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14 - RESPONSABILIDADE SOCIAL ÉTICA E GESTÃO DOS SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS

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RESPONSABILIDADE SOCIAL – ÉTICA E GESTÃO DOS SERVIÇOS 
ODONTOLÓGICOS 
RESPONSABILIDADE SOCIAL 
A responsabilidade social em gestão dos serviços em saúde, preconiza-se romper com as 
práticas tradicionais na assistência, voltadas para processos biológicos, redirecionando o 
enfoque para o processo de determinação social da saúde, em uma configuração do 
trabalho com condições legais para atuação multidisciplinar, capaz de estabelecer 
conexões entre os conhecimentos de uma profissão e os de outra, com a finalidade de 
atuação em novas práticas sem excluir a identidade de cada um. 
Pode-se com o objetivo de formular alguns atributos requeridos deste cirurgião-dentista, 
para a atuação clínica ampliada e a intervenção familiar e comunitária, com ênfase na 
Promoção de Saúde, ou seja, deste profissional que o Brasil e outras nações atualmente 
buscam produzir a capacidade de entender os determinantes socioambientais do processo 
saúde-doença e das iniquidades em saúde bucal, bem como de fatores de risco em geral, 
incluindo os biológicos; e, a preparação para a prática profissional que ultrapassa o campo 
clínico, incluindo as ciências humanas, sociais e comportamentais. 
 
RESPONSABILIDADE LEGAL 
A responsabilidade profissional na Odontologia pode ser entendida como obrigação de 
ordem penal, civil, ética e administrativa a que está sujeito o cirurgião-dentista, no exercício 
profissional, quando resultado de uma imperícia, imprudência ou negligência. 
Referente à legislação vigente que rege a Odontologia, fundamentamos o presente 
trabalho principalmente nos Códigos de Defesa do Consumidor (CDC), Lei 8.078 de 11 de 
setembro de 1990 que, na sua abrangência, aplica-se na maioria das situações clínicas, 
caracterizadas pela relação cirurgião-dentista/paciente como prestador de serviço e 
consumidor respectivamente; e o Código Civil (CC) Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, 
que estabelece a conduta do profissional na sociedade. 
A responsabilidade civil decorre da obrigação de reparação ou de ressarcimento do dano 
causado a outrem (Art. 186, 187 - CC). Ao cirurgião-dentista que, no exercício profissional, 
por negligência, imperícia ou imprudência causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, 
causar-lhe lesão ou inabilitá-lo para o trabalho, cabe o dever de indenizá-lo (Art. 951- CC). 
Porém, para que se concretize a responsabilidade civil, devem existir no mínimo três 
elementos: a culpa, o dano e o nexo causal entre esses. 
O CDC obriga o cirurgião-dentista reparar defeitos nos serviços prestados ao paciente, se 
estes apresentarem danos em nexo causal ao serviço. Por isso, o esclarecimento do 
tratamento e a obtenção do consentimento do paciente previamente ao início da 
prestação do serviço, são previstos no artigo 39, incisos IV e VI. Tudo isso é um meio de 
proteger o consumidor, no caso o paciente, pois o mesmo não é capaz de avaliar 
corretamente os serviços que está adquirindo. 
O Art. 14 do CDC, diz respeito aos direitos básicos do consumidor, no qual “o fornecedor de 
serviços responde, independentemente à existência de culpa, pela reparação dos danos 
causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, bem como por 
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua função ou risco”. Já o parágrafo 4 do 
mesmo artigo, relata que a responsabilidade profissional dos profissionais liberais “será 
apurada mediante a verificação de culpa”. 
No que tange à prestação de serviço, o Art. 31, do CDC, destaca que: “a oferta e 
apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, 
precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, 
quantidades, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros 
dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segu rança dos consumidores”. 
Sempre, ao começar um tratamento odontológico, o paciente e o profissional firmam entre 
si um contrato, pelo qual ambos se comprometem com direitos e deveres, para que seja 
realizado o tratamento. Assim, esse contrato estabelecido, nada mais é que a união do 
cirurgião-dentista com o paciente, resultando em um acordo de vontades baseado na 
confiança mútua, tendo força obrigatória, e formando-se, em princípio, pelo consentimento 
das partes, segundo o princípio da autonomia. 
No novo modelo de prontuário sugerido pela comissão especial do Conselho Federal de 
Odontologia, o contrato é caracterizado como um documento suplementar, ou seja, é 
aquele que poderá ser elaborado no atendimento do paciente em situações especiais, 
diferentemente dos documentos fundamentais, os quais deverão ser preenchidos em todo 
e qualquer atendimento ao paciente e constituirão a ficha clínica. Esses documentos são a 
identificação do paciente e do profissional, a anamnese, o exame clínico, o plano de 
tratamento, a evolução e intercorrências do tratamento. 
A conscientização da sociedade brasileira sobre os seus direitos deu-se por meio da mídia, 
que tem dedicado grande espaço ao chamado “erro médico” e também pelo advento do 
Código de Defesa do Consumidor. Por isso, o cirurgião-dentista deve estar acompanhado 
de medidas de salvaguarda, destacando a documentação clínica como uma das mais 
efetivas para proteger o profissional contra reclamações que podem ser infundadas e, 
algumas vezes, até fantasiosas. 
A documentação odontológica ou prontuário odontológico é uma coleção de 
documentos produzida pelo profissional, com finalidades diagnóstica e terapêutica, onde 
são registradas as informações inerentes à saúde bucal e geral dos pacientes. O registro e 
arquivamento correto desses documentos proporcionam, ao cirurgião-dentista, a 
possibilidade de contribuir com a justiça nos casos de identificação humana e como 
elemento de prova essencial nos processos éticos, administrativos, civis e penais contra os 
cirurgiões-dentistas. 
Segundo recomendação do Conselho Federal de Odontologia, além da obrigatoriedade 
prevista em legislação sanitária, o registro em simples ficha clínica deve, hoje, estender-se 
a um prontuário clínico do paciente em que se incluam desde a anamnese até o completo 
registro, e toda documentação pertinente ao caso. 
 
RESPONSABILIDADE ÉTICA 
A Intervenção de modo respeitoso, com forte fundamentação ética, sobre a dinâmica da 
vida e da comunidade, já que como profissional de saúde, o cirurgião-dentista pode ter 
influência decisiva sobre as pessoas, devendo atuar como um transformador social em sua 
comunidade de atuação; 
A Odontologia tem como premissa ser uma profissão que se exerce em benefício da saúde 
do ser humano e da coletividade. Nesse sentido, a natureza personalíssima da relação 
paciente/profissional, considerados os princípios estabelecidos no Código de Ética, reafirma 
a peculiaridade que reveste a prestação de tais serviços, diferentes, portanto, das demais 
prestações, bem como da atividade mercantil. 
o relacionamento cirurgião-dentista e paciente requer cuidados essenciais e deve ir além 
do agendamento, da consulta e das perguntas protocolares. Afinal, existe ali um ser 
humano, em toda a sua complexidade de sentimentos e suas diversas dimensões: biológica, 
psicológica, social e espiritual 
O atendimento correto deve ser individualizado e realizado com sensibilidade para 
entender e conhecer a realidade do paciente, ouvindo suas queixas, anseios, necessidades 
e levando em consideração a sua história, a fim de encontrar o melhor caminho para 
atendê-lo da forma mais completa possível. Confiança: essa palavra deve definir a relação 
e ela deve ser conquistada desde o agendamento da consulta até o fim do tratamento, 
claro, sempre associada ao conhecimento técnico, que é fundamental para a satisfação e 
fidelização do paciente. 
De acordo com o código de Ética odontológica, capítulo V, artigo 11, o que constitui 
infração ética no relacionamento com paciente: - discriminar o serhumano de qualquer 
forma ou sob qualquer pretexto; 
aproveitar-se de situações decorrentes da relação profissional/paciente para obter 
vantagem física, emocional, financeira ou política; 
 
• Exagerar em diagnóstico, prognóstico ou terapêutica; 
• Deixar de esclarecer adequadamente os propósitos, riscos, custos e alternativas do 
tratamento; 
• Executar ou propor tratamento desnecessário ou para o qual não esteja capacitado; 
• Abandonar paciente, salvo por motivo justificável, circunstância em que serão 
conciliados os honorários e em que deverá ser informado ao paciente ou responsável 
legal sobre a necessidade da continuidade do tratamento; 
• Deixar de atender paciente que procure cuidados profissionais em caso de urgência, 
quando não haja outro cirurgião-dentista em condições de fazê-lo; 
• Desrespeitar ou permitir que seja desrespeitado o paciente; 
• Adotar novas técnicas ou materiais que não tenham efetiva comprovação científica; 
• Iniciar qualquer procedimento ou tratamento odontológico sem o consentimento 
prévio do paciente ou do seu responsável legal, exceto em casos de urgência ou 
emergência; 
• Delegar a profissionais técnicos ou auxiliares atos ou atribuições exclusivas da profissão 
de cirurgião-dentista; 
• Opor-se a prestar esclarecimentos e/ ou fornece relatórios sobre diagnósticos e 
terapêuticas, realizados no paciente, quando solicitados pelo mesmo, por seu 
representante legal ou nas formas previstas em lei; 
• Executar procedimentos como técnico em prótese dentária, técnico em saúde bucal, 
auxiliar em saúde bucal e auxiliar em prótese dentária, além daqueles discriminados 
na Lei que regulamenta a profissão e nas resoluções do conselho Federal; e, 
• Propor ou executar tratamento fora do âmbito da odontologia.

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