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1 - Sistemas agroindustriais - Definicões e correntes metodológicas

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Sistemas Agro 
 Industriais 
 Prof. Vanderley de Oliveira 
 
 
2011 
 
 
2
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SUMÁRIO 
 
Introdução 4 
Capítulo 1. Gerenciamento de sistemas agroindustriais: definicões e correntes 
metodológicas 
1.1. Noções de commodity systema approach ( CSA ) e agribusiness 6 
1.2. Análise de filière (= CADEIAS DE PRODUÇÃO ) 7 
1.3. Análise do sistema agroindustrial ( SAI ) 13 
1.3.1. Sistema agroindustrial (SAI) 13 
1.3.2. Complexo agroindustrial ( CAI ) 16 
1.3.3. Cadeia de produção agroindustrial ( CPA ) 16 
1.4. Análise da cadeia de suprimentos: Supply Chain Management (SCM ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
prof. Vanderley de Oliveira - fone( 45) 3378-1955 - vanderley_olivei@uol.com.br 
 
 
3
3
Objetivos gerais 
 
1. Visualizar a cadeia produtivas de um modo integral e no enfoque sistêmico; 
2. Conhecer a organização com destaque para a identificação dos agentes técnico -econômicos 
e produtos que compõem; 
3. Apresentar os principais canais de comercialização por onde passam os produtos, desde o 
produtor rural até o consumidor final; 
4. Logística e Cadeias de Suprimentos; 
5. Analisar a situação mundial, nacional e local da produção, consumo e comércio dos 
produtos e subprodutos mais importantes da cadeia produtiva; 
6. Conhecer o processo de formação dos preços nos diferentes níveis de mercado; 
7. Identificar os elos dinâmicos que trazem maior movimentação à cadeias produtiva “ forças 
impulsoras e restritivas “ e competitividade de cada segmento; 
8. Maximizar a eficácia política-administrativa das ações públicas; 
 
Objetivos específicos 
 
 Definição e delimitação da cadeia a ser estuda: Introdução; Importância e Objetivos 
 Procedimento metodológicos: Desenvolvimento do projeto; 
 Levantamento de antecedentes: Coordenação e modelagem 
 Identificação de agentes chaves da cadeia: produção; industrialização e 
comercialização; 
 Pesquisa de campo: Modelagem regional 
 Sistematização das informações: Custos de produção; Estudo de Mercado . 
 Definição de políticas e estratégias: competitivas; corporativas e organizacional 
 Priorização das medidas propostas 
 Elaboração do relatório final: conclusão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4
4
Introdução 
 Conhecendo o processo de evolução da agricultura brasileira, este dinâmico setor da 
economia, que, em 2004, foi responsável por um PIB em torno de R$ 524,46 bilhões 
(praticamente 1/3 do nacional), exportações da ordem de US$ 36,038 bilhões (cerca de 35% 
das vendas externas), que resultaram em um saldo comercial de US$ 31,578 bilhões e 
responde por, aproximadamente, 37% dos postos de trabalho, podemos entender a 
necessidade de se estabelecer um conceito mais amplo para agricultura, mediante o uso do 
termo agronegócio. 
 O termo agronegócio, decorre do vocábulo agribusiness, idealizado por dois norte-
americanos, John Davis e Ray Goldberg, professores da Universidade de Harvard, que, em 
1957, assim o definiram: 
"(...) o conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a fabricação 
dos insumos agropecuários, das operações de produção nas unidades 
agropecuárias, até o processamento, distribuição e consumo dos produtos 
agropecuários in natura ou industrializados.." 
Por conseguinte, de acordo com essa abordagem, a agricultura assume a dimensão de 
agronegócio, integrando diversos Complexos Agroindustriais e aquelas atividades que, em 
virtude do menor grau de desenvolvimento científico, tecnológico e organizacional, ainda não 
soldaram relações estáveis com outros setores da economia. Adquire, assim, a conformação 
de um grande conjunto de negócios e atividades intimamente relacionadas nas suas 
respectivas cadeias produtivas, onde estão contidos, não só os setores intrinsecamente ligados 
à produção primária e industrial, mas, também, os segmentos de serviços (financeiros, 
logística, classificação, marketing, pesquisa, extensão rural, defesa agropecuária), públicos ou 
privados. 
 O conceito de cadeia produtiva é de introdução recente no cenário das instituições 
voltadas para o desenvolvimento da agropecuária brasileira. Deriva-se do conceito do 
agronegócio, por um lado, e das filières descritas na literatura francesa, como uma forma de 
modelar as complexas relações que ocorrem para que a produção agrícola aconteça e chegue 
ao consumidor final. 
 LÍRIO ( 2007), define Cadeia Produtiva: 
 "(...) o conjunto de atividades econômicas que se articulam progressivamente 
desde o início da elaboração de um produto. Isso inclui desde as matérias-primas, 
insumos básicos, máquinas e equipamentos, componentes, produtos intermediários 
até o produto acabado, a distribuição, a comercialização e a colocação do produto 
final junto ao consumidor, constituindo elos de uma corrente ." 
 
 
5
5
 Uma cadeia produtiva é composta por elos. Podemos classificar, de uma maneira geral, 
os elos da cadeia em: Produtores; Processadores; Atacadistas; Distribuidores; Prestadores de 
Serviços; Varejistas e Consumidores.. 
 Como toda inovação, há todo um esforço para ser conduzido, no sentido de estabelecer 
conceitos, construir instrumentos analíticos, metodologias, técnicas, validá-los e comunicá-los 
àqueles interessados no novo ramo do conhecimento. A principal motivação de estudo das 
cadeias produtivas é a determinação de gargalos tecnológicos e não-tecnológicos, que possam 
orientar a formulação de projetos e programas de gestão. Toda esta pesquisa, irá constituir 
num material de estudo interessante para os pretendentes se aprofundar nos mistérios e na 
complexidade do agronegócio e das suas correspondentes cadeias produtivas 
 O presente estudo, será constituído por 5 (= cinco ) capítulos: Gerenciamento de 
Sistemas Agroindustriais; Enfoque Sistêmico no Agronegócio; Cadeia de Produção e 
Comercialização; Estratégias nas Cadeias Agroindustriais e Metodologias na Análises de 
Cadeias produtivas. 
 
 
CAPÍTULO 1. Gerenciamento de Sistemas Agroindustriais 
 
Introdução 
 
 Estudos dos problemas afetados ao sistema agroindustrial aponta originalmente, no 
cenário internacional, para dois principais conjuntos de idéias que geraram metodologias de 
análise distintas entre si. Embora defasados quanto ao tempo e quanto ao local de origem, 
estas duas vertentes metodológicas, que serão apresentados a seguir, guardam entre si muitos 
pontos em comum. 
 A primeira delas teve origem nos Estados Unidos, mais precisamente na Universidade 
de Harvard, através dos trabalhos de Davis e Goldberg. Coube a esses dois pesquisadores a 
criação do conceito de agribusiness e, através de um trabalho posterior de Goldberg, a 
primeira utilização da noção de commodity system approach ( CSA ). 
 Durante a década de 60, desenvolveu-se no âmbito da escola industrial francesa a noção 
de analyse de filière. Embora o conceito de filière não tenha sido desenvolvido 
especificamente para estudar a problemática agroindustrial, foi entre os economistas agrícolas 
e pesquisadores ligados aos setores rural e agroindustrial, que ele encontrou seus principais 
defensores. Com o sacrifício de algumas nuanças semânticas, a palavra filière será traduzida 
para o português pela expressão cadeia de produção e, no caso do setor agroindustrial, cadeia 
de produçãoagroindustrial, ou simplesmente cadeia agroindustrial ( CPA ). 
 Esses dois conjuntos de idéias, amplamente discutidos na bibliografia nacional e 
estrangeira, permitem fundamentar discussões sobre a utilização de novas ferramentas 
gerenciais e conceituais aplicadas ao entendimento da dinâmica de funcionamento e a busca 
da eficiência dessas cadeias. Entre esses novos aportes teóricos e empíricos à noção de cadeia 
agroindustrial, pode-se destacar o conceito de Supply Chain Management ( SCM ), ou gestão 
da cadeia de suprimento, o conjunto de idéias ligadas à formação de redes de empresas e as 
iniciativas em termos de ECR ( Efficient Consumer Response ) ou “ Resposta Eficiente ao 
Consumidor “ . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6
6
 
Definições e Correntes Metodológicas 
 
Introdução 
 
 As idéias relativas ao caráter sistêmico e mesoanalítico das atividades 
agroindustriais, embora relativamente antigas nos Estados Unidos e na Europa, ganharam 
maior importância nos meios acadêmicos, empresariais e políticos brasileiros no final dos 
anos oitenta. 
 A partir dessa época, o conceito de cadeia produtiva passa a ser uma ferramenta 
largamente utilizada pelos pesquisadores brasileiros. O resultado é a multiplicação de estudos 
relativos à dinâmica de funcionamento do sistema agroindustrial brasileiro ( SAI ), abordando 
suas diversas peculiaridades regionais e/ ou setoriais, bem como a forma pela qual o SAI 
brasileiro insere-se em um contexto econômico mundial globalizado. 
 Outros fatores também contribuíram para renovar a atenção dispensada ao 
agronegócio nacional e pelo conceito de cadeia produtiva como seu instrumento de análise. A 
abertura comercial patrocinada pelo governo brasileiro, as indecisões nas políticas agrícolas e 
industrial , as crises financeiras mundiais, a desregulamentação de várias cadeias 
agroindustriais, bem como outros condicionantes macroeconômicos externos e internos ao 
país, levaram a desequilíbrios na balança comercial brasileira que evidenciaram de forma 
indubitável o papel importante que os produtos agroindustriais representam no equilíbrio das 
contas externas brasileiras. 
 Por outro lado, a importação de produtos agroindustriais, sobretudo alimentares, 
afetou de maneira importante algumas das principais cadeias agroindustriais brasileiras, 
induzindo novos padrões de competição. Esse fato também auxiliou na consolidação de novos 
padrões de consumo por parte da população brasileira, que começou, com o apoio do Código 
de Defesa do Consumidor, a exercer de maneira mais incisiva seus direitos de consumidor. 
 Ainda ao longo desse período, a estrutura de distribuição concentrou-se 
substancialmente e vários grupos internacionais varejistas, com novas técnicas de 
gerenciamento (tecnologia de informação) e negociação, começaram a atuar no Brasil. Isso 
gerou uma considerável pressão sobre os empresários brasileiros, que também se viram 
compelidos a experimentar novas técnicas de estabelecimento de parcerias e alianças 
estratégicas. Nesse contexto, mais uma vez a noção de cadeia produtiva foi vista como capaz 
de proporcionar o arcabouço teórico que auxiliaria no estabelecimento de compromissos 
comuns entre as parte. A recente parceria entre a Confederação Nacional produtiva têxtil e da 
Pecuária de corte brasileira é emblemática da importância que o conceito alcançou junto ao 
meio empresarial. Nesse esforço, muito foi construído e aprimorado, assim como: 
Fundamentos teóricos, conceitos, metodologia de análise de cadeia produtiva foram criados, 
testados e aplicados em estudos no Brasil . 
 
1.1. NOÇÃO DE COMMODITY SYSTEM APPROACH ( CSA ) E CONCEITO DE 
AGRIBUSINESS 
 Os pesquisadores da Universidade de Harvard, John Davis e Ray Goldberg, já em 
1957, enunciaram o conceito de agribusiness como sendo “ a soma das operações de 
produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades 
agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens 
produzidos a partir deles “ . 
 Segundo esses autores, a agricultura já não poderia ser abordada de maneira in-
dissociada dos outros agentes responsáveis por todas as atividades que garantiriam a 
produção, transformação, distribuição e consumo de alimentos. Eles consideravam as 
atividades agrícolas como fazendo parte de uma extensa rede de agentes econômicos que iam 
 
 
7
7
desde a produção de insumos, transformação industrial até armazenagem e distribuição de 
produtos agrícolas e derivados. 
 Goldberg, em 1968, utilizou a noção de commodity system approach para estudar 
o comportamento dos sistemas de produção da laranja, trigo e soja nos Estados Unidos. O 
sucesso desta aplicação deveu-se principalmente à aparente simplicidade e coerência do 
aparato teórico, bem como a seu grande grau de acerto nas previsões, citado por 
ZYLBERSZTAJN ( 1995 ). Cabe notar que ele efetuou um corte vertical na economia que 
teve como ponto de partida e principal delimitador do espaço analítico uma matéria-prima 
específica (laranja, café e trigo). Apesar de seguir uma lógica de encadeamento de atividades 
semelhantes à utilizada por Goldberg, a analyse de filière pode diferir, segundo o objetivo do 
estudo pretendido, no que tange, sobretudo, o ponto de partida da análise. 
 Os trabalhos de Goldberg, que tiveram como ponto de partida a matriz de produção 
de Leontief, tentam incorporar certo aspecto dinâmico a seus estudos através da consideração 
das mudanças que ocorrem no sistema ao longo do tempo. Esse enfoque dinâmico é ressaltado 
pela importância, assumida pela tecnologia como agente indutor destas mudanças. Este 
aspecto tecnológico é também bastante enfatizado pela analyse de filière. 
 Convém destacar que Goldberg, durante a aplicação do conceito de CSA, abandona 
o referencial teórico da matriz insumo-produto para aplicar conceitos oriundos da economia 
industrial. Assim, o paradigma clássico da economia industrial: 
 
 
Estrutura Conduta Desempenho 
 
Passa a fornecer os principais critérios de análise e de predição. A aplicação das ferramentas 
da economia industrial também pode ser encontrada em autores ligados á análise das cadeias 
de produção. 
 
1.2. ANÁLISE DE FILIÈRE ( = CADEIAS DE PRODUÇÃO ) 
 A análise de cadeias de produção é uma das ferramentas privilegiadas da escola 
francesa de economia industrial. Apesar dos esforços de conceituação empreendidos pelos 
economistas industriais franceses, a noção de cadeia de produção continua vaga quanto ao seu 
enunciado. MORVAN, citado por BATALHA et al. ( 2001 ), sintetiza e sistematiza estas 
idéias, enumerado em três séries de elementos que estariam implicitamente ligados a uma 
visão e, termos de cadeia de produção. . 
 
1. A cadeia de produção é uma sucessão de operação de transformação dissociáveis, 
 capazes de ser separados e ligados entre si por um encadeamento técnico. 
 2. A cadeia de produção é também um conjunto de relações comerciais e financeiras 
 que estabelecem, entre todos os estados de transformação, um fluxo de troca, 
 situado de montante e jusante, entre fornecedores e clientes. 
 3. A cadeia de produção é um conjunto de ações econômicas que presidem a 
 valoração dos meios de produção e asseguram a articulação das operações 
 
 Segundo BATALHA et al. ( 2001) , uma cadeia de produção agroindustrial pode ser 
segmentada de jusante ( = diz-se lado de um curso de água, oposto a nascente, para o 
lado de baixo; no sentido do cliente final ) a montante ( = diz-se o que sobe do lado da 
nascente, da parte superior do curso de um rio, a partir de determinado ponto; no 
sentido de seus fornecedores ), em três macro segmentos. 
 Emmuitos casos práticos, os limites desta divisão não são facilmente identificáveis. 
Além disso, esta divisão pode variar muito segundo o tipo de produto e segundo o objetivo da 
análise. Os três macro segmentos propostos são: 
 
 
8
8
 
a. Comercialização. Representa as empresas que estão em contato com o cliente 
 final da cadeia de produção e que viabiliza o consumo e o comércio dos produtos 
 finais (supermercados, mercearias, restaurantes, cantinas etc ). Podem ser 
 incluídos neste macrossegmentos as empresas responsáveis somente pela 
 logística de distribuição. 
 
b. Industrialização. Representa as firmas responsáveis pela transformação das 
matérias-primas em produtos finais destinados ao consumidor. O consumidor 
pode ser uma unidade familiar ou outra agroindústria. 
c. Produção de matérias-primas. Reúne as firmas que fornecem as matérias-
primas iniciais para que outras empresas avancem no processo de produção do 
produto final (agricultura, pecuária, pesca, piscicultura ). 
 
 Segundo, ZYLBERSZTJN (1994) acrescenta, ainda, que a competitividade de uma 
cadeia pode estar totalmente atrelada à sua capacidade de adaptar-se às mudanças dos padrões 
de preferência do consumidor. 
 CASTRO et al. (1996) concluem que, de uma forma geral, os principais objetivos 
perseguidos pelas cadeias produtivas, ou pelos seus componentes individualmente são: 
a eficiência, a sustentabilidade, a qualidade e a equidade (= apreciação, julgamento justo ) 
 
1.2.1. Componentes da Cadeia produtiva 
 CASTRO et al. (1996), ilustram na Figura 1, uma típica cadeia agropecuária ou 
agroflorestal, com seus principais componentes e fluxos. 
 
Figura 1 . MODELO GERAL DA CADEIA PRODUTIVA 
 
Fonte: Zylbersztajn , 1994, adaptado 
 
 
 
9
9
 
 
O esquema apresentado distingue os componentes mais comuns: 
a ) Fornecedores de insumos: Referem às empresas que têm por finalidade ofertar produtos 
tais como: sementes, calcário, adubos, herbicidas, fungicidas, máquinas, implementos 
agrícolas e tecnologias. 
b ) Propriedades agropecuárias ou agroflorestais, com seus diversos sistemas produtivos; 
c ) Processadores: São agroindustriais que podem pré-beneficiar, beneficiar, ou transformar 
os produtos in-natura. Exemplos: (a) pré-beneficiamento: São as plantas encarregadas da 
limpeza, secagem e armazenagem de grãos; (b) beneficiamento: são as plantas que 
padronizam e empacotam produtos como: arroz, amendoim, feijão e milho de pipoca; (c) 
transformação: são plantas que processam uma determinada matéria prima e a transforma em 
produto acabado, tipo: óleo de soja, cereal matinal, polvilho, farinha, álcool e açúcar. 
d ) Comerciantes: Os atacadistas são os grandes distribuidores que possuem por função 
abastecer redes de supermercados, postos de vendas e mercados exteriores. Enquanto os 
varejistas constituem os pontos cuja função é comercializar os produtos junto aos 
consumidores finais. 
e ) Mercado consumidor: É o ponto final da comercialização constituído por grupos de 
consumidores. este mercado pode ser doméstico, se localizado no país, ou externo quando em 
outras nações. 
 
 Segundo ZYLBERSZTAJN ( 1994), indica que a preocupação e objetivo dos estudos de 
agribusiness estão centrados nos aspectos de coordenação das cadeias. Caracterizada como 
uma sequência de operação cabe a preocupação a respeito de como estas são coordenadas. 
Essa coordenação passa a ter maior importância naquelas cadeias expostas à competição 
internacional e especialmente às crescentes pressões dos consumidores, vistos como alvo final 
dessas cadeias ao qual estas devem continuamente adaptar-se. 
 Conforme a Figura . representa esquematicamente duas cadeias de produção 
agroindustrial (CPA) quaisquer. Essa figura apresenta duas CPA não lineares, visto que a 
operação 7 pode ser seguida das operações 9 e 12 ou da operação 10, que, segundo o caso, 
darão origem ao produto 1 ou 2. Este é geralmente o caso para a maior parte das CPA em que 
uma operação à montante pode alimentar várias outras situadas à jusante. Neste caso, 
pode-se falar de “ ligações divergentes “. 
 
Figura 2 . A cadeia de produção agroindustrial. 
 
 
 
10
10
 Por outro lado, existem também “ ligações convergentes “ em que várias operações à 
montante darão origem a um número menor de operação à jusante. No caso do exemplo 
apresentado, as operações 4, 5 e 6 darão origem seja à operação 8, seja á operação 7. Não é 
raro encontrar no interior das CPA mecanismos de retroalimentação, onde um produto 
oriundo de uma etapa intermediária da CPA vá alimentar, nesta mesma CPA, outra operação 
situada à montante desta operação. 
 A lógica de encadeamento das operações, como forma de definir a estrutura de uma 
CPA, deve situar-se sempre de jusante a montante. Esta lógica assume implicitamente que 
as condicionantes impostos pelo consumidor final são os principais indutores de mudanças no 
status quo do sistema. Evidentemente, esta é uma visão simplificadora e de caráter geral, visto 
que as unidades produtivas do sistema também são responsáveis, por exemplo, pela 
introdução de inovações tecnológicas que eventualmente aportam mudanças consideráveis na 
dinâmica de funcionamento das cadeias agroindustriais. No entanto, estas mudanças somente 
são sustentáveis quando reconhecidas pelo consumidor como portadoras de alguma 
diferenciação em relação a situação de equilíbrio anterior. 
 Na verdade, é o formato destes “ caminhos tecnológicos “ que determinam, em grande 
parte, a viabilidade e a oportunidade do aparecimento das operações logísticas e de 
comercialização. O posicionamento da firma dentro do sistema., bem como o da concorrência, 
é facilmente identificável através da observação das operações pelas quais a firma é 
responsável no conjunto das atividades necessárias à elaboração do produto final. 
 
 
BATALHA ( 2000), apresenta a Gestão dos negócios Agroalimentares, sintetizado na Figura 
3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Nas Figuras 3a 6, seguem exemplos e representações esquemáticas dos componentes 
do agronegócio, seus produtos e fluxos de comercialização. 
 
 
 CONSUMIDOR 
 DISTRIBUIÇÃO 
 ( Atacado, Varejo e serviços ) 
 PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA 
 ÍNDUSTRIA DE INSUMOS 
( Máquinas, Implementos, Defensivos, Fertilizantes e Outros 
) 
 AGROINDÚSTRIA 
 ( Indústria de Alimentos, Bebidas e Outras ) 
 
 
11
11
Figura 4 . O AGRONEGÓCIO DO MILHO NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 - FLUXO DE COMERCIALIZAÇÃO DO MILHO NO BRASIL 
 
 Fonte: Baseado em GUIMARÃES, 2001 
 
 
 
 
 
Máquinas
e
Equipamentos
Sementes
Indústria de
Defensivos e
Fertilizantes
Produção
de
Milho
Produção
de
Milho
Cooperativas
Armazenagem
Governo
Rações
(Pet food)
Rações e
Farelo
Moagem via
úmida :
Amido, óleo,
amilopectina,
high maltose.
Moagem via
seca :
Fubá, farinha,
cuscuz,
canjica, outros
produtos
Aves,
Suínos,
Bovinos
Indústria de
cervejas,
refrigerantes e
outros
Snacks,
sopas,
cereais,
misturas para
bolo, matinais
e outros
Supermercad
o
Pequeno
Varejo
Mercado
Institucional
Fornecedores de
Insumos,
Máquinas e
Equipamentos
Produção
Primária
Comercialização
e
Armazenamento
1º
Processamento
2º
Processamento
Distribuição e
Varejo Nacional e
Internacional
Fonte : Sousa et al., 1999.
 
 
12
12
FIGURA 6 . CADEIA PRODUTIVA DO TRIGO 
 
 Em virtude da globalização, evolução dos mercados consumidores, e 
implementações tecnológicas dos processos produtivos, o conceito de cadeia produtiva tem 
aprimorado. 
 Especificamente no caso de produtos de origem vegetal, cadeia produtiva pode ser 
visualizada como a ligaçãoe inter-relação de vários elementos segundo uma lógica para 
ofertar ao mercado commodities agrícolas in natura ou processadas. Neste contexto conforme 
a metodologia proposta pela EMBRAPA, atuam neste sistema cinco segmentos constituídos 
dos seguintes atores (Figura ) (SCHULTZ, 2001 ). 
 
Figura 7 - Representação esquemática de uma cadeia produtiva de produto de origem 
vegetal, segundo metodologia da EMBRAPA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fluxo de mercadoria Fluxo de capital 
 
Ambiente Institucional: Leis, Normas, resoluções, Padrões de Comercialização 
Ambiente Organizacional: Órgãos de Governo, Instituição de Crédito, Empresas de Pesquisa, Agências Credenciadas 
Fornece-
dores de 
Insumos 
Agricultores 
 
 
 
Sistemas 
produtivos 
 
1,2,3,,,,,,, 
Processadores 
 
Agroindustrias 
Comerciantes 
 
 
Atacadistas 
Comerciantes 
 
 
Varejistas 
Mercado 
Consumidor 
 
 
13
13
a ) Fornecedores de insumos: Referem às empresas que têm por finalidade ofertar 
produtos tais como: sementes, calcário, adubos, herbicidas, fungicidas, máquinas, 
implementos agrícolas e tecnologias. 
b ) Propriedades agropecuárias ou agroflorestais, com seus diversos sistemas produtivos; 
c ) Processadores: São agroindustriais que podem pré-beneficiar, beneficiar, ou transformar 
os produtos in-natura. Exemplos: (a) pré-beneficiamento: São as plantas encarregadas da 
limpeza, secagem e armazenagem de grãos; (b) beneficiamento: são as plantas que 
padronizam e empacotam produtos como: arroz, amendoim, feijão e milho de pipoca; (c) 
transformação: são plantas que processam uma determinada matéria prima e a transforma em 
produto acabado, tipo: óleo de soja, cereal matinal, polvilho, farinha, álcool e açúcar. 
d ) Comerciantes: Os atacadistas são os grandes distribuidores que possuem por função 
abastecer redes de supermercados, postos de vendas e mercados exteriores. Enquanto os 
varejistas constituem os pontos cuja função é comercializar os produtos junto aos 
consumidores finais. 
e ) Mercado consumidor: É o ponto final da comercialização constituído por grupos de 
consumidores. este mercado pode ser doméstico, se localizado no país, ou externo quando em 
outras nações. 
 Conforme a figura, os atores do sistema de cadeia produtiva estão sujeitos a influência 
de dois ambientes: Institucional e organizacional. O ambiente institucional refere aos 
conjuntos de leis ambientais, trabalhistas, tributárias e comerciais, bem como, as normas e 
padrões de comercialização. Portanto são instrumentos que regulam as transações comerciais 
e trabalhistas. 
 O ambiente organizacional é estruturado por entidades na área de influência da cadeia 
produtiva, tais como: agência de fiscalização ambiental, agência de créditos, universidades, 
centros de pesquisa e agências credenciadoras. 
 As agências credenciadoras podem ser órgãos públicos como às secretarias estaduais 
de agricultura ou empresas privadas. Estas em alguns casos possuem a função de certificar se 
um determinado segmento da cadeia atende quesitos para comercialização. isto ocorre, por 
exemplo, na certificação dos produtos com identidade Preservada ( IP ). 
 
1.3. ANÁLISE DO SISTEMA AGROINDUSTRIAL ( SAI ) 
 No estudo da problemática agroindustrial no Brasil tem feito grande confusão entre as 
expressões Sistema Agroindustrial, Complexo Agroindustrial, Cadeia de Produção 
Agroindustrial e Agronegócio. Nesta disciplina, o termo agrobusiness será considerado 
sinônimo de agronegócio. Essas expressões, embora afetas ao mesmo problema, representam 
espaços de análise diferentes e prestam-se a diferentes objetivos. Na verdade, cada uma delas 
reflete um nível de análise do Sistema Agroindustrial. 
1.3.1. SISTEMA AGROINDUSTRIAL ( SAI ) 
 O SAI pode ser considerado o conjunto de atividades que concorrem para a produção 
agroindustriais, desde a produção dos insumos (sementes, adubos, máquinas agrícolas etc ) 
até a chegada do produto final (queijo, biscoito, massas etc ) ao consumidor. Ele não está 
associado a nenhuma matéria-prima agropecuária ou produto final específico. O SAI, tal 
como é entendido nos conceitos anteriores, aproxima-se bastante da definição inicial de 
agribusiness proposta por Goldberg ou da definição de Sistema Agralimentar proposta por 
Malassis. Na verdade, o SAI, quando apresentado desta forma, revela-se de pouca utilidade 
prática como ferramenta de gestão e de apoio à tomada de decisão. 
 O SAI pode ser visto como sendo composto por seis conjunto de atores: 
 1. agricultura, pecuária e pesca; 
 2. indústria agroalimentares (IAA); 
 3. distribuição agrícola e alimentar; 
 4. comércio internacional; 
 5. consumidor; 
 6. indústrias e serviços de apoio 
 
 
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 Figura 8 . AGENTES FORMADORES DO SISTEMA AGROINDUSTRIAL 
 
 Fonte: Batalha, et. al ( 2001 ) 
 
Figura 9 . SISTEMA AGROINDUSTRIAL 
O Sistema Agroindustrial ( SAI ), pode ser dividido em: 
 
 Fonte: Batalha, et al. 2001 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 10. REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO SISTEMA 
AGROINDUSTRIAL DO LEITE NO BRASIL. 
 
 Fonte: Baseado em Galan, 2000 
 
FIGURA 11. SISTEMA AGROINDUSTRIAL DO LEITE NO BRASIL: FLUXO DA 
COMERCIALIZAÇÃO DO LEITE E DERIVADOS 
 
 Fonte: Barros et al., 2002 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ESTUDO DE CASO 
Quadro 1. As unidades socioeconômicas de produção que formam o SAI – Cadeia de 
produção agroindustrial da manteiga, margarina e requeijão. 
 
 atenção : SAI não está associado a nenhuma matéria-prima. 
 CAI tem como ponto de partida a matéria-prima. 
 
1.3.2. COMPLEXO AGROINDUSTRIAL ( CAI ) 
 O Complexo Agroindústria, tem como ponto de partida a matéria prima de base. 
Desta forma, pode-se-ia, por exemplo, fazer alusão ao complexo Soja; complexo leite; 
complexo cana de açúcar, complexo café, etc. A arquitetura deste complexo agroindustrial 
seria ditada pela “explosão “da matéria-prima principal que o originou, segundo os diferentes 
processos industriais e comerciais que ela pode sofrer até se transformar em diferentes 
produtos finais. Assim, a formação de um complexo agroindustrial exige a participação de um 
conjunto de cadeias de produção, cada uma delas associada a um produto ou família de 
produtos. 
 
1.3.3. CADEIA DE PRODUÇÃO AGROINDUSTRIAL 
 Conforme visto anteriormente, ao contrário do COMPLEXO AGROINDUSTRIAL, 
uma cadeia de produção é definida a partir da identificação de determinado produto final. 
Após esta identificação, cabe ir encadeando , de jusante a montante, as várias operações 
técnicas, comerciais e logísticas, necessárias a sua produção. A Figura . a título de exemplo, 
apresenta as cadeias de produção da manteiga, margarina e requeijão. . 
 Existe ainda outro nível de análise representada pelas dita Unidades Socioeconômicas 
de Produção (Usep) que participam em cada cadeia. São estas unidades que asseguram o 
funcionamento do sistema. Elas têm a capacidade de influenciar e serem influenciadas pelo 
sistema no qual estão inseridas. No caso do SAI, as Usep apresentam uma variedade de 
formas muito grande. Não existem, porém, dúvidas de que a eficiência do sistema como um 
todo passa pela eficiência de cada um destas unidades. Este é um dos motivos e importância 
de estudar as cadeias de produção 
 Segundo BATALHA ( 2001 ), o termo agribusiness, quando transcrito para o 
português, deve necessariamente vir acompanhado de um complemento delimitador. Assim, a 
palavra agribusinessou agronegócio não está particularmente associada a nenhum nível de 
análise apresentada anteriormente. O enfoque pode partir do mais global ( agribusiness 
brasileiro ) ao mais específico ( agribusiness da soja ou do suco de laranja ) 
 
 
 
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Figura 12. Cadeia de produção da manteiga, margarina e requeijão 
 
 Fonte: BATALHA, M. O. Op. Cit. 
 Conforme ZYLBERSZTAJN ( 1994 ) indica que a preocupação e objetivo dos 
estudos de agribusiness estão centrados nos aspectos da coordenação das cadeias. 
Caracterizada como uma seqüência de operações, cabe a preocupação a respeito de como 
estas são coordenadas. Essa coordenação passa a ter maior importância naquelas cadeias 
expostas à competição internacional e especialmente às crescentes pressões dos 
consumidores, vistos como alvo final dessas cadeias ao qual estas devem continuamente 
adaptar-se. 
 Acentua, ainda, que à percepção de que existe um ator de fundamental importância – 
o consumidor final do produto gerado pela cadeia – pode ser estendido a percepção de que 
existem vários atores ao longo da cadeia que contribuem ou interferem de algum modo na 
terminação do produto. Assim, cada ação tecnicamente independente ao longo da cadeia é 
executada por um agente especializado que irá relacionar-se diretamente com um ou mais 
agentes também ligados à cadeia. O objetivo final é a produção de um bem ou serviço para o “ 
maestro final “, o consumidor, na ponta do consumo ( ZYLBERSZTAJN, 1994 ). De outra 
forma colocada, as cadeias produtivas objetivam suprir o consumidor final de produtos em 
qualidade e quantidade compatíveis com as suas necessidades e a preços competitivos. Por 
essa razão para CASTRO et al. (1996) é muito forte a influência do consumidor final sobre os 
demais componentes da cadeia e é importante conhecer as demandas desse mercado 
consumidor para garantir a sustentabilidade à cadeia produtiva. 
 
 
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 ZYLBERSZTAJN (1994) e CASTRO et al. (1996) nas metodologias que 
apresentam, propõem que se estude as cadeias de trás para frente, isto é, que se identifique em 
primeiro lugar o consumidor, suas características e padrões de preferência, tendências de 
mudanças desses padrões, formas de organização social e capacidade de interferir sobre a 
cadeia. Concordam, também, que o consumidor passa a ser o elemento dinamizador das 
cadeias agro-industriais na sua visão moderna. ZYLBERSZTAJN ( 1994 ) acrescenta, ainda, 
que a competitividade de uma cadeia pode estar totalmente atrelada à sua capacidade de 
adaptar-se às mudanças dos padrões de preferência do consumidor. 
 CASTRO et al. (1996) concluem que, de uma forma geral, os principais objetivos 
perseguidos pelas cadeias produtivas, ou pelos seus componentes individualmente, são: a 
eficiência, a sustentabilidade, a qualidade e a equidade. 
 A literatura aponta cinco principais utilização para o conceito de cadeia de produção: 
1. Metodologia de divisão setorial do sistema produtivo; 
2. Formulação e análise de políticas públicas e privadas; 
3. Ferramenta de descrição técnica-econômica; 
4. Metodologia de análise da estratégia das firmas; 
5. Ferramenta de análise das inovações tecnológicas e apoio à tomada de decisão tecnológica. 
 
Figura 13. Cadeia agroindustrial do milho 
 
 
1.4. GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ( Supply Chain Management ) 
 Nas duas última décadas, alguns novos aportes teóricos surgiram na literatura de 
Economia e Administração e têm sido, em maior ou menor escala, utilizados para expandir e 
aprofundar a noção de cadeia agroindustrial. A necessidade de dar respostas mais rápidas às 
oportunidades de negócios tem relação direta com a capacidade de coordenação entre as 
atividades de produção e de distribuição desenvolvidas pelas empresas ao longo de uma 
cadeia de produção. 
 A gestão desse conjunto de etapas é o que alguns autores primeiramente chamaram de 
Supply Chain Management ou Gestão de Gestão de cadeia de Suprimentos. 
 A noção básica de Supply Chain Management ou Gestão da cadeia de Suprimentos, 
segundo BOWERSON ( 1992 ), citado por BATALHA ( 2001 ) é baseado na crença de que a 
eficiência ao longo do canal de distribuição pode ser melhorada pelo compartilhamento de 
informação e do planejamento conjunto entre seus diversos agentes. De acordo com 
HANDFIELD ( 1999 ), a gestão da cadeia de suprimento pressupõe a integração de todas as 
 
 
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atividades da cadeia mediante melhoria nos relacionamentos entre seus diversos elos ou 
agentes, buscando construir vantagens competitivas sustentáveis. Os autores ressaltam que 
essas organizações, longe de serem agentes passivos na satisfação da demanda, preocupando-
se apenas em suprir produtos e serviços no lugar, quantidade, qualidade e preços esperados, 
atuam também como agentes estimuladores dessa demanda. Ou seja, o canal deve ser visto 
como uma rede de empresas independentes que agem em sintonia de forma a criar valor para 
o usuário final por meio da distribuição de produtos. 
 A busca desta sintonia é exatamente o que a gestão de cadeias de suprimentos 
objetiva. Contudo, a grande questão com que se defrontam atualmente os varejos, indústrias e 
prestadores de serviços é como construir essa sintonia, aumentando a competitividade de toda 
a cadeia. Essa sintonia deve ficar claro, não envolve apenas as atividades de logística – 
entendidas como todas as atividades que envolvem colocar produtos disponíveis, onde e 
quando são desejados por seus consumidores, e sim a gestão de todos os processos 
envolvidos. De acordo com COOPER et al . , a diferença fundamental entre os conceitos de 
Gestão de Cadeia de Suprimentos ( SCM ) e o de Gestão da Logística Integrada ( GLI ) 
refere-se ao fato de que os relacionamentos e mesmo as parcerias entre empresas no caso do 
SCM envolvem uma gama maior de processose funções do que no caso do GLI. Ou seja, o 
SCM no entender dos autores acaba por interferir e modificar muitos processos 
organizacionais sob os quais a Logística não teria poder, nem conhecimento para interferir. 
Um exemplo claro disso pode ser visualizado na implementação de algumas ferramentas de 
ECR ( Efficient Consumer Response ) como o EDI ou troca eletrônica de dados entre 
indústrias de alimentos e varejistas. 
 Portanto a gestão dos relacionamentos intra e interorganização são um ponto 
essencial, dado que, ao longo de uma cadeia produtiva qualquer, haverão organizações de 
diferentes tipos interagindo. Outro ponto importante é o fato de a SCM incluir um fluxo 
bidirecional de produtos/serviços e informações inerentes às atividades gerenciais e 
operacionais. Um último ponto de destaque é que a SCM tem como objetivo oferecer maior 
valor ao cliente, como o uso adequado de recursos disponíveis, com vistas a obter vantagens 
competitivas para toda a cadeia. 
 A base conceitual para operacionalização da Gestão da Cadeia de Suprimentos é 
composta, segundo COOPER et al. ( 1997 ), de três elementos relacionados: a estrutura da 
cadeia de suprimentos, os componentes de gestão e os processos de negócios. Observa-se na 
Figura a representação dinâmica desse três elementos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURA 14 REPRESENTAÇÃO DINÂMICA DA ESTRUTURA DE GESTÃO DA 
CADEIA DE SUPRIMENTOS 
 
 
 A estrutura da Cadeia de Suprimentos é a configuração que as empresa vão assumir 
dentro de uma cadeia de suprimento qualquer. Dificilmente, uma empresa participará de 
apenas uma cadeia de suprimentos. Por outro lado, nem sempre será interessante, no entender 
de COOPER et al. ( 1997 ), que uma empresa mantenha relações próximas ou de parceria 
como todos os elos ou pontos da cadeia. Sempre existirão fornecedores e clientes-chave, o 
que ocasionará diferença na importância e no tratamento de cada componente ou atividade da 
gestão da cadeia de suprimentosentre diferentes pares de parceiros. 
 Os componentes (ou atividades) de gestão são os elementos por intermédio dos quais 
os processos de negócio são estruturados e gerenciados. Podem existir em nível de cada 
empresa ou de toda a cadeia. O uso de grupos ou equipes de trabalho de diferentes áreas 
funcionais torna-se coerente e melhora todo o processo. 
 Com base em uma revisão na literatura. COOPER et al. Sugerem alguns 
componentes importantes: 
 Planejamento e controle de atividades; 
 Estrutura de trabalho ( tarefas ) 
 Redes de matéria-prima (suprimentos/fornecedores), manufatura e distribuição de 
produtos; 
 Estrutura de fluxo de informação ( tecnologia de informação ); 
 Linha de produtos (desenvolvimento + produção ) 
 Métodos de gestão; 
 
 
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 Estrutura de poder e liderança; 
 Distribuição de riscos e recompensas; 
 Cultura corporativa ao longo da cadeia. 
 
 Os processos de negócios referem-se às atividades que dão origem a resultados 
específicos em termos de valor para um cliente ou mercado específico. Podem incluir 
processos que cruzam os limites intra e interorganizacionais, como gestão dos relacionamento 
com clientes, gestão de serviços ao cliente, gestão da demanda, atendimento de pedidos, 
gestão de fluxo de produção, atividades de suprimento e desenvolvimento de produto e 
comercialização. 
 
Resumo 
 
O conceito de cadeia produtiva é de introdução recente no cenário das instituições voltadas 
para o desenvolvimento da agricultura Brasileira. Deriva-se do conceito do agronegócio, por 
um lado, e das filières descrito na literatura francesa, como uma forma de modelar as 
complexas relações que ocorrem para a produção agrícola aconteça e chegue ao consumidor 
final. Os dois principais conjuntos de idéias que impulsionaram os estudos dos problemas 
agroindustriais: as noções de commodity system approach (CSA) e de cadeia de produção 
agroindustrial – CPA (ou analyse de filière ). Os vários níveis de análise do sistema 
agroindustrial ( SAI ) também foram definidos e discutidos quanto a sua aplicabilidade. A 
principal motivação de estudo e a determinação de gargalos tecnológicos e não-tecnológicos, 
que possam orientar a formulação de projetos e programas de gestão. Toda esta pesquisa, irá 
constituir num material de estudo interessante para os pretendentes se aprofundar nos 
mistérios e na complexidade do agronegócio e das suas correspondentes cadeias produtivas. 
 
 
Atividades 1 - Exercícios 
 
1. Quais as principais diferenças e semelhanças entre os conceitos de commodity system 
e o de filière ? 
2. Como a noção de cadeia de produção agroindustrial pode ser utilizada para estudar as 
inovações tecnológicas no SAI ? 
3. Defina uma cadeia de produção agroindustrial ? 
4. Quais as diferenças entre complexo agroindustrial e cadeia de produção 
 agroindustrial ? 
5. Dê um exemplo de complexo agroindustrial e defina as principais cadeias de produção 
 que o compõe. Identifique, no interior deste complexo, as operações-nó e as operações 
 divergentes (se for o caso) que o caracterizam. Defina ainda suas principais etapas de 
 produção ? 
6. Quais os níveis de análise do SAI ? 
7. Enumere os agentes formadores do SAI e comente as interações que existem entre 
 eles. 
8. O que é SCM e como ele pode ajudar na coordenação da cadeia produtiva ? 
 
 
FONTE: 
 
BATALHA, M. O. ( coord.) Gestão Agroindustrial 1: GEPAI: Grupo de estudo e Pesquisas 
Agroindustriais. São Paulo: Atlas, 2001. p 690 
BATALHA, M. O. ( coord.) Gestão Agroindustrial 2: GEPAI: Grupo de estudo e Pesquisas 
Agroindustriais. São Paulo: Atlas, 1999. 383 p.

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