Buscar

23. dengue-leptospira

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
Dengue e Leptospirose
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA
COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
Alexandre V. Schwarzbold
Outubro 2010
*
*
Doenças que cursam com SFHA
vigilância laboratorial das síndromes febris ícterohemorrágicas agudas (SFIHA). 
*
Caso Clínico
Menina de 12 anos é trazida por familiares ao PS com quadro de lipotímia, dor abdominal e vômitos. Há 5 dias vem apresentando febre alta, cefaléia e mialgia e desde ontem apresenta rash máculo-papular difuso, pruriginoso com melhora do quadro febril. Ao exame físico está pálida, desidratada, afebril, com hepatomegalia dolorosa e dor à palpação abdominal. PA: 80/60. Nega sangramentos.
*
Questões:
 O diagnóstico mais provável é:
a) Febre hemorrágica do dengue
b) Meningococcemia
c) Sepse
*
DENGUE 
I-INTRODUÇÃO
Doença infecciosa aguda. 
Agente etiológico: arbovírus, gênero Flavivirus. Sorotipos de vírus do dengue:1, 2, 3 e 4. 
Hospedeiro vertebrado: homem.
Transmissão por picada de mosquito ( Aedes).
Doença potencialmente grave.
Dengue hemorrágico (DH) pode ocorrer sem a infecção prévia pelo vírus do dengue, mas é mais freqüente quando uma pessoa se reinfecta por um sorotipo diferente ao da infecção inicial.
*
 DENGUE 
I-INTRODUÇÃO
 O DH é uma forma grave da doença.
A base fisiopatológica do dengue hemorrágico é uma resposta imune anômala causando um aumento da permeabilidade vascular endotelial que leva a um aumento do hematócrito, queda da pressão arterial, choque hipovolêmico e manifestações hemorrágicas associadas a plaquetopenia.
Choque e o óbito podem ocorrer na ausência de fenômenos hemorrágicos.
*
O Mosquito Aedes aegypti 
*
Distribuição do Aedes aegypti no mundo 2002
*
*
Sorotipos Circulantes, Brasil, 2001 - 2003*
Nenhum
DEN 1 e 4
DEN 2
DEN 1 e 2
DEN 1 e 3
DEN 1, 2 e 3
* Dados até a s.e 53
2001
2003
2002
*
*
*
*
CICLO EVOLUTIVO DO Aedes aegypti
5 a 7 dias
2 a 3 dias
20 dias
1 a 450 dias
Ovos                                                            
*
*
*
Transmissão do Vírus do Dengue pelo Aedes aegypti
Viremia
Viremia
DIAS
0
5
8
12
16
20
24
28
Ser humano 1
Ser humano 2
Mosquito pica /
Adquire vírus
Mosquito pica /
Transmite vírus
Período 
de incubação 
intrínseco 
Doença
*
*
 DENGUE II-QUADRO CLÍNICO
A) FORMA CLÁSSICA
Pode ser assintomática ou oligossintomática
Período de incubação: 4 a 7 dias ( 2 a 15)
Apresentação súbita
Febre alta ( média: 6 a 8 dias)
Cefaléia
Dor retroorbitária 
Mialgia 
Artralgia 
*
 DENGUE II-QUADRO CLÍNICO 
 A) FORMA CLÁSSICA
Microadenopatia
Dor de garganta 
Náuseas e vômitos 
Diarréia 
Dor epigástrica 
*
 DENGUE II-QUADRO CLÍNICO A) FORMA CLÁSSICA
Dor lombar e em membros inferiores 
Pode haver manifestação hemorrágica
Alterações de pele e mucosa: petéquias , exantema centrífugo escarlatiniforme ou máculo-papular.
                                                                                                                          
COST OF TREATMENT FOR DENGUE FEVER
*
 DENGUE II-QUADRO CLÍNICO
B) FORMA HEMORRÁGICA
As mesmas manifestações da forma clássica, inicialmente .
Fenômenos hemorrágicos ocorrem no 3º dia
Fígado pode estar aumentado e doloroso ( pior prognóstico )
Pode ocorrer choque e CID
O baço não costuma ser palpável 
*
DENGUE HEMORRÁGICO/ CHOQUE DO DENGUE 
Sinais de Alerta:
Dor abdominal intensa e contínua
Vômitos persistentes
Hepatomegalia dolorosa
Derrames cavitários
Cianose
Hipotensão arterial, postural ou PA convergente
Diminuição da diurese
Agitação ou letargia
Pulso rápido e fraco
Extremidades frias
Diminuição da temperatura com sudorese
Taquicardia
Aumento do hematócrito
*
*
ATENÇÃO PARA O POTENCIAL DE GRAVIDADE:
Anemia falciforme
Asma
Diabetes
Lupos
Terapia com anticoagulantes
Cardiopatas
Úlcera
 DENGUE 
II-QUADRO CLÍNICO
*
 
 DENGUE 
 II-QUADRO CLÍNICO
C) APRESENTAÇÕES INCOMUNS
Hepatite
Encefalite
Polineuropatias
Miosite com rabdomiólise
Forma neonatal
*
*
 DENGUE III-DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
HEMOGRAMA: aumento de 20% do valor habitual do hematócrito caracteriza o DH. Valor aumentado: 45% em crianças até 12 anos, 48% em mulheres e 54% em homens
 É comum a leucopenia com linfocitopenia ou linfocitose
Plaquetas < 100.000 possibilidade de evolução para formas graves.
*
 DENGUE III-DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
TRANSAMINASES: aumento discreto
OUTRAS: alteração nas provas de coagulação, hipoproteinemia, hiponatremia, acidose metabólica.
*
 DENGUE IV-PROVA DO LAÇO
 PL positiva é mais comum no DH. 
 Infla-se o manguito na pressão média entre a pressão arterial máxima e a mínima do paciente, mantendo-se a pressão exercida nesse ponto por cinco minutos. Quando positiva aparecem petéquias no local de pressão ou abaixo. Se o número de petéquias for de 20 ou mais por polegada (2,3cm2), essa prova é considerada fortemente positiva.
 Pode ser negativo ou levemente positivo durante o choque, tornando-se positivo na fase de recuperação .
 
*
 DENGUE IV-PROVA DO LAÇO
*
 DENGUE V-CLASSIFICAÇÃO DO DENGUE HEMORRÁGICO - OMS 
Grau I: plaquetopenia + hemoconcentração + prova do laço positiva.
Grau II: plaquetopenia + hemoconcentração + sangramento espontâneo.
Grau III: plaquetopenia + hemoconcentração + insuficiência circulatória: pulso fino, queda de 20 mm Hg ou mais na pressão arterial, extremidades frias e pegajosas, agitação.
Grau IV: choque profundo, ausência de pulso e de pressão arterial.
*
 DENGUE VI-DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO   
    SOROLOGIA: 
 MAC-ELISA: detecção de IgM
 -O IgM é positivo em 80% dos casos, a partir do 5º dia da doença, podendo permanecer positivo por 2 a 3 meses. 
 
*
 DENGUE VI-DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO   
    SOROLOGIA: 
Aumento do título de IgG 
Inibição da hemaglutinação, teste de neutralização, hemaglutinação, FC
 
*
DIAGNÓSTICO VIROLÓGICO: 
 Cultura
 Detecção de antígenos (imunohistoquímica)
 PCR 
 DENGUE VI-DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO   
*
 DENGUE VII-DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
A)  DENGUE CLÁSSICO:
Gripe
Rubéola
Sarampo
Escarlatina
Leptospirose, forma anictérica
Pielonefrites
Faringites
*
 DENGUE VII-DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
B) DENGUE HEMORRÁGICO:
Choque séptico
Meningococcemia
Meningoencefalites
Febre amarela 
Leptospirose
Malária
Hepatite infecciosa
Febre maculosa
Outras febres hemorrágicas
Endocardites
*
 DENGUE VIII-TRATAMENTO CONSIDERAÇÕES GERAIS
Não existe tratamento específico
Hidratar
o paciente e adotar medidas suportivas
Evitar o uso de salicilatos
*
 DENGUE VIII-TRATAMENTO CONSIDERAÇÕES GERAIS
Suspeita de DH: hospitalizar o paciente e submetê-lo, diariamente, à prova do laço, dosagem de plaquetas e hematócrito
Afastar outras doenças
Em casos de diarréia contra-indica-se o uso de anti-diarréicos.
*
 DENGUE VIII-TRATAMENTO DENGUE HEMORRÁGICO/ CHOQUE DO DENGUE 
Abordagem do paciente com choque :
Fluxo adequado de O2
Monitorar sinais vitais 
Puncionar 02 acessos venosos de grossos calibres.
*
 DENGUE VIII-TRATAMENTO DENGUE HEMORRÁGICO/ CHOQUE DO DENGUE 
Evitar punção de subclávia ou jugular ( risco de sangramento)
Infundir 20 ml/kg/h de soro fisiológico 0,9% ou de ringer lactato em 20 min. Pacientes idosos (> 55anos) ou cardiopatas iniciar com 250 a 500ml verificando sinais de intolerância cardíaca.
*
 DENGUE VIII-TRATAMENTO DENGUE HEMORRÁGICO/ CHOQUE DO DENGUE ABORDAGEM DO PACIENTE
Coletar sangue para exames e prova cruzada
Passar sonda vesical de demora
Reavaliar o paciente com intervalos de 15 a 30 minutos
*
 DENGUE VIII-TRATAMENTO DENGUE HEMORRÁGICO/ CHOQUE DO DENGUE ABORDAGEM DO PACIENTE
Medir hematócrito e débito urinário de 2/2horas
Se persistir instabilidade hemodinâmica avaliar uso de colóides ( de preferência albumina humana 20% , 3 ml/kg/h)
Não usar colóides sintéticos se houver alterações de coagulação.
*
 DENGUE VIII-TRATAMENTO DENGUE HEMORRÁGICO/ CHOQUE DO DENGUE ABORDAGEM DO PACIENTE
Se não houver melhora deve-se dissecar veia e monitorar PVC.
Após o teste volêmico, se a PVC estiver baixa, manter hidratação até a normalização da PA. Se persistir hipotensão com elevação da PVC deve-se iniciar aminas vasoativas.
Continuar a reposição hídrica por 24 a 72 horas e após a melhora dos sinais vitais e queda do hematócrito, reduzir a infusão para 30 ml/Kg/dia com 1/3 de solução salina e 2/3 de soro glicosado a 5%.
*
 DENGUE VIII-TRATAMENTO DENGUE HEMORRÁGICO/ CHOQUE DO DENGUE ABORDAGEM DO PACIENTE
A queda do hematócrito com ausência de melhora do quadro hemodinâmico sugere sangramento interno.
Realizar hematócrito, plaquetas, coagulograma e prova do laço diariamente.
Solicitar RX de tórax rotineiramente e na suspeita de derrame pleural ou congestão pulmonar.
*
CRITÉRIOS PARA ALTA EM PACIENTES COM DENGUE
 Ausência de febre durante 24 horas, sem uso de terapia antitérmica.
 Melhora dos sintomas e do estado geral.
 Hematócrito normal e estável nas 24 horas.
 Plaquetas em ascensão acima de 50 000/mm3.
 Estabilização hemodinâmica durante 48 horas.
Sinais vitais estáveis
Prova do laço negativa
Ausência de sangramento
 
*
 DENGUE IX-PREVENÇÃO
Notificar todo caso suspeito  
Combate ao vetor
 
*
*
*
NÃO HÁ, ATÉ O MOMENTO, VACINA EFICAZ CONTRA DENGUE.
*
Leptospirose
*
Conceito:
É uma antropozoonose ubíqua, causada principalmente pela Leptospira interrogans, de manifestação clínica sistêmica pleomórfica, passível de ser confundida com outras morbidades, caracterizada por vasculite difusa, afetando o fígado, rins ou outros órgãos.
 
- Sinonímia: Doença de Weil, febre dos pântanos, febre outonal, febre hasani, febre dos sete dias, febre dos arrozais, doença dos porqueiros, febre dos canaviais, febre dos nadadores, febre pré-tibial de Fort-Bragg, febre de Andaman, tifo canino. 
	
Leptospirose
*
Etiologia:
- Leptospiras:
	- aeróbicas estritas, flexíveis e móveis, 
	- 6 a 20 m de comprimento e cerca de 0,1  de diâmetro, 
	- ordem Spirochaetales, família Leptospiracea e gênero Leptospira, 	
	- extremidades dobradas ou em forma de gancho,
	- usam ácidos graxos como fonte de energia, 
	- aderem à membrana celular provavelmente como passo inicial da infecção.
Leptospirose
*
Etiologia:
- Leptospiras:
	- Espécie patogênica para o ser humano:
		- Leptospira interrogans, 
		- 23 sorogrupos e 205 sorotipos (“sorovares”);
		- sorogrupos mais comuns:
Leptospira icterohaemorrhagiae dos ratos (casos mais severos), 
Leptospira canicola dos cães, e Leptospira pomona do gado e suínos.
	- outras: Leptospira biflexa, Leptospira parva e Leptonema illini.
Leptospirose
*
Leptospiras
Leptospirose
*
Epidemiologia:
- Distribuição universal.	
	- Provável maior incidência do que a suposta.
	- A sobrevivência depende:
		- nas zonas temperadas durante o verão e o outono:
		- temperatura por volta de 25ºC, 
		- umidade e 
		- pH do solo e da água próximo de 7,0. 
Leptospirose
*
Epidemiologia:
- Transmissão: 
		- geralmente indireta:
			- água, lama, solo e vegetação úmidos, lixo, ou por ingestão de alimentos e água contaminados por urina do animal reservatório. 
			- lesões de pele e provavelmente de conjuntiva; na pele íntegra é necessária certa umidade para que haja penetração. 
		- forma direta menos freqüente:
			- mordedura ou contato com sangue, tecidos, órgãos e urina de animal infectado.
		- ser humano é o elemento acidental, casual.
Leptospirose
*
Epidemiologia:
Zoonose: 
fenômeno de equilíbrio biológico (biocenose) mais ou menos ativo, segundo as particularidades: 
		- do hospedeiro, 
		- da região e 
		- das variedades de leptospiras. 
		- rato de esgoto é o principal portador “são” universal e o maior responsável pela transmissão de leptospiras para o ser humano,
- Rattus norvegicus, Rattus rattus, Mur musculus
Leptospirose
*
Epidemiologia:
Zoonose: 
algumas cepas de leptospiras são capazes de persistir por longos períodos nos túbulos renais do hospedeiro, sem efeito patogênico, o que caracteriza o reservatório
as densidades de população animal, seu dinamismo, sua concorrência, sua alimentação, sua potencialidade própria de suscetibilidade, seu parasitismo, condicionam a formação de um “foco natural enzoótico”. 
Leptospirose
*
Patogenia:
Pele ou mucosas íntegras ou lesadas
Sangue 
Difusão rápida para todos os órgãos e tecidos:
		- líquor e olhos, 
		- fígado, rins, coração e músculo-esquelético. 
- Capilarite (vasculite) disseminada: 
		- aumento da permeabilidade capilar,
		- diátese hemorrágica e 
	redução do aporte de oxigênio aos tecidos.
Leptospirose
*
Patogenia:
Fígado:
hepatomegalia com icterícia pode ser devida à hemólise ou lesão hepatocelular e colestase, classicamente atinge uma tonalidade rubínica devido à vasculite. 
Rins: 
aumentados de volume, superfície externa lisa, cortical espessada, com intensa impregnação biliar, limites precisos, medula congesta, com estrias hemorrágicas. Petéquias na pelve e sangue na luz ureteral. 
Leptospirose
*
Patogenia:
Pulmões:
há acentuado aumento da permeabilidade capilar, plasma e hemáceas extravasam para a luz alveolar, originando opacificações radiológicas, que são fugazes pela posterior rápida reabsorção do material extravasado.
hemoptise. 
Coração: 
miocardite, flogose do sistema de condução e das ramificações coronárias intramiocárdicas. 
Leptospirose
*
*
Patogenia:
Tubo digestivo:
sufusões hemorrágicas e edema na mucosa gástrica e do intestino delgado: hemorragia gastrointestinal e extensa desidratação. 
Meninges: 
inflamação mononuclear das leptomeninges. 
Músculos: 
necrose hialina de fibras musculares esqueléticas individuais.
Leptospirose
*
Manifestações Clínicas:
- Período de incubação:
	- varia de 2 a 28 dias, 
	- em média de 3 a 13 dias. 
 
- Quadros clínicos variados:
 	- Infecção assintomática: 
		- achado casual por rastreamento epidemiológico, por pesquisa de contactantes de enfermos, etc.
- Forma leve: 
		- sintomas parecidos com os da Gripe: involução espontânea.
Leptospirose
*
Manifestações Clínicas:
- Quadros clínicos variados:
 	- Leptospirose anictérica: forma moderada e bifásica
		- fase inicial (chamada “septicêmica”):
		- início abrupto de hipertermia severa (39º a 40ºC), 
		- calafrios, vasodilatação cutânea,
		- abdominalgia, náuseas, vômitos, diarréia, 
		- cefaléia intensa, dor retrorbitária, 
		- mialgias, principalmente das panturrilhas, artralgias
		- marcada hiperemia e sufusão conjuntival. 
		- rigidez de nuca não relacionada com meningite, 
		- hiperemia e dor no orofaringe, 
		- hipotensão arterial, choque,
Leptospirose
*
Manifestações Clínicas:
- Quadros clínicos variados:
 	- Leptospirose anictérica: forma moderada e bifásica
		- fase inicial (chamada “septicêmica”):
		- pneumonite: tosse seca ou produtiva, com ou sem escarros hemoptóicos, podendo ocorrer hemoptise franca, dor torácica, desconforto respiratório com cianose, atrito pleural, síndrome de consolidação. 
		- lesões cutâneas são variadas, podendo ocorrer exantemas maculares, máculopapulares, eritematosos, urticariformes, petequiais ou hemorrágicos. 
		- discreta linfoadenomegalia, parotidite, orquite, epididimite, prostatite, edema etc.
Leptospirose
*
Manifestações Clínicas:
- Quadros clínicos variados:
 	- Leptospirose anictérica: forma moderada e bifásica
		- após 4 a 7 dias há uma melhora rápida do quadro clínico:
		- muitos pacientes evoluem para a cura, 
		- enquanto outros evoluem para a fase imune,
		- leptospiras podem ser isoladas do sangue, líquor e tecidos. 
		- intensidade variável das manifestações clínicas, mas nesta fase, o quadro é quase sempre benigno. 
Leptospirose
*
Manifestações Clínicas:
- Quadros clínicos variados:
 	- Leptospirose anictérica: forma moderada e bifásica
		- Após 1 - 3 dias de remissão dos sintomas:
 inicia a segunda fase (chamada “imune”):
		- recorrência semelhante à primeira fase,
		- hepatomegalia pouco pronunciada, icterícia discreta, 
		- pneumonite (tosse e expectoração sangüínea), 
		- uveíte (uni ou bilateral, usualmente comprometendo todo o trato uveal - coróide, corpo ciliar e íris), 
		- exantema, alopécia e adenopatias; 
Leptospirose
*
Manifestações Clínicas:
- Quadros clínicos variados:
 	- Leptospirose anictérica: forma moderada e bifásica
		- Segunda fase (chamada “imune”):
		- nos casos mais graves:
			- sonolência, torpor e coma por meningite ou meningoencefalite, 
			- paralisias, radiculites, 
			- síndrome de Guillain-Barré e mielite. 
		- 80% a 92% dos casos apresentam alterações liquóricas, porém somente em 50% são observadas alterações clínicas.
Leptospirose
*
Manifestações Clínicas:
- Quadros clínicos variados:
 	- Leptospirose anictérica: forma moderada e bifásica
		- Segunda fase (chamada “imune”):
		- as manifestações clínicas são atribuídas a:
			- fenômenos imunitários, ou a
			- liberação de toxinas por destruição dos microorganismos possa ser responsável por muitos dos sintomas e sinais clínicos.
	- Em geral autolimitada:
		- durando de 4 a 30 dias (excepcionalmente de seis a sete semanas), com recuperação completa. 
Leptospirose
*
Manifestações Clínicas:
- Quadros clínicos variados:
 	- Leptospirose ictérica: Síndrome de Weil
		- mais severa: 5% a 10% dos indivíduos infectados,
Caracterizada por quadro clínico monofásico:
		- dano da função renal e hepática: 82% dos internados, 
		- fenômenos hemorrágicos severos possíveis: distúrbio da coagulação, hemólise, 
		- alterações respiratórias agudas, 
		- hemoptise (que pode ser maciça e asfixiante), 
		- miocardites, hipotensão
		- estado mental anormal, 
		- taxa de mortalidade de até 10%.
Leptospirose
*
Manifestações Clínicas:
- Quadros clínicos variados:
 	- Leptospirose ictérica: Síndrome de Weil
	
	- Cefaléia - Mialgias - Febre - Hiperemia conjuntival, 
	- Manifestações digestivas, - Icterícia “rubínica”, 
	- Fenômenos hemorrágicos:
		- Vasculite difusa, - Plaquetopenia, 
		- Redução da Atividade da Protrombina,
	- Insuficiência renal,
	- Manifestações neurológicas, 
	- Manifestações pulmonares,
	
Leptospirose
*
Manifestações Clínicas:
- Quadros clínicos variados:
 	- Leptospirose ictérica: Síndrome de Weil
	- Outras: 
		- fenômeno de Faget, 
		- insuficiência cardíaca por miocardite (10%),
		- pericardite acompanhando a uremia, 
		- esplenomegalia (15%) e linfadenopatia (25%), 
		- faringite (23%), 
		- exantema macular (ou maculopapular, eritemas, urticárias, 7%), 
Leptospirose
*
Exames Complementares :
	Anemia normocrômica.
 
	Leucócitos normais ou até 40.000/mm3 na doença de Weil, as custas de neutrófilos bastonados e segmentados.
 
	Trombocitopenia.
 
	VSG elevado.
 
	Fígado: testes anormais em 50% dos pacientes: 
		- elevação das bilirrubinas (principalmente BD - colestase intra-hepática) e fosfatase alcalina, 
		- transaminases pouco elevadas, 
		- inversão da relação albumina-globulina,
		- diminuição da Atividade da Protrombina (f. Ictéricas)
Leptospirose
*
Exames Complementares :
	Uréia e creatinina elevados: lesão hepática e renal.
 
	Amilase: eleva-se em 70% das formas graves.
 
	CK: aumentada na primeira semana da doença pela miosite (diferencial de hepatite viral),
	 CK-MB: aumenta se houver miocardite 
		(acima de 5% em relação aos valores da CK). 
 
	Urina anormal em 75% dos pacientes: 
		- proteínas, cilindros, leucócitos, eritrócitos.
Leptospirose
*
Exames Complementares :
	Líquor: 
		- anormal menos que 2/3 dos pacientes: 	
		- aumento da celularidade (igual ou menor que 500/ mm3) principalmente monócitos; 
		- aumento das proteínas (igual ou menor 80 mg/dl).
	Materiais biológicos utilizados para diagnóstico:
		- sangue, líquor, urina, saliva, exsudato peritoneal e pleural e tecidos.
Leptospirose
*
Exames Complementares:
	ECG: 
		- alterações em 65% das formas graves:
		-mais freqüentemente são alterações da repolarização ventricular e fibrilação ventricular.
 
	Radiografia de tórax:
		- demonstram infiltrado bilateral difuso (eventualmente localizado), que desaparece em cerca de três dias. 
		- em alguns casos surge derrame pleural, que deve ser analisado.
Leptospirose
*
Exames Complementares:
- Métodos diretos: pesquisa do agente etiológico no material biológico:
	- Microscopia de campo escuro, Técnicas de coloração de Giemsa ou de impregnação pela prata,
	- Imunofluorescência,
	- Cultura de leptospiras:
		- Hemocultura,
		- Líquor,
		- Urina,
		- Tecidos.
	- Isolamento em animais de laboratório,
Leptospirose
*
Exames Complementares:
- Métodos indiretos: imunológicos, são os mais empregados:
 
	- Teste de aglutinação microscópica em campo escuro (SAM),
	- Aglutinação macroscópica (SAT), 
	- Fixação de complemento, 
	- Reação de hemaglutinação, 
	- Imunofluorescência e contra-imunoeletroforese.
Leptospirose
*
Exames Complementares:
- Métodos diretos: 
		- ELISA de captura e em tecidos pela Imuno-histoquímica. 
		- Reação em cadeia da polimerase (PCR).
 
- Métodos indiretos: 
		- Pesquisa de anticorpos específicos em fluidos biológicos (sangue, líquor e saliva) empregando-se técnicas imunoenzimáticas (ELISA e dot-ELISA).
		- ELISA IgM, IgG e IgA. 
		- ELISA para pesquisa de IgM no líquor e saliva.
Leptospirose
*
Diagnóstico Diferencial:
	
	Leptospirose ictérica: hepatites virais, febre amarela e febre recorrente.
	
	Dengue			Hepatites
	Malária			Febre amarela
	Colecistite			Infecções respiratórias
	Sarampo			Rubéola
	Meningoencefalites		Pielonefrite
	Faringite			Septicemia
	Endocardites 
Leptospirose
*
Tratamento:
	- Reações de Jarisch-Herxheimer 
	- Hidratação oral
	- Hidratação parenteral: principalmente na síndrome de Weil, 
	- Antibioticoterapia:
		- doxiciclina: 200 mg /dia, anictéricos acima de 8 anos.
		- ampicilina: 4 g /dia, 
		- eritromicina: 2 g /dia
		- penicilina cristalina: 6 –12 milhões UI/dia. 
		- ceftriaxona: 1 –2 g /dia 
		- cloranfenicol 
Leptospirose
*
Tratamento:
	Critérios para hospitalização:
	1. Todos casos anictéricos que necessitem hidratação parenteral;
2. Todos casos anictéricos que apresentem complicações;
 
	3. Todos pacientes com leptospirose ictérica.
Leptospirose
*
Tratamento:
	Critérios para diálise:
	1. Clínica de uremia: sangramentos, alteração dos níveis de consciência, pericardite);
	
	2. Uréia acima de 200 mg/dl, com deterioração rápida das condições clínicas.
	
	3. Hiperpotassemia refratária ao tratamento clínico.
	
	4. Sobrecarga hídrica.
Leptospirose
*
Prognóstico:
Forma anictérica:
excelente prognóstico e evoluem rapidamente para a cura. 
Forma ictéricas:
a maioria dos pacientes recupera-se.
Síndrome de Weil:
a letalidade pode, na dependência do tratamento precoce e dos recursos disponíveis, ser superior a 10%, sendo ainda mais elevada nos pacientes com mais de 50 anos de idade. 
a duração da insuficiência renal é de uma a duas semanas, e a função normal é recuperada em três a quatro semanas.
- Os critérios de alta são a correção do equilíbrio hidro-eletrolítico e da função renal. 
	
Leptospirose
*
Prevenção:
	- doença de notificação compulsória.
	- Educação sobre condições de saneamento básico.
	- Vacina contra sorotipos específicos não está disponível no Brasil, mas tem sido usada em pessoas com exposição ocupacional no Japão, Itália, Espanha e Polônia.
	- Pode ser utilizada a doxiciclina na dose de 100 mg de 12/12 h, em pessoas que irão se expor a risco conhecido ou já se expuseram, por 5 - 7 dias.	
Leptospirose
*
*
*
	ALEXANDRE V. SCHWARZBOLD
	 		 		 alexvspoa@hotmail.com
 Twitter: @avsantamaria
 Tel. (55) 3220 8586
	
 	
			
OBRIGADO !

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais