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Contestação ação indenizatória

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 2º VARA CÍVEL DA COMARCA DE MOSSORÓ-RN.
Autos nº: (...) 
Empresa Max, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº (...), com sede na Rua (...), nº (...), (bairro), (CEP), (cidade) – (estado), por seu representante legal (Nome) (Sobrenome), por intermédio de seu advogado, no uso de suas atribuições institucionais, inscrito na OAB/UF (...), com endereço profissional na Rua (...), nº (...), (bairro), (CEP), (cidade) – (estado), conforme consta na procuração anexa (doc. 2), vem, respeitosamente, com fulcro no art. 336 do CPC, apresentar Contestação à Ação Indenizatória por Danos Morais e Materiais, proposta por Juliana (Sobrenome), já qualificada nos autos em epígrafe, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
 
I – Síntese dos autos
In casu, tem-se que a autora ingressou uma Ação Indenizatória por Danos Morais e Materiais contra a empresa Max – ora ré – em virtude de um infortúnio sofrido por esta após cair da varanda, perdendo a mobilidade das pernas, bem como necessitando de internamento e gastos médicos. A autora alega que a responsabilidade do seu acidente foi da empresa ré, que colocou uma grade na sua varanda.
Acontece, Excelência, que a ré informou – por intermédio de um funcionário – que após a instalação da grade, a autora deveria ter cautela, fazendo-se necessário o aguardo de 24 horas para a efetiva fixação da grade. Não obstante, a empresa isolou a área, a fim de que ninguém se apoiasse na grade, conforme atesta o doc. 3. Portanto, a autora descumpriu as recomendações que lhe foram efetivamente passadas, causando o trágico ocorrido.
Por fim, a parte autora postulou pelos benefícios da Justiça Gratuita, pelo valor de R$ 2.000.00,00 (Dois milhões de reais) a título de danos morais, danos materiais e pensão vitalícia. Tais pedidos são controversos, como será demonstrado posteriormente. 
II – Preliminarmente 
	Excelência, o Código Processual Civil em seu art. 337 dispõe que o réu antes de adentrar o mérito deverá alegar eventuais defeitos processuais. No caso em tela, a autora ao propor essa demanda, errou ao postular pelos benefícios da Justiça Gratuita, uma vez que a autora é médica perita concursada e percebe como remuneração bruta o valor superior a R$ 20.000,00, como demostra o doc. 4. Assim, vislumbra-se ferimento direto ao disposto no inciso XIII do art. 337 do CPC. 
Requer, portanto, o acolhimento da preliminar dilatória da indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça, devendo a autora recolher as custas ou, subsidiariamente, comprovar seu estado de miserabilidade. Em caso de inépcia da autora, postula-se pela extinção do feito sem resolução do mérito.
III – Do mérito
Excelência, conforme já descrito na síntese dos autos, a parte ré avisou para a autora que deveriam haver cuidados a serem tomados após a instalação da grade. Porém, a autora indo contrária aos alertas da empresa, sofreu o triste acidente. 
Pois bem.
Conforme prevê o artigo 186 do Código Civil, quem viola direito e causa dano a outrem, seja por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, comete ato ilícito. Como no caso em tela há a comprovação de que a empresa tomou o cuidado de advertir a autora sobre os riscos de debruçar-se na grade (doc. 4), fica evidente que não contribuiu para o acidente, muito pelo contrário, incumbiu-se de tentar evitá-lo previamente. Assim, não há o que se falar em cometimento de ato ilícito por parte da empresa ré, mas sim em culpa exclusiva da vítima.
Nesse ínterim, embora a empresa esteja envolvida no dano, ela estará isenta do dever de indenizar quando o evento aconteça independentemente de sua contribuição, isto é, se em nada contribuiu para que o dano ocorresse.
Ainda, tem-se uma relação de consumo, como será demonstrada a seguir.
A despeito da empresa ré configurar como fornecedora, o art. 3° do CDC prevê que fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Já o art. 2º do CDC preceitua o consumidor como toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Ou seja, aplicando o artigo ao caso concreto, observa-se que o disposto encaixa-se ao perfil da autora, tendo em vista que esta comprou a grade para uso próprio. 
Assim, demonstrada a relação de consumo, o art. 12, § 3º do CDC prevê que o fabricante não será responsabilizado quando provar a culpa exclusiva do consumidor.
Subsidiariamente, caso não reconhecida a culpa exclusiva da vítima/consumidor, requer-se o reconhecimento de culpa concorrente, ou seja, que haja entendimento que a vítima concorreu culposamente para o evento danoso, como preceitua o art. 945 do CC. 
Por fim, postula-se pela minoração do valor requerido de R$ 2.000.00,00 (Dois milhões de reais) de danos morais. Tal pedido não merece prosperar, isso porque o art. 944 do Código Civil dispõe que indenização se dará proporcional a extensão do dano e o valor pretendido pela autora está além daquele definido pelos tribunais.
Ainda, sobre a pensão vitalícia e o pedido de danos materiais, entende a ré não ser devido tais valores, eis que demanda pelo reconhecimento da culpa exclusiva da vítima e a consequente excludente responsabilização da empresa
IV – Considerações finais
Ex positis, requer-se:	
1. O acolhimento da preliminar de da indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça, para fins de regularização do feito, ou, em caso de inépcia da autora, a extinção sem a resolução do mérito.
1. No mérito requer pela improcedência pelos pedidos de danos materiais e morais e, subsidiariamente, que haja minoração do valor.
1. O reconhecimento da relação de consumo, bem como da culpa exclusiva da vítima e, subsidiariamente, o reconhecimento da culpa concorrente;
1. Impugnação dos documentos juntados pelo autor, além da juntada dos novos documentos trazidos pela parte ré.
1. Produção de todas as provas admitidas em direito.
1. Condenação do autor nas custas e honorários de advogado.
Nestes termos, pede deferimento.
(Cidade), (data).
Advogado OAB/UF nº (...)

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