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SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA II - 20 03

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SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO 
BÁSICA E SAÚDE DA FAMÍLIA
Profa. Taciana Silveira Passos – 20 de Março de 2021
ORGANIZAÇÃO DA REDE 
DE ATENÇÃO 
PSICOSSOCIAL (RAPS)
1
3
Componentes da Rede de Atenção Psicossocial
• Unidade Básica de Saúde (UBS)
• Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) 
• Consultório na Rua
• Centros de Convivência e Cultura
Atenção 
Básica em 
Saúde
• Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), nas suas diferentes modalidades
• Unidades Ambulatoriais Especializadas
Atenção Psicossocial 
Estratégica
• SAMU 192
• UPA24h/salas de estabilização/portas hospitalares de atenção à urgência/pronto socorro
• UBS
Atenção de Urgência e 
Emergência
• Unidade de Acolhimento
• Serviço de Atenção em Regime Residencial – Comunidades Terapêuticas (CT´s)
Atenção Residencial 
de Caráter Transitório
• Unidade de Referência Especializada em Hospital Geral 
• Hospital Psiquiátrico Especializado
• Hospital dia.
Atenção Hospitalar
• Serviços Residenciais Terapêuticos
• Programa de Volta para Casa
Estratégias de 
Desinstitucionalização
• Iniciativas de geração de trabalho e renda, empreendimento solidário e cooperativa social
• Fortalecimento do Protagonismo de Usuários e Familiares
Estratégias de 
Reabilitação 
Psicossocial
4
Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF)
Os Nasfs são constituídos por equipes compostas por 
profissionais de diferentes áreas de conhecimento, que 
devem atuar de maneira integrada e apoiando os 
profissionais das equipes de Saúde da Família, das 
equipes de Atenção Básica para populações específicas 
(consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais etc.) e 
Academia da Saúde, compartilhando as práticas e 
saberes em saúde nos territórios sob a responsabilidade 
destas equipes, atuando diretamente no apoio matricial 
às equipes da(s) unidade(s) na(s) qual(is) o Nasf está 
vinculado.
Quais profissionais atuam?
Médico acupunturista, assistente social, profissional de educação física, farmacêutico, fisioterapeuta, 
fonoaudiólogo, médico ginecologista e obstetra, nutricionista, psicólogo, médico pediatra e geriatra, 
terapeuta ocupacional e outros.
5
O Ministério da Saúde publicou uma nota técnica 
(28/01/2020) que acaba com a obrigatoriedade de 
as equipes multidisciplinares estarem vinculadas 
ao modelo do Núcleo Ampliado de Saúde da 
Família e Atenção Básica (NASF-AB). Na prática, 
significa que os gestores municipais ficam 
livres para compor essas equipes da forma 
como quiserem, e não mais seguindo os 
parâmetros dessa iniciativa criada para 
ampliar o trabalho conjunto e integrado de 
profissionais de diferentes áreas do 
conhecimento na Saúde da Família. A mudança 
foi publicada na Nota Técnica nº 3 do 
Departamento de Saúde da Família, vinculado à 
Secretaria de Atenção Primária à Saúde do 
Ministério da Saúde. O texto diz ainda que, a 
partir de 2020, o Ministério não realizará mais o 
credenciamento de NASF-AB.
6
Discussão de casos
Atendimento 
conjunto ou não
Interconsulta
Construção conjunta 
de projetos 
terapêuticos
Educação 
permanente
Intervenções no 
território e na saúde 
de grupos 
populacionais e da 
coletividade
Ações intersetoriais
Ações de prevenção 
e promoção da 
Saúde
Discussão do 
processo de trabalho 
das equipes etc. 
São exemplos de ações de apoio desenvolvidas pelos profissionais dos NASF: 
7
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)
CAPS
São serviços de 
saúde de caráter 
aberto e 
comunitário que 
compõe a Rede de 
Atenção 
Psicossocial
Constituído por equipe 
multiprofissional que 
atua sob a ótica 
interdisciplinar
Atividades são 
realizadas 
prioritariamente em 
espaços coletivos, de 
forma articulada com 
os outros pontos de 
atenção da rede de 
saúde e das demais 
redes.
8
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)
9
CAPS I
Atende pessoas de todas as faixas etárias
Prioritariamente intenso sofrimento psíquico decorrente 
de transtornos mentais graves e persistentes
Relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras 
situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços 
sociais e realizar projetos de vida
Indicado para Municípios ou regiões de saúde com 
população ↑ de quinze mil habitantes
Modalidades de CAPS
10
CAPS II
Atende prioritariamente pessoas com intenso sofrimento 
psíquico decorrente de transtornos mentais graves e 
persistentes
Relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras 
situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços 
sociais e realizar projetos de vida
Indicado para Municípios ou regiões de saúde com 
população ↑ de quinze mil habitantes
Modalidades de CAPS
11
CAPS III
Atende prioritariamente pessoas com intenso sofrimento 
psíquico decorrente de transtornos mentais graves e 
persistentes
Relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras 
situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços 
sociais e realizar projetos de vida
Proporciona serviços de atenção contínua, com 
funcionamento 24h, incluindo feriados e finais de semana, 
ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno a 
outros serviços de saúde mental, inclusive CAPS AD
Indicado para Municípios ou regiões de saúde com 
população ↑ de cento e cinquenta mil habitantes
Modalidades de CAPS
12
CAPS AD
- Atende pessoas de todas as faixas etárias, que 
apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente do 
uso de crack, álcool e outras drogas
- Indicado para Municípios ou regiões de saúde com 
população ↑ de setenta mil habitantes.
Modalidades de CAPS
13
CAPS 
AD III
Atende pessoas de todas as faixas etárias que 
apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente do 
uso de crack, álcool e outras drogas.
Serviços de atenção contínua, com funcionamento 24 
horas, incluindo feriados e finais de semana, ofertando 
retaguarda clínica e acolhimento noturno.
Indicado para Municípios ou regiões de saúde com 
população ↑ de cento e cinquenta mil habitantes
Modalidades de CAPS
14
CAPS i
Atende crianças e adolescentes
Prioritariamente intenso sofrimento psíquico decorrente 
de transtornos mentais graves e persistentes
Relacionados ao uso de substâncias psicoativas, e outras 
situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços 
sociais e realizar projetos de vida
Indicado para municípios ou regiões de saúde com 
população ↑ de setenta mil habitantes
Modalidades de CAPS
15
CAPS 
AD IV
Atende adultos ou crianças e adolescentes, com quadros 
graves e intenso sofrimento decorrentes do uso de crack, 
álcool e outras drogas.
Serviços de atenção contínua, com funcionamento 
24horas, incluindo feriados e finais de semana; e ofertar 
assistência a urgências e emergências, contando com 
leitos de observação.
Indicado para Municípios ou regiões com população ↑
quinhentos mil habitantes e capitais de Estado.
Modalidades de CAPS
16
Atenção da Rede de Atenção Psicossocial na atenção de urgência e emergência
Os pontos de atenção de urgência e emergência são responsáveis, em seu 
âmbito de atuação:
• Pelo acolhimento, classificação de risco e cuidado nas situações de 
urgência e emergência das pessoas com sofrimento ou transtorno mental e 
com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.
O estigma do 
paciente 
QBU!
17
Equipe multiprofissional de atenção especializada em saúde mental (EMAE)
Objetivo
Prestar atenção multiprofissional em saúde 
mental, respondendo à necessidade de 
atendimento especializado identificado pela 
atenção básica, integrando-se aos demais 
serviços das redes de atenção à saúde, 
amparada nos comandos da lei 10.216 de 2001
18
Competências:
• I - ampliar o acesso à assistência em saúde mental para pessoas de todas 
as faixas etárias com transtornos mentais mais prevalentes, como 
transtornos de humor, dependência química e transtornos de ansiedade
• II - prestar assistência multiprofissional às pessoas com transtornos 
mentais moderados, encaminhados pela Atenção Básica;
• III - constituir preferencialmente referência regional para assistência 
ambulatorialespecializada em saúde mental;
• IV - trabalhar de maneira integrada com outros pontos de atenção das 
redes do SUS
• V - estabelecer articulação com demais serviços do SUS e com o Sistema 
Único de Assistência Social, de forma a garantir direitos de cidadania, 
cuidado transdisciplinar e ação intersetorial
Equipe multiprofissional de atenção especializada em saúde mental (EMAE)
19
Equipe multiprofissional de atenção especializada em saúde mental (EMAE)
Tr
ês
 ti
po
s:
Equipe Tipo I
01 médico especialista em psiquiatria ou médico com experiência em psiquiatria (total de 10 horas semanais)
01 psicólogo (30 horas semanais)
01 assistente social (30 horas semanais)
Equipe Tipo II
01 médico especialista em psiquiatria (total de 20 horas semanais)
02 psicólogos (total de 60 horas semanais)
01 assistente social (total de 30 horas semanais)
Equipe Tipo III
01 médico especialista em psiquiatria (total de 30 horas semanais)
02 psicólogos (total de 60 horas semanais)
01 assistente social (total de 30 horas semanais)
01 profissional de nível superior da área de saúde mental (total de 30 horas semanais)
20
Serviços Residenciais Terapêuticos
Moradias inseridas na comunidade 
destinadas a pessoas com 
transtorno mental, egressas de 
hospitais psiquiátricos e/ou 
hospitais de custódia que não 
possuam suporte financeiro, social 
e/ou laços familiares que permitam 
outra forma de reinserção
Espaço de moradia que garanta o 
convívio social, a reabilitação 
psicossocial e o resgate de 
cidadania do sujeito, promovendo 
os laços afetivos, a reinserção no 
espaço da cidade e a reconstrução 
das referências familiares.
https://www.youtube.com/watch?v=TDBOWM5qXNo
Assistir:
https://www.youtube.com/watch?v=TDBOWM5qXNo
21
Serviços Residenciais Terapêuticos
SRT TIPO I
Moradias destinadas a pessoas com 
transtorno mental em processo de 
desinstitucionalização, pessoas com 
internação de longa permanência que não 
possuem vínculos familiares e sociais.
Criação de um espaço de construção de 
autonomia para retomada da vida cotidiana 
e reinserção social. 
Deve acolher no máximo 10 (dez) 
moradores, não podendo exceder este 
número.
SRT TIPO II
Modalidade destinada àquelas pessoas 
com maior grau de dependência, que 
necessitam de cuidados intensivos 
específicos, do ponto de vista da saúde em 
geral, que demandam ações mais diretivas 
com apoio técnico diário e pessoal, de 
forma permanente.
Deve acolher no máximo 10 (dez) 
moradores, não podendo exceder este 
número.
22
Programa de Volta para Casa
Política pública de inclusão social que visa contribuir e 
fortalecer o processo de desinstitucionalização.
Provê auxílio reabilitação para pessoas com transtorno 
mental egressas de internação de longa permanência.
https://www.youtube.com/watch?v=gN37gwALY3M
https://www.youtube.com/watch?v=AJDKHPEfCgw
Assistir:
https://www.youtube.com/watch?v=gN37gwALY3M
https://www.youtube.com/watch?v=AJDKHPEfCgw
APOIO MATRICIAL -
MATRICIAMENTO
2
24
Modelo Brasileiro de 
Cuidados Colaborativos
Busca modificações nas relações entre níveis hierárquicos nos 
sistemas de saúde
Nele, o especialista se integra organicamente a várias equipes que 
necessitam de seu trabalho especializado
Objetiva, além da assistência, um espaço de intercâmbio sistemático 
de conhecimentos entre as várias especialidades e profissões
Matriciamento
25
O Matriciamento de Saúde Mental
As funções do Matriciamento:
Integrar a 
Assistência na 
Atenção 
Primária com a 
Atenção 
Especializada
Espaço de 
Educação 
Continuada
Oferecer 
Suporte á 
Equipe
Construir 
abordagens de 
saúde mental na 
atenção 
primária, 
inclusive as de 
caráter 
interdisciplinar
Construir um 
Novo Olhar, 
incorporando o 
olhar do Outro
Matriciamento não é:
Encaminhamento ao especialista
Atendimento individual pelo profissional de saúde mental
Intervenção psicossocial coletiva realizado apenas pelo 
profissional de saúde mental
27
Ações de Matriciamento em Saúde Mental
Promoção e Prevenção em saúde mental
Atenção colaborativa (discussão de casos, consulta conjunta) –
Educação permanente
Auxílio à realização de grupos e oficinas
Abordagem e cuidado a Famílias de Risco
Cuidados individuais - limitado
Apoio à equipe (apoio institucional)
Aumento da Qualidade de Vida
28
Princípios do Matriciamento
Responsabilidade 
territorial /
Epidemiológica
Interdisciplinaridade
Clínica ampliada 
focada na pessoa / 
Abordagem centrada 
na pessoa
Projeto 
Terapêutico 
Singular
Projeto Coletivo 
do Território
29
Resolubilidade Específica da ESF no Campo da Saúde Mental
A
bo
rd
ag
em
 C
en
tr
ad
a 
na
 P
es
so
a Intervenções Terapêuticas de Apoio: Escuta
Abordagem de Famílias em Situação de Risco
Diagnosticar e Tratar Transtornos Mentais Comuns
Apoiar o cuidado e adesão dos TMG ao tratamento da 
Saúde Mental
Urgência
Atividades de Grupo e Oficinas
Enfrentando o alcoolismo e drogas: detecção, intervenção 
breve, entrevista motivacional e Redução de Danos
Trabalho Comunitários
30
Horizantalização
Campos e Domitti, 2007; Cunha e Campos, 2011
Na horizontalização decorrente do processo de matriciamento, o sistema de 
saúde se reestrutura em dois tipos de equipes: 
Equipe de 
referência
Equipe de 
apoio 
matricial
Quais são os profissionais matriciadores em 
saúde mental na atenção primária?
Psiquiatras Psicólogos
Terapeutas 
ocupacionais
Fonoaudiólogos
Assistentes 
sociais
Enfermeiros de 
saúde mental
32
Supervisor Clinico-Institucional do CAPS
Apoiar a organização do CAPS para o trabalho com a ESF no território.
33
Evidenciou-se que os supervisores utilizaram algumas ferramentas de trabalho na 
implementação das propostas de supervisão:
[...] a coleta destes dados possibilita estabelecer diálogos e, dentro da perspectiva do SUS, fazer 
girar todos eles [...].
A 'experiência cotidiana na saúde coletiva' também foi mencionada como importante para os 
supervisores no sentido de ter o conhecimento das demandas apresentadas no SUS para além 
dos consultórios particulares:
[...] para ser supervisor tem que ter experiência de trabalho institucional e SUS, não 
necessariamente em CAPS, o próprio trabalho em hospital, na universidade, enfim, porque é de 
relações que se trata, de algum tipo específico de laço social que está ali fundado e que, apenas o 
saber acadêmico não vai dizer o que é [...].
Fonte: SILVA, Gilson Mafacioli da et al . O processo de trabalho na supervisão clínico-institucional nos Centros de Atenção Psicossocial 
(CAPS). Rev. latinoam. psicopatol. fundam., São Paulo , v. 15, n. 2, p. 309-322, June 2012 . https://doi.org/10.1590/S1415-
47142012000200007.
Resultados do estudo “O processo de trabalho na supervisão clínico-institucional nos CAPS
34
A maioria dos sujeitos afirmou que conduz o processo de supervisão com uma postura mais flexível, 
fundamentada no momento em que as equipes se encontravam, como revela a fala a seguir:
[...] eu costumo ter um planejamento, não rígido, nas direções de trabalho para cada encontro, 
possibilidades de propostas, de dispositivos para facilitar, que circule a palavra entre a equipe. Mas 
normalmente, como que eu acho que deve acontecer em todas as situações, sempre vai ser diferente do 
que tu planejas, seja por uma administração do tempo, seja porque tu precisas assinalar mais um tópico 
do que outro [...]
Foi considerado que intervenções em ato podem ser necessárias. Isto dependerá da confiança, do vínculo 
e da transferência existentes. Fazer a devolução do que foi trazido pela equipe e daquilo que pareceu ser 
indispensável das falas, também foi proposto por alguns supervisores:
[...] a presença do supervisor pode autorizar as pessoas a falarem e a disputarem certas concepções, 
permitindo a construção de um entre saberes, que é um saber a mais, que opere cuidado, saúde e 
contribua na produção de um saber do próprio usuário sobre si [...].
Fonte: SILVA, Gilson Mafacioli da et al . O processo de trabalho nasupervisão clínico-institucional nos Centros de Atenção Psicossocial 
(CAPS). Rev. latinoam. psicopatol. fundam., São Paulo , v. 15, n. 2, p. 309-322, June 2012 . https://doi.org/10.1590/S1415-
47142012000200007.
Resultados do estudo “O processo de trabalho na supervisão clínico-institucional nos CAPS
35
A 'escuta e a palavra' como recursos operativos para a supervisão foram citadas por todos os 
supervisores como ferramentas imprescindíveis:
[...] A supervisão é especialmente uma escuta do grupo que trabalha, cada um na sua especificidade 
[...], na sua linguagem, no seu imaginário e que é um grupo heterogêneo e que nem sempre entende o 
sujeito da mesma forma, o mesmo fenômeno da mesma forma e, justamente por isso, precisa se 
escutar entre si. [...]
Alguns supervisores sugeriram leituras específicas e complexas que funcionaram como obstáculos 
para a equipe e não favoreceram o sucesso desta proposta. A fala abaixo contextualiza tais 
proposições:
[...] a supervisão tem que permitir que a equipe reconheça o momento em que se encontra, que tipo de 
construção, que tipo de assimilação dos conceitos que tem e onde eles podem buscar aprofundar. 
Permitir um aprofundamento desde que seja uma questão para eles e não algo que é somente imposto 
[...].
Fonte: SILVA, Gilson Mafacioli da et al . O processo de trabalho na supervisão clínico-institucional nos Centros de Atenção Psicossocial 
(CAPS). Rev. latinoam. psicopatol. fundam., São Paulo , v. 15, n. 2, p. 309-322, June 2012 . https://doi.org/10.1590/S1415-
47142012000200007.
Resultados do estudo “O processo de trabalho na supervisão clínico-institucional nos CAPS
36
Dois entrevistados, ao identificarem dificuldades com temas específicos para trabalhar determinada 
necessidade do grupo, utilizaram como estratégia o convite a outro profissional com mais experiência 
nestas questões, o que teve resultado positivo junto à equipe:
[...] existia a ideia de se convidar algumas pessoas para fazer alguns seminários [...] não é porque tu 
fazes trabalho de supervisão, que tu vais dar conta do todo [...]
A equipe pode se referenciar em si, ou seja, no que ela já tem de conhecimento acumulado para que 
não se construa uma relação de dependência com o supervisor clínico-institucional.
[...] Problematizar permite emergir como é que a equipe está entre ela, com o usuário, com a rede.
[...] Diferentes concepções podem ser conjugadas numa mesma equipe, sem homogeneizar o 
conhecimento. Muitas vezes, as pessoas não têm o significado claro do que sabem, sobre o que 
pensam ou o porquê pensam de determinada maneira [...]
Fonte: SILVA, Gilson Mafacioli da et al . O processo de trabalho na supervisão clínico-institucional nos Centros de Atenção Psicossocial 
(CAPS). Rev. latinoam. psicopatol. fundam., São Paulo , v. 15, n. 2, p. 309-322, June 2012 . https://doi.org/10.1590/S1415-
47142012000200007.
Resultados do estudo “O processo de trabalho na supervisão clínico-institucional nos CAPS
37
Apoio Matricial e Equipes de Referência
• A composição da equipe de referência e a criação de especialidades em apoio matricial 
buscam criar possibilidades para operar-se com uma ampliação do trabalho clínico e do 
sanitário, já que se considera que nenhum especialista, de modo isolado, poderá 
assegurar uma abordagem integral.
• O apoiador matricial é um especialista que pode agregar recursos de saber e mesmo 
contribuir com intervenções que aumentem a capacidade de resolver problemas de 
saúde da equipe responsável pelo caso. 
• O apoio matricial procura construir e ativar espaço para comunicação ativa e para o 
compartilhamento de conhecimento entre profissionais de referência e apoiadores.
• Equipe e os Profissionais de Referência são aqueles que têm a responsabilidade pela 
coordenação e condução de um caso individual, familiar ou comunitário.
Campos e Domitti, 2007; Cunha e Campos, 2011
38
Formulação Diagnóstica Multiaxial
Sintomas mentais e transtornos mentais
Estilo de personalidade
Transtornos de personalidade e do desenvolvimento
Problemas de saúde em geral
Avaliação de incapacidade
Problemas sociais
39
Uma das importâncias de um diagnóstico 
amplo que não fica somente centrado no 
componente biológico ou nosológico é 
justamente potencializar o que pode ser 
feito dentro da atenção primária, sem 
esquecer, é claro, dos cuidados que 
podem ser ofertados por outras esferas de 
atenção, caso sejam necessárias.
O matriciador deve estimular a equipe da 
APS a refletir sobre como deverá ser o 
Plano Terapêutico Singular (PTS).
• Abordagens biológica e 
farmacológica
• Abordagens psicossocial e 
familiar
• Apoio do sistema de saúde
• Apoio da rede comunitária
• Trabalho em equipe: quem 
faz o quê?
Formulação do PTS:
CAIXA DE 
FERRAMENTAS PARA O 
APOIO MATRICIAL EM 
SAÚDE MENTAL
3
41
42
Consulta Compartilhada
Não invalida a discussão de casos clássica, mas é melhor que ela – pois não se centra na 
questão de quem vai cuidar pois define um cuidado colaborativo
Promove o compartilhamento de saberes e o estreitamento de laços entre as equipes
Atendimentos conjuntos multiprofissionais e interdisciplinares
43
Etapas de uma Consulta Conjunta
Contato prévio entre as equipes
Discussão antes do atendimento
Explicando o modelo ao usuário
Solicitando permissão
Realização da consulta
44
Visita Domiciliar Conjunta
• Os CAPS e as equipes de saúde da família competentes realizam, com regularidade, visitas domiciliares 
a usuários que, por diversas razões – em especial, dificuldade de deambulação ou recusa –, não podem 
ser atendidos nas unidades de saúde. No entanto, o foco das equipes de saúde mental e de saúde da 
família costuma diferir quando em ação no domicílio do paciente.
• As equipes dos CAPS, em geral, fazem o seguimento domiciliar de pacientes portadores de transtornos 
mentais graves e persistentes, comumente de maior gravidade, o que acentua um caráter quase 
terciário a esse tipo de atendimento e um papel importante do psiquiatra. 
• Visitas domiciliares de outros profissionais também acontecem, mas costumam ter um escopo mais 
delimitado.
Em situações típicas, a visita domiciliar das equipes do CAPS também inclui: 
Terapeutas ocupacionais para a 
discussão de atividades de vida 
diária com o usuário e seus 
familiares
Assistentes sociais para 
atuação quanto à garantia de 
direitos
45
Intervenções Interdisciplinares
Faltam novas 
tecnologias 
leves
Buscar novas 
formas de 
resolver 
velhos 
problemas 
sem solução 
tradicional
46
Intervenções Comunitárias
Criando alianças e ações no 
território
Terapia comunitária
Grupos de Convivência
Fortalecendo as ações da 
população
47
Estratégias pedagógicas
Práticas dialógicas, evitando tanto a inquisição quanto a palestra
Auto-educação: o matriciador deve procurar aumentar seu 
conhecimento sobre APS e a ESF
Fazer uma coletânea de textos (compreensíveis para os 
profissionais extra-saúde mental) que possam complementar o que 
é discutido nos matriciamentos nos temas relevantes
48
Pactuação com os diversos atores sobre o perfil de pacientes para cada esfera
Sensibilização do gestor local sobre o funcionamento da estratégia: a saúde 
mental é complexa e tende a ser posta de lado
Estudo cuidadoso do território e suas particularidades geográficas e 
epidemiológicas
Facilitação de contato (telefone e carro) e de cuidado (acesso)
Organização da Rede
49
Caso 1
Maria é uma mulher de 50 anos, casada, com dois filhos, 
dona de casa. É dependente de álcool há 20 anos. Toda sua 
família usa álcool socialmente. Além de dependência 
alcoólica, ele tem cleptomania, o que dificulta o convívio 
com os familiares. Seu marido, na tentativa de protegê-la, a 
tranca em casa quando sai. A família, quando os visita, bebe 
em sua companhia, e tranca todos os pertences com medo 
de serem roubados. Sua família deseja interná-la, e ela se 
recusa, pois já foi internada uma vez, e tem as piores 
lembranças dos dias de internamento.Maria quer se tratar, mas não sabe como!!
A vizinha procura a unidade de saúde e conta à enfermeira toda essa situação. Após reunião de equipe na 
ESF, decidem convocar a psicóloga do CAPS para matriciar esse caso, e pensarem em conjunto o que 
fazer. 
Quais as possíveis estratégias?
50
Caso 2
Antonio é um homem de 55 anos, divorciado, desempregado (vivia 
fazendo bicos), sofreu um acidente há um ano e meio de moto e 
ficou tetraplégico. Hoje, sua filha que é enfermeira, cuida do pai. A 
relação dos dois sempre foi conflituosa. Antonio, depois de um ano 
do acidente conseguiu a aposentadoria por invalidez, e tem um 
home care custeado pela prefeitura. Apesar de ter uma equipe 
multiprofissional cuidando dele, sua filha está descontente, e 
procura a unidade de saúde da família solicitando apoio, pois o pai 
tem se negado a receber alimentos e medicação, e ainda tem 
contado histórias mentirosas, que ela acredita ser falta de caráter, 
ou que ele está com espíritos maus. 
A filha procura a unidade porque lhe foi aconselhado por uma amiga que seu pai passasse por outro 
psicólogo, mas ela não acredita muito que um psicólogo possa ajudar. Ela se estressa por acreditar que faz 
tudo pelo pai, e que ele tem todas as condições possíveis, e que ele não tem motivos para negar o 
tratamento. A filha já foi diagnosticada como depressiva, mas abandonou o tratamento. O marido da filha 
diz que ela é hipocondríaca, e que precisa de tratamento psicoterapêutico ou outro, mas não medicamento, 
uma vez que ela sempre abandona o tratamento. O psicólogo do home care diz que Antonio não tem nada; e a 
filha acredita que o pai engana o psicólogo, fazendo-o de bobo. Quais as possíveis estratégias?
ATUAÇÃO DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM RELAÇÃO AO 
PORTADOR DE TRANTORNO MENTAL 
“Existe uma fragmentação na rede de atenção para com os portadores de 
transtorno mental, devido à dificuldade de acesso deles aos demais serviços de 
saúde, pela perspectiva que alguns profissionais veem que estes usuários 
precisam estar inseridos apenas nos CAPS. (Enfermeira)”
“Penso que haja pouca atuação e quando existe ela se da é de forma precária, 
preconceituosa e sem informação. (Psicóloga)”
“Existe uma fragmentação na rede de atenção para com os portadores de 
transtorno mental, devido a dificuldade de acesso deles a outros espaços e 
estabelecimentos de saúde, pela perspectiva que alguns profissionais veem que 
estes usuários precisam estar inseridos apenas nos CAPS. (Médico)”
▸ Estudo de Autoria: FONSECA; G. G. (2018)
Fonte:
ESTRATÉGIA FACILITADORA DO CUIDADO
“O matriciamento é de grande importância para o nosso dia a dia, 
precisamos encaminhar e receber usuários para outros serviços, o 
matriciamento permite que haja compartilhamento de cuidado 
entre os serviços... (Enfermeira)”
“O matriciamento entende o usuário na sua totalidade 
oportunizando um cuidado integral. (Assistente Social)”
▸ Estudo de Autoria: FONSECA; G. G. (2018)
Fonte:
HABILIDADE PARA REALIZAR MATRICIAMENTO
“Primeiramente, conhecer a rede, os profissionais que 
trabalham nos serviços, saber trabalhar em rede...” 
(Psicóloga)
“Conhecimento da área, equipe de referencia, conhecimento 
sobre o tema, interação entre as equipes, comunicação 
entre a rede...” (Assistente Social)
▸ Estudo de Autoria: FONSECA; G. G. (2018)
Fonte:
DIFICULDADES PARA IMPLEMENTAR MATRICIAMENTO
“O distanciamento entre as equipes, o excesso de demanda, 
as condições de trabalho e rotatividade de funcionários. 
(Assistente Social)”.
“Excesso de pacientes nos CAPS, excesso de atividades das 
equipes, pouca qualificação. (Médico)”.
“Pouca participação da equipe na unidade a ser realizado o 
matriciamento, poucos membros na equipe, falta de 
estrutura. (Psicóloga).”
▸ Estudo de Autoria: FONSECA; G. G. (2018)
Fonte:
55
AMARANTE, P. Saúde Mental e Atenção Psicossocial. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007.CAMPOS, G.W.S.; 
DOMITTI, A.C. Apoio matricial e equipe de referência: uma metodologia para a gestão do trabalho 
interdisciplinar em saúde. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 2, p , fev/2007.
BRASIL. Guia prático de matriciamento em saúde mental / Dulce Helena Chiaverini (Organizadora) ... 
[et al.]. [Brasília, DF]: Ministério da Saúde: Centro de Estudo e Pesquisa em Saúde Coletiva, 2011.
CUNHA, G. T.; CAMPOS, G. W. S. Apoio Matricial e Atenção Primária em Saúde. Saúde e Sociedade. 
São Paulo, v.20, n.4, p , 2011.Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento 
de Atenção Básica. Núcleo de Apoio à Saúde da Família. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
Referências
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