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Rebeka Freitas CICLO MENSTRUAL - 1° dia do ciclo = 1° dia da menstruação. - Normal: duração 4 ± 2 dias; volume médio: 20-60ml - A ovulação ocorre sempre por volta do 14° dia antes da próxima menstruação. - Período fértil (viabilidade dos gametas) = geralmente entre 7 e 9 dias no mês ⇾ 3 a 4 dias antes da ovulação + ovulação + 3 a 4 dias após a ovulação. ANAMNESE - Menarca: idade de início dos períodos menstruais. - Data da última menstruação (DUM): data do primeiro dia da última menstruação - Frequência dos ciclos menstruais: data do 1º dia de menstruação entre 2 ciclos ⇾ normal: 21-35 dias. - Duração do fluxo menstrual normal: 2-6 dias. - Padrão menstrual da paciente: formado de três números ⇾ o primeiro corresponde à idade da menarca; o segundo, à duração do fluxo; e o terceiro, à periodicidade ou ao intervalo entre as menstruações ⇾ exemplo: 12/03/28 significa que a menarca ocorreu aos 12 anos, a duração do fluxo é de 3 dias e o intervalo entre as menstruações é de 28 dias. - Importante registrar: pubarca, telarca, sexarca, DUM, uso de anticoncepcional. - Nos antecedentes pessoais patológicos, devem ser valorizados doenças infectocontagiosas (p. ex., tuberculose), diabetes melito, doenças sexualmente transmissíveis, doenças ginecológicas anteriores, radioterapia, hormonoterapia, cauterizações, curetagens e antibioticoterapia. - Na história familiar, valoriza-se a ocorrência de tuberculose, de diabetes melito, neoplasias, endocrinopatias e anomalias genéticas, principalmente câncer de mama, do endométrio, do ovário e do cólon. - Sangramento uterino anormal: • Polimenorreia: menos de 21 dias de intervalo entre as menstruações; • Oligomenorreia: mais de 35 dias de intervalo entre as menstruações; • Espaniomenorreia: mais de 45 dias de intervalo entre as menstruações; • Hipermenorreia: fluxo excessivo e duração normal. • Menorragia: fluxo excessivo e duração prolongada • Metrorragia: sangramento intermenstrual • Sinusorragia: sangramento pós coito (trauma, tumor em colo do útero, lesões) - Intensidade do fluxo pode ser mensurada pelo número de absorventes ou tampões usados num dia. - Sangue vermelho vivo indica fluxo excessivo; presença de coágulos também indica fluxo excessivo. - Dismenorréia: dor à menstruação na região inferior do abdome ou pelve. • Dismenorreia primária: produção aumentada de prostaglandinas na fase lútea • Dismenorreia secundária: doenças (endometriose, doença inflamatória pélvica, pólipos endometriais). - O termo dismenorreia significa menstruação dolorosa ⇾ dor na região hipogástrica, como cólica, durante a menstruação, chama-se algomenorreia; quando ela é acompanhada de lombalgia com irradiação para o baixo ventre e para as pernas, náuseas e cefaleia, constitui a síndrome da dismenorreia. - Síndrome pré-menstrual: • Sintomas emocionais e comportamentais: cefaleia, depressão, raiva, irritabilidade, ansiedade, confusão mental, choro, distúrbios de sono, dificuldade de concentração e retraimento social • Alterações físicas: mastalgia, aumento de volume abdominal, ganho de peso, edema de mãos e pés. • Deve ocorrer 5 dias antes da menstruação por 3 ciclos consecutivos. • Cessação dos sintomas dentro de 4 dias do início das menstruações Aparelho Reprodutor Feminino Rebeka Freitas - Menopausa: ausência de menstruação por 12 meses consecutivos. - Amenorreia: ausência de menstruação (atraso menstrual se < 3 meses; amenorreia se > 3 meses) - Dispareunia: dor à relação sexual - Gestação ⇾ G = Número total de gestações; P = número de partos; A = número de abortos. - Sintomas vulvovaginais corrimento vaginal (investigar quantidade, cor, consistência e odor), prurido local, feridas, nódulos ou caroços na área vulvar. EXAME FÍSICO - Exame físico: exame de vulva; exame da genitália interna; exame das mamas. - No exame ginecológico, deve-se: respeitar a privacidade do paciente; evitar a exposição do corpo desnecessária; evitar toques demorados ou em áreas erógenas; manter a postura gentil e profissional; antes da inspeção, pedir a permissão do paciente e respeitar a sua decisão. - Exame da vulva: • Deve-se usar luvas de procedimento durante todo o exame; • Genitália externa: inspecionar o púbis, descrever a distribuição dos pelos, observar a presença de lesões, pruridos ou parasitas; • Grandes e pequenos lábios: observar a simetria, coloração, integridade da pele, presença de secreção; • Clitóris: observar o tamanho e a forma; Lesões ulcerosas Lesão verrucosa aglomerada Prolapso uterino vaginal: - À inspeção, em repouso, examinam-se a vulva, o períneo e o ânus. - Na vulva, observam-se implantação dos pelos, aspecto da fenda vulvar (fechada, entreaberta, aberta), umidade, secreções, hiperemia, ulcerações, distrofias, neoplasias, lesões cutâneas, distopias e malformações. - No períneo, investiga-se se está íntegro ou se há ruptura de I, II ou III grau, com extensão ao esfíncter e ao canal anal, cicatrizes de episiorrafias ou perineoplastia. - No ânus, procuram-se hemorroidas, fissuras, prolapso da mucosa e malformações. - A seguir, o examinador entreabre os grandes lábios e passa a observar o clitóris, o óstio uretral, o hímen e o introito vaginal. - Terminada a inspeção em repouso, o examinador solicita à paciente fazer esforço semelhante ao de evacuar ou de urinar, observando se há protrusão das paredes vaginais ou do colo que denuncie a presença de distopia. - Exame da vagina ⇾ exame especular: • Paredes vaginais: investiga-se coloração, rugosidade e elasticidade; • Fundos de sacos laterais, anteriores e posteriores: investiga- se abaulamentos; •Após a coleta de material, devem ser analisados: presença e aspecto das secreções, coloração, epitelização e superfície do colo, forma do orifício externo, lacerações, neoplasias, ulcerações, pólipos, aspecto do muco cervical e das paredes vaginais durante a retirada lenta do espéculo. - Exame do colo do útero: • Coloração, forma, volume e forma do orifício externo (puntiforme ou em fenda transversa); presença de muco no orifício e suas características; Rebeka Freitas • Coleta de material: Swab endocervical ⇾ raspado cervical e escovado cervical - Toque vaginal bimanual ⇾ analisa-se o colo do útero e os fundos de saco vaginais. -No colo do útero analisam-se orientação, forma, volume, superfície, consistência, comprimento, sensibilidade, mobilidade, orifício externo (puntiforme, entreaberto, permeável à polpa digital) e lacerações. - Nos fundos de saco, ou fórnices, verificam-se distensibilidade, profundidade, sensibilidade, se estão livres ou ocupados, rasos ou bombeados ⇾ quando ocupados, definir se trata-se de tumoração sólida ou cística, dolorosa ou indolor, fixa ou não. - Em mulheres com útero retrovertido, ao invés do toque vaginal bimanual, realiza-se exame retovaginal. - Nas pacientes com hímen íntegro não se deve fazer o toque vaginal nem o exame especular ⇾ as informações sobre a genitália interna deverão ser obtidas pelo toque retal. - Exame de mamas: inspeção estática; inspeção dinâmica; palpação. - Inspeção estática: Assimetria Inflamação - Inspeção dinâmica: • Paciente sentada; • Pedir à paciente que faça movimentos dos braços: anteriormente para cima e para baixo; lateralmente para cima e para baixo; movimento de pressão das palmas das mão • Observar durante o movimento: retrações, abaulamentos. - Palpação da mama: • Paciente deitada em decúbito dorsal, com os braços debaixo da cabeça. • Palpação: espalmando e dedilhando em movimentos horários/anti-horários, do centro para fora da mama. • Deve-se palpar toda a glândula mamária e axila, observando a expressão da paciente e a descarga mamilar.. AMENORREIA - Possíveis etiologias: alteração anatômica do trato reprodutivo; insuficiência ovariana primária; anovulação crônica com estrogênio presente; causas centrais. -Exames para investigar amenorreia: Rebeka Freitas SÍNDROME DE OVÁRIOS POLICÍSTICOS - Distúrbio endócrino mais comum em mulheres em idade reprodutiva. - Definição: - Hiperandrogenismo é o aumento dos hormônios masculinos, causando manifestações clínicas tais como acne, aumento de pelos (hirsutismo) e queda de cabelo. - Hiperandrogenemia é a presença de concentrações aumentadas dos hormônios masculinos no sangue. - Em todos os casos, para o diagnóstico correto da SOP, faz- se necessário excluir outros distúrbios de excesso androgênico, tais como hiperplasia adrenal congênita não clássica, síndrome de Cushing, tumores secretores de androgênios, hiperprolactinemia, doenças da tireoide, hiperandrogenismo induzido por fármacos, bem como outras causas de oligomenorreia ou anovulação. - IGT: tolerância diminuída à glicose; DHGNA: doença hepática gordurosa não alcoólica. - Manifestações na SOP: - A características clínicas principais da SOP são anovulação com irregularidades menstruais, hiperandrogenismo, infertilidade e anormalidades metabólicas. - Manifestações ou complicações adicionais incluem hiperplasia e carcinoma do endométrio, apneia do sono e esteatose hepática ⇾ é possível que o elo entre as condições associadas e a síndrome seja a resistência à insulina (RI). - O hiperandrogenismo clinicamente se manifesta por hirsutismo (sinal mais presente), acne e alopecia androgênica. - Outro achado comum na SOP é a acantose nigricans, que é um marcador cutâneo de RI. MENOPAUSA - Climatério é a fase de transição entre a menacme (período reprodutivo) e a senectude (período não reprodutivo) ⇾ inicia- se com a queda da capacidade reprodutiva ao redor dos 40 anos. -A menopausa é a data do último fluxo menstrual ⇾ só pode ser datada com segurança após 1 ano sem menstruações e representa falta da ovulação e falência ovariana. - Diagnóstico retrospectivo: ocorre após 12 meses de amenorréia - A menopausa pode ser natural, induzida por cirurgia, quimioterapia ou radiação. • Menopausa natural: 45-55 anos • Menopausa precoce: <40 anos • Menopausa tardia: >55 anos - Manifestações clínicas: sintomas vasomotores; fogachos (ondas de calor e sudorese noturna); síndrome genitourinária; atrofia vaginal; bexiga hiperativa; incontinência urinária; infecção recorrente do trato urinário; osteoporose pós- menopausa.
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