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Para uma teoria da socialização – Pedro Abrantes 
Caio Fábio Sampaio Porto 
Teorias da socialização – Profª Chris Coelho 
 O texto propõe discutir o conceito de socialização com base em cinco 
pontos centrais que o produzem: os ciclos de vida; as práticas sociais; as 
relações de poder; as identidades e biografias; e as emoções. Ao analisar “os 
ciclos da vida” Abrantes recupera o a ideia da natureza social do humano e que 
relação com a sociedade é de certa forma dialética e não como uma pura 
imposição externa, lembrando que socialização e individualização são 
processos complementares. 
 O processo de socialização tem caráter gradual e que, segundo sua 
principal definição, pode ser dividido nos dois grandes grupos de socialização 
primária e secundária, que estão ligados a diferentes ciclos da vida de um 
individuo. A socialização primária ocorre nos primeiros anos de vida e muito 
ligada a afetividade, seu grande foco é no desenvolvimento da linguagem e na 
experimentação sendo mediada por um “outro significativo”, quando este é 
trocado pelo “outro generalizado” e indivíduo começa a se relacionar de forma 
autônoma e racional com desconhecidos se passa para a socialização 
secundária, este segundo processo é intimamente ligado a divisão social do 
trabalho. É importe destacar que o processo de socialização nunca está 
concluído, mas em constante atualização. 
 As práticas sociais podem ser encaradas como sistemas de ação 
coletiva desenvolvidos pelo seu repetido acionamento por determinadas 
comunidades e são um espaço privilegiado para o desenvolvimento do 
indivíduo e para a própria socialização em si, o processo de especialização das 
práticas sociais também está ligado diretamente a divisão social do trabalho. O 
tempo e a frequência das práticas têm um papel fundamental na socialização. 
 Todas as interações sociais, assim como a socialização, ocorrem 
permeadas por relações de poder que na sociedade do capital pode ser lido em 
linhas gerais como a divisão de classes sociais. Mas estar inserido em uma 
relação desigual de poder não significa que os que ocupam a ponta mais fraca 
dessa relação se coloquem em uma posição de passividade aceitando 
perfeitamente a forma como se desenrola a socialização, podendo gera 
inclusive uma inversão simbólica com quadros alternativos de socialização. O 
processo de socialização e a divisão social das práticas são guiadas pelos que 
detêm maior poder de forma a manter a situação de forma favorável a eles, nas 
sociedades tradicionais a idade tinha papel fundamental na relação de poder 
algo que foi se tornando mais complexo ao passar dos anos e na sociedade 
atual com sua fluidez de informações e tecnologias. 
 Ao tratar de identidades e biografias Abrantes argumenta que na 
atualidade existe mais espaço pra a discussão da subjetividade do ser e que a 
pluralidade de instituições e lógicas de ação intensificam o caráter inacabado 
da socialização que necessita estar em constante atualização. Lahiretrabalhou 
com o conceito bourdiano de disposição, pois na atualidade as disposições dos 
indivíduos em uma mesma sociedade podem alterar significativamente. O autor 
trabalha com três processos de socialização que nem sempre são coerentes, 
são eles: treino ou prática direta; organização social das situações; inculcação 
ideológico-simbólica de crenças. Ao trabalha com as regularidades entre os 
contextos resgata Magnani e seu conceito de “circuitos juvenis” no qual 
argumenta que “os jovens, movendo-se entre diferentes instituições, agentes e 
espaços da cidade, não o fazem de forma aleatória ou fragmentada, mas em 
grupos de sociabilidade que se orientam por (e assim reproduzem) padrões 
geracionais, de classe e de orientação cultural-ideológica.”. É necessário tomar 
cuidado para não cair em um duplo reducionismo: a socialização não é apenas 
a construção de identidades e as identidades não são apenas diversas 
socialização. 
 Por fim ao tratar das emoções e da forma como elas se relacionam com 
as estruturas e resgatar estudos que relacionam a importância do social sobre 
a construção do emocional, Abrantes ressalta o caráter mediatizado da 
interpretação do indivíduo tanto de seu presente quanto do passado: os 
sentimentos influenciam a forma como o passado é construído e reconstruído 
na memória, construindo e reconstruindo também a própria concepção de si. A 
sociologia das emoções é uma área crescente das ciências sociais, por ter 
como objeto de estudo algo antes normalmente relegado ao segundo plano.

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