock, 2010). A enfermeira 
completa a lista. 
O prontuário preenchido 
(com a lista de verificação pré-
operatória e a modalidade de 
verificação) acompanha o cliente 
para a SO com o termo de 
consentimento cirúrgico em 
anexo, juntamente com todos os 
resultados dos exames 
laboratoriais e registros de 
enfermagem. 
Quaisquer observações 
incomuns de última hora que 
possam ter influência sobre a 
anestesia ou a cirurgia são 
anotadas com destaque na frente 
do prontuário. 
O cliente é levado para a 
área de espera ou sala pré-
cirúrgica cerca de 30 a 60 min 
antes de a anestesia ser 
administrada. A maca deve estar 
o mais confortável possível, com 
cobertores suficientes para evitar 
que o cliente se resfrie em uma 
sala com ar condicionado. 
Geralmente se fornece um 
pequeno travesseiro para a 
cabeça. 
O cliente é levado para a 
área de espera pré-operatória, 
cumprimentado pelo nome e 
posicionado confortavelmente na 
maca ou leito. A área circundante 
deve ser mantida calma para que 
a medicação pré-operatória tenha 
o máximo efeito. Sons ou 
conversas desagradáveis devem 
ser evitados, porque o cliente 
sedado pode interpretá-los mal. 
A segurança do cliente na 
área pré-operatória é uma 
prioridade. Um processo ou 
procedimento padrão para 
verificar a identificação do 
doente, o procedimento cirúrgico 
e o local da cirurgia é essencial 
para maximizar a segurança do 
cliente (World Health 
Organization, 2008), 
possibilitando a intervenção 
imediata se forem identificadas 
quaisquer discrepâncias. 
A maioria dos hospitais e 
centros de cirurgia ambulatorial 
tem uma sala de espera, em que 
os familiares e outros entes 
queridos podem aguardar 
enquanto o cliente está em 
cirurgia. Essa sala pode ser 
equipada com cadeiras 
confortáveis, televisões, 
telefones e refeições leves. 
Voluntários podem permanecer 
com os familiares, oferecer-lhes 
café e mantê-los informados do 
progresso do cliente. Após a 
cirurgia, o cirurgião pode reunir a 
família na sala de espera e 
discutir o resultado. 
Os familiares e entes 
queridos nunca devem julgar a 
gravidade de uma cirurgia pelo 
tempo que o cliente passa na SO. 
O cliente pode ficar ali por muito 
mais tempo do que o tempo real 
de cirurgia, por vários motivos: 
Os clientes rotineiramente 
são transportados com bastante 
antecedência ao momento real da 
cirurgia 
O anestesiologista muitas 
vezes faz preparativos adicionais, 
que podem levar de 30 a 60 min 
O cirurgião pode levar mais 
tempo do que o esperado com o 
caso anterior, o que atrasa o 
início do procedimento cirúrgico 
seguinte. 
Depois da cirurgia, o 
cliente é levado para a URPA para 
garantir que ele acorde da 
anestesia de modo seguro. 
Os familiares e outros 
entes queridos que esperam para 
ver o cliente depois da cirurgia 
devem ser informados de que ele 
pode estar com determinados 
equipamentos ou dispositivos (p. 
ex., cateter IV, cateter urinário, 
tubo nasogástrico, cateter de 
oxigênio, equipamentos de 
monitoramento, cateter de 
transfusão sanguínea) ao retornar 
da cirurgia. Quando o cliente 
retorna ao quarto, a enfermeira 
fornece explicações sobre o que 
frequentemente se observa no 
pós-operatório. 
No entanto, é de 
responsabilidade do cirurgião, 
não da enfermeira, retransmitir 
os achados cirúrgicos e o 
prognóstico, mesmo quando os 
achados são favoráveis. 
 
Smeltzer, Suzanne C., and Brenda G. Bare. "Brunner & Suddarth, Tratado 
de enfermagem médico-cirúrgica." Brunner & Suddarth, Tratado de 
enfermagem médico-cirúrgica. 2005. 1133-1133.

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