Buscar

Semin.02.CasoHSBC.STJ.Resp971853

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 971.853 - RS (2007/0175889-3)
 
RELATOR : MINISTRO ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO
RECORRENTE : LOSANGO PROMOTORA DE VENDAS LTDA E OUTRO
ADVOGADO : CAROLINA BACELLAR DA SILVA E OUTRO(S)
RECORRIDO : MARIA DE FÁTIMA DUTRA 
ADVOGADO : MARCELO DE FREITAS E CASTRO 
EMENTA
Ação revisional de contrato bancário. Juros 
remuneratórios. Verificação da abusividade da taxa prevista no 
contrato pelas instâncias ordinárias. Taxa acima do triplo ao 
patamar médio praticado pelo mercado. Adequação.
I - Verificada a flagrante abusividade dos juros 
remuneratórios pelas instâncias ordinárias deve sua taxa ser 
adequada ao patamar médio praticado pelo mercado para a 
respectiva modalidade contratual.
II - Recurso especial parcialmente provido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as 
acima indicadas, acordam os Ministros da QUARTA TURMA do Superior 
Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do recurso e dar-lhe 
parcial provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Aldir Passarinho Junior, Hélio Quaglia 
Barbosa e Massami Uyeda votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Fernando Gonçalves.
Brasília, 06 de setembro de 2007(Data do Julgamento)
Ministro Antônio de Pádua Ribeiro 
Relator
Documento: 719426 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 24/09/2007 Página 1 de 6
 
 
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 971.853 - RS (2007/0175889-3)
 
RELATOR : MINISTRO ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO
RECORRENTE : LOSANGO PROMOTORA DE VENDAS LTDA E OUTRO
ADVOGADO : CAROLINA BACELLAR DA SILVA E OUTRO(S)
RECORRIDO : MARIA DE FÁTIMA DUTRA 
ADVOGADO : MARCELO DE FREITAS E CASTRO 
RELATÓRIO
EXMO. SR. MINISTRO ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO: Trata-se 
de ação revisional de contrato de financiamento ajuizada por Maria de 
Fátima Dutra contra Losango Promotora de Vendas Ltda e HSBC Bank 
Brasil S.A. - Banco Múltiplo.
A autora financiou a quantia de R$ 1.000,00 (um mil reais) 
junto às empresas rés, obrigando-se a restituí-los em 10 prestações 
mensais de R$ 240,77 (duzentos e quarenta reais, setenta e sete 
centavos).
A r. sentença determinou a revisão dos juros remuneratórios 
para a taxa de mercado no mês da contratação divulgada pelo Banco 
Central do Brasil, isto é, 67,81% ao ano, uma vez que a taxa prevista 
contratualmente de 380,78% ao ano discrepava substancialmente daquela 
 e, portanto, caracterizada a sua abusividade (fls. 84/87-v).
Quanto aos juros, a Primeira Câmara Especial Cível do 
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul reconheceu sua 
abusividade e reduziu a taxa ao patamar de 12% ao ano, por considerá-la 
mais adequada.
Inconformadas, as instituições financeiras interpõem o 
presente recurso especial, fundado nas alíneas a e c do permissivo 
constitucional, apontando ofensa ao artigo 4º, IX, da Lei nº 4.595/64, bem 
Documento: 719426 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 24/09/2007 Página 2 de 6
 
 
Superior Tribunal de Justiça
como dissenso pretoriano. Alegam as recorrentes que a legislação 
específica não impõe limitação para as taxas de juros firmadas por 
instituições financeiras e que deve prevalecer o que foi pactuado, pois 
"não se visualiza, no presente caso, qualquer abusividade que possa 
ensejar a revisão do contrato" (fl. 153).
Contra-razões às fls. 171-181, pugnando pela manutenção do 
aresto recorrido.
O recurso foi admitido pelo 3º Vice-Presidente do Tribunal de 
origem e, assim, ascenderam os autos à esta Corte.
É o relatório.
 
Documento: 719426 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 24/09/2007 Página 3 de 6
 
 
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 971.853 - RS (2007/0175889-3)
 
EMENTA
Ação revisional de contrato bancário. Juros 
remuneratórios. Verificação da abusividade da taxa prevista no 
contrato pelas instâncias ordinárias. Taxa acima do triplo ao 
patamar médio praticado pelo mercado. Adequação.
I - Verificada a flagrante abusividade dos juros 
remuneratórios pelas instâncias ordinárias deve sua taxa ser 
adequada ao patamar médio praticado pelo mercado para a 
respectiva modalidade contratual.
II - Recurso especial parcialmente provido.
VOTO
EXMO. SR. MINISTRO ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO: O tema é 
bem conhecido deste Tribunal, que, inclusive, já firmou jurisprudência a 
respeito.
Como cediço, esta Corte entende que não se pode presumir 
abusivas as taxas de juros remuneratórios que excederem o limite de 12% 
ao ano. Todavia, orienta que a abusividade da cláusula contratual que a 
prevê pode ser declarada nas instâncias ordinárias, com amparo nas 
disposições do Código de Defesa do Consumidor, quando ficar provado 
que a instituição financeira está cobrando taxa excessiva, se comparada 
com a média do mercado para a mesma operação financeira.
É do que se trata no presente caso.
A r. sentença apurou que a taxa de juros remuneratórios 
cobrada pelas instituições financeiras recorridas encontra-se acima do 
triplo da taxa média do mercado para a modalidade do negócio jurídico 
bancário efetivado. Enquanto, a taxa média do mercado para empréstimos 
Documento: 719426 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 24/09/2007 Página 4 de 6
 
 
Superior Tribunal de Justiça
pessoais divulgada pelo Banco Central do Brasil para o mês da 
contratação é no patamar de 67,81% ao ano, a taxa cobrada foi no 
importe de 380,78% ao ano, que mensalmente reflete o percentual de 
13,98%. Assim, flagrante a abusividade na estipulação contratual. Aliás, 
diante de tal discrepância, chega a impressionar a afirmação contida no 
peça recursal das instituições financeiras de que "não se visualiza, no 
presente caso, qualquer abusividade que possa ensejar a revisão do 
contrato" (fl. 153).
De outro lado, creio que têm razão as recorrentes quando se 
insurgem contra a limitação de 12% ao ano imposta pelo acórdão 
recorrido aos juros remuneratórios. A uma, porque ausente 
fundamentação a respeito dos parâmetros que resultaram na fixação em 
tal patamar. A duas, em virtude da orientação jurisprudencial desta Corte, 
a qual deve se adequar.
Assim, verificada a flagrante abusividade dos juros 
remuneratórios pelas instâncias ordinárias deve sua taxa ser adequada ao 
patamar médio praticado pelo mercado para a respectiva modalidade 
contratual, isto é, 67,81% ao ano, como determinam os precedentes deste 
Tribunal a respeito do tema.
Posto isso, dou parcial provimento ao recurso especial para 
afastar a limitação de 12% ao ano imposta à taxa de juros remuneratórios, 
para fixá-la de acordo com a média praticada pelo mercado, como acima 
explicitado. Os ônus sucumbenciais fixados no acórdão recorrido devem 
ser distribuídos e compensados para cada litigante na proporção do seu 
decaimento (CPC, art. 21), atentando-se para o benefício da gratuidade 
judiciária deferido à autora (fl. 37).
Documento: 719426 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 24/09/2007 Página 5 de 6
 
 
Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
 
 
Número Registro: 2007/0175889-3 REsp 971853 / RS
Números Origem: 10601344352 70018454371 70019731314
PAUTA: 06/09/2007 JULGADO: 06/09/2007
Relator
Exmo. Sr. Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. DURVAL TADEU GUIMARÃES
Secretária
Bela. CLAUDIA AUSTREGÉSILO DE ATHAYDE BECK
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : LOSANGO PROMOTORA DE VENDAS LTDA E OUTRO
ADVOGADO : CAROLINA BACELLAR DA SILVA E OUTRO(S)
RECORRIDO : MARIA DE FÁTIMA DUTRA
ADVOGADO : MARCELO DE FREITAS E CASTRO
ASSUNTO: Civil - Contrato - Bancário - Abertura de Crédito
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão 
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Turma, por unanimidade, conheceu do recurso e deu-lhe parcial provimento, nos termos 
do votodo Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Aldir Passarinho Junior, Hélio Quaglia Barbosa e Massami Uyeda 
votaram com o Sr. Ministro Relator. 
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Fernando Gonçalves.
 Brasília, 06 de setembro de 2007
CLAUDIA AUSTREGÉSILO DE ATHAYDE BECK
Secretária
Documento: 719426 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 24/09/2007 Página 6 de 6

Outros materiais