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Recursos fisioterápicos disponíveis para o tratamento das Disfunções Temporomandibulares 
 
_______________________________________________________________________________________ 
JBA - Jornal Brasileiro de Oclusão, ATM e Dor Orofacial, Curitiba, v.3,n.11,p.257-262, 2003 
257 
RECURSOS FISIOTERÁPICOS 
DISPONÍVEIS PARA O TRATAMENTO 
DAS DISFUNÇÕES 
TEMPOROMANDIBULARES 
 
Available Physiotherapics Resources to Treatment of Temporomandibular Dysfunctions 
 
Gustavo Augusto Seabra BARBOSA* 
Kelly Verônica de Melo Sales BARBOSA** 
Cândido dos Reis BADARÓ FILHO*** 
Flávio Domingues das NEVES**** 
Alfredo Júlio FERNANDES NETO***** 
________________________________________________________________________ 
 
BARBOSA, G.A.S.; BADARÓ FILHO, C. dos R.; FONSECA, R.B.; SOARES, C.J.; NEVES, F.D. das; FERNANDES 
NETO, A.J. Recursos fisioterápicos disponíveis para o tratamento das disfunções temporomandibulares . JBA. Curitiba, 
v.3,n.11,p.257-262, 2003. 
 
 A Disfunção Temporomandibular (DTM) inclui qualquer desarmonia que ocorra nas relações 
funcionais dos dentes e suas estruturas de suporte, das articulações temporomandibulares, dos músculos 
do aparelho estomatognático e dos suprimentos vascular e nervoso destes tecidos. Estas disfunções são 
caracterizadas por dor nos músculos da mastigação, da cabeça e do pescoço, dor nas articulações, 
limitação dos movimentos mandibulares, ruídos articulares e deformidades faciais. Tais disfunções 
apresentam uma etiologia multifatorial. Este caráter multifatorial pode, por vezes, dificultar tanto o seu 
diagnóstico quanto o seu tratamento, devendo o profissional estar atento e ciente dos recursos disponíveis 
para o tratamento destas desordens. O presente trabalho tem como objetivo abordar os recursos 
fisioterápicos tais como, agentes térmicos, ultra-som e estimulador elétrico transcutâneo do nervo (TENS), 
disponíveis para a aplicação como adjuntos no tratamento das disfunções temporomandibulares. 
 
PALAVRAS -CHAVE: Oclusão; Disfunção Temporomandibular; Recursos Fisioterápicos 
________________________________________________________________________ 
 
* Mestrando em Reabilitação Oral pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia 
E-mail: sebrabarbosa@uol.com.br 
** Fisioterapeuta - Centro Universitário do Triângulo 
*** Professor da Universidade do Vale do Rio Doce – UNIVALE; Mestrando em Reabilitação Oral pela Faculdade de 
Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia 
**** Prof. Adjunto da Área de Prótese Fixa, Oclusão e Materiais Dentários da Faculdade de Odontologia da Universidade 
Federal de Uberlândia 
***** Prof. Titular da Área de Prótese Fixa, Oclusão e Materiais Dentários da Faculdade de Odontologia da Universidade 
Federal de Uberlândia 
 
 
INTRODUÇÃO 
Antes de abordarmos os tipos de recursos 
fisioterápicos utilizados como adjuntos no 
tratamento das Disfunções Temporomandibulares 
(DTM), devemos recordar a fisiologia e a 
fisiopatologia dos processos relacionados a dor, 
para um melhor entendimento de cada 
modalidade terapêutica. Uma irritação química ou 
a deformaç ão mecânica das terminações nervosas, 
resulta na despolarização das fibras da dor, em 
outras palavras, um estímulo nocivo causa 
ativação das fibras da dor. Em condições 
subagudas e crônicas, a dor pode continuar por 
meio da presença contínua da irritação química. 
Tal irritação deve-se às várias substâncias 
químicas liberadas durante a resposta 
Recursos fisioterápicos disponíveis para o tratamento das Disfunções Temporomandibulares 
 
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JBA - Jornal Brasileiro de Oclusão, ATM e Dor Orofacial, Curitiba, v.3,n.11,p.257-262, 2003 
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inflamatória, como a bradicinina, serotonina, 
histamina e prostaglandinas, excitando os 
nociceptores quimiossensíveis (BUXTON, 2001). 
Nociceptores são, segundo Eyzaguirre & Findone 
(1977), receptores que respondem somente 
quando a estimulação atinge intensidades que 
provoquem lesões, ou intensidades próximas a 
estas. 
Com relação às fibras que transportam os 
impulsos nervosos, Doretto (2001), classificou as 
fibras aferentes periféricas em: a) Fibras A: fibras 
mielinizadas com diferentes espessuras, 
dividindo-se em A-alfa, A-beta, A-gama e A-delta, 
em ordem decrescente de espessura e b) Fibras C: 
fibras amielínicas, delgadas. As Fibras A-alfa, são 
fibras mais rápidas, veiculando a sensibilidade 
tátil e a sensibilidade proprioceptiva. Já as Fibras 
A-beta e A-gama conduzem tato e sensibilidade 
térmica (A -beta conduz calor e A-gama, o frio), 
enquanto as Fibras A-delta e fibras C conduzem a 
dor. 
O processo da dor 
Após um trauma nos tecidos, ocorre lesão das 
paredes das células, liberando dopanima e 
noropinefrina a partir dos precursores na 
membrana celular, com isso, provocando a 
ativação da fosfolipase, a qual permite que a 
membrana libere ácido aracdônico. Quando da 
presença da cicloxigenase, o ácido aracdônico é 
convertido em prostaglandinas sensibilizando as 
terminações nervosas à outras substâncias tais 
como bradicinina (encontradas no plasma e 
liberadas durante a coagulação), que por sua vez, 
iniciam a nocicepção (BUXTON, 2001), ou seja, 
iniciam o processo doloroso. 
Teoria da comporta de controle da 
modulação da dor 
A teoria da comporta de controle da modulação da 
dor foi desenvolvida por Melzack & Wall (1965), e 
baseia-se na premissa de que um estímulo não 
doloroso pode bloquear a transmissão de um 
estímulo nocivo ao sistema nervoso central, ou 
seja, a estimulação de fibras espessas (por 
exemplo, fibras A-alfa que transmitem a sensação 
do tato), fecham o “portão” e impedem que os 
impulsos dolorosos (provenientes de fibras 
delgadas, por exemplo, fibras C) cheguem ao 
sistema nervoso central. Eyzaguirre & Findone 
(1977), definem a teoria da “porta” da dor ou 
“contra-irritação” como um fenômeno baseado no 
fato de que a estimulação mecânica indolor de 
uma região corpórea que acabou de sofrer uma 
lesão dolorosa, provoca uma diminuição subjetiva 
na sensação da dor. Por exemplo, ao levarmos 
uma pancada na cabeça, automaticamente 
massageamos a região com objetivo de aliviar a 
sensação dolorosa. Veremos mais adiante, a 
importância desta teoria, quando falarmos do uso 
do estimulador elétrico transcutâneo do nervo 
(TENS). 
Modalidades Terapêuticas 
 A utilização do TENS e Ultra-som, têm 
uma longa história de sucesso no tratamento de 
desordens similares em outras áreas do 
organismo, e é natural que sejam incluídos no 
tratamento das disfunções que acometem a 
articulação temporomandibular (MURPHY, 1997). 
Dentre os recursos fisioterápicos disponíveis, 
apresentam-se os seguintes: ultra-som, 
estimulação elétrica transcutânea do nervo 
(TENS), agentes térmicos (frio e calor), 
biofeedback, massagens e exercícios terapêuticos. 
Adiante, discutiremos o processo de atuação e a 
indicação das seguintes modalidades: ultra-som, 
TENS e agente térmicos. 
Ultra-som 
 O ultra-som é um tipo de terapia utilizada 
em várias áreas da saúde, sendo também 
utilizado, com sucesso, na odontologia 
(ESPOSITO et al., 1984; AMSO, 1994; TER HAAR, 
1999). Trata-se de uma modalidade terapêutica de 
penetração profunda, capaz de produzir alterações 
nos tecidos por mecanismos térmicos e não -
térmicos (TER HAAR, 1999; STARKEY, 2001). O 
Recursos fisioterápicos disponíveis para o tratamento das Disfunções Temporomandibulares 
 
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JBA - Jornal Brasileiro de Oclusão, ATM e Dor Orofacial, Curitiba, v.3,n.11,p.257-262, 2003 
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mesmo é produzido por uma corrente alternada 
que flui através de um cristal piezoelétrico, como 
um quartzo, alojado dentro de um aparelho. 
Quando tal corrente alternada passa através do 
cristal piezoelétrico (efeito piezoelétrico inverso), 
resultana expansão e contração destes cristais, 
causando assim uma vibração, ocorrendo então a 
produção de ondas sonoras de alta freqüência 
(ultra-som) (STARKEY, 2001; GRIEDER et al., 
1971). Segundo Starkey (2001), o ouvido humano 
é capaz de escutar ondas sonoras que variam de 16 
a 20.000 Hz. Qualquer onda sonora acima desta 
faixa é considerada ultra-som (ESPOSITO et al., 
1984). A freqüência do ultra-som terapêutico varia 
entre 750.000 e 3.000.000 Hz (0,75 a 3 MHz). 
A freqüência do ultra-som, possui uma correlação 
linear com a profundidade na qual a energia é 
absorvida pelo tecido (TER HAAR, 1987), ou seja, 
a taxa de absorção aumenta conforme a 
freqüência do ultra-som aumenta, por causa da 
fricção entre as moléculas que as ondas sonoras 
devem superar para passar através dos tecidos 
(KITCHEN & PATRIDGE, 1990). Em outras 
palavras, quanto maior a freqüência, mais 
superficial é o efeito. 
Como dito anteriormente, o ultra-som produz 
efeitos térmicos e não-térmicos no organismo 
(TER HAAR, 1999). De acordo com Starkey 
(2001), os efeitos não térmicos seriam alterações 
dentro dos tecidos, resultantes do efeito mecânico 
da energia ultra-sônica. Tais efeitos seriam: o 
aumento da permeabilidade da membrana celular 
(GRIEDER et al., 1971; DYSON, 1987), aumento 
da permeabilidade vascular, secreção de 
substâncias quimiotácteis, aumento do fluxo 
sanguíneo, aumento da atividade fibroblástica, 
estimulação da fagocitose, redução de edema, 
síntese de colágeno, difusão de íons, e regeneração 
de tecido. Já os efeitos térmicos, são alterações no 
tecido, que resultam da elevação da temperatura 
tecidual provocada pela passagem do ultra-som 
através dos tecidos. Como exemplos destes efeitos 
temos: aumento da velocidade de condução do 
nervo sensorial e motor, aumento da 
extensibilidade de estruturas ricas em colágeno, 
aumento da deposição de colágeno, aumento do 
fluxo sanguíneo (GRIEDER et al., 1971; OKESON, 
1992), redução do espasmo muscular, aumento da 
atividade dos macrófagos e melhora da adesão dos 
leucócitos a células endoteliais danificadas (TER 
HAAR, 1999; STARKEY, 2001). 
O uso do ultra-som está indicado nas seguintes 
situações: contraturas musculares, espasmo 
muscular (GRIEDER et al., 1971), pontos gatilhos 
e condições inflamatórias agudas e crônicas 
(STARKEY, 2001). A terapia deve ser 
interrompida em caso de desconforto (ESPOSITO 
et al., 1984). 
Espósito et al. (1984), utilizaram o ultra-som para 
tratar 28 pacientes com a Síndrome da Dor-
Disfunção Miofascial, os quais não responderam 
significativamente ao tratamento com placas 
oclusais. Os resultados mostraram uma redução 
dos sintomas da disfunção em 82% dos pacientes. 
Os autores concluíram que o uso do ultra-som 
possui mais sucesso quando utilizado para o alívio 
dos sintomas musculares, que sintomas 
associados com o complexo disco-côndilo. 
Em um estudo em 100 pacientes com sintomas de 
disfunção temporomandibular, Grieder et al. 
(1971), observaram que o ultra-som sozinho não 
foi efetivo no alívio dos sintomas, entretanto, 
quando utilizado em adjunto à outras 
modalidades tais como, terapia por placas oclusais 
e exercícios terapêuticos, o mesmo pode ser 
benéfico, acelerando e efetivando o alívio dos 
sintomas. 
Estimulador Elétrico Transcutâneo do 
Nervo (TENS) 
 A Estimulação Elétrica Transcutânea do 
Nervo (TENS), é o termo utilizado para descrever 
uma modalidade eletroterapêutica empregada no 
controle da dor, implicando assim em uma 
corrente que, através da pele, possui intensidade 
Recursos fisioterápicos disponíveis para o tratamento das Disfunções Temporomandibulares 
 
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suficiente para provocar a despolarização dos 
nervos sensoriais e motores (STARKEY, 2001). 
Dependendo dos parâmetros utilizados durante o 
tratamento, a estimulação elétrica pode reduzir a 
dor, ou ativando o mecanismo de portão de 
controle, ou por meio da liberação de opiáceos 
endógenos (BLACK, 1986). A TENS diminui a 
percepção da dor pelo paciente, reduzindo a 
condutividade e a transmissão dos impulsos 
dolorosos das pequenas fibras de dor (fibras C) 
para o SNC. Quando afeta as grandes fibras 
motoras, a TENS pode interferir no padrão 
normal de proteção do músculo (espasmo 
muscular), reduzindo assim, ainda mais, os 
estímulos dolorosos (STARKEY, 2001). 
 Com relação ao fluxo sanguíneo, 
Indergand & Morgan (1994) afirmam que a 
aplicação da TENS no nível sensorial e no nível 
motor não aumenta, de forma significativa, o fluxo 
sanguíneo, na v erdade ela pode provocar uma leve 
vasoconstrição. 
A TENS pode ser de alta freqüência, a qual atua a 
nível sensorial, ativando o portão modulador da 
dor no nível da medula espinhal, e de baixa 
freqüência, atuando a nível motor, em razão da 
liberação de ? – endorfinas (STARKEY, 2001). 
O alívio da dor também pode ser conseguido por 
fatores psicológicos derivados unicamente dos 
efeitos neurofisiológicos ou dos efeitos somados a 
eles (WALSH et al., 1995; WIDERSTROM et al., 
1992). 
 A TENS é indicada para controlar tanto a 
dor crônica, como a dor pós-cirúrgica, bem como 
para redução da dor aguda pós-traumática (BELL, 
1990; STARKEY, 2001). Ela está contra-indicada 
no caso de dor de origem central e/ou 
desconhecida (STARKEY, 2001). 
Black (1986), observou o alívio da dor em um 
significante número de pacientes com Síndrome 
da Dor-Disfunção Miofascial, os quais foram 
tratados com o TENS, concluindo que o mesmo, é 
um útil adjunto à maioria dos tratamentos 
convencionais, parecendo relaxar os músculos da 
mastigação e aliviar a dor. 
Bevilaqua-Grosso et al. (2002), relataram o caso 
de uma paciente a qual apresentava-se com uma 
fraqueza do músculo masseter direito, evidenciada 
pelo exame eletromiográfico. Tal condição 
causava um desvio para o lado direito durante 
abertura da boca. Para o tratamento desta 
condição, foi utilizado o TENS. Após o tratamento 
foi observado, tanto um aumento da atividade 
muscular do masseter direito durante a função, 
como o desaparecimento do desvio mandibular, 
mostrando a efetividade desta modalidade de 
tratamento. 
Møystad et al. (1990) avaliaram o efeito do TENS 
em 19 pacientes com dor orofacial e doença 
reumática envolvendo a articulação 
temporomandibular. Foi utilizado o TENS de alta 
e de baixa freqüência, obtendo-se um efeito 
significante dos tratamentos relativos à dor 
durante a função e repouso e sensibilidade 
articular e muscular. Os autores concluíram que o 
TENS é um método de tratamento simples e não 
invasivo que pode ser recomendado aos pacientes 
com doença reumática envolvendo a articulação 
temporomandibular. 
Arana et al. (2002) avaliaram o TENS no 
tratamento da incoordenação do complexo 
côndilo -disco da ATM. Foram selecionados dez 
pacientes que apresentavam ruídos e dores 
articulares. Nos primeiros trinta dias os pacientes 
recebiam um aparelho oclusal plano. Após esse 
período, um aparelho reposicionador de disco foi 
aplicado. Ao final, os pacientes foram tratados 
com TENS. Após a avaliação, os autores 
concluíram que associação de aparelhos oclusais 
planos e reposicionadores de disco com o TENS 
causa um efeito benéfico ao paciente, 
possivelmente em função de uma melhoria na 
coordenação neuromuscular do sistema 
estomatognático. 
Agentes Térmicos (Crioterapia e Calor) 
Recursos fisioterápicos disponíveis para o tratamento das Disfunções Temporomandibulares 
 
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JBA - Jornal Brasileiro de Oclusão, ATM e Dor Orofacial, Curitiba, v.3,n.11,p.257-262, 2003 
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Crioterapia 
 Termo utilizado para descrever a 
aplicação das modalidades de frio quetêm uma 
variação de temperatura de 0ºC a 18,3ºC. Os 
efeitos locais da aplicação do frio, incluem: 
vasoconstricção; diminuição da inflamação e da 
dor; redução do espasmo muscular e diminuição 
da taxa metabólica (em conseqüência da 
necessidade reduzida de oxigênio, pois um 
ambiente frio diminui a taxa metabólica celular, 
conseqüentemente, reduzindo a quantidade de 
oxigênio necessária para sobrevivência das 
células. Ao diminuir o número de células 
destruídas pela falta de oxigênio, limita-se o grau 
de lesão decorrente de hipóxia secundária. Menos 
células sofrendo danos de hipóxia secundária, 
menor quantidade de mediadores inflamatórios 
são liberados na área, contendo a área da lesão) 
(STARKEY, 2001). 
 A crioterapia está indicada em situações 
tais como: inflamação aguda, dor (GREENE, 1992; 
FEINE et al., 1997), edema pós-cirúrgico (FEINE 
et al., 1997),espasmo muscular, restauração da 
amplitude de movimento e uso em conjunto com 
exercícios de reabilitação (STARKEY, 2001). 
Calor 
Os métodos de aplicação do calor ao corpo podem 
ser divididos em superficiais (lâmpadas 
infravermelha – aquece praticamente apenas a 
epiderme – indicada também em lesões de nervos 
periféricos; compressas quentes úmidas (HOU et 
al., 2002); banhos de parafina e turbilhão e/ou 
imersão aquecidos) e profundos (diatermia de 
ondas curtas e ultra-som). Os efeitos locais da 
aplicação de calor são: vasodilatação (DANZIG & 
VAN DYKE, 1983; OKESON, 1992), aumento da 
taxa de metabolismo celular, aumento da 
permeabilidade capilar, aumento da drenagem 
linfática e venosa, remoção de resíduos 
metabólicos, aumento da elasticidade dos 
ligamentos, cápsulas e músculos, analgesia e 
sedação dos nervos, redução do tônus muscular e 
aumento da velocidade de condução nervosa 
(STARKEY, 2001). 
Redução da dor crônica (GREENE, 1992), quadros 
inflamatórios crônicos, espasmo muscular 
crônico, amplitude de movimento reduzida e 
redução de contraturas articulares, são indicações 
para a aplicação do calor como agente terapêutico 
(STARKEY, 2001). 
O quadro abaixo ilustra alguns recursos 
fisioterápicos que podem ser utilizados em 
determinadas situações clínicas (Quadro 1). 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A Disfunção Temporomandibular (DTM) possui 
um caráter multifatorial, condição tal, que pode 
por vezes, dificultar tanto o seu diagnóstico, como 
também o seu tratamento. Devido à etiologia 
multifatorial, um tratamento multidisciplinar 
deve ser proposto, envolvendo as diversas áreas da 
saúde. Recursos fisioterápicos tais como, ultra-
som, estimulador elétrico transcutâneo do nervo 
(TENS) e os agentes térmicos, são utilizados com 
sucesso no tratamento de desordens em outras 
áreas do organismo, desordens estas, similares às 
disfunções que acometem o sistema 
neuromuscular e a articulação 
temporomandibular, podendo os mesmos serem 
utilizados no tratamento das disfunções 
temporomandibulares, em conjunto às outras 
modalidades terapêuticas. Deve ficar claro, que 
estes recursos não devem ser utilizados 
isoladamente no tratamento de tais desordens, e 
sim, como modalidades terapêuticas 
coadjuvantes, devendo o Cirurgião -Dentista estar 
ciente tanto dos seus benefícios, quanto do 
momento ideal da sua indicação. 
 
 
 
 
Recursos fisioterápicos disponíveis para o tratamento das Disfunções Temporomandibulares 
 
_______________________________________________________________________________________ 
JBA - Jornal Brasileiro de Oclusão, ATM e Dor Orofacial, Curitiba, v.3,n.11,p.257-262, 2003 
262 
Recursos Fisioterápicos Sintomas 
Ultra-som TENS Frio Calor 
Espasmo 
muscular 
 
Dor 
Aguda 
 Pós-traumática 
Dor 
crônica 
 
Contratura 
Muscular 
 
Pontos Gatilhos 
 
______________________________________________________________________ 
 
BARBOSA, G.A.S.; BADARÓ FILHO, C. dos R.; FONSECA, R.B.; SOARES, C.J.; NEVES, F.D. das; FERNANDES 
NETO, A.J. Available Physiotherapics Resources To Treatm ent Of Temporomandibular Dysfunctions . v.3,n.10,p.158-
163,abr./jun.2003. 
 
The Temporomandibular disorder (TMD) may be related to any alterations on the teeth functional relation 
and its support structures, on the mandible and maxilla, on the temporomandibular joint (TMJ), on the 
stomatognathic system muscles, and on its neurovascular supply. These dysfunctions are characterized by 
pain in masticatory muscles, of the head and neck, pain in joints, mandibular movement limitations, joint 
noises and facial deformities. The TMD has a multifactorial etiology, and tough, its diagnose and treatment 
are of difficult establishment, should professional to be aware to the available resources to the treatment of 
these dysfunctions. This study aimed to describe physiotherapic resources such as, thermal agents, 
ultrasound and transcutaneous electric nerve stimulation (TENS), available for application as supporting 
treatment of temporomandibular dysfunctions. 
 
KEYWORDS: Occlusion; Temporomandibular Dysfunction; Physiotherapic Resources 
______________________________________________________________________ 
 
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