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1 CURSO BÁSICO DE FÍSICA Prof: Francinaldo Florencio do Nascimento www.desbravandoafisica.com.br João Pessoa – PB 2021 http://www.desbravandoafisica.com.br/ 2 1ª PARTE IMPULSO (I): Em Física, sempre que uma Força atuar sobre um corpo durante certo intervalo de tempo, dizemos que o corpo recebeu um Impulso. Considere uma força 𝐹 que atua sobre um corpo durante um intervalo de tempo ∆𝑡. Assim, definimos o Impulso como sendo o produto da Força F pelo intervalo de tempo de contato entre os corpos. Matematicamente, temos: 𝑰 = 𝑭 ∙ ∆𝒕 Onde, 𝑰: 𝑖𝑚𝑝𝑢𝑙𝑠𝑜 (𝑁 ∙ 𝑠); 𝑭: 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 (𝑁); ∆𝒕: 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (𝑠). EXEMPLO 1: Um corpo fica sujeito à ação de uma força F de intensidade 20N durante um intervalo de tempo de 4s. Determine a intensidade do impulso recebido pelo corpo. RESOLUÇÃO: Dados: 𝐹 = 20𝑁 ∆𝑡 = 4𝑠 𝐼 =? ? ? Substituindo os valores na formula do impulso, obtemos: 𝐼 = 𝐹 ∙ ∆𝑡 𝐼 = 20𝑁 ∙ 4𝑠 𝐼 = 80 𝑁 ∙ 𝑠 QUANTIDADE DE MOVIMENTO (Q): A Quantidade de Movimento de um corpo depende de duas Grandezas Físicas: a massa do corpo e a sua velocidade. Pode ser definida como sendo o produto da massa de um corpo pela sua velocidade. Matematicamente, podemos escrever: 𝑸 = 𝒎 ∙ 𝒗 Onde, 𝑸: 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑣𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑘𝑔 ∙ 𝑚/𝑠); 𝒎: 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 (𝑘𝑔); 𝒗: 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑚/𝑠). EXEMPLO 2: Um corpo de massa 1160 𝐾𝑔 desloca-se com velocidade de 60𝑚/𝑠. Calcule a intensidade da sua Quantidade de Movimento. RESOLUÇÃO: Dados: 𝑚 = 1160𝑘𝑔 𝑣 = 60𝑚/𝑠 𝑄 =? ? ? Substituindo os valores na formula da quantidade de movimento, obtemos: 𝑄 = 𝑚 ∙ 𝑣 𝑄 = 1160𝑘𝑔 ∙ 60𝑚/𝑠 𝑄 = 69600 𝑘𝑔 ∙ 𝑚/𝑠 TEOREMA DO IMPULSO: Impulso e Quantidade de Movimento são dois conceitos físicos decorrentes do Princípio Fundamental da Dinâmica (ou Segunda Lei de Newton) e são relacionados entre si através do Teorema do Impulso. Podemos enunciar o Teorema do Impulso como: Para o mesmo intervalo de tempo, o Impulso da Força Resultante (FR) é numericamente igual à variação da Quantidade de Movimento produzido por essa força. Assim, matematicamente temos: 𝑰𝒓𝒆𝒔 = ∆𝑸 𝑰𝒓𝒆𝒔 = 𝑸𝒇 − 𝑸𝒊 𝑭𝒓𝒆𝒔 ∙ ∆𝒕 = 𝒎 ∙ 𝒗𝒇 − 𝒎 ∙ 𝒗𝒊 ATENÇÃO: Um fato curioso é que, pelo Teorema do impulso chegaríamos à mesma resposta sem precisar fazer nenhum cálculo, pois para o mesmo intervalo de tempo, o Impulso da Força Resultante (FR) é numericamente igual à variação da Quantidade de Movimento produzido por essa força. PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO: A Quantidade de Movimento de um Sistema Isolado de Forças Externas permanece sempre constante. Considere um sistema isolado de forças externas. Nessas condições, a força resultante externa que atua sobre o sistema é nula. Considerando esse fato, e analisando novamente o Teorema do Impulso, obtemos: 𝑸𝒇 = 𝑸𝒊 EXEMPLO 3: Um canhão de massa 800𝐾𝑔, montado sobre rodas sem atrito e não freado, dispara horizontalmente (da esquerda para a direita) um projétil de massa 6𝐾𝑔 com velocidade inicial de 500𝑚/𝑠. Determine a velocidade de recuo do canhão. RESOLUÇÃO: Dados: 𝑚𝑐𝑎𝑛ℎã𝑜 = 𝑚𝑐 = 800𝑘𝑔 𝑚𝑝𝑟𝑜𝑗é𝑡𝑖𝑙 = 𝑚𝑝 = 6𝑘𝑔 3 𝑣𝑝𝑟𝑜𝑗é𝑡𝑖𝑙 = 𝑣𝑝 = 500𝑚/𝑠 𝑣𝑐𝑎𝑛ℎã𝑜 = 𝑣𝑐 =? ? ? 𝑚/𝑠 Inicialmente, canhão e projétil encontram-se em repouso (parados). Por isso, as suas velocidades iniciais são nulas para canhão e projétil. Assim, aplicando o princípio da conservação da quantidade de movimento, temos: 𝑸𝒇 = 𝑸𝒊 𝑄𝑓,𝑐𝑎𝑛ℎã𝑜 + 𝑄𝑓,𝑝𝑟𝑜𝑗é𝑡𝑖𝑙 = 𝑄𝑖,𝑐𝑎𝑛ℎã𝑜 + 𝑄𝑖,𝑝𝑟𝑜𝑗é𝑡𝑖𝑙 𝑚𝑐 ∙ 𝑣𝑐 + 𝑚𝑝 ∙ 𝑣𝑝 = 0 + 0 800 ∙ 𝑣𝑐 + 6 ∙ 500 = 0 800 ∙ 𝑣𝑐 = −6 ∙ 500 𝑣𝑐 = − 3000 800 𝑣𝑐 = −3,75𝑚/𝑠 ATENÇÃO: Como consideramos que o projétil se movimenta da esquerda para a direita (enunciado), é natural o canhão se movimentar no sentido contrário e, portanto, possuir uma velocidade NEGATIVA. Isto está perfeitamente de acordo com a Terceira Lei de Newton (Ação e Reação). TERMOMETRIA: É a parte da física que estuda a Energia Térmica, nas formas de Temperatura e Calor. A temperatura é a grandeza Física que mede o estado de agitação das moléculas de um corpo. CURIOSIDADE: Existem inúmeras Escalas de Temperatura, mas as mais utilizadas são a Kelvin (K), a Fahrenheit (℉) e a Celsius (℃). A escala Kelvin é conhecida como Escala Absoluta de Temperatura, pois o zero absoluto (temperatura onde todas as moléculas de um corpo encontram-se sem agitação, ou seja, estariam paradas) foi definido nesta escala. Assim, para diferenciá-la das demais, na sua representação não se utiliza indicação de grau (°). TERMÔMETRO: é o instrumento utilizado para se medir a temperatura de um corpo. Pode ser graduado em qualquer escala de temperatura (Celsius, Kelvin, Fahrenheit, etc). ESCALAS DE TEMPERATURA: As escalas de temperatura são construídas, sempre, tomando-se por base dois pontos fixos para a substância água: ponto do gelo (temperatura onde a água passará do estado líquido para o estado sólido); ponto de ebulição (temperatura onde a água passará do estado líquido para o estado gasoso). Como todas as Escalas de Temperatura são definidas para os mesmos pontos fixos, podemos considerar que um valor de temperatura medido numa determinada Escala deverá possuir um valor correspondente em outra(s) Escala(s). Para determinar a Relação existente entre as Escalas Celsius, Kelvin e Fahrenheit, vamos aplicar o Teorema de Tales, da Matemática, na figura apresentada acima. Assim, obtemos: 𝑻𝒄 𝟓 = 𝑻𝒌 − 𝟐𝟕𝟑 𝟓 = 𝑻𝑭 − 𝟑𝟐 𝟗 Na relação acima, 𝑻𝑪 representa um valor de Temperatura na Escala Celsius, 𝑻𝑲 representa um valor de temperatura na Escala Kelvin e 𝑻𝑭 representa um valor de Temperatura na Escala Fahrenheit. EXEMPLO 4: Transformar 20°𝐶 em Kelvin e em Fahrenheit. RESOLUÇÃO: Passo 1: Transformar a temperatura de 20°𝐶 em K 𝑻𝒄 𝟓 = 𝑻𝒌 − 𝟐𝟕𝟑 𝟓 = 𝑻𝑭 − 𝟑𝟐 𝟗 Neste primeiro passo, a fórmula acima se resume a: 𝑇𝑐 5 = 𝑇𝑘 − 273 5 𝑇𝑐 = 𝑇𝑘 − 273 20 = 𝑇𝑘 − 273 𝑇𝑘 = 20 + 273 𝑇𝑘 = 293𝐾 Passo 2: Transformar a temperatura de 20°𝐶 em ℉ 𝑻𝒄 𝟓 = 𝑻𝑭 − 𝟑𝟐 𝟗 Neste primeiro passo, a formula acima resume-se a: 𝑇𝑐 5 = 𝑇𝐹 − 32 9 20 5 = 𝑇𝐹 − 32 9 4 = 𝑇𝐹 − 32 9 36 = 𝑇𝐹 − 32 𝑇𝐹 = 32 + 36 𝑇𝐹 = 68℉ 4 2ª PARTE DILATAÇÃO TÉRMICA A Dilatação Térmica ocorre quando há um pequeno aumento das dimensões do corpo devido um aumento da temperatura; Já a contração térmica ocorre quando há uma diminuição das suas dimensões. O estudo da dilatação térmica é feita em três partes; que são: a) Dilatação Linear - Quando ocorre preferencialmente o aumento de uma dimensão, o comprimento. Ocorre principalmente em fios, hastes e barras; ∆𝑳 = 𝑳𝟎 ∙ 𝜶 ∙ ∆𝑻 Onde, ∆𝐿 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑚); 𝐿0 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎 (𝑚); 𝛼 = 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑙𝑎𝑡𝑎çã𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 (℃−1); ∆𝑇 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (℃); b) Dilatação Superficial - Quando ocorre o aumento de duas dimensões do corpo (comprimento e largura), variando assim a sua área. Ocorre principalmente em chapas e placas; ∆𝑨 = 𝑨𝟎 ∙ 𝜷 ∙ ∆𝑻 Onde, ∆𝐴 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 á𝑟𝑒𝑎 (𝑚2); 𝐴0 = á𝑟𝑒𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 (𝑚 2); 𝛽 = 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑙𝑎𝑡𝑎çã𝑜 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 (℃−1); ∆𝑇 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (℃); c) Dilatação Volumétrica - Quando ocorre o aumento de três dimensões do corpo (comprimento, largura e altura do corpo), variando assim o volume do corpo. Ocorre em todos oscorpos que não se encaixem nas outras dilatações. ∆𝑽 = 𝑽𝟎 ∙ 𝜸 ∙ ∆𝑻 Onde, ∆𝑉 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 (𝑚3); 𝑉0 = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 (𝑚 3); 𝛾 = 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑙𝑎𝑡𝑎çã𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 (℃−1); ∆𝑇 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (℃); ATENÇÃO: Relação entre os coeficientes 𝜶 𝟏 = 𝜷 𝟐 = 𝜸 𝟑 EXEMPLO 5: Um mecânico deseja colocar um eixo no furo de uma engrenagem e verifica que o eixo tem diâmetro um pouco maior que o orifício da engrenagem. O que você faria para colocar a engrenagem no eixo? (a) Aqueceria o eixo; (b) Resfriaria o eixo e aqueceria a engrenagem; (c) Aqueceria a engrenagem e o eixo; (d) Resfriaria a engrenagem e o eixo; (e) Resfriaria a engrenagem e aqueceria o eixo. EXEMPLO 6: Um fio de cobre com comprimento inicial de 50𝑚, sofre aumento de temperatura de 30℃ coeficiente de dilatação linear do cobre é 0,000017 ℃−1. Determine a dilatação linear ocorrida no fio (∆𝐿). Dados: 𝐿0 = 50𝑚 𝛼 = 0,000017 ℃−1 ∆𝑡 = 30℃ RESOLUÇÃO: Como a dilatação ocorre em uma dimensão, pois se trata de um fio, logo, aplicaremos a fórmula da dilatação linear: ∆𝐿 = 𝐿0 ∙ 𝛼 ∙ ∆𝑇 ∆𝐿 = 50 ∙ 0,000017 ∙ 30 ∆𝐿 = 0,0255𝑚 CALORIMETRIA É a parte da Física que estuda as trocas de Calor entre corpos que estão em diferentes temperaturas. O sentido da transferência de calor é sempre do corpo de maior temperatura para o corpo de menor temperatura. Quando dois corpos atingem a mesma temperatura dizemos que eles estão em equilíbrio térmico, logo, não existe troca de calor no equilíbrio térmico. CALOR: É a Energia Térmica, em trânsito, entre corpos que possuem diferentes temperaturas. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA CALORIMETRIA: É a equação que permite calcular a quantidade de calor fornecida ou cedida pela substância, quando lhe ocorre uma variação de temperatura: 𝑸 = 𝒎 ∙ 𝒄 ∙ ∆𝑻 Onde, 𝑸 = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑐𝑒𝑏𝑖𝑑𝑎 𝑜𝑢 𝑐𝑒𝑑𝑖𝑑𝑎 (𝐽). 𝒎 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 (𝑘𝑔); 5 𝒄 = 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 (𝐽/𝑘𝑔 ∙ ℃); ∆𝑻 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (℃). ATENÇÃO: a Equação Fundamental da Calorimetria nos permite calcular uma quantidade de Calor que está associada a uma variação de Temperatura sofrida pelo corpo. Assim, podemos utilizar essa equação para calcular a quantidade de Calor Sensível que será cedida ou recebida por um corpo. CALOR LATENTE (L): É quantidade de Calor cedida ou recebida por uma substância que lhe proporcionará uma mudança de Estado Físico, sem que ocorra uma variação de temperatura. Matematicamente, temos: 𝑸 = 𝒎 ∙ 𝑳 Onde, 𝑄 = 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 (𝐽); 𝑚 = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 (𝑘𝑔); 𝐿 = 𝐶𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐿𝑎𝑡𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑚𝑢𝑑𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑒 𝑓𝑎𝑠𝑒 (𝐽/𝑘𝑔). PROPAGAÇÃO DE CALOR CONDUÇÃO TÉRMICA Transmissão em que a energia térmica se propaga por meio da agitação molecular. Quando dois corpos com temperaturas diferentes são colocados em contato, as moléculas do corpo mais quente, colidindo com as moléculas do corpo mais frio, transferem energia para este. COVECÇÃO TÉRMICA Transmissão de energia térmica, que ocorre nos fluidos, devido à movimentação do próprio material aquecido, cuja densidade varia com a temperatura. Como exemplo de convecção temos a geladeira, que tem seu congelador na parte de cima. O ar frio fica mais denso e desce, o ar que está embaixo, mais quente, sobe. Correntes de convecção Ascendente, formada por fluido quente. Descendente, formada por fluido frio. IRRADIAÇÃO Transmissão de energia por meio de ondas eletromagnéticas (ondas de rádio, luz visível, ultravioleta etc.). Quando estas ondas são raios infravermelhos, falamos em irradiação térmica. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1ª) Considere as afirmações: I) As paredes das garrafas térmicas são espelhadas para que evitem a transmissão de calor por condução térmica. II) Ao colocarmos a mão próxima à base de um ferro elétrico quente, sentimos a mão “queimar”. Isto acontece pois a transmissão de calor entre o ferro e a mão ocorre principalmente por irradiação térmica. III) Os esquimós fazem suas casas, os iglus, com blocos de gelo, por que o gelo é um isolante térmico, mantendo o ambiente interno mais quente que o externo. Tem-se: a) Só a afirmação I) é correta; b) Só as afirmações I) e II) são corretas; c) Só as afirmações I) e III) são corretas; d) Só as afirmações II) e III) são corretas; e) Todas as afirmações são corretas. 2ª) (UFRGS) A seguir são feitas três afirmações sobre processos termodinâmicos envolvendo transferência de energia de um corpo para outro. I. A radiação é um processo de transferência de energia que não ocorre se os corpos estiverem no vácuo. II. A convecção é um processo de transferência de energia que ocorre em meios fluidos. III. A condução é um processo de transferência de energia que não ocorre se os corpos estiverem à mesma temperatura. Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e II e) Apenas II e III 3ª) (PUC-SP) Analise as afirmações referentes à condução térmica. I- Para que um pedaço de carne cozinhe mais rapidamente, pode-se introduzir nele um espeto metálico. Isso se justifica pelo fato de o metal ser um bom condutor de calor. 6 II- Os agasalhos de lã dificultam a perda de energia (na forma de calor) do corpo humano para o ambiente, devido ao fato de o ar aprisionado entre suas fibras ser um bom isolante térmico. III- Devido à condução térmica, uma barra de metal mantém-se a uma temperatura inferior à de uma barra de madeira colocada no mesmo ambiente. Podemos afirmar que: a) I, II e II estão corretas; b) I, II e II estão erradas; c) Apenas I está correta; d) Apenas II está correta; e) Apenas I e II estão corretas; 4ª) (ENEM) A refrigeração e o congelamento de alimentos são responsáveis por uma parte significativa do consumo de energia elétrica numa residência típica. Para diminuir as perdas térmicas de uma geladeira, podem ser tomados alguns cuidados operacionais: I. Distribuir os alimentos nas prateleiras deixando espaços vazios entre eles, para que ocorra a circulação do ar frio para baixo e do quente para cima. II. Manter as paredes do congelador com camada bem espessa de gelo, para que o aumento da massa de gelo aumente a troca de calor no congelador. III. Limpar o radiador (“grade” na parte de trás) periodicamente, para que a gordura e a poeira que nele se depositam não reduzam a transferência de calor para o ambiente. Para uma geladeira tradicional é correto indicar, apenas, a) a operação I. b) a operação II. c) as operações I e II. d) as operações I e III. e) as operações II e III. 7 3ª PARTE Óptica Geométrica É a parte da Física que estuda a Luz e os fenômenos luminosos. Luz: é o agente físico responsável pelas nossas sensações visuais. É a Luz que nos permite enxergar todos os objetos que conhecemos. Sem ela, o nosso sentido da visão não conseguiria funcionar. x Raios de luz; Feixe de luz Para representar que a luz emitida pela chama de uma vela atinge a vista de um observador, utilizamos linhas orientadas que fornecem a direção e o sentido de propagação da luz. Tais linhas são chamadas raios de luz. Um conjunto de raios de luz é chamado feixe de luz. Este pode ser convergente, divergente ou de raios paralelos. Corpo Luminoso: é todo corpo que consegue emitir luz própria. Podemos citar como exemplo o Sol (estrela), uma lâmpada acesa, uma vela acesa, etc. Corpo Iluminado: é todo corpo que apenas reflete a luz que recebe, proveniente de outro(s) corpo(s). Nãoconsegue produzir luz própria. Pode-se citar como exemplo qualquer objeto que reflita a luz, como os planetas, a lua, etc. Meio Opaco: é todo meio que não se permite atravessar pela luz, ou seja, que impede totalmente a passagem da luz. Como exemplo pode-se citar a madeira, ferro, alumínio, concreto, etc. Meio Transparente: Os meios através dos quais os objetos podem ser vistos nitidamente. Ao atravessar um meio transparente a luz percorre trajetórias regulares e bem definidas. Meio Translúcido: Os meios através dos quais os objetos não podem ser vistos nitidamente. O papel de seda e o vidro fosco são exemplos de meios translúcidos. Ao atravessar um meio translúcido a luz percorre trajetórias irregulares e indefinidas. Um meio é homogêneo quando apresenta as mesmas propriedades em todos os seus pontos. A velocidade de propagação da luz Todas as luzes, monocromáticas (isto é, luzes de uma só cor) ou policromáticas (luzes constituídas pela superposição de luzes de cores diferentes, como a luz solar branca) propagam-se no vácuo com a mesma velocidade que é aproximadamente igual a 3 ∙ 108 𝑚/𝑠. Nos meios materiais homogêneos e transparentes a velocidade de propagação da luz é menor que no vácuo e seu valor depende da cor da luz que se propaga. Num meio material, a luz monocromática vermelha apresenta a maior velocidade de propagação e a violeta, a menor. As luzes das demais cores apresentam velocidades de propagação intermediárias. Na ordem decrescente de velocidade: luz vermelha, alaranjada, amarela, verde azul, anil e violeta. Ano-Luz Um ano-luz é a distância que a luz percorre no vácuo durante um ano terrestre. PRINCÍPIOS DA ÓPTICA GEOMÉTRICA: - Princípio da Propagação Retilínea da Luz: Num meio homogêneo e transparente, a luz se propaga sempre em linha reta. - Princípio da Reversibilidade dos Raios de Luz: o caminho seguido pela luz não depende do sentido de propagação. - Princípio da Independência dos Raios de Luz: um raio de luz, ao se cruzar com outro, não sofre interferência no seu sentido de propagação. Reflexão da Luz É o fenômeno que ocorre quando a luz, ao incidir numa superfície, retorna ao meio onde estava se propagando. http://3.bp.blogspot.com/-gWiYaz5w-Gg/TjhNIAkiReI/AAAAAAAAaO8/va-fhqP-yzo/s1600/raios_de_luz.PNG http://1.bp.blogspot.com/-OxfE5Z78sdo/TjhNYP2rESI/AAAAAAAAaPE/DXPL4IR1FN4/s1600/feixe.PNG http://4.bp.blogspot.com/-zrzbQLstdJQ/TkqG537cXyI/AAAAAAAAaTo/vOOngVZRerY/s1600/reflex%C3%A3o.PNG 8 LEIS DA REFLEXÃO 1ª lei: O ângulo de reflexão é igual ao ângulo de incidência: 𝑟 = 𝑖 2ª lei: o raio incidente (R), o raio refletido (R’) e a normal (N) pertencem ao mesmo plano (coplanares). Reflexão regular e reflexão difusa A Reflexão da luz pode acontecer de duas maneiras: - na Reflexão Regular, se os raios luminosos encontram- se paralelos antes de atingir a superfície, após ocorrer a reflexão eles ainda permanecerão paralelos entre si. - na Reflexão Difusa, após atingir a superfície os raios luminosos serão refletidos simultaneamente em várias direções, ou seja, de maneira difusa. Se a superfície apresentar rugosidades, o feixe refletido perde o paralelismo e se espalha em todas as direções. É a reflexão difusa, responsável pela visualização dos objetos que nos cercam. A cor de um corpo por reflexão Vimos que a luz branca emitida pelo Sol é policromática, isto é, constituída pela superposição de infinitas luzes de cores diferentes, sendo as principais: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta. A cor de um corpo é definida pelo tipo de luz que ele reflete difusamente. Assim, por exemplo, considere um corpo que, iluminado com luz solar, reflete difusamente a luz amarela e absorve as demais. O corpo, neste caso, apresenta-se amarelo. Se o corpo, iluminado com luz solar, refletir difusamente todas as cores, ele se apresenta branco. No caso de absorver todas as cores e não refletir nenhuma, o corpo é negro. EXEMPLO: Num recinto à prova de luz externa, iluminado por uma fonte luminosa vermelha, está um indivíduo de visão normal. Sobre uma mesa estão dois discos de papel, sendo um branco e outro azul (sob luz solar). Os discos tem a mesma dimensão e estão igualmente iluminados pela fonte de luz vermelha. Em que cores o indivíduo observará os discos? Solução: O disco branco reflete difusamente as luzes de todas as cores. Ao ser iluminado por luz vermelha, o disco a reflete difusamente e, portanto, apresenta-se vermelho. O disco azul reflete difusamente a luz azul e absorve as demais. Logo, ao ser iluminado por luz vermelha, ele a absorve e apresenta-se negro. Refração da luz A refração da luz consiste na passagem da luz de um meio para outro, acompanhada de variação em sua velocidade de propagação. A refração pode ocorrer com ou sem desvio. Veja a figura: LEIS DA REFRAÇÃO DA LUZ: Vamos considerar a Refração da Luz representada na Figura abaixo: Na figura, i representa o ângulo que o raio incidente faz com a linha normal e r representa o ângulo que o raio refratado (raio luminoso que sofreu refração) faz com a linha normal. Matematicamente, sabe-se que se dividirmos os senos dos ângulos apresentados (entre si), teremos sempre uma constante. Utilizando-se dessa propriedade matemática e levando-se em consideração os índices de refração de cada um dos meios, podemos enunciar as Leis da Refração da Luz: 1ª Lei: o raio incidente, o raio refletido e a linha normal são coplanares (pertencem ao mesmo plano). 2ª Lei: o produto do seno do ângulo formado com a linha normal pelo índice de refração desse meio é igual a uma constante. http://1.bp.blogspot.com/-B5OhDGybkuM/TkqP_-UjUxI/AAAAAAAAaT0/a492Td3CGZU/s1600/ref.jpg http://3.bp.blogspot.com/-hbO2HDaUXwk/TkqPMW8IlWI/AAAAAAAAaTw/MkpqKJJRO_s/s1600/reflex%C3%A3o_regular.PNG http://4.bp.blogspot.com/-0DoB0FThKIY/TkqSZ1zgAjI/AAAAAAAAaT4/Y9v1wAQNYxQ/s1600/reflex%C3%A3o_difusa.PNG http://1.bp.blogspot.com/-i0-N3qsEUIs/ToHYBdV0VlI/AAAAAAAAakk/nZocZCnf4vU/s1600/refr.PNG 9 A segunda Lei da Refração é conhecida como Lei de Snell- Descartes. Pode ser escrita matematicamente da seguinte forma: 𝒏𝑨 ∙ 𝒔𝒆𝒏 𝒊 = 𝒏𝑩 ∙ 𝒔𝒆𝒏 𝒓 onde: 𝑛𝐴 = í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑒𝑖𝑜 𝐴; 𝑛𝐵 = í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑒𝑖𝑜 𝐴; 𝑖 = â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑜 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑖𝑛𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒 𝑎 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙; 𝑟 = â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑜 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑟𝑒𝑓𝑟𝑎𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑒 𝑎 𝑙𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 ESPELHOS ESFÉRICOS São calotas esféricas em que uma das faces é espelhada. Se a face espelhada é a interna, o espelho esférico é côncavo. Se for a externa, é convexo. EXERCÍCIOS PROPOSTOS 5ª) Analise as afirmações abaixo e indique as corretas: a) O ar atmosférico de uma sala é um meio transparente. b) A água em camadas espessas é um meio transparente. c) O vidro fosco é um meio translúcido. d) A atmosfera terrestre, cuja densidade diminui com o aumento da altitude, é um meio homogêneo. e) Nos meios transparentes e translúcidos a luz se propaga em linha reta. 6ª) Um ano-luz tem a dimensão de: a) tempo; b) velocidade; c) aceleração; d) comprimento; e) energia. 7ª) (Uniube-MG) Considere as proposições: I. No vácuo, a luz propaga-se em linha reta. II. Em quaisquer circunstâncias, a luz propaga-se em linha reta. III. Nos meios transparentes e homogêneos, a luz propaga-se em linha reta. IV. Para que a luz se propague em linha reta, é suficiente que o meio seja transparente. Responda mediante o código: a) Se somente I for correta b) Se somente I e III forem corretas c) Se somente II e III forem corretas d) Se todas forem corretas e) Se todas forem erradas. 8ª) (PUC-Campinas-SP) Andrômeda é uma galáxia distante 2,3.106 anos-luz da Via Láctea, a nossa galáxia. A luz proveniente de Andrômeda,viajando à velocidade de 3,0.105 km/s, percorre a distância aproximada até a Terra, em km, igual a: a) 4 ∙ 1015 b) 6 ∙ 1017 c) 2 ∙ 1019 d) 7 ∙ 1021 e) 9 ∙ 1023 9ª) (UEL-PR) Considere as seguintes afirmativas: I. A água pura é um meio translúcido. II. O vidro fosco é um meio opaco. III. O ar é um meio transparente. Sobre as afirmativas acima, assinale a alternativa correta: a) apenas a afirmativa I é verdadeira. b) apenas a afirmativa II é verdadeira. c) apenas a afirmativa III é verdadeira. d) apenas as afirmativas I e a III são verdadeiras. e) apenas as afirmativas II e a III são verdadeiras. 10ª) (UESPI) Um raio de luz incide em um espelho plano horizontal e realiza a trajetória mostrada na figura a seguir. Considera-se que sen 37º = 0,6 e cos 37º = 0,8. Com base nas distâncias indicadas, qual é o valor de L? a) 11 cm b) 12 cm c) 13 cm d) 14 cm e) 15 cm http://1.bp.blogspot.com/-tzRGnbGD-Ps/TmY3kl-5K_I/AAAAAAAAabs/VxqPoIKvmig/s1600/espconk.PNG http://4.bp.blogspot.com/-uOTgVweUlSQ/TmY5VEh7p5I/AAAAAAAAabw/qTh4FwPWIFU/s1600/espconvss.PNG http://3.bp.blogspot.com/-1LqO8Cg-1ek/UhOyh9i7CSI/AAAAAAAAoNs/DY09abqqs3Y/s1600/z3.png 10 11ª) Admita que o Sol subitamente “morresse” numa noite de lua cheia (deixasse de emitir luz). 24 horas após esse evento, um eventual sobrevivente, olhando para o céu sem nuvens, veria: a) a Lua e estrelas b) somente a Lua c) somente estrelas d) uma completa escuridão 12ª) Numa manhã de Sol, Aline encontra-se com a beleza de uma rosa vermelha. A rosa parece vermelha porque: a) irradia a luz vermelha b) reflete a luz vermelha c) absorve a luz vermelha d) refrata a luz vermelha 13ª) Num cômodo escuro, uma bandeira do Brasil é iluminada por uma luz monocromática amarela. O retângulo, o losango, o círculo e a faixa central da bandeira apresentariam, respectivamente, as cores: a) verde, amarela, azul, branca. b) preta, amarela, preta, branca c) preta, amarela, preta, amarela. d) verde, amarela, verde, amarela 14ª) Um objeto iluminado por luz branca tem coloração vermelha. Se iluminado por luz monocromática azul, ele apresentará coloração: a) vermelha b) azul c) laranja d) amarela e) preta 15ª) Considere dois corpos, A e B, constituídos por pigmentos puros. Expostos à luz branca, o corpo A se apresenta vermelho e o corpo B se apresenta branco. Se levarmos A e B a um quarto escuro e os iluminarmos com luz vermelha, então: a) A e B ficarão vermelhos. b) B ficará vermelho e A, escuro. c) A ficará vermelho e B, branco. d) A e B ficarão brancos. e) ambos ficarão escuros. 16ª) Três corpos, A B, e C, expostos à luz branca apresentam-se respectivamente, nas cores amarela, branca e verde. Em um recinto iluminado com luz azul monocromática, em que cores se apresentarão os corpos? a) azul, branco, vermelho b) branco, azul, vermelho c) vermelho, azul, branco d) preta, azul, preta e) preta, vermelha, vermelha 11 4ª PARTE INTRODUÇÃO À ONDULATÓRIA Onda é qualquer perturbação que se propaga transferindo energia, sem o transporte de matéria. Imagine uma piscina que possui águas totalmente paradas, sem nenhum tipo de movimento. Nessa piscina existe uma pequena bóia de pesca que se encontra parada numa determinada posição. Se uma criança atirar uma pequena pedra na piscina, próxima a bóia, o que irá acontecer? RESPOSTA: A pedra causará uma perturbação na água, que será transmitida a todos os pontos da piscina, caracterizando a propagação de uma onda. Mas o que irá acontecer com a bóia de pesca? Ela irá se afastar da sua posição inicial ou ficará parada nessa posição, apenas subindo e descendo conforme o movimento da onda? No exemplo indicado, a bóia de pesca ficará apenas subindo e descendo conforme a passagem da onda, não saindo da sua posição inicial. Isso acontece pelo fato de que a onda consegue transmitir energia, mas não consegue transportar matéria (nesse caso, a bóia). Mas, se isso realmente acontece, como um surfista e a sua prancha conseguem se movimentar no mar? Isso acontece porque no mar existe a correnteza da água. É a correnteza que consegue arrastar o surfista e a prancha (matéria), permitindo que realize seus movimentos e sofra um deslocamento. Portanto, fisicamente falando, um surfista “pega” correnteza, e não onda. CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS I) Quanto à natureza: • Ondas Mecânicas: são aquelas que precisam, obrigatoriamente, de um meio material para poder se propagar, assim, as ondas mecânicas não se propagam no vácuo. Ex: Som, ondas em cordas, ondas em um líquido, ondas em molas, etc. • Ondas Eletromagnéticas: são aquelas que não necessitam de um meio material para poder se propagar, ou seja, elas conseguem se propagar até no vácuo (“vazio”). Ex: Luz,ondas de rádio, ondas de TV, microondas, ondas ultravioletas, raios-X, etc. II) Quanto à Direção de Vibração: • Ondas Transversais: a direção de propagação é perpendicular à direção de vibração. Exemplos: a) Ondas em cordas. b) Ondas eletromagnéticas • Ondas Longitudinais: a direção de propagação coincide com a de vibração. a) Onda numa mola depois que algumas espiras são comprimidas b) Som nos fluidos Equação fundamental das ondas A distância percorrida pela onda, no intervalo de tempo igual a um período (T), é denominado comprimento de onda (λ). Sendo v a velocidade de propagação da onda, podemos escrever: 𝒗 = 𝜟𝒔/𝜟𝒕 => 𝑣 = 𝜆/𝑇 Mas, 𝒇 = 𝟏/𝑻, logo, temos a equação fundamental das ondas: 𝒗 = 𝝀 ∙ 𝒇 Observações: • A frequência de uma onda é a frequência da fonte que a emite. Assim a frequência de uma onda depende da fonte e não do meio onde se propaga. • A velocidade de propagação de uma onda mecânica só depende do meio material atravessado pela onda. http://4.bp.blogspot.com/-6sUwAVaX99U/TsLEr5cW1uI/AAAAAAAAbOI/vM41RRM0wNg/s1600/maozinha22.PNG http://3.bp.blogspot.com/-CMfo24MXMnk/TsKdUecwanI/AAAAAAAAbM4/5Pf5HTjEkcw/s1600/moul_22.PNG 12 • O comprimento de onda depende da fonte e do meio. • Os pontos mais altos das ondas que se propagam numa corda são denominados cristas e os mais baixos, vales. Reflexão de ondas Quando uma onda sofre reflexão, a frequência, a velocidade de propagação e o comprimento de onda não variam. Justificando: Como a frequência depende somente da fonte, concluímos que a frequência da onda incidente é a mesma da onda refletida. A velocidade de propagação da onda depende do meio no qual ela se propaga. Na reflexão não há mudança de meio, logo a velocidade de propagação da onda incidente é a mesma da onda refletida. Não havendo mudança na frequência e na velocidade de propagação, resulta que o comprimento de onda também não varia. Reflexão de um pulso que se propaga numa corda tensa Vamos analisar dois casos: 1º Caso: reflexão em uma extremidade fixa Considere uma corda AB com a extremidade B fixa em um ponto de uma parede rígida. Um pulso produzido na extremidade A, ao atingir o ponto B sofre reflexão e volta “invertido” em relação ao pulso incidente. Neste caso, dizemos que a reflexão ocorreu com inversão de fase. 2º Caso: reflexão em uma extremidade livre Considere agora a extremidade B da corda presa a um anel que pode deslizar, sem atrito, ao longo de um eixo vertical. O pulso incidente atinge o ponto B e o anel sobe. Ao descer produz um pulso refletido "não invertido" em relação ao pulso incidente. Nesta situação, dizemos que a reflexão ocorreu sem inversão de fase. Refração de ondas Quando uma onda sofre refração, a frequência não varia. A velocidade de propagação e o comprimento de onda variam no mesmo sentido, istoé, no meio onde a velocidade de propagação é maior o comprimento de onda também é maior. Justificando: Como a frequência depende somente da fonte, concluímos que a frequência da onda incidente é a mesma da onda refratada. A velocidade de propagação da onda depende do meio no qual ela se propaga. Na refração há mudança de meio, logo a velocidade de propagação da onda incidente é diferente da velocidade da onda refratada. De v = λ.f concluímos que o comprimento de onda da onda incidente é diferente do comprimento de onda da onda refratada. ACÚSTICA É a parte da Física que estuda as ondas e os fenômenos sonoros. O Som é uma Onda Longitudinal e também uma Onda Mecânica, pois precisa de um meio material para poder se propagar. A onda sonora poderá ou não ser audível, dependendo do valor da frequência com que a fonte vibra. Uma pessoa com audição normal ouve ondas sonoras de frequências compreendidas entre 20 Hz e 20.000 Hz. É claro que esses limites variam de pessoa para pessoa. As ondas sonoras de frequências entre 20 Hz e 20.000 Hz constituem os sons (ou sons audíveis). As ondas sonoras de frequências inferiores a 20 Hz são denominadas infrassons e as de frequências superiores a 20.000 Hz são chamadas ultrassons. FENÔMENOS SONOROS Ao se propagar num meio, o som pode sofrer interferências em sua propagação que podem lhe alterar as características originais. Essas interferências são conhecidas como fenômenos sonoros. São Fenômenos Sonoros: http://3.bp.blogspot.com/-yBLIXxfJVkM/TsK5Fa1jk9I/AAAAAAAAbNQ/T1d6-A_mIrE/s1600/amprits.PNG http://3.bp.blogspot.com/-lWCXVOs7vcY/TsutWOKsw0I/AAAAAAAAbSA/PYhK5ppAfmc/s1600/pul%C3%A71.PNG http://1.bp.blogspot.com/-qPv5mWYQiJM/Tsuvd0e0P_I/AAAAAAAAbSI/Y47eW1U0hio/s1600/pul%C3%A72.PNG http://2.bp.blogspot.com/-vL7qVUiHLS4/Tt5XUOLvtRI/AAAAAAAAbjI/Qezk7ypI-RU/s1600/escalasom.PNG 13 - Reflexão sonora: ocorre quando uma onda sonora que se propaga num meio A e atinge um obstáculo (ou anteparo), é refletida, e volta a se propagar no meio A. - Eco: ocorre quando uma onda sonora percorre uma distância maior ou igual a 17m, atinge um obstáculo e é refletida em direção à fonte que lhe originou. Caracteriza-se pela repetição de um som. Só pode ocorrer, para ser ouvido no ar e por seres humanos, se existir uma distância mínima de 17m entre a fonte sonora e o anteparo que irá refletir o som. A distância mínima de 17m deve-se ao fato de que o ouvido humano só consegue distinguir um som emitido de um som refletido se entre geração e captação do som houver um intervalo de tempo mínimo de 0,1s. No ar, esse intervalo de tempo é suficiente para o som percorrer a distância de 34m, ou seja, 17m para atingir o anteparo e 17m para retornar ao ouvido da pessoa. Assim, para distâncias menores do que 17m o ouvido humano não consegue perceber o Eco. O Eco tem por aplicação prática os Sonares de navios e submarinos, onde ondas sonoras são emitidas, atingem obstáculos e são refletidas, produzindo o Eco, que é captado pelo Sonar e transformado em informações sobre o mapeamento de profundidades da água, posições de objetos em baixo da água, etc. - Reverberação: é caracterização pelo prolongamento ou pelo reforço de parte de um som. Geralmente, ocorre em ambientes fechados e é resultado das múltiplas reflexões sofridas pela onda sonora. - Refração Sonora: ocorre quando uma onda sonora muda de meio de propagação. Por exemplo, um som gerado no ar passa a se propagar na água. - Difração Sonora: é o fenômeno através do qual uma onda sonora consegue contornar obstáculos. Por exemplo, você pode emitir um som na sala de sua casa e seu colega pode ouvi-lo no quarto, mesmo com a porta fechada. - Interferência Sonora: é caracterizada pelo recebimento simultâneo de dois ou mais sons provenientes de fontes diferentes. Pode ser: Forte, se ocorrer a Interferência dita Construtiva e Fraca, se ocorrer a Interferência dita Destrutiva. Como exemplo, imagine a seguinte situação: você está próximo a três carros que estão com seus aparelhos de som ligados. Se os três carros tocam simultaneamente a mesma música (e no mesmo trecho), ocorre a Interferência Construtiva. Se os três carros tocam músicas diferentes, o ouvinte tem dificuldade para identificar as músicas e os sons, pois ocorre uma Interferência Destrutiva. - Ressonância Sonora: ocorre quando um corpo começa a vibrar por influência de um som emitido por outro corpo. Como exemplo, pode-se citar o fato de que alguns cantores líricos conseguem emitir sons que são capazes de quebrar copos de vidro, uma vez que as amplitudes das ondas envolvidas (da onda sonora emitida e da freqüência natural de vibração do vidro do copo) acabam se sobrepondo, causando vibração excessiva das moléculas do vidro, fazendo com que ele quebre. Qualidades fisiológicas do som O sistema auditivo humano consegue distinguir no som certas características chamadas qualidades fisiológicas do som. São elas: a altura, a intensidade e o timbre. Altura de um som A altura é a qualidade que permite classificar um som em grave ou agudo. Entre dois sons, o de menor frequência é mais grave (ou mais baixo), enquanto o de maior frequência é mais agudo (ou mais alto). Intensidade de um som A intensidade é a qualidade que permite distinguir um som fraco (isto é, de pequena intensidade) de um som forte (isto é, de grande intensidade). Vamos indicar por ΔE a energia associada a uma onda sonora que atravessa uma superfície de área A, perpendicular à direção de propagação, durante um intervalo de tempo Δt. Considerando um som de intensidade energética I, e sendo I0 o limiar de audibilidade, o nível sonoro NS desse som, expresso0na unidade decibel (símbolo:dB) é definido pela relação: 𝑁𝑆 = 10. 𝑙𝑜𝑔 (𝐼/𝐼0) Timbre de um som O timbre é a qualidade que permite distinguir sons de mesma altura e mesma intensidade, emitidos por fontes diferentes. Uma mesma nota musical, tocada por uma flauta e por um violino, soa de forma diferente, de modo a possibilitar a identificação do instrumento. 14 EXERCÍCIOS PROPOSTOS 17ª) São dados dois sons de frequências 600 Hz e 300 Hz. Assinale as afirmativas corretas: I) O som de 600 Hz é mais grave do que o de 300 Hz. II) O som de 600 Hz é mais alto do que o som de 300 Hz. III) O intervalo entre os dois sons é de uma oitava. IV) O som de 600 Hz tem maior intensidade do que o de 300 Hz. 18ª) O silêncio corresponde a uma intensidade energética I0 = 10-12 W/m2. Num aeroporto consta-se uma intensidade0energética I = 102 W/m2, próximo a um avião a jato aterrissando. Neste local, qual é, no momento, o nível0sonoro? Dê a resposta em decibel? 19ª) Um nível sonoro de 80 dB (por exemplo, de uma avenida movimentada) corresponde a uma intensidade energética _________ vezes maior do que a do nível sonoro de 50 dB (por exemplo, de um carro regulado). O número que preenche o espaço indicado no texto é: a) 10 b) 30 c) 100 d) 1000 e) 10000 20ª) (PUC-MG) Uma martelada é dada na extremidade de um trilho. Na outra extremidade, encontra-se uma pessoa que ouve dois sons separados por um intervalo de tempo de 0,18 s. O primeiro dos sons se propaga através do trilho com uma velocidade de 3400 m/s, e o segundo através do ar, com uma velocidade de 340 m/s. O comprimento do trilho em metros será de: a) 340 m. b) 68 m. c) 168 m. d) 170 m. 21ª) (Fatec-SP) Os morcegos são cegos. Para se guiarem eles emitem um som na faixa de frequências ultra-sônicas que é refletido pelos objetos, no fenômeno conhecido como eco, e processado, permitindo a determinação da distância do objeto. Considerando que a velocidade do som no ar é de 340 m/s e sabendo que o intervalo temporal entre a emissão do grito e o seu retorno é de 1,0.10-2 s, a distância na qual um objeto se encontra domorcego é de: a) 3,4 m. b) 34 m. c) 17 m. d) 1,7 m. e) 340 m. 22ª) (PUC-Campinas-SP) Quando se ouve uma orquestra tocando uma sonata de Bach, consegue-se distinguir diversos instrumentos, mesmo que estejam tocando a mesma nota musical. A qualidade fisiológica do som que permite essa distinção é: a) a altura. b) a intensidade. c) a potência. d) a frequência. e) o timbre. 23ª) A mão da pessoa, segurando a extremidade de uma corda tensa e flexível, produz uma perturbação que se propaga ao longo da corda. A perturbação denomina-se pulso e o movimento do pulso constituí uma onda. A mão da pessoa é a fonte e a corda é o meio em que a onda se propaga. Observe na figura uma onda periódica propagando-se numa corda. a) Classifique o tipo de onda, dizendo se é transversal ou longitudinal. b) O que representam as distâncias a e λ. c) Quais os nomes que são dados aos pontos A e B? E aos pontos C e D? 24ª) (PUC-MG) Ondas mecânicas são do tipo longitudinal, transversal ou mistas. Numa onda transversal, as partículas do meio: a) não se movem. b) movem-se numa direção perpendicular à direção de propagação. c) movem-se numa direção paralela à direção de propagação. d) realizam movimento cuja trajetória é senoidal. e) realizam movimento retilíneo uniforme. 25ª) Daniel brinca produzindo ondas ao bater com uma varinha na superfície de um lago. A varinha toca a água a cada 5 segundos. Se Daniel passar a bater a varinha na água a cada 3 segundos, as ondas produzidas terão maior: a) comprimento de onda. http://3.bp.blogspot.com/-VN8NjEYZ45w/TsK5y-z9-JI/AAAAAAAAbNY/uMjEWTwspPw/s1600/exerktri.jpg 15 b) frequência. c) período. d) velocidade Uma onda transversal propaga-se com velocidade de 12 m/s numa corda tensionada. O gráfico abaixo representa a configuração desta onda na corda, num dado instante de tempo. 26ª) (UFRGS) A frequência da onda, em Hz, é igual a a) 2/3. b) 3/2. c) 200/3. d) 96. e) 150. 27ª) (UFRGS) O comprimento de onda e a amplitude desta onda transversal são, respectivamente, a) 4 cm e 3 cm. b) 4 cm e 6 cm. c) 6 cm e 3 cm. d) 8 cm e 3 cm. e) 8 cm e 6 cm. http://1.bp.blogspot.com/-KlmCfBn1BJM/Uot3KGhe3QI/AAAAAAAABjo/UprwmqI7nx4/s1600/zerzza2.png 16 GABARITO 1-D 11-C 21-D 2-E 12-B 22-E 3-E 13-C 23 4-D 14-E 24-B 5-A e C 15-A 25-B 6-D 16-D 26-E 7-B 17-II e III 27-D 8-C 18-140db 9-C 19-E 10-E 20-B OBSERVAÇÃO: Todas as imagens desta apostila foram retiradas da internet. Não há nenhuma imagem de autoria própria. “O que sabemos é uma gota, o que desprezamos é um oceano!” (Isaac Newton)
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