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* Dengue e Leptospirose UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR Alexandre V. Schwarzbold Outubro 2010 * * Doenças que cursam com SFHA vigilância laboratorial das síndromes febris ícterohemorrágicas agudas (SFIHA). * Caso Clínico Menina de 12 anos é trazida por familiares ao PS com quadro de lipotímia, dor abdominal e vômitos. Há 5 dias vem apresentando febre alta, cefaléia e mialgia e desde ontem apresenta rash máculo-papular difuso, pruriginoso com melhora do quadro febril. Ao exame físico está pálida, desidratada, afebril, com hepatomegalia dolorosa e dor à palpação abdominal. PA: 80/60. Nega sangramentos. * Questões: O diagnóstico mais provável é: a) Febre hemorrágica do dengue b) Meningococcemia c) Sepse * DENGUE I-INTRODUÇÃO Doença infecciosa aguda. Agente etiológico: arbovírus, gênero Flavivirus. Sorotipos de vírus do dengue:1, 2, 3 e 4. Hospedeiro vertebrado: homem. Transmissão por picada de mosquito ( Aedes). Doença potencialmente grave. Dengue hemorrágico (DH) pode ocorrer sem a infecção prévia pelo vírus do dengue, mas é mais freqüente quando uma pessoa se reinfecta por um sorotipo diferente ao da infecção inicial. * DENGUE I-INTRODUÇÃO O DH é uma forma grave da doença. A base fisiopatológica do dengue hemorrágico é uma resposta imune anômala causando um aumento da permeabilidade vascular endotelial que leva a um aumento do hematócrito, queda da pressão arterial, choque hipovolêmico e manifestações hemorrágicas associadas a plaquetopenia. Choque e o óbito podem ocorrer na ausência de fenômenos hemorrágicos. * O Mosquito Aedes aegypti * Distribuição do Aedes aegypti no mundo 2002 * * Sorotipos Circulantes, Brasil, 2001 - 2003* Nenhum DEN 1 e 4 DEN 2 DEN 1 e 2 DEN 1 e 3 DEN 1, 2 e 3 * Dados até a s.e 53 2001 2003 2002 * * * * CICLO EVOLUTIVO DO Aedes aegypti 5 a 7 dias 2 a 3 dias 20 dias 1 a 450 dias Ovos * * * Transmissão do Vírus do Dengue pelo Aedes aegypti Viremia Viremia DIAS 0 5 8 12 16 20 24 28 Ser humano 1 Ser humano 2 Mosquito pica / Adquire vírus Mosquito pica / Transmite vírus Período de incubação intrínseco Doença * * DENGUE II-QUADRO CLÍNICO A) FORMA CLÁSSICA Pode ser assintomática ou oligossintomática Período de incubação: 4 a 7 dias ( 2 a 15) Apresentação súbita Febre alta ( média: 6 a 8 dias) Cefaléia Dor retroorbitária Mialgia Artralgia * DENGUE II-QUADRO CLÍNICO A) FORMA CLÁSSICA Microadenopatia Dor de garganta Náuseas e vômitos Diarréia Dor epigástrica * DENGUE II-QUADRO CLÍNICO A) FORMA CLÁSSICA Dor lombar e em membros inferiores Pode haver manifestação hemorrágica Alterações de pele e mucosa: petéquias , exantema centrífugo escarlatiniforme ou máculo-papular. COST OF TREATMENT FOR DENGUE FEVER * DENGUE II-QUADRO CLÍNICO B) FORMA HEMORRÁGICA As mesmas manifestações da forma clássica, inicialmente . Fenômenos hemorrágicos ocorrem no 3º dia Fígado pode estar aumentado e doloroso ( pior prognóstico ) Pode ocorrer choque e CID O baço não costuma ser palpável * DENGUE HEMORRÁGICO/ CHOQUE DO DENGUE Sinais de Alerta: Dor abdominal intensa e contínua Vômitos persistentes Hepatomegalia dolorosa Derrames cavitários Cianose Hipotensão arterial, postural ou PA convergente Diminuição da diurese Agitação ou letargia Pulso rápido e fraco Extremidades frias Diminuição da temperatura com sudorese Taquicardia Aumento do hematócrito * * ATENÇÃO PARA O POTENCIAL DE GRAVIDADE: Anemia falciforme Asma Diabetes Lupos Terapia com anticoagulantes Cardiopatas Úlcera DENGUE II-QUADRO CLÍNICO * DENGUE II-QUADRO CLÍNICO C) APRESENTAÇÕES INCOMUNS Hepatite Encefalite Polineuropatias Miosite com rabdomiólise Forma neonatal * * DENGUE III-DIAGNÓSTICO LABORATORIAL HEMOGRAMA: aumento de 20% do valor habitual do hematócrito caracteriza o DH. Valor aumentado: 45% em crianças até 12 anos, 48% em mulheres e 54% em homens É comum a leucopenia com linfocitopenia ou linfocitose Plaquetas < 100.000 possibilidade de evolução para formas graves. * DENGUE III-DIAGNÓSTICO LABORATORIAL TRANSAMINASES: aumento discreto OUTRAS: alteração nas provas de coagulação, hipoproteinemia, hiponatremia, acidose metabólica. * DENGUE IV-PROVA DO LAÇO PL positiva é mais comum no DH. Infla-se o manguito na pressão média entre a pressão arterial máxima e a mínima do paciente, mantendo-se a pressão exercida nesse ponto por cinco minutos. Quando positiva aparecem petéquias no local de pressão ou abaixo. Se o número de petéquias for de 20 ou mais por polegada (2,3cm2), essa prova é considerada fortemente positiva. Pode ser negativo ou levemente positivo durante o choque, tornando-se positivo na fase de recuperação . * DENGUE IV-PROVA DO LAÇO * DENGUE V-CLASSIFICAÇÃO DO DENGUE HEMORRÁGICO - OMS Grau I: plaquetopenia + hemoconcentração + prova do laço positiva. Grau II: plaquetopenia + hemoconcentração + sangramento espontâneo. Grau III: plaquetopenia + hemoconcentração + insuficiência circulatória: pulso fino, queda de 20 mm Hg ou mais na pressão arterial, extremidades frias e pegajosas, agitação. Grau IV: choque profundo, ausência de pulso e de pressão arterial. * DENGUE VI-DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO SOROLOGIA: MAC-ELISA: detecção de IgM -O IgM é positivo em 80% dos casos, a partir do 5º dia da doença, podendo permanecer positivo por 2 a 3 meses. * DENGUE VI-DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO SOROLOGIA: Aumento do título de IgG Inibição da hemaglutinação, teste de neutralização, hemaglutinação, FC * DIAGNÓSTICO VIROLÓGICO: Cultura Detecção de antígenos (imunohistoquímica) PCR DENGUE VI-DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO * DENGUE VII-DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL A) DENGUE CLÁSSICO: Gripe Rubéola Sarampo Escarlatina Leptospirose, forma anictérica Pielonefrites Faringites * DENGUE VII-DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL B) DENGUE HEMORRÁGICO: Choque séptico Meningococcemia Meningoencefalites Febre amarela Leptospirose Malária Hepatite infecciosa Febre maculosa Outras febres hemorrágicas Endocardites * DENGUE VIII-TRATAMENTO CONSIDERAÇÕES GERAIS Não existe tratamento específico Hidratar o paciente e adotar medidas suportivas Evitar o uso de salicilatos * DENGUE VIII-TRATAMENTO CONSIDERAÇÕES GERAIS Suspeita de DH: hospitalizar o paciente e submetê-lo, diariamente, à prova do laço, dosagem de plaquetas e hematócrito Afastar outras doenças Em casos de diarréia contra-indica-se o uso de anti-diarréicos. * DENGUE VIII-TRATAMENTO DENGUE HEMORRÁGICO/ CHOQUE DO DENGUE Abordagem do paciente com choque : Fluxo adequado de O2 Monitorar sinais vitais Puncionar 02 acessos venosos de grossos calibres. * DENGUE VIII-TRATAMENTO DENGUE HEMORRÁGICO/ CHOQUE DO DENGUE Evitar punção de subclávia ou jugular ( risco de sangramento) Infundir 20 ml/kg/h de soro fisiológico 0,9% ou de ringer lactato em 20 min. Pacientes idosos (> 55anos) ou cardiopatas iniciar com 250 a 500ml verificando sinais de intolerância cardíaca. * DENGUE VIII-TRATAMENTO DENGUE HEMORRÁGICO/ CHOQUE DO DENGUE ABORDAGEM DO PACIENTE Coletar sangue para exames e prova cruzada Passar sonda vesical de demora Reavaliar o paciente com intervalos de 15 a 30 minutos * DENGUE VIII-TRATAMENTO DENGUE HEMORRÁGICO/ CHOQUE DO DENGUE ABORDAGEM DO PACIENTE Medir hematócrito e débito urinário de 2/2horas Se persistir instabilidade hemodinâmica avaliar uso de colóides ( de preferência albumina humana 20% , 3 ml/kg/h) Não usar colóides sintéticos se houver alterações de coagulação. * DENGUE VIII-TRATAMENTO DENGUE HEMORRÁGICO/ CHOQUE DO DENGUE ABORDAGEM DO PACIENTE Se não houver melhora deve-se dissecar veia e monitorar PVC. Após o teste volêmico, se a PVC estiver baixa, manter hidratação até a normalização da PA. Se persistir hipotensão com elevação da PVC deve-se iniciar aminas vasoativas. Continuar a reposição hídrica por 24 a 72 horas e após a melhora dos sinais vitais e queda do hematócrito, reduzir a infusão para 30 ml/Kg/dia com 1/3 de solução salina e 2/3 de soro glicosado a 5%. * DENGUE VIII-TRATAMENTO DENGUE HEMORRÁGICO/ CHOQUE DO DENGUE ABORDAGEM DO PACIENTE A queda do hematócrito com ausência de melhora do quadro hemodinâmico sugere sangramento interno. Realizar hematócrito, plaquetas, coagulograma e prova do laço diariamente. Solicitar RX de tórax rotineiramente e na suspeita de derrame pleural ou congestão pulmonar. * CRITÉRIOS PARA ALTA EM PACIENTES COM DENGUE Ausência de febre durante 24 horas, sem uso de terapia antitérmica. Melhora dos sintomas e do estado geral. Hematócrito normal e estável nas 24 horas. Plaquetas em ascensão acima de 50 000/mm3. Estabilização hemodinâmica durante 48 horas. Sinais vitais estáveis Prova do laço negativa Ausência de sangramento * DENGUE IX-PREVENÇÃO Notificar todo caso suspeito Combate ao vetor * * * NÃO HÁ, ATÉ O MOMENTO, VACINA EFICAZ CONTRA DENGUE. * Leptospirose * Conceito: É uma antropozoonose ubíqua, causada principalmente pela Leptospira interrogans, de manifestação clínica sistêmica pleomórfica, passível de ser confundida com outras morbidades, caracterizada por vasculite difusa, afetando o fígado, rins ou outros órgãos. - Sinonímia: Doença de Weil, febre dos pântanos, febre outonal, febre hasani, febre dos sete dias, febre dos arrozais, doença dos porqueiros, febre dos canaviais, febre dos nadadores, febre pré-tibial de Fort-Bragg, febre de Andaman, tifo canino. Leptospirose * Etiologia: - Leptospiras: - aeróbicas estritas, flexíveis e móveis, - 6 a 20 m de comprimento e cerca de 0,1 de diâmetro, - ordem Spirochaetales, família Leptospiracea e gênero Leptospira, - extremidades dobradas ou em forma de gancho, - usam ácidos graxos como fonte de energia, - aderem à membrana celular provavelmente como passo inicial da infecção. Leptospirose * Etiologia: - Leptospiras: - Espécie patogênica para o ser humano: - Leptospira interrogans, - 23 sorogrupos e 205 sorotipos (“sorovares”); - sorogrupos mais comuns: Leptospira icterohaemorrhagiae dos ratos (casos mais severos), Leptospira canicola dos cães, e Leptospira pomona do gado e suínos. - outras: Leptospira biflexa, Leptospira parva e Leptonema illini. Leptospirose * Leptospiras Leptospirose * Epidemiologia: - Distribuição universal. - Provável maior incidência do que a suposta. - A sobrevivência depende: - nas zonas temperadas durante o verão e o outono: - temperatura por volta de 25ºC, - umidade e - pH do solo e da água próximo de 7,0. Leptospirose * Epidemiologia: - Transmissão: - geralmente indireta: - água, lama, solo e vegetação úmidos, lixo, ou por ingestão de alimentos e água contaminados por urina do animal reservatório. - lesões de pele e provavelmente de conjuntiva; na pele íntegra é necessária certa umidade para que haja penetração. - forma direta menos freqüente: - mordedura ou contato com sangue, tecidos, órgãos e urina de animal infectado. - ser humano é o elemento acidental, casual. Leptospirose * Epidemiologia: Zoonose: fenômeno de equilíbrio biológico (biocenose) mais ou menos ativo, segundo as particularidades: - do hospedeiro, - da região e - das variedades de leptospiras. - rato de esgoto é o principal portador “são” universal e o maior responsável pela transmissão de leptospiras para o ser humano, - Rattus norvegicus, Rattus rattus, Mur musculus Leptospirose * Epidemiologia: Zoonose: algumas cepas de leptospiras são capazes de persistir por longos períodos nos túbulos renais do hospedeiro, sem efeito patogênico, o que caracteriza o reservatório as densidades de população animal, seu dinamismo, sua concorrência, sua alimentação, sua potencialidade própria de suscetibilidade, seu parasitismo, condicionam a formação de um “foco natural enzoótico”. Leptospirose * Patogenia: Pele ou mucosas íntegras ou lesadas Sangue Difusão rápida para todos os órgãos e tecidos: - líquor e olhos, - fígado, rins, coração e músculo-esquelético. - Capilarite (vasculite) disseminada: - aumento da permeabilidade capilar, - diátese hemorrágica e redução do aporte de oxigênio aos tecidos. Leptospirose * Patogenia: Fígado: hepatomegalia com icterícia pode ser devida à hemólise ou lesão hepatocelular e colestase, classicamente atinge uma tonalidade rubínica devido à vasculite. Rins: aumentados de volume, superfície externa lisa, cortical espessada, com intensa impregnação biliar, limites precisos, medula congesta, com estrias hemorrágicas. Petéquias na pelve e sangue na luz ureteral. Leptospirose * Patogenia: Pulmões: há acentuado aumento da permeabilidade capilar, plasma e hemáceas extravasam para a luz alveolar, originando opacificações radiológicas, que são fugazes pela posterior rápida reabsorção do material extravasado. hemoptise. Coração: miocardite, flogose do sistema de condução e das ramificações coronárias intramiocárdicas. Leptospirose * * Patogenia: Tubo digestivo: sufusões hemorrágicas e edema na mucosa gástrica e do intestino delgado: hemorragia gastrointestinal e extensa desidratação. Meninges: inflamação mononuclear das leptomeninges. Músculos: necrose hialina de fibras musculares esqueléticas individuais. Leptospirose * Manifestações Clínicas: - Período de incubação: - varia de 2 a 28 dias, - em média de 3 a 13 dias. - Quadros clínicos variados: - Infecção assintomática: - achado casual por rastreamento epidemiológico, por pesquisa de contactantes de enfermos, etc. - Forma leve: - sintomas parecidos com os da Gripe: involução espontânea. Leptospirose * Manifestações Clínicas: - Quadros clínicos variados: - Leptospirose anictérica: forma moderada e bifásica - fase inicial (chamada “septicêmica”): - início abrupto de hipertermia severa (39º a 40ºC), - calafrios, vasodilatação cutânea, - abdominalgia, náuseas, vômitos, diarréia, - cefaléia intensa, dor retrorbitária, - mialgias, principalmente das panturrilhas, artralgias - marcada hiperemia e sufusão conjuntival. - rigidez de nuca não relacionada com meningite, - hiperemia e dor no orofaringe, - hipotensão arterial, choque, Leptospirose * Manifestações Clínicas: - Quadros clínicos variados: - Leptospirose anictérica: forma moderada e bifásica - fase inicial (chamada “septicêmica”): - pneumonite: tosse seca ou produtiva, com ou sem escarros hemoptóicos, podendo ocorrer hemoptise franca, dor torácica, desconforto respiratório com cianose, atrito pleural, síndrome de consolidação. - lesões cutâneas são variadas, podendo ocorrer exantemas maculares, máculopapulares, eritematosos, urticariformes, petequiais ou hemorrágicos. - discreta linfoadenomegalia, parotidite, orquite, epididimite, prostatite, edema etc. Leptospirose * Manifestações Clínicas: - Quadros clínicos variados: - Leptospirose anictérica: forma moderada e bifásica - após 4 a 7 dias há uma melhora rápida do quadro clínico: - muitos pacientes evoluem para a cura, - enquanto outros evoluem para a fase imune, - leptospiras podem ser isoladas do sangue, líquor e tecidos. - intensidade variável das manifestações clínicas, mas nesta fase, o quadro é quase sempre benigno. Leptospirose * Manifestações Clínicas: - Quadros clínicos variados: - Leptospirose anictérica: forma moderada e bifásica - Após 1 - 3 dias de remissão dos sintomas: inicia a segunda fase (chamada “imune”): - recorrência semelhante à primeira fase, - hepatomegalia pouco pronunciada, icterícia discreta, - pneumonite (tosse e expectoração sangüínea), - uveíte (uni ou bilateral, usualmente comprometendo todo o trato uveal - coróide, corpo ciliar e íris), - exantema, alopécia e adenopatias; Leptospirose * Manifestações Clínicas: - Quadros clínicos variados: - Leptospirose anictérica: forma moderada e bifásica - Segunda fase (chamada “imune”): - nos casos mais graves: - sonolência, torpor e coma por meningite ou meningoencefalite, - paralisias, radiculites, - síndrome de Guillain-Barré e mielite. - 80% a 92% dos casos apresentam alterações liquóricas, porém somente em 50% são observadas alterações clínicas. Leptospirose * Manifestações Clínicas: - Quadros clínicos variados: - Leptospirose anictérica: forma moderada e bifásica - Segunda fase (chamada “imune”): - as manifestações clínicas são atribuídas a: - fenômenos imunitários, ou a - liberação de toxinas por destruição dos microorganismos possa ser responsável por muitos dos sintomas e sinais clínicos. - Em geral autolimitada: - durando de 4 a 30 dias (excepcionalmente de seis a sete semanas), com recuperação completa. Leptospirose * Manifestações Clínicas: - Quadros clínicos variados: - Leptospirose ictérica: Síndrome de Weil - mais severa: 5% a 10% dos indivíduos infectados, Caracterizada por quadro clínico monofásico: - dano da função renal e hepática: 82% dos internados, - fenômenos hemorrágicos severos possíveis: distúrbio da coagulação, hemólise, - alterações respiratórias agudas, - hemoptise (que pode ser maciça e asfixiante), - miocardites, hipotensão - estado mental anormal, - taxa de mortalidade de até 10%. Leptospirose * Manifestações Clínicas: - Quadros clínicos variados: - Leptospirose ictérica: Síndrome de Weil - Cefaléia - Mialgias - Febre - Hiperemia conjuntival, - Manifestações digestivas, - Icterícia “rubínica”, - Fenômenos hemorrágicos: - Vasculite difusa, - Plaquetopenia, - Redução da Atividade da Protrombina, - Insuficiência renal, - Manifestações neurológicas, - Manifestações pulmonares, Leptospirose * Manifestações Clínicas: - Quadros clínicos variados: - Leptospirose ictérica: Síndrome de Weil - Outras: - fenômeno de Faget, - insuficiência cardíaca por miocardite (10%), - pericardite acompanhando a uremia, - esplenomegalia (15%) e linfadenopatia (25%), - faringite (23%), - exantema macular (ou maculopapular, eritemas, urticárias, 7%), Leptospirose * Exames Complementares : Anemia normocrômica. Leucócitos normais ou até 40.000/mm3 na doença de Weil, as custas de neutrófilos bastonados e segmentados. Trombocitopenia. VSG elevado. Fígado: testes anormais em 50% dos pacientes: - elevação das bilirrubinas (principalmente BD - colestase intra-hepática) e fosfatase alcalina, - transaminases pouco elevadas, - inversão da relação albumina-globulina, - diminuição da Atividade da Protrombina (f. Ictéricas) Leptospirose * Exames Complementares : Uréia e creatinina elevados: lesão hepática e renal. Amilase: eleva-se em 70% das formas graves. CK: aumentada na primeira semana da doença pela miosite (diferencial de hepatite viral), CK-MB: aumenta se houver miocardite (acima de 5% em relação aos valores da CK). Urina anormal em 75% dos pacientes: - proteínas, cilindros, leucócitos, eritrócitos. Leptospirose * Exames Complementares : Líquor: - anormal menos que 2/3 dos pacientes: - aumento da celularidade (igual ou menor que 500/ mm3) principalmente monócitos; - aumento das proteínas (igual ou menor 80 mg/dl). Materiais biológicos utilizados para diagnóstico: - sangue, líquor, urina, saliva, exsudato peritoneal e pleural e tecidos. Leptospirose * Exames Complementares: ECG: - alterações em 65% das formas graves: -mais freqüentemente são alterações da repolarização ventricular e fibrilação ventricular. Radiografia de tórax: - demonstram infiltrado bilateral difuso (eventualmente localizado), que desaparece em cerca de três dias. - em alguns casos surge derrame pleural, que deve ser analisado. Leptospirose * Exames Complementares: - Métodos diretos: pesquisa do agente etiológico no material biológico: - Microscopia de campo escuro, Técnicas de coloração de Giemsa ou de impregnação pela prata, - Imunofluorescência, - Cultura de leptospiras: - Hemocultura, - Líquor, - Urina, - Tecidos. - Isolamento em animais de laboratório, Leptospirose * Exames Complementares: - Métodos indiretos: imunológicos, são os mais empregados: - Teste de aglutinação microscópica em campo escuro (SAM), - Aglutinação macroscópica (SAT), - Fixação de complemento, - Reação de hemaglutinação, - Imunofluorescência e contra-imunoeletroforese. Leptospirose * Exames Complementares: - Métodos diretos: - ELISA de captura e em tecidos pela Imuno-histoquímica. - Reação em cadeia da polimerase (PCR). - Métodos indiretos: - Pesquisa de anticorpos específicos em fluidos biológicos (sangue, líquor e saliva) empregando-se técnicas imunoenzimáticas (ELISA e dot-ELISA). - ELISA IgM, IgG e IgA. - ELISA para pesquisa de IgM no líquor e saliva. Leptospirose * Diagnóstico Diferencial: Leptospirose ictérica: hepatites virais, febre amarela e febre recorrente. Dengue Hepatites Malária Febre amarela Colecistite Infecções respiratórias Sarampo Rubéola Meningoencefalites Pielonefrite Faringite Septicemia Endocardites Leptospirose * Tratamento: - Reações de Jarisch-Herxheimer - Hidratação oral - Hidratação parenteral: principalmente na síndrome de Weil, - Antibioticoterapia: - doxiciclina: 200 mg /dia, anictéricos acima de 8 anos. - ampicilina: 4 g /dia, - eritromicina: 2 g /dia - penicilina cristalina: 6 –12 milhões UI/dia. - ceftriaxona: 1 –2 g /dia - cloranfenicol Leptospirose * Tratamento: Critérios para hospitalização: 1. Todos casos anictéricos que necessitem hidratação parenteral; 2. Todos casos anictéricos que apresentem complicações; 3. Todos pacientes com leptospirose ictérica. Leptospirose * Tratamento: Critérios para diálise: 1. Clínica de uremia: sangramentos, alteração dos níveis de consciência, pericardite); 2. Uréia acima de 200 mg/dl, com deterioração rápida das condições clínicas. 3. Hiperpotassemia refratária ao tratamento clínico. 4. Sobrecarga hídrica. Leptospirose * Prognóstico: Forma anictérica: excelente prognóstico e evoluem rapidamente para a cura. Forma ictéricas: a maioria dos pacientes recupera-se. Síndrome de Weil: a letalidade pode, na dependência do tratamento precoce e dos recursos disponíveis, ser superior a 10%, sendo ainda mais elevada nos pacientes com mais de 50 anos de idade. a duração da insuficiência renal é de uma a duas semanas, e a função normal é recuperada em três a quatro semanas. - Os critérios de alta são a correção do equilíbrio hidro-eletrolítico e da função renal. Leptospirose * Prevenção: - doença de notificação compulsória. - Educação sobre condições de saneamento básico. - Vacina contra sorotipos específicos não está disponível no Brasil, mas tem sido usada em pessoas com exposição ocupacional no Japão, Itália, Espanha e Polônia. - Pode ser utilizada a doxiciclina na dose de 100 mg de 12/12 h, em pessoas que irão se expor a risco conhecido ou já se expuseram, por 5 - 7 dias. Leptospirose * * * ALEXANDRE V. SCHWARZBOLD alexvspoa@hotmail.com Twitter: @avsantamaria Tel. (55) 3220 8586 OBRIGADO !
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