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Eletiva 2 - Apostila (21)

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PREPARATÓRIO PARA OAB
Professora: Dra. Claudia Tristão
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL
Capítulo 9 Aula 1
CASAMENTO
Coordenação: Dr. Flávio Tartuce
01
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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INTRUDUÇÃO
1 Noções de Direito de Família
2 Conteúdo do Direito de Família
3 Natureza do Direito de Família
DIREITO DE FAMÍLIA
CONCEITO: No antigo Código Civil, Clóvis Beviláqua conceituou o Direito de Família como o "complexo 
dos princípios que regulam a celebração do casamento, sua validade e os efeitos que dele resultam as 
relações pessoais e econômicas da sociedade conjugal, a dissolução desta, as relações entre pais e filhos, o 
vínculo de parentesco e os institutos complementares da tutela, curatela e ausência". 
Conceito este desatualizado, pois o legislador, no Código revogado, não disciplinou a família dita como 
"ilegítima", ou seja, derivada do concubinato. 
O concubinato era mencionado somente para permitir aos cônjuges o reconhecimento do filho adulterino 
nascido depois do fim do casamento, se o filho nascesse durante o matrimônio, o seu reconhecimento era 
feito por testamento cerrado (Lei nº 883 de 21.10.49). Já com relação aos filhos incestuosos, era 
expressamente proibido o seu reconhecimento (artigo 358, revogado pela Lei nº 7.841/89).
FAMÍLIA
CONCEITO: Ensina Sílvio Rodrigues que a família é formada por todas aquelas pessoas ligadas por vínculo 
de sangue, ou seja, provindas de tronco ancestral comum abrangendo os consangüíneos em linha reta e os 
colaterais sucessíveis até o quarto grau. Restringindo mais o seu conceito, constitui a família, o conjunto 
formado de pessoas compreendido pelos pais e sua prole.
Já, para Caio Mário da Silva Pereira a família não tem suas normas somente no Direito Civil, e que tem regras 
de ordem sentimental e social, compartilhando o pensamento adotado por Rodrigo da Cunha Pereira, que 
identifica a família "como estruturação psíquica, onde cada um de seus membros ocupa um lugar, uma 
função. Lugar do pai, lugar da mãe, lugar dos filhos, sem, entretanto estarem necessariamente ligados 
biologicamente", e mais, que a família como organismo ético e social, tem na religião, na moral e nos 
costumes característica psíquica.
Desses conceitos podemos extrair a idéia de que a entidade familiar envolve um conjunto de características 
de natureza social (planejamento familiar fundado nos princípios da dignidade humana e da paternidade 
responsável artigo 226, § 7º, da CF/88), moral (reconhecimento de paternidade, dever de alimentos 
perante os ascendentes e descendentes etc) e patrimonial (regime de bens, direitos sucessórios entre outros).
A entidade familiar, amplamente tutelada pelo Estado, se apresenta e se desenvolve como a união entre o 
homem e a mulher configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo 
Aula 1
02
de constituição de família. 
Não podemos esquecer da família monoparental formada por qualquer um dos pais e seus descendentes, 
independente da natureza da filiação.
CONTEÚDO: A Constituição de 1988, no artigo 226, diz que a família, base da sociedade, tem especial 
proteção do Estado e que, o casamento é uma das formas de estabelecimento da família, porém, não a 
única, visto que no § 4º, conceitua a família monoparental e, nos §§ 3º e 5º estabelece que a sociedade 
conjugal poderá ser formada também pela união estável.
PERSONALIDADE JURÍDICA DA FAMÍLIA: A família seja considerada sociedade de fato, monoparental ou 
conjugal, dentre os doutrinadores mencionados, não foi possível firmar um conceito único sobre sua 
natureza jurídica, pois uns a consideram como organismo social, outros como instituição, e há os que 
defendem ser um contrato. Mas há uma quarta corrente, defendida por Savatier, que sustenta reconhecer ao 
Direito de Família uma personalidade jurídica ou autônoma. 
Esta corrente não foi abarcada pelo nosso Direito Civil, visto que para nós, a personalidade jurídica só se 
adquire por definição de lei (art. 45 do CC). Como o legislador não incluiu a família no rol das pessoas 
jurídicas de direito privado, temos que a entidade familiar é encarada como instituição formada por relações 
jurídicas advindas de atos voluntários, tais como: o casamento, adoção, reconhecimento de filho, que são 
submetidos às regras gerais dos atos jurídicos intrinsecamente ligados à vontade, mas seus respectivos 
efeitos são somente aqueles preestabelecidos em lei.
O legislador até permite que a família seja representada por quem a comanda (cônjuge ou companheiro), 
inclusive reconhece a constituição do bem de família, sem, contudo, dar-lhe propriamente a personalidade 
jurídica. 
Essas relações muito embora sejam de interesse direto do indivíduo (Direito Privado) são, indiretamente, de 
interesse social (Direito Público). 
DO CASAMENTO
CONCEITO: Para o Direito Civil, o casamento é ato solene e formal. É ato jurídico investido de grande 
solenidade. O casamento é o negócio jurídico mais solene que se reconhece, desdobrando-se em 
casamento civil, propriamente dito, e casamento religioso com efeitos civis.
No direito pátrio, Lafayette caracteriza o casamento como ato investido de solenidade; diz o professor: 
"casamento é ato solene pelo qual duas pessoas de sexo diferente se unem para sempre, sob promessa 
recíproca de fidelidade no amor e da mais estreita comunhão de vida".
Já, Clóvis Bevilacqua tem uma concepção mais contratualista, qual seja: "o casamento é contrato bilateral e 
solene, pelo qual um homem e uma mulher se unem indissoluvelmente, legitimando por ele suas relações 
sexuais; estabelecendo a mais estreita comunhão de vida e de interesse, e comprometendo-se a criar e 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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educar a prole que de ambos nascer".
Caio Mário da Silva Pereira, por outro lado diz que o matrimônio apresenta elementos que se sobrepõem às 
transformações sociais e culturais, definindo da seguinte forma: "o casamento é a união de duas pessoas de 
sexo diferente, realizando uma integração físico-psíquica permanente”
Podemos concluir que o casamento é negócio jurídico gerador de direitos e deveres entre o homem e a 
mulher visando a assistência recíproca material e espiritual, de modo que haja uma integração fisiopsíquica 
e a finalidade de constituição de uma família.
NATUREZA JURÍDICA: Diverge a doutrina sobre a natureza jurídica do casamento. Para Lafayette é um ato 
solene, para Sá Pereira é uma convenção social, enquanto para Clóvis Bevilacqua é um contrato. 
Há os que defendem o casamento como uma instituição social, refletindo a situação jurídica cujas regras se 
acham pré-estabelecidas pelo legislador com vistas à organização social da união dos sexos, com a 
finalidade de assegurar a perpetuidade da espécie humana. 
Para outros, o casamento é um contrato, tendo em vista a indispensável declaração convergente de 
vontades, livremente manifestadas e tendentes à obtenção de finalidades jurídicas.
Na junção destas duas correntes, a mais acertada, ao nosso ver, surge da de que ocasamento é "contrato de 
direito de família", de natureza institucional, visto que depende da manifestação livre de vontade dos 
nubentes e que se completa pela celebração (ato privativo de representante do Estado), conferindo direitos e 
obrigações fixados pela lei em vez de sê-lo pelas partes.
FINALIDADE: Dentre os fins principais do casamento temos:
a) satisfação do desejo sexual integração fisiopsíquica, 
b) procriação e proteção dos filhos, 
c) assistência mútua aos cônjuges, 
d) estabelecimento de direitos e deveres, 
f) atribuir nome à esposa ou marido e filhos, 
F) regularização de estados de fato.
HABILITAÇÃO: O requerimento de habilitação matrimonial poderá ser exercido por ambos os nubentes, de 
próprio punho ou por procuração com poderes específicos para o ato, perante oficial do Registro Civil. 
É formalidade instituída pelo Estado que tem por objetivo dar publicidade ao ato mediante publicação dos 
proclamas em edital, durante 15 dias, fixados à vista de todos e publicado pela imprensa; além disso, tem 
também caráter preventivo, visando impedir que o casamento ocorra sem o cumprimento dos requisitos do 
artigo 1.525 do Código Civil e se, infringidos, o ato jurídico será caracterizado pela nulidade.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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Documentos exigidos por lei para a realização do casamento:
a) Certidão de nascimento recente ou prova equivalente que contenha elementos suficientes a comprovar a 
identificação e identidade dos noivos e demonstrar que têm capacidade civil legitimada para realização do 
futuro negócio jurídico (artigos 1.517 a 1.520, do Código Civil). Trata-se de pressuposto de validade.
b) Declaração do estado, do domicílio e residência atual dos contraentes e de seus pais (se forem 
conhecidos). 
c) Autorização das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que as supra. Esta situação 
se aplica na hipótese de os contraentes terem entre 16 e 18 anos, visto que, muito embora não estejam 
impedidos de se casarem (artigo 1.517, do Código Civil), não obtiveram a capacidade civil para o ato 
(artigo 5º, do Código Civil).
d) Declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não 
existir impedimento que os iniba de casar. 
Situação interessante está expressa no artigo 228, inciso V, do Código Civil, onde há o impedimento 
expresso de os parentes, até o terceiro grau, consangüíneos ou não, servirem de testemunhas do casamento, 
visto que, tanto o artigo 42 da Lei de Registros Públicos, quanto o artigo 1.525, inciso III, do Código Civil o 
permitem. Para evitar a sanção de nulidade do contrato de casamento, este impasse tem sido resolvido de 
acordo com o artigo 228, acima citado.
e) Certidão de óbito do cônjuge falecido, da anulação do casamento anterior ou do registro da sentença de 
divórcio, e ainda da certidão de sentença de divórcio proferida no estrangeiro, com a devida homologação 
pelo STF, visando evitar o casamento de pessoas já casadas. Ainda, no caso de pessoas divorciadas, deverão 
também apresentar alvará de partilha dos bens, se os houver; se não houver ocorrido a divisão dos bens não 
poderá ser realizado o casamento (artigo 1.523, inciso III, do Código Civil) ou se imporá a condição do 
regime de separação legal dos bens (artigo 1.641, inciso I, do Código Civil).
f) Certificado de exame pré-nupcial, caso se trate de casamento de colaterais até o 3º grau. Nos casos de 
casamento entre tio e sobrinha e vice-versa (Decreto-Lei nº 3.200/41), deverá ser apresentado laudo 
elaborado por dois médicos de confiança do oficial do cartório ou do juiz, atestando a sanidade dos 
nubentes e que o ato nupcial não será prejudicial à prole.
DISPENSA DE PROCLAMAS: Há a possibilidade de se requerer ao juiz competente para a homologação do 
casamento, que se dispense a publicação dos editais nas hipóteses em que um dos cônjuges esteja 
acometido de doença grave ou submetido a iminente risco de vida, bem se ocorrer a ausência de um deles 
em razão de serviço público, viagem imprevista e demorada, entre outros.
FORMAS DO CASAMENTO: Nos dias de hoje o casamento se desdobra em duas formas: o casamento civil 
e o religioso com efeitos civis.
a) O casamento civil é celebrado perante um representante do Estado, com autoridade e poderes para isso 
investido, cujas atribuições lhe conferem o poder de promover a celebração daquele vínculo. 
Dessa forma, os contraentes, munidos dos documentos exigidos no artigo 1.525, do Código Civil, dirigem-
se ao cartório civil da circunscrição territorial a qual pertencem e requerem ao oficial do cartório a 
habilitação para o casamento, que será realizado no dia, hora e lugar previamente designados ou 
requeridos, podendo ser realizado na sede do cartório ou não, a portas abertas para dar publicidade ao ato, 
mediante quatro testemunhas no caso de ser oficiado em local particular. Ainda, poderá o casamento ser 
realizado por procuração com poderes específicos para isso. (artigos 1.533 a 1.535, do Código Civil).
Uma vez celebrado o casamento, com a declaração solene dos cônjuges e a proclamação levada a efeito 
pelo celebrante, lavra-se-á o assento no livro de registro.
b) Casamento religioso com efeitos civis: b.1) O casamento eclesiástico equivale ao civil quando os nubentes 
promovem o processo de habilitação perante o Oficial do Registro, antes da sua celebração, que fornecerá 
aos noivos a certidão competente, válida por 90 dias (artigo 1.532, do Código Civil), para se casarem 
perante o ministro religioso; b.2) ou ainda, esta habilitação civil poderá ser posterior ao casamento religioso, 
desde que apresentem os nubentes prova do ato religioso e os documentos exigidos no artigo 1.525, do 
Código Civil. Uma vez inscrito, retroagirá seus efeitos à data da sua realização.
Válido dizer que o casamento religioso deve ser realizado por ministro de confissão religiosa reconhecida 
oficialmente, caso contrário não passará de união estável.
IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS: Diz-se impedida de contrair matrimônio toda pessoa que não cumprir os 
requisitos legais, portanto, se realizado, será fulminado pela nulidade absoluta ou relativa. É importante 
esclarecer que os impedimentos matrimoniais, constantes nos artigos 1.521 e 1.522, do Código Civil, difere 
da incapacidade matrimonial (artigos 1.517 a 1.520, do Código Civil), sendo que esta está voltada à 
vontade e à idade núbil e naquela há uma proibição prevista em lei. É o que acontece, por exemplo, no 
casamento entre irmãos; eles são impedidos de se casarem em razão do laço de parentesco, mas têm 
capacidade para contrair núpcias com outra pessoa.
Ocorrendo violação a impedimento matrimonial, o ato será penalizado com a nulidade absoluta do 
casamento celebrado, pois o ato não é passível de ratificação. O artigo 1.521, do Código Civil, apresenta 
um rol taxativo de impedimentos quais sejam: a) o casamento entre ascendentes e descendentes, tanto do 
parentesco civil decorrente da adoção, quanto do natural(inciso I), b) o casamento entre afins em linha reta, 
ou seja, sogra e genro, sogro e nora, madrasta ou padrasto e enteado (a) (inciso II), c) o casamento entre o 
adotante com quem foi cônjuge do adotado, ou do adotado com quem foi o do adotante (inciso III), d) os 
irmãos, independentemente de serem germanos ou unilaterais, se houver entre eles parentesco colateral. 
Obs: Muito embora a lei fale em impedimento até o terceiro grau, por haver lei especial que o defina 
(Decreto-Lei nº 3.200/41), nos casos de casamento entre tios e sobrinhos haverá vedação legal somente se 
comprovada a inconveniência das núpcias no que tange à saúde da prole. e) o inciso V proíbe o casamento 
do adotado com o filho do adotante, mas, partindo-se do princípio que o adotado, independentemente da 
idade, torna-se também parente dos parentes do adotante, a regra do inciso V só pode ser reputada 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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repetição do inciso IV, f) também incide impedimento quanto a um novo casamento de pessoas casadas 
enquanto persistir o vínculo conjugal (inciso VI), g) o inciso VII veda o casamento do cônjuge sobrevivente 
com o condenado definitivamente por homicídio doloso, tentado ou consumado.
CAUSAS SUSPENSIVAS: Os impedimentos impedientes ou proibitivos, não são mais tratados como 
impedimentos no novo Código, pois como não proibiam e não proíbem de modo definitivo a realização do 
casamento, estes impedimentos foram inseridos como causa suspensiva da celebração do casamento 
(artigo 1.523, incisos I a IV, do Código Civil), visto interessarem exclusivamente à família, a) podendo ser 
opostos pelos ascendentes e descendentes (em linha reta), consangüíneos ou afins, ou b) pelos colaterais em 
segundo grau (irmãos e cunhados), consangüíneos ou afins (artigo 1.524, do Código Civil).
Já os impedimentos relativamente dirimentes que também não foram abraçados pelo Código de 2002, 
foram disciplinados como causas de invalidade do casamento, como acontece nas hipóteses de 
incapacidade para contrair matrimônio, vício do consentimento, ausência de informações pessoais 
consideradas essenciais.
OPOSIÇÃO DOS IMPEDIMENTOS: A oposição dos impedimentos matrimoniais poderá ser praticada, até o 
momento da celebração, por qualquer pessoa capaz, devendo a declaração estar escrita e assinada por 
quem a alega, instruída com as provas do fato alegado ou indicado o lugar onde poderão ser encontradas, 
cabendo ao oficial do Registro Civil informar aos contraentes ou seus representantes a oposição oferecida, 
por isso é tão relevante a fase da habilitação matrimonial.
INEXISTÊNCIA DO CASAMENTO
a) O ato nupcial deverá ser realizado entre um homem e uma mulher, se assim não o for, estaremos diante de 
um ato jurídico matrimonial inexistente, pois deste ato não resulta nenhum efeito, podendo a inexistência ser 
reconhecida por sentença judicial; não é casamento nulo nem anulável, pois nem mesmo chega a ser um 
matrimônio.
Importante salientar que nos casos de dubiedade dos sexos, malformação dos órgãos genitais ou disfunção 
sexual, que acarretam somente a anulabilidade. 
b) Também será considerado inexistente se os nubentes simplesmente se declararem casados sem cumprir os 
requisitos legais previstos nos artigos 1.533 a 1535, do Código Civil , ou ainda, c) um deles, ou os dois, no 
momento da celebração, quando indagados pelo juiz, não manifestar solene afirmação da sua vontade, ou 
que esta não é livre e espontânea ou manifestar-se arrependido (artigo 1.538, do Código Civil).
NULIDADE ABSOLUTA
Casamento nulo: O artigo 1.548, do Código Civil, enumera algumas situações de casamento nulo, tais 
como o realizado com enfermo mental absolutamente incapaz sem o necessário discernimento para os atos 
da vida civil e também os contraídos sob a infringência de impedimentos matrimoniais elencados no artigo 
1.521, do Código Civil. 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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Contudo, mesmo reconhecida a sua nulidade, alguns efeitos podem lhe ser atribuídos, tais como: a) o 
reconhecimento dos filhos advindos do casamento declarado nulo, independentemente da boa ou má-fé 
dos pais, b) retorno dos bens que se haviam comunicado pelo casamento ao antigo proprietário, 
especialmente nos casos de comunhão total de bens, c) as doações proptes nuptias, ou seja, não serão 
cumpridas ou reverterão ao doador se já efetivadas, entre outros.
ANULABILIDADE
a) Se o matrimônio for contraído por pessoa menor de 16 anos, (artigo 1.550, inciso I e II, do Código Civil), 
este será passível de anulabilidade, e os legitimados a argüir essa nulidade relativa são: o próprio cônjuge 
menor, ou seus representantes legais (tutor e curador), ou seus ascendentes (artigo 1.552, do Código Civil), 
no prazo decadencial de 180 dias a contar, respectivamente, do dia em que cessou a incapacidade ou, a 
partir do casamento ou, da morte do incapaz (artigo 1.550, inciso II, do Código Civil).
Exceção a regra da permissão do casamento antes da idade legal, desde que seja para evitar a imposição ou 
cumprimento de pena criminal (artigo 1.520, do Código Civil) ou, desse casamento resultar gravidez (artigo 
1.551, do Código Civil), mesmo que a criança não venha a nascer.
b) Prevêem os artigos 1.556 e 1.557 e seus incisos, do Código Civil, a anulabilidade do matrimônio se 
decorrente de vício da vontade consistente no erro essencial e determinante de insuportabilidade da vida em 
comum após o seu conhecimento, isto é, se a pessoa soubesse antes não teria consentido no casamento, 
como ocorre, por exemplo, b.1) na hipótese de erro quanto à identidade do outro cônjuge, muito embora 
seja difícil de se ver na prática, pode se configurar nos casamentos por procuração, ou ainda erro sobre a 
honra e à boa fama, levando-se em conta que a ausência destas qualificações sejam interpretadas de tal 
modo que ensejariam motivos para tratamento discriminatório, como a hipótese de um cônjuge descobrir 
que o outro é dado a práticas homossexuais (artigo 1.557, inciso I, do Código Civil). b.2) Igualmente 
anulável o matrimônio quando uma das partes ignorava a existência de crime cometido pela outra 
anteriormente ao casamento, crime esse de tal gravidade que torne intolerável a manutenção da convivência 
conjugal, pelo repúdio que produz na parte enganada (artigo 1.557, inciso II, do Código Civil). b.3) 
Também é anulável o casamento quando um dos nubentes ignorava, na ocasião da celebração, defeito 
físico ou psicológico preexistente que impossibilite o outro de levar a efeito o débito conjugal, do mesmo 
modo se desconhecia moléstia grave e transmissível por contágio ou herança genética de que era portador 
um dos contraentes, e que pode colocar em risco a saúde do outro cônjuge ou da futura descendência 
(artigo 1.557, inciso III). b.4) Por fim, os casos de doença mental grave de que o outro é portador e que, por 
sua natureza torne impossível a vida em comum (artigo 1.557, inciso IV do Código Civil).
Também poderá ser anulável o casamento se ocorrer vício da vontade, baseado na coação, como porexemplo, nos casos b.5) de coação constituída na ameaça moral de um ou ambos os cônjuges criando o 
temor de dano à pessoa, à sua família ou aos seus bens (vis compulsiva), não bastando que seja esse temor 
apenas reverencial; b.6) pode a coação constituir-se de violência física e atual (vis absoluta) durante a 
cerimônia a quem não quer casar.
O artigo 1.559, do Código Civil, legitima somente o cônjuge que incidiu em erro ou sofreu coação a ajuizar 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
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a ação de anulabilidade, que prescreve em 4 anos a contar da data da celebração do casamento (artigo 
1.560, inciso III, do Código Civil), desde que neste prazo não tenha havido coabitação, fato que validaria o 
casamento.
c) Anulável também o casamento daquele que é incapaz de consentir ou de manifestar de modo inequívoco 
o consentimento (artigo 1.550, inciso IV, do Código Civil). Esta sanção se opera no caso da incapacidade 
relativa, visto que o nubente assim caracterizado, deveria estar devidamente representado ou assistido pelo 
representante legal, como nas hipóteses previstas no artigo 1.767, do Código Civil. O prazo para sua 
argüição judicial é de 180 dias, legitimado o cônjuge que estiver incluído em qualquer daquelas hipóteses.
d) Outra hipótese de anulabilidade é a do casamento realizado pelo mandatário sem que ele ou o outro 
contraente soubesse da revogação do mandato, porém, se ocorreu a coabitação dos cônjuges essa situação 
não se operará. O prazo para intentar a ação é de 180 dias a contar da data da ciência do mandante da 
realização do casamento.
e) A incompetência da autoridade celebrante causa a anulabilidade do casamento, mas apenas se a 
autoridade celebrante for incompetente em razão do lugar onde se celebra o casamento.
A diferença fundamental entre nulidade absoluta e nulidade relativa é que na primeira há interesse social no 
desfazimento do matrimônio, por ter sido violado preceito de ordem pública, já a nulidade relativa visa 
proteger interesse individual, visto que se essas pessoas decidirem manter o "matrimônio", o fato será 
indiferente à sociedade.
PROCESSO ANULATORIO: A nulidade ou a anulação do casamento será sempre processada por ação sob 
o procedimento ordinário, a fim de assegurar ampla defesa aos interesses dos requerentes, sendo necessária 
a participação do representante do Ministério Público, visto que há interesses sociais envolvidos.
CASAMENTO PUTATIVO: Entende-se por casamento putativo aquele decorrente de erro de um dos 
nubentes acerca de eventual impedimento matrimonial. Reputa-se erro, para este efeito, a falsa percepção 
da realidade, ou seja, os nubentes investidos de boa-fé, acreditando estar presentes todos os pressupostos e 
requisitos necessários para se casarem, desconhecem certo empecilho, que invalidaria o matrimônio. 
Nesses casos, repita-se, estando os contraentes de boa-fé, o matrimônio produzirá todos os efeitos do 
negócio, entre os cônjuges, como se válido fosse.
CASAMENTO NUNCUPATIVO ou "IN ARTICULO MORTIS" ou "IN EXTREMIS": Em caso de moléstia grave de 
um dos nubentes, o presidente do ato o celebrará onde se encontrar o nubente adoecido, ainda que tal fato 
se dê à noite, devendo referido termo estar assinado pelo oficial e duas testemunhas que saibam ler e 
escrever. 
Na impossibilidade de comparecimento da autoridade competente, deverá comparecer seu substituto legal 
(suplente do juiz de casamentos), que lavrará o assento matrimonial em livro próprio ou em folha avulsa na 
impossibilidade de se levar o livro. No caso de o nubente adoecido não ter condições de assinar o assento, 
este será assinado por quatro testemunhas. O termo lavrado pelo oficial será registrado em cinco dias 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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perante duas testemunhas ficando arquivado em cartório (artigo 1.534, § 2º, do Código Civil). 
Caso o presidente a quem incumba a celebração do ato, ou seu substituto, não possa comparecer ao local 
onde o nubente adoecido esteja, o casamento poderá ser celebrado por qualquer pessoa na presença de 
seis testemunhas que não tenham parentesco na linha reta ou na colateral até o segundo grau. Por exemplo: 
uma pessoa, na iminência de morrer, convoca o oficial do cartório para realização do casamento. Se o 
oficial, por qualquer razão, se achar impedido de comparecer, o casamento poderá ser realizado por 
qualquer pessoa, firmado por seis testemunhas nos moldes do artigo 1.540, do Código Civil. 
Nesse caso as testemunhas deverão comparecer diante da autoridade judicial competente, em dez dias, 
para que se tome por termo, declarando que foram convocadas pelo enfermo, e que este corria perigo de 
vida, mas estava consciente da sua vontade e que os contratantes de forma livre e espontânea, aceitaram o 
casamento.
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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