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Profa. Ma. Valdice Pólvora UNIDADE I Auditoria e Investigações sobre Fraudes Será abordado os conceitos fundamentais de uma ação de auditoria ou investigação corporativa. Veremos as definições que diferenciam o erro, a irregularidade e a fraude, e a importância das investigações internas. O que vamos abordar nesta unidade? Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2017/10/31/09/55/fingerprint- 2904774__340.jpg SECURITY A auditoria e a investigação são ações complementares. Em tese, o sistema deve ser implantado com a seguinte ideia: Conceitos iniciais AUDITORIA • Identificar irregularidades, como as fraudes. FRAUDE • Ocorra entre o período de uma auditoria e outra. INVESTIGAÇÃO A auditoria contábil é um procedimento conduzido, normalmente, por contadores ou auditores fiscais que tem por objetivo verificar os apontamentos contábeis, tais como o patrimônio líquido, ativos e passivos. Ou seja, todos os lançamentos originados no faturamento da empresa, a sua movimentação financeira, enfim, tudo o que se relaciona aos aspectos financeiros. Auditoria contábil Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2019/05/09/10/52/audit-4190944__340.jpg Etimologicamente, a palavra “auditoria” tem a sua origem no verbo latino audire, que significa “ouvir”, e que conduziu à criação da palavra “auditor” (do latim auditore) como sendo aquele que ouve (DEZEN JUNIOR; BEDUSCHI; BORÇATO, 2018). As auditorias podem ser realizadas com o objetivo de verificar quaisquer irregularidades ou não conformidades nas organizações, ou podem ser realizadas com a finalidade contábil. Conceito de auditoria Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2019/05/08/20/15/audit- 4189560__340.jpg AUDIT Normalmente, é conduzida por contadores ou auditores fiscais. Mas, outros profissionais podem participar das auditorias em geral: Profissionais que podem complementar a atuação de contadores e/ou auditores fiscais; Os profissionais podem ser das áreas administrativa, tecnológica e de segurança, dentre outras. Um trabalho de auditoria pode ser feito por uma equipe multidisciplinar: de acordo com as características da empresa ou da atividade a ser auditada, os profissionais de várias áreas, inclusive operacionais, podem ser fundamentais. Quem pode participar das auditorias contábeis? Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/07/07/09/3 3/financial-3521844__340.jpg As auditorias podem ser: Podem ser realizadas por profissionais da própria empresa ou por organizações externas; Normalmente, as auditorias externas são promovidas porque o trabalho dos auditores não é influenciado por aqueles que trabalham na própria organização, gerando maior credibilidade; Podem ser exigidas por investidores, financiadores ou por parceiros internacionais. Tipos de auditorias INTERNAS EXTERNAS É obrigatória a auditoria externa ou independente, em algumas situações. Por exemplo, para organizações caracterizadas pela Lei 11.638, de 28/12/2007 (BRASIL, 2007): Art. 3º Aplicam-se às sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações, as disposições da Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, sobre a escrituração, e a elaboração de demonstrações financeiras e a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários; Parágrafo único. Considera-se de grande porte, para os fins exclusivos desta Lei, a sociedade ou o conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais). Auditoria externa Lei 11.638, de 28/12/2007 Há outras situações em que a auditoria externa ou independente, pode ser obrigatória ou recomendada. Esse tipo de auditoria pode ser demandado pelo Ministério Público Estadual quando do velamento das fundações, ou exigido de forma obrigatória em se tratando das OSCIPs quando celebram os termos de parceria em valor acima de R$ 600.000,00, ou quando entidades portadoras do CEBAS* registram receita anual em um montante superior a R$ 3.600.000,00, até o ano de 2017, e R$ 4.800.000,00, a partir de 2018 (APF, 2017). *Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social. Auditoria externa ou independente NO TERCEIRO SETOR Tanto as auditorias quanto as investigações podem contemplar a interação de vários setores da organização. O objetivo é fazer com que a empresa tenha o seu desempenho otimizado nos mais diversos aspectos: Auditorias e investigações ADMINISTRATIVO PATRIMONIAL TÉCNICO FINANCEIRO ECONÔMICO ÉTICO O aspecto administrativo contribui para a redução de: Aspecto administrativo INEFICIÊNCIA NEGLIGÊNCIA INCAPACIDADE IMPROBIDADE EMPREGADOS E ADMINISTRADORES O aspecto patrimonial, possibilita melhor controle dos bens, direitos e obrigações que constituem o patrimônio. Patrimônio como “o conjunto de bens, direitos e obrigações, avaliável em moeda, e pertencente a uma pessoa física ou jurídica”. O Balanço Patrimonial é uma demonstração que evidencia todo o patrimônio de uma entidade em um determinado momento, ou seja, ela vai mostrar todos OS BENS, OS DIREITOS E AS OBRIGAÇÕES numa certa data. Aspecto patrimonial Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2016 /03/05/20/00/accountant- 1238598__340.jpg O aspecto técnico, contribui para a mais adequada utilização das contas, maior eficiência dos serviços contábeis, maior precisão das informações, e a garantia de que a escrituração e as demonstrações contábeis foram elaboradas, de acordo com os princípios e as normas de Contabilidade. Aspecto técnico Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2019/01/17/19/27/ data-3938447__340.jpg O aspecto financeiro, resguarda créditos de terceiros – fornecedores e financiadores – contra as possíveis fraudes e dilapidações do patrimônio, permitindo maior controle dos recursos para fazer face a esses compromissos. Aspecto financeiro Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2015/09/20/18/31/coins- 948603__340.jpg O aspecto econômico assegura maior exatidão dos custos e veracidade dos resultados, na defesa do interesse dos investidores e titulares do patrimônio. Aspecto econômico Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/03/08/06/17/financial -3207895__340.jpg Sob o aspecto ético, ele examina a moralidade do ato praticado, pois o registro poderá estar tecnicamente elaborado e o fato, legalmente comprovado, porém o ato da administração poderá ser moralmente indefensável, cabendo à auditoria apontá-lo para o julgamento dos titulares do patrimônio ou de seus credores (MOURA; SILVA, 2004). Aspecto ético Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2016/11/29/11/45/business- 1869266__340.png Os objetivos da auditoria e das investigações são realizadas considerando alguns aspectos. A contribuição para a redução de ineficiência, negligência, incapacidade, e improbidade de empregados e administradores, refere-se ao aspecto: a) Ético. b) Financeiro. c) Administrativo. d) Patrimonial. e) Técnico. Interatividade Os objetivos da auditoria e das investigações são realizadas considerando alguns aspectos. A contribuição para a redução de ineficiência, negligência, incapacidade, e improbidade de empregados e administradores, refere-se ao aspecto: a) Ético. b) Financeiro. c) Administrativo. d) Patrimonial. e) Técnico. Resposta A investigação tem a ver com a identificação de: Identificação da motivação da ocorrência de uma possível fraude: Ocorreu alguma irregularidade operacional? Ocorreu algum erro não intencional? Ocorreu um ato intencional e doloso? Por que a ocorrência analisada não foi interrompida durante o seu curso? Faltou fiscalização? Não era possível fiscalizar antes? Há a possibilidade de prevenir novas ocorrências do mesmo tipo?Conceito de investigação Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2015/11/03/09/03/ magnifying-glass-1019982_960_720.jpg A investigação é própria em relação ao que já ocorreu. E pode ser demandada em função de uma ocorrência identificada pela auditoria regular ou extraordinária, ou pela análise de quaisquer das consequências do: Investigação In v e s ti g a ç ã o ERRO In v e s ti g a ç ã o FRAUDE In v e s ti g a ç ã o IRREGULARIDADE Os autores, em geral, caracterizam o erro, a fraude e a irregularidade segundo conceitos administrativos, de regimentos internos ou pelas leis do país. Definição de erro, fraude e irregularidade Tipo de ocorrência Designação do ato Origem da ocorrência ERRO Ato fortuito não intencional. Descuido ou falha técnica. FRAUDE Ato intencional, ilegítimo e doloso. Obtenção de benefícios ilegais ou ilícitos. IRREGULARIDADE Ato intencional não doloso. Desconhecimento técnico (sujeito a sanções). Fonte: Adaptado de: Lourenço e Sarmento (2008). Neste caso, o que motivou a ocorrência foi um erro de operações ou de confecção, de um ato administrativo, ou de uma providência tática ou gerencial: Quem cometeu o erro não queria aquele resultado; Não tinha a intenção de criar o problema detectado. O erro, geralmente, é fruto de descuidos imprevisíveis, como: Se a ocorrência foi motivada por ERRO Falhas técnicas Treinamento inadequado de pessoal ERRO Neste caso, é necessário averiguar se a irregularidade foi cometida por alguém ou algum setor que deveria ter a devida competência para lidar com o ocorrido. Por exemplo: um engenheiro civil que não calculou adequadamente a proporção de concreto a ser utilizado numa determinada estrutura. O engenheiro foi exatamente contratado para esta função. Tem a competência e a formação adequadas. No entanto, ocorreu a irregularidade, que pode ensejar responsabilizações para o profissional e, conforme as circunstâncias, para toda a empresa, mesmo que não tenha sido um ato intencional. Se a ocorrência foi determinada por alguma IRREGULARIDADE Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2016/04/28/15/50 /construction-site-1359136__340.jpg A ocorrência de fraude tem por objetivo obter alguma vantagem ilícita (não devida, não autorizada) ou ilegal (que se constitui em infração penal). Neste caso, os envolvidos devem ser civil, administrativo e penalmente responsabilizados. As ocorrências de fraude acabam criando uma imagem para a organização de ineficiência dos controles internos, de descuido administrativo e de descrença no mercado. Se houver elementos de FRAUDE Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2019/01/12/19/38/audit -3929140__340.jpg Compras e vendas de empresas, fusões, operações entre as empresas nacionais e internacionais, interesses em novos mercados, dentre outras vertentes têm como orientação a verificação de possíveis fraudes contábeis. De acordo com Pereira, Santos e Rocha (2018), as fraudes contábeis, no Brasil, têm grande repercussão não apenas nos profissionais contábeis, mas também pelos meios de comunicação e profissionais de outras áreas do conhecimento humano. O principal enfoque dessas discussões tem sido pela necessidade de que haja: transparência, segurança e confiabilidade, nos números apresentados pelas empresas quer sejam para os seus acionistas, fornecedores, poder público, entre outros. Se houver elementos de FRAUDE Transparência Segurança Confiabilidade A corrupção traz o descrédito da instituição, representado na queda de clientes, na queda do valor de mercado da organização, além de inúmeros problemas com os próprios colaboradores, como, por exemplo: a sensação de trabalhar numa instituição irregular e que não respeita o regramento legal. Corrupção nas empresas Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2013/07/13 /13/52/lobbying-161689_1280.png Classificação dos tipos de corrupção: Vamos abordar dois tipos, a saber: Tipos de corrupção Corrupção ativa Corrupção passiva A corrupção ativa refere-se ao ato de oferecer vantagens a alguém visando o próprio benefício. A corrupção passiva diz respeito ao funcionário público – ou ao colaborador, no âmbito empresarial – que aceita receber vantagens para si ou para outros indivíduos em troca de atitudes corruptas. Exemplo: o gerente de compras de um órgão público quer comissão “por fora”, não contabilizada, da empresa vendedora para comprar os seus produtos. “Combina” com o vendedor (e este concorda!) que o mesmo apresentará um preço de 15% a mais no produto. A fraude, neste caso, propiciou o crime de corrupção passiva (praticada pelo funcionário público) e corrupção ativa (praticado pelo vendedor). Corrupção ativa e passiva Os escândalos de corrupção têm permeado o dia a dia dos brasileiros. Seja na televisão, seja nas rádios, seja na rua, seja em casa, só se fala de corrupção envolvendo as empresas que atuam nesta terra que, em se plantando, tudo dá. Diante dos fatos que nos são apresentados diariamente, chegamos à conclusão de que as nossas empresas sempre tiveram um compliance de papel, ou seja, aquele que lá está para cumprir a lei, mas que não serve de norte no momento das negociações. Afinal, o dito é secular: A lei?... Ora, a lei... (CREDIDIO, 2018, p. 87). A fraude é contemplada no Código Penal Brasileiro – CPB. O capítulo VI do referido Código trata “Do Estelionato e Outras Fraudes” (BRASIL, 1948): Art. 171 – Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento; Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. (Vide Lei n. 7.209, de 1984); § 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. Corrupção nas empresas Disposição de coisa alheia como própria: I – Vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria; Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria: II – Vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante o pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias; Defraudação de penhor: III – Defrauda, mediante a alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado; Art. 155 – § 2º - Nas mesmas penas incorre quem: Fraude para o recebimento de indenização ou valor de seguro: V - Destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro; Fraude no pagamento por meio de cheque: VI - Emite cheque, sem a suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento; § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência; Estelionato contra o idoso: § 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra o idoso. (Incluído pela Lei n. 13.228, de 2015). Art. 155 – § 2º - Nas mesmas penas incorre quem: Estelionato contra o idoso: § 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra o idoso. (Incluído pela Lei n. 13.228, de 2015); § 5º Somente se procede mediante a representação, salvo se a vítima for: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019); I – A Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019); II – Criança ou adolescente (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019); III – Pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019); IV – Maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019). Art. 155 – § 2º - Nas mesmas penas incorre quem: O famoso artigo “171” descreve o que a maioria das pessoas já conhecem como sinônimo de “enganação”. O artigo define inicialmente: “Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante o artifício, o ardil ou qualquer outro meio fraudulento”. No âmbito das empresas, pode ser enquadrado, nesta prática, o responsável principal e todos aqueles que contribuíram para o resultado. O prejuízo é, normalmente, da própria organização, mas pode ser, também, de um dos acionistas, proprietários ou funcionários. Artigo 171 Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/02/28/ 14/19/fraud-prevention-3188092__340.jpg Na esfera privada, na prática, é diferente. Por exemplo, os crimes de corrupção (passiva ou ativa) em que uma das pontas paga propina e a outra a recebe estão configurados nos artigos 317 e 333 do Código Penal Brasileiro (BRASIL, 1948). Há certa dificuldade em reprimir determinados comportamentos na esfera privada. Há duas situações características: Corrupção na iniciativa privada SITUAÇÃO CARACTERÍSTICAS Primeira É aquela em que a diretoria da empresa, ou alguém com conhecimento da mesma, tem envolvimento com alguma ocorrência ilícita que tem por objetivo fechar um grande contrato ou elevar sistematicamente o faturamento da organização, aumentando o seu mercado de atuação, por exemplo. Neste caso, a própria diretoria promove a ilicitude. O objetivo é a sobrevivência ou o crescimento da organização. Segunda É um ato ilícito isolado, promovido por algum funcionário, seja do nível estratégico, tático ou operacional. Conforme o caso, o funcionário é demitido (por justa causa ou não) e as demais providências ocorrerão em função do contexto. Por exemplo: as empresas não têm interesse em protagonizar as ocorrências ilícitas, criminosas e/ou irregulares. Muitas destas não denunciam as ocorrências, nem tomam providências judiciais pertinentes. A Fundação Getúlio Vargas divulgou uma pesquisa em que os respondentes admitem que, nos últimos 12 meses, cometeram algumas das irregularidades. Tal pesquisa está explicitada na figura a seguir: Observe-se que dentre os comportamentos estão as atitudes irregulares, como atravessar a rua fora da faixa de pedestres, até crimes como dar dinheiro a funcionário público (corrupção ativa) ou levar itens sem pagar de estabelecimentos (furto). Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas Fonte: FGV Direito (2015, p. 17). 73% 59% 33% 22% 23% 15% 10% 7% 4% 3% Atravessar a rua fora da faixa de pedestre Comprar CD ou DVD pirata Fazer barulho capaz de incomodar os seus vizinhos Jogar o lixo em lugar proibido INDICADOR DE COMPORTAMENTO (Percentual de entrevistados que responderam que já realizaram essas condutas, pelo menos, uma vez, nos últimos 12 meses) Estacionar em um local proibido Dirigir depois de consumir bebida alcoólica Fumar em local não permitido Usar a carteira de estudante para pagar meia entrada, sem ser estudante Dar dinheiro a um policial ou outro funcionário público para evitar ser multado Levar itens baratos de uma loja sem pagar por eles Em relação à ocorrência de fraude, analise as afirmações a seguir: I. A ocorrência de fraude tem por objetivo obter alguma vantagem ilícita (não devida, não autorizada) ou ilegal (que se constitui em infração penal); II. Os envolvidos devem ser civil, administrativo e penalmente responsabilizados; III. As ocorrências de fraude acabam criando uma imagem para a organização de eficiência dos controles internos. Está correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) II e III, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. Interatividade Em relação à ocorrência de fraude, analise as afirmações a seguir: I. A ocorrência de fraude tem por objetivo obter alguma vantagem ilícita (não devida, não autorizada) ou ilegal (que se constitui em infração penal); II. Os envolvidos devem ser civil, administrativo e penalmente responsabilizados; III. As ocorrências de fraude acabam criando uma imagem para a organização de eficiência dos controles internos. Está correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) II e III, apenas. d) I e III, apenas. e) I, II e III. Resposta Comentário: o item III está incorreto, pois as ocorrências de fraude acabam criando uma imagem para a organização de ineficiência dos controles internos. Combate as irregularidades praticadas no âmbito das empresas, como a Lei 12.529/2011 (BRASIL, 2011). Portanto, cabe ao gestor enfrentar as possíveis irregularidades nas organizações com ações: Como enfrentar as irregularidades nas empresas? PREVENTIVAS CORRETIVAS Cursos, seminários e palestras que esclareçam a importância de atender aos regramentos e à adoção a comportamentos éticos. Instituir setores de controle interno, capaz de adotar procedimentos que inibam ações ilícitas. As auditorias internas e externas também atendem a esses objetivos. Apesar das auditorias conseguirem identificar problemas já ocorridos, também podem ser consideradas de caráter preventivo porque, pelo fato de existirem, podem inibir iniciativas irregulares e/ou criminosas e, além disso, podem interromper processos que poderiam gerar consequências mais graves. Ações preventivas Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/03/08/16/31 /audit-3209053__340.jpg Ao serem identificadas quaisquer ações irregulares, ilícitas ou criminosas, a organização deve tomar as providências adequadas para treinar ou reciclar o pessoal envolvido (caso a ocorrência não seja motivada por dolo ou não importe em crime), demitir o funcionário ou funcionários que, eventualmente, tenham provocado, propositalmente, alguma irregularidade administrativa, ou, ainda, promover a responsabilização civil ou criminal dos envolvidos, quando for o caso. Ações repressivas Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2017/01/18/09/59/freelance-1989333__340.png A área de segurança da organização que investiga e/ou audita deve prezar, sempre, pela exatidão, pela coleta adequada de provas e por relatórios objetivos: Exatidão: relacionar os fatos, sem ilações; Coleta adequada de provas: a materialidade deve ser preservada. Papéis, bilhetes, gravações de câmeras de monitoramento, testemunhas, dentre outros elementos que tenham relação com a ocorrência investigada; Relatórios objetivos: os relatórios devem conter os fatos, com objetividade. Hipóteses e outros exercícios de raciocínio podem ser anotados à parte. Como enfrentar as irregularidades nas empresas? Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/ 07/07/09/33/financial- 3521844__340.jpg Os tipos específicos de fraudes dependem naturalmente de cada organização. As empresas mais complexas, com múltiplos setores, departamentos e atividades podem ensejar várias oportunidades de fraude. Empresas mais simples, normalmente, possuem menos vertentes deste tipo. A organização deve estabelecer o devido controle interno para que as fraudes sejam evitadas e, se ocorrerem, possam ser reprimidas e as suas consequências corrigidas rapidamente. Os mecanismos de auditoria e investigação servem, justamente, para cumprir esta finalidade. Modalidades de fraudes Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/ 03/23/17/08/audit-3254283__340.jpg Um aspecto bastante observado é que a fraude, comumente, é planejada: a) A fraude demanda organização e planejamento; b) O investigador e/ou auditor devem levar em conta que a dissimulação é o objetivo para que o fraudador ou fraudadores possam ganhar tempo suficiente para apagar, definitivamente, os indícios do ato ilícito ou de escaparem de responsabilizações; c) Há alguns elementos que podem“acender um alerta” de que algo está errado: pessoas que passam a ter gastos que não são próprios com os seus rendimentos e/ou posses, atitudes diferentes das esperadas por parte de gestores e funcionários, dentre outros. Tais situações são conhecidas como redflags. Modalidades de fraudes Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/ 02/05/16/26/red-flag- 3132583__340.jpg Na figura ao lado, estão relacionados alguns tipos de fraudes a que as organizações estão sujeitas: Modalidades de fraudes FURTO Crime tipificado no Código Penal, artigo 155: “Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel” (BRASIL, 1948) PIRATARIA Cópia de algum produto, sem o pagamento devido de direitos autorais e/ou de identificação da autoria. CORRUPÇÃO Pode ser entendido como algo, tipo dinheiro ou favor, oferecido ou dado a alguém em posição de confiança, para induzir a agir desonestamente. FALSIFICAÇÃO Crime tipificado em vários artigos do Código Penal. ESPIONAGEM A espionagem pode se dar de duas formas, a primeira se dá quando um funcionário repassa informações confidenciais da empresa para terceiros, em troca de dinheiro ou outro benefício. A segunda forma se dá quando um funcionário, tendo informações privilegiadas sobre a empresa, faz denúncias com o intuito de prejudicá-la. CONSPIRAÇÃO Envolve o acordo ilegal entre duas ou mais pessoas para executar propósitos ilegais ou um propósito legal por meios ilegais. FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA Previsto no artigo 342, do Código Penal. “Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral” (BRASIL, 1948). CONIVÊNCIA Encobrir alguma ilicitude ou crime. Saber de alguma irregularidade e nada fazer para evitá-la ou saná-la, tendo ou não algum benefício. Fonte: Adaptado de: Moura e Silva (2004). TIPOS DE FRAUDES NAS ORGANIZAÇÕES Alguns aspectos são importantes de serem observados: há quem tenha dificuldade em diferenciar os crimes de roubo e de furto. Há várias especificidades que podem ser observadas no âmbito do Direito, mas o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios – TJDFT, em sua página institucional, explica, de forma objetiva, esta diferença: Furto • O crime de furto é descrito como subtração, ou seja, a diminuição do patrimônio de outra pessoa, sem que haja violência. O Código Penal prevê para o furto a pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa. FURTO • O roubo é um crime mais grave, descrito na lei como subtração mediante uma grave ameaça ou violência. A pena prevista é de 4 a 10 anos e multa. ROUBO O furto ocorre sem a violência, como a de um ladrão, ou seja, uma arma ou uma ameaça explícita. Ocorre de forma sub-reptícia. Nas organizações, alguns cenários podem ser observados: Furto de documentos: especialmente, se os mesmos podem subsidiar ações de concorrentes (com fórmulas, dados, pesquisas, dentre outros); Furto de equipamentos ou componentes dos mesmos: muito especialmente de componentes pequenos, mas valiosos; Furto de insumos: componentes que fazem parte da composição da produção; Furto de produtos produzidos; Furto de materiais de vários tipos: material de limpeza (produtos em geral), materiais administrativos (papel sulfite, grampeadores, clips, dentre outros) e outros materiais. Furto A pirataria há alguns anos estava caracterizada na cópia irregular de filmes ou músicas, e, ainda, de programas de computador vendidos em barracas ou ambulantes em locais de grande fluxo de pessoas. Atualmente, o conceito foi ampliado. Segundo o Ministério da Cidadania, do Governo Federal, os elementos (já conhecidos e os novos) que definem a pirataria podem ser encontrados em (GOV.BR, 2019): Compras de DVDs ou pendrives irregulares de músicas, softwares e filmes, ou ao fazer o download ilegal de algum seriado de TV; Apps (aplicativos); Caixas de streaming. Pirataria Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2017/11 /19/23/56/hacking-2964100__340.jpg A figura ao lado, traz as definições assinaladas no site do Governo Federal, com a informação do Ministério da Cidadania, enfatizando a ideia de prejuízos à economia brasileira e aos autores nestes tipos de pirataria. Pirataria COMO IDENTIFICAR A PIRATARIA? PREJUÍZO À ECONOMIA BRASILEIRA PLATAFORMAS DE VÍDEO APLICATIVOS DE CELULAR CAIXAS DE STREAMING Consumo de filmes, seriados e músicas em canais não autorizados ou detentores de direitos autorais. Download e consumo de filmes, seriados e músicas em aplicativos não autorizados, ou detentores de direitos autorais. Transmissão de canais de TV fechada de forma irregular e não autorizada. PRESTÍGIO AO TRABALHO DOS AUTORES Conteúdos nos canais oficiais de cada produção. Opções pagas ou legalizadas, de conteúdo por celular ou Smart TV. Opções pagas ou legalizadas de TV por assinatura e transmissão via streaming. Fonte: https://www.gov.br/cidadania/pt-br Os aspectos de corrupção podem abranger as mais diversas atividades da organização e pode contaminar todos os níveis (estratégico, tático e operacional). Alguns exemplos típicos de corrupção: Receber “propina” para favorecer um determinado comprador (especialmente, quando o mercado está com uma demanda alta e a empresa não consegue suprir todos os pedidos); Receber “propina” para favorecer algum vendedor (especialmente, se o agente corrupto tem o poder de decidir a compra). Corrupção Fonte: https://www.saudebusiness. com/gesto/por-que-falar-de- corrupo-em-tempos-de- pandemia. Acesso em: 01 abr. 2021. A falsificação é um crime tipificado em vários artigos do Código Penal. As tipificações vão da falsificação de produtos, medicamentos, documentos públicos e privados, moeda, dentre outros. Nas organizações privadas alguns destes itens devem ser especialmente focados: Falsificação de produtos ou medicamentos: o gestor deve tomar todas as providências de controle interno, em relação às possíveis falsificações de produtos ou medicamentos; Falsificação de documentos públicos ou privados: outra área que pode trazer complicações em diversos níveis à organização. Os documentos devem ser absolutamente preservados, como um fator de segurança de toda a organização; Outras falsificações. Falsificação A espionagem tem a ver com a ação de se apropriar de dados, informações ou conhecimento protegidos. As empresas precisam proteger o conhecimento sensível. Há empresas que possuem setores especializados na área de inteligência. Espionagem ATIVIDADE DESCRIÇÃO INTELIGÊNCIA Prática central, que tem por objetivo coletar dados e informações para produzir conhecimento que possa subsidiar as decisões da alta direção da organização. CONTRAINTELIGÊNCIA Prática que tem por objetivo neutralizar o efeito de atividades que pretendam impedir o sucesso da organização, seja por meio de fraudes (ou outras práticas criminosas e/ou não éticas), seja por meio de atitudes indevidas produzidas por funcionários ou outros stakeholders (ESPUNY, 2020, p. 216). A conspiração ocorre, na corporação, quando várias pessoas se unem para perpetrar uma fraude. Por exemplo: um determinado funcionário faz um lançamento propositalmente errado num dos livros de controle e o encarregado valida o lançamento, mesmo sabendo do ilícito. E, posteriormente, o encarregado da contabilidade, também ciente, não aponta a irregularidade. Se a irregularidade se constituir em crime, todos que conscientemente concorreram para perpetrar o mesmo poderão ser responsabilizados, conforme o artigo 29, do Código Penal (BRASIL, 1940): Conspiração O falso testemunho está tipificado no artigo 342 do Código Penal. Na prática, o falso testemunho ou a falsa perícia podem ser provocados pela prevaricação de quem deveria ter praticado a ação (tipoalguém que deveria ter feito uma inspeção, e não a fez e relata como se tivesse feito) ou para encobrir algum ilícito de outrem (tipo para proteger alguém que tenha cometido uma irregularidade). Falso testemunho ou falsa perícia A conivência é caracterizada pela inércia ao perceber ou ser confrontado com alguma ilicitude na corporação. É difícil comprovar e envolve questões, muitas vezes, relacionadas à segurança do conivente; por exemplo: dois colegas de trabalho que convivem num determinado setor da empresa, e um deles comete furtos de mercadorias e o outro não. Os controles são deficientes e não há videomonitoramento na seção. Quem comete os desvios sabe que, se for delatado, o único que tem conhecimento é o próprio colega de trabalho. Conivência Subtrair algo para si mesmo, ou para outra pessoa ou organização está inserido na modalidade: a) Conivência. b) Conspiração. c) Falsificação. d) Furto. e) Corrupção. Interatividade Subtrair algo para si mesmo, ou para outra pessoa ou organização está inserido na modalidade: a) Conivência. b) Conspiração. c) Falsificação. d) Furto. e) Corrupção. Resposta O gestor de segurança que desenvolve investigações internas a respeito de fraudes deve conhecer e seguir os seguintes parâmetros: O órgão responsável pela investigação criminal é a polícia judiciária; Nada impede que haja investigações internas conduzidas pelo pessoal de segurança; O gestor de segurança deve sempre se arvorar no apoio do departamento jurídico ou de algum advogado contratado para esta finalidade. Lidar com eventuais crimes precisa de respaldos legais adequados; O gestor de segurança pode ter o apoio do comitê de compliance, caso haja na empresa um setor organizado para este tipo de atuação. Caso contrário, é importante que, além do departamento jurídico, outros componentes da empresa possam dar suporte às investigações. Normalização e legislação em vigor Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2019/12/26/16/ 56/policies-4720824__340.png LAWS REQUIREMENTS RULES STANDARDS REGULATION POLICIES COMPLIANCE Observem-se as considerações de Castro e Cajazeira (2018, p. 3): As empresas recebem vários tipos de alegações de canais internos de denúncias ou outras fontes. Algumas resultam de divergências inofensivas entre os funcionários, por exemplo. Outras envolvem atos ilegais, com possíveis impactos econômicos e reputacionais significativos para a empresa. Outras, ainda, podem alcançar a mídia e gerar situações de crise de variadas dimensões. Todas as reclamações exigem algum nível de resposta pela administração. Decidir quais requerem uma investigação mais ampla envolve um julgamento. Trata-se de uma função essencial do compliance da administração – que, normalmente, requer a supervisão do comitê de auditoria. Normalização e legislação em vigor De acordo com Castro e Cajazeira (2018, p. 3) as principais denúncias que motivam as investigações partem das seguintes fontes: Normalização e legislação em vigor Fonte: Castro e Cajazeira (2018, p. 3). Canal de denúncias Conclusões da auditoria interna Acusações diretas de funcionários ou ex-funcionários Acusações de clientes ou fornecedores Ações judiciais Investigações de reguladores* De onde partem as alegações Uma excelente fonte de material para as investigações. Muitas organizações estabelecem um canal exclusivo de denúncias em que é garantido o sigilo absoluto ao denunciante. Algumas organizações desenvolvem ouvidorias que têm, praticamente, a mesma função, apesar de – em princípio – a ouvidoria ser utilizada como recurso em que o consumidor se utiliza quando não é atendido pelos canais normais de reclamações. Contudo, na prática, muitas ouvidorias acabam funcionando como um canal de denúncias. Há empresas que disponibilizam e-mails exclusivos para este fim. Canal de denúncias Fonte: https://www.gov.br/mj/pt-br/canais_atendimento/ouvidoria Auditorias desenvolvidas na organização podem apontar irregularidades. Muitas vezes, tais irregularidades estão ligadas aos setores ou às atividades determinadas, mas, muitas vezes, não possuem pessoas identificadas, ou seja, aqueles que cometeram as irregularidades. Neste caso, as investigações buscam identificar precisamente os elementos responsáveis pelas irregularidades. Conclusões da auditoria interna Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/03/21/05/29/finance- 3245621__340.jpg Situações bastante comuns. Funcionários ou ex-funcionários insatisfeitos podem alegar irregularidades e, até, crimes. Neste caso, o Departamento de Recursos Humanos pode auxiliar a discernir o que pode ter base na realidade, ou o que seja fruto de desentendimentos entre as pessoas ou grupos de funcionários. Acusações diretas de funcionários ou ex-funcionários Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/07/06/16/57/ the-labour-code-3520806__340.jpg Estas são fontes que precisam ser constantemente monitoradas com muito cuidado. Focos constantes de corrupção estão ligados às compras e às vendas das organizações. Acordos ilegais, comissões ilícitas e pagamentos de propina, normalmente, têm origem nas atividades de compras e vendas. Eventuais acusações de clientes e fornecedores devem ser registradas, e efetivamente investigadas, inclusive com a ciência da Polícia Civil, para as providências oficiais e a efetiva responsabilização administrativa, civil e criminal dos responsáveis. Acusações de clientes e/ou fornecedores Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2017/02/14/07/27/center- 2064919__340.jpg Ações judiciais podem ser fontes de investigações internas. Especialmente se, em tais ações, são citados fatos que possam estar relacionados às atividades da organização, direta ou indiretamente. Ações judiciais Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2015/06/08/18/37/hammer- 802296__340.jpg Alguns órgãos reguladores, como a Comissão de Valores Mobiliários – CVM podem emitir relatórios que envolvam a atividade ilícita ou irregular da organização. Tais relatórios podem subsidiar investigações pertinentes. Investigações de reguladores Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/11/09/10/39/ problem-3804254_1280.jpg Esta lei dispõe a respeito da “responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências” (BRASIL, 2013). A Lei 12.846/2013 é também conhecida como Lei Anticorrupção. A Controladoria Geral da União – CGU observa que: Além de atender a compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, a lei fecha uma lacuna no ordenamento jurídico do país ao tratar, diretamente, da conduta dos corruptores. A Lei Anticorrupção prevê punições como multa administrativa – de, até, 20% do faturamento bruto da empresa – e o instrumento do acordo de leniência, que permite o ressarcimento de danos de forma mais célere, além da alavancagem investigativa (CGU). Lei n. 12.846, de 1º de agosto de 2013 Esta lei possui uma série de inovações no regramento jurídico brasileiro, mas afinados com tendências internacionais para a responsabilização de organizações envolvidas em corrupção. O Decreto n. 8.420, de 18/03/2015, estabelece a devida regulamentação da lei supracitada (BRASIL, 2015). A CGU também elencou tais inovações: Lei n. 12.846, de 1º de agosto de 2013 INOVAÇÃO DESCRIÇÃO Responsabilidade objetiva Empresas podem ser responsabilizadas em casos de corrupção, independentemente da comprovação de culpa. Penas mais rígidas Valor das multas pode chegar, até, a 20% do faturamento bruto anual da empresa, ou, até, 60 milhões de reais, quando não for possível calcular o faturamento bruto. Na esfera judicial, pode ser aplicada, até mesmo, a dissolução compulsória da pessoa jurídica. Acordo de leniência Se uma empresa cooperar com as investigações, elapode conseguir uma redução das penalidades. Abrangência Lei pode ser aplicada pela União, estados e municípios, e tem competência, inclusive, sobre as empresas brasileiras atuando no exterior. Além da Lei Anticorrupção, especialmente voltada às empresas, existem outras leis pertinentes que municiam o combate às fraudes: Lei n. 12.850, de 02 de agosto de 2013: Responsabiliza indivíduos que fazem parte de organizações criminosas (BRASIL, 2013, II); Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei n. 9.613/1998): Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF, e dá outras providências (BRASIL, 1998). Lei n. 12.846, de 1º de agosto de 2013 Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2016/02/11/23/24/ballots -1195005__340.jpg As principais denúncias que motivam as investigações partem de determinadas fontes. “O Departamento de Recursos Humanos pode auxiliar a discernir o que pode ter base na realidade, ou o que seja fruto de desentendimentos entre as pessoas ou os grupos de funcionários”. Essa fonte é denominada de: a) Canal de denúncias. b) Acusações diretas de funcionários ou ex-funcionários. c) Acusações de clientes e/ou fornecedores. d) Conclusões da auditoria interna. e) Ações judiciais. Interatividade As principais denúncias que motivam as investigações partem de determinadas fontes. “O Departamento de Recursos Humanos pode auxiliar a discernir o que pode ter base na realidade, ou o que seja fruto de desentendimentos entre as pessoas ou os grupos de funcionários”. Essa fonte é denominada de: a) Canal de denúncias. b) Acusações diretas de funcionários ou ex-funcionários. c) Acusações de clientes e/ou fornecedores. d) Conclusões da auditoria interna. e) Ações judiciais. Resposta APF. Associação Paulista de Fundações. 2017. Disponível em: http://www.apf.org.br/fundacoes/. BRASIL. Legislação. Lei 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei n. 6.385, de 07 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e à divulgação de demonstrações financeiras. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em: 30 out. 2020. BRASIL. Legislação. Lei 12.529, de 30 de novembro de 2011. Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica; altera a Lei n. 8.137, de 27 de dezembro de 1990, o Decreto-Lei n. 3.689, de 03 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, e a Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985; revoga dispositivos da Lei n. 8.884, de 11 de junho de 1994, e a Lei n. 9.781, de 19 de janeiro de 1999; e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2011/lei/l12529.htm. Acesso em: 30 out. 2020. Referências BRASIL. Legislação. Lei 12.846, de 01 de agosto de 2013. Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm. Acesso em: 30 out. 2020. BRASIL. Legislação. Lei 12.850, de 02 de agosto de 2013. Define a organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal; altera o Decreto-Lei n. 2.848, de 07 de dezembro de 1940 (Código Penal); revoga a Lei n. 9.034, de 03 de maio de 1995; e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12850.htm. Acesso em: 30 out. 2020. BRASIL. Legislação. Lei 9.613, de 03 de março de 1998. Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF, e dá outras providências. BRASIL. Legislação. Decreto n. 8.420, de 18 de março de 2015. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2015/decreto/D8420.htm. Acesso em: 25 set. 2020. Referências CASTRO, M.; CAJAZEIRA, F. Como supervisionar investigações internas. Investigações internas são uma realidade em muitas empresas, out., 2018. PricewaterhouseCoopers Brasil Ltda. Disponível em: https://www.pwc.com.br/pt/estudos/preocupacoes-ceos/mais- temas/2018/sup_invest_int_18.pdf. Acesso em: 19 dez. 2020. CREDIDIO, G. S. O compliance empresarial como ferramenta de redução da corrupção. Revista CEJ, Brasília, ano XXII, n. 74, p. 85-90, jan./abr., 2018. DEZEN JÚNIOR, R.; BEDUSCHI, D.; BORÇATO, E. C. 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