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Letícia S. Goes Jesus 10 de agosto de 2018 Enzimas Regulatórias e Regulação de Vias Metabólicas 1. O que são enzimas regulatórias? No metabolismo celular, grupos de enzimas trabalham conjuntamente em vias sequenciais para realizar um determinado processo metabólico, como a degradação da glicose a lactato por uma série de reações ou as muitas reações da síntese de aminoácidos a partir de precursores simples. Nesses sistemas enzimáticos, o produto da reação de uma enzima é o substrato da enzima seguinte. A maioria das enzimas das vias metabólicas segue os padrões cinéticos que foram descritos. Cada via, entretanto, inclui uma ou mais enzimas que influenciam em muito a velocidade de toda a sequência de reações. Essas enzimas regulatórias têm a atividade catalítica aumentada ou diminuída em resposta a certos sinais. Ajustes na velocidade das reações catalisadas por enzimas regulatórias e, portanto, ajustes na velocidade da sequência metabólica inteira permitem que as células atendam às necessidades de energia e das biomoléculas de que precisam para crescer e se manter. 2. Quais os tipos de regulação de atividade enzimática encontrada nas células animais? As atividades das enzimas regulatórias são moduladas de várias maneiras. Enzimas alostéricas agem por meio de ligações reversíveis e não covalentes com compostos regulatórios denominados moduladores alostéricos ou efetores alostéricos, que geralmente são metabólitos pequenos ou cofatores. Outras enzimas são reguladas por modificações covalentes reversíveis. As duas classes de enzimas regulatórias tendem a ser proteínas com subunidades múltiplas e, em alguns casos, o(s) sítio(s) regulatório(s) e o sítio ativo se encontram em subunidades separadas. Os sistemas metabólicos têm ao menos dois outros mecanismos de regulação enzimática. Algumas enzimas são estimuladas ou inibidas quando estão ligadas a proteínas regulatórias distintas. Outras são ativadas quando segmentos peptídicos são removidos por proteólise. Diferentemente da regulação mediada por efetores, a regulação por proteólise é irreversível. 1 3. Defina enzimas alostéricas e dê um exemplo. Enzimas alostéricas são enzimas reguladas por modificações não-covalentes. Elas contêm uma região separada daquela em que se liga o substrato, na qual pequenas moléculas regulatórias (efetores) podem ligar-se e modificar a atividade catalítica destas enzimas. Enzimas alostéricas sofrem mudanças conformacionais em reposta à ligação de efetores, esses efetores se ligam em sítios de ligação diferentes do sítio ativo, denominados de sítios regulatórios ou alostéricos (pode haver mais de um sítio alostérico na enzima), sendo que cada sítio regulatório é específico para o seu efetor. Muitas vezes o efetor é o próprio substrato, desse modo, o sítio ativo e o sítio regulatório são iguais, nesse caso a enzima recebe o nome de homotrópica. Quando o efetor é uma molécula diferente do substrato, diz-se que a enzima é heterotrópica. Exemplo de enzima alostérica: aspartato-transcarbamoilase. 4. Como pode ser distinguido se uma enzima é alostérica ou se apresenta comportamento Michaeliano? As enzimas alostéricas apresentam relações entre V0 e [S] diferentes daquelas da cinética de Michaelis-Menten, dessa forma, através dessa relação é possível distingui-las. Elas apresentam saturação pelo substrato quando [S] é suficientemente alta, mas algumas das enzimas alostéricas apresentam um gráfico de V0 versus [S] que produz uma curva de saturação sigmoide em vez da curva de saturação hiperbólica típica das enzimas não regulatórias Enzima michaeliana - curva hipérbole. Enzima alostérica - curva sigmóide. 5. O que representa o K0,5 nas enzimas alostéricas? O K0,5 geralmente é usado para representar a concentração de substrato que dá uma velocidade que é metade da velocidade máxima das enzimas alostéricas. 2 6. O que é inibição por retroalimentação ou “Feedback”? Dê um exemplo. Em muitos sistemas multienzimáticos, as enzimas regulatórias são inibidas especificamente pelo produto final da via metabólica sempre que a concentração do produto final exceder as necessidades celulares. Esse mecanismo denomina-se inibição por retroalimentação. Regulação alostérica da biossíntese de isoleucina. A primeira reação da via desde a treonina até a isoleucina é inibida pelo produto final, a isoleucina. Esse foi um dos primeiros exemplos descobertos de inibição alostérica por retroalimentação. 7. Dê exemplo de uma enzima cuja atividade é regulada por fosforilação e desfosforilação. Apresente a reação que ela catalisa e como ela é ativada (ou mais ativa) e desativada (ou menos ativa). Um exemplo importante de enzima regulada por fosforilação é constituído pela glicogênio- fosforilase (Mr 94.500) do músculo e do fígado, que catalisa a reação. Os grupos fosforil podem ser removidos 8desfosforilação) hidroliticamente por uma enzima distinta denominada fosforilase-fosfatase. Na forma mais ativa da enzima (fosforilase a), resíduos específicos de Ser, um em cada subunidade, estão fosforilados. A fosforilase a é convertida na fosforilase b (forma menos ativa) pela perda enzimática desses grupos fosforil, efetuada pela fosfoproteína- fosfatase 1 (PP1). A fosforilase b pode ser reconvertida (reativada) em fosforilase a pela ação da fosforilase-cinase. 8. Dê exemplo de uma enzima cuja atividade é regulada pela associação com outra proteína (chamada de proteína regulatória). A inibiçã por feedback é um exemplo de regulação alostérica, no qual a atividade da enzima é controlada pela ligação de pequenas moléculas em sítios regulatórios sobre a enzima. No caso da treonina deaminase, a ligação da molécula reguladora (isoleucina) inibi a atividade enzimática. 3 9. Como que a cascata de coagulação sanguínea é regulada? A coagulação do sangue é mediada por uma cascata de ativações proteolíticas. A fibrina, a proteína do coágulo sanguíneo, é produzida por proteólise do fibrinogênio, a pró-proteína inativa. A protease responsável por essa ativação é a trombina (em muitos aspectos, semelhante à quimotripsina), a qual, por sua vez é produzida por proteólise de uma pró-proteína (nesse caso um zimoênio), a protrombina. a coagulação do sangue inicia com a ativação de plaquetas. As plaquetas ativadas agregam-se no local da lesão, formando um coágulo foruxo. A estabilização do coágulo agora necessita da fibrina gerada pela cascata da coagulação. 10. a) Como se dá a ativação do quimotripsinogênio em quimotripsina? A quimotripsina é inicialmente sintetizadas como quimotripsinogênio, desse modo, um precursor inativo denominado zimogênio é hidrolisado formando a enzima ativa. b) Como esta ativação é irreversível, como que a célula inibe a quimotripsina quando ela não é mais necessária? Clivagens específicas provocam mudanças conformacionais que expõem o sítio ativo da enzima. Como esse tipo de ativação é irreversível, são necessários outros mecanismos para inativar essas enzimas. A quimotripsina é inibida pelo diisopropilfuorofosfato (DIFP). 4 Enzimas Regulatórias e Regulação de Vias Metabólicas
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